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Travessia Guaporé-Muçum pela Ferrovia do Trigo


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Travessia Ferrovia do Trigo - De Guaporé a Muçum

 

Considerada uma das mais belas travessias do estado do Rio Grande do Sul, o trekking entre as cidades de Muçum e Guaporé margeia os belos vales do Taquari e Guaporé. Nos seus 49km de percurso total, o trekker passar por 20 viadutos e 22 túneis, além de desfrutar de uma caminhada única sobre os trilhos que contam um pedaço da história do Brasil. Obra do Regime Militar, que tinha na logística de transporte uma prioridade, uniu o “celeiro” à capital do Rio Grande do Sul.

 

Um Pouco de História

 

A Ferrovia do Trigo, localizada no estado do Rio Grande do Sul, interliga o Tronco Principal Sul em Roca Sales com a Ferrovia Marcelino Ramos-Santa Maria, em Passo Fundo. O trecho inicial passa pelo Vale do Rio Taquari e pelos municípios de Roca Sales e Muçum. A partir de Muçum inicia a subida em direção a Guaporé, pelas encostas ao longo do Rio Guaporé, passando por Vespasiano Corrêa e Dois Lajeados. Este trecho é repleto de túneis e viadutos, sendo o maior deles o Viaduto do Exército ou popular Viaduto 13. Com seus 143 metros de altura e 509 metros de extensão, foi inaugurado pelo então presidente Ernesto Geisel, em 19 de agosto de 1978, e é tido como o maior viaduto ferroviário da América Latina e o segundo mais alto do mundo, superado apenas pelo Viaduto Mala Rijeka, em Montenegro, de 198 metros de altura.

 

De Guaporé a Passo Fundo o relevo é mais suave, passando ao longo da linha divisória de águas das bacias do Rio Guaporé e do Rio Carreiro e pelo Planalto Rio-Grandense, nos municípios de Serafina Corrêa, Casca, Santo Antônio do Palma, Gentil e Marau.

 

A ferrovia foi concluída no final da década de 1970 e está atualmente sob concessão da ALL (América Latina Logística).

 

Orientação

 

Dependendo do ponto de início do trekking, a ideia é seguir a ferrovia. Tendo Muçum como ponto de partida, a cidade de destino é Guaporé, passando por Dois Lajeados e Vespasiano Corrêa. Contudo, é mais indicado o caminho inverso, em declive, de Guaporé para Muçum.

 

Trilhas para cachoeiras são facilmente encontradas à beira da ferrovia. O som das águas é bem evidente.

 

Para Começar o Trekking

 

O acesso ás principais cidades é feito pelas empresas Bento Tranportes e Unesul de Transportes Ltda. Os horários de ônibus podem ser consultados pelos sites e telefones abaixo.

 

Bento Tranportes – (054) 3452-2977 – http://www.bentotransportes.com.br/

Unesul de Transportes – (051) 3375-9000 – http://www.unesul.com.br/v1/index.php

 

Para hospedagem em Muçum, o Hotel Marchetti é uma boa pedida. Preço baixo e bem confortável, com um café simples e delicioso. Fica localizado na Av. Borges de Medeiros, 150 – Centro. Reservas e informações pelo telefone (051) 3755 – 1253. Aproveite para ouvir as histórias malucas do Sr. Marchetti, proprietário do hotel.

 

Para hospedagem em Guaporé, o Hotel JC Borsatto também é uma boa pedida e tem um restaurante delicioso. Fica na Rua Dr. Luiz Augusto Borsatto – Centro. Reservas e informações pelo telefone (054) 3443-5430.

Outra opção é o Hotel Topo Giggio, Av. Monsenhor Scalabrini, 928 – Centro – (054) 3443-1461.

 

Clima

A região sul é famosa pelo seu clima (subtropical úmido). Possui as 4 estações do ano bem definidas. As chuvas são bem distribuídas ao longo do ano, atingindo seu auge nos meses de setembro à novembro . Uma boa época para fazer o trekking é nos meses de março a junho e de setembro a outubro. Nas demais épocas, ou faz muito calor, ou faz muito frio.

 

Para os bem preparados, os dias longos de verão podem significar a travessia numa única jornada, saindo ao amanhecer de um dos lados, e encerrando no início da noite no outro, desde que não se leve nada mais do que água e lanche.

 

Equipamento, Roupa e Água

 

Encontra-se facilmente água ao longo do circuito. Ela é proveniente de córregos não confiáveis, portanto purifique ou ferva antes de consumir. Algumas bicas podem ser encontradas à beira da ferrovia. Em alguns locais, os agricultores transportam a água através de mangueiras que passam por baixo dos dormentes. Se for utilizar essas mangueiras, lembre-se de conectar novamente as pontas.

 

Como a região é bem abrigada do vento, uma barraca não muito técnica consegue dar conta do recado. Um bivak é muito útil, pois além de reduzir o peso da mochila, pode ser instalado facilmente em qualquer ponto da travessia, já que o número de árvores é grande.

 

Alimento pode ser comprado nos mercados locais das cidades, por um preço bem acessível, juntamente com a água.

 

Filtro solar é imprescindível. Durante a tarde o sol castiga muito, pois os trilhos seguem pelo lado oeste dos contrafortes da serra.

 

Não há necessidade de bastões (salvo se você domina a técnica de caminhar com eles no plano). Não saia sem lanterna. Há túneis de mais de um quilômetro, onde, acredite, você não verá nada, mesmo que o “nada” estiver colado no seu nariz. Aliás, você não enxergará seu nariz...

 

Acampamentos

 

Pode-se acampar ao longo de todo o circuito. Um bom ponto é o Viaduto 13. Outro ponto recomendado que fica praticamente na metade da travessia é o Viaduto Pesseguinho (viaduto metálico), localizado entre o Viaduto Mula Preta e o Viaduto 13.

 

Uma boa dica é acampar um pouco afastado da ferrovia. Os trens podem ter algum material solto nos vagões que podem atingir alguém.

 

Há alguns outros pontos fora da ferrovia, muito embora nem todos sejam confiáveis.

 

Informações Importantes

A atenção dentro dos túneis deve ser redobrada, já que a escuridão toma conta de tudo e o risco de ser atingido por alguma lasca de metal solta do trilho é grande.

 

Um trem pode ser ouvido de longe, mas se for surpreendido por algum, não entre em pânico e procure afastar-se da ferrovia o quanto mais puder. Antes de entrar nos túneis, pare na boca e tente escutar algum sinal de trem. Se for surpreendido por algum dentro do túnel, procure um guarda-vida, tire a mochila das costas e fique bem grudado à parede. Normalmente, os túneis tem guarda-vidas cavados à uma distância média de 20m a 30m.

 

Graxains, leões-baios (muito raros) e outros animais são comuns na região, portanto embale bem seu alimento e guarde tudo dentro de sua barraca, inclusive roupas e equipamentos. Os graxains têm o costume de revirar tudo.

 

O terreno que acompanha a ferrovia é muito irregular e as pedras são de tamanho significativo. Cuidado a cada passo dado, é muito fácil torcer um pé nesse tipo de terreno, ainda mais com peso nas costas.

 

Vale ressaltar que os dormentes cadenciam os passos. Se for passar de um em um, o passo fica muito curto e a caminhada não rende. De dois em dois, o passo fica muito aberto. O ideal é andar ao lado dos trilhos, sobre a brita, com atenção, porque quando colocamos peso nela, ela muda de lugar, assenta. Cuidado para não resvalar e distender algum músculo.

 

Muito cuidado ao atravessar os viadutos metálicos, alguns não tem guarda corpo com piso, somente a armação e os trilhos são sustentados somente pelos dormentes apoiados em estruturas metálicas. Aqui vale ressaltar que antes de atravessar um deles, pare e ouça se algum trem se aproxima.

Texto: Edver Carraro e Cacius Schuh

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  • 6 meses depois...
  • Membros de Honra

Se você tem patroa, peça a ela ::lol4::

 

O trânsito de pedestres e demais meios de locomoção, salvo trens, vagonetas, etc., é proibido na ferrovia, porém não existe fiscalização alguma.

Não precisa solicitar autorização. Só botar o pé no trilho e curtir a caminhada, tomando as devidas precauções e cuidados.

 

Abraço

Edy

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  • 1 mês depois...
  • Membros de Honra

Eduardo

 

É difícil precisar o tempo e calcular a distância. Normalmente, como nossa região é montanhosa e cheia de vales, o som ecoa facilmente e o mesmo é inconfundível. Arriscaria dizer que você pode ouví-lo a dois, três quilômetros!

 

As retas auxiliam a deduzir sua velocidade, pois você consegue vê-lo vindo de longe. Nas curvas fica difícil saber, por isso o cuidado é necessário. Nos túneis, antes de prosseguir caminhada adentro, pare e fique atento. Uma dica é dividir toda a trupe em grupos menores e manter uma certa distância para facilitar na travessia de túneis e viadutos, pois se o trem aparecer, a debandada é menor e controlada.

 

Nos viadutos metálicos (sem mureta lateral, somente guarda-vidas) o cuidado deve ser redobrado. Somente dois atravessam e o resto fica na espera, quando os dois chegarem no primeiro guarda-vidas, outros dois seguem e assim sucessivamente. Em alguns pontos de cortes de pedra, a lateral da ferrovia tem grande acúmulo de água que dificulta a proteção. Se o trem aparecer, ou entra na água lamacenta até os joelhos, ou corre para encontrar um local seguro.

 

A depender do tamanho do grupo, diria que é arriscado, pois quanto mais gente, mais barulho e mais difícil perceber se o trem vem vindo. Ele pode vir das duas direções, portanto quem está a frente deve tomar o cuidado de proteger o grupo e o mesmo acontece com quem está atrás. Na dúvida, se ouviu algum som diferente, pare e se afaste da ferrovia.

 

Abraço

Edy

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  • 3 semanas depois...
  • Membros de Honra

Sérgio

 

A distância entre a Estação Guaporé e o Viaduto 13 é de aproximadamente 32km!

Se você tiver um bom preparo físico e manter uma média de 4,5km/h em 7h você chega no 13.

 

Mas vale considerar uma série de fatores como o clima (esse final de semana promete ser quente, ainda mais na ferrovia!), o peso da mochila, se vai em grupo, paradas estratégicas para água e lanche, que acabam por atrapalhar um pouco o progresso, fazendo aumentar o tempo do percurso.

 

Abraço

Edy

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