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Olá pessoas. agora começa o relato do mochilão feito em Maio de 2017 que durou 35 dias e que me custou R$ (ainda estou somando..).
Antes de tudo essa viagem surgiu de uma enorme vontade de conhecer Machu Picchu. Anos imaginando que isso não seria possível, mas saiba que NADA É IMPOSSÍVEL. Basta vontade, planejamento e gritar SIMbora!!!
 
Agradecimentos: Aos relatos de RodrigoVix, Mariana Teles, Bárbara Fabris, letícia.amorim do mochileiros.com e victor machado que deixou seu relato e me deu coragem e segurança de fazer o trekking Salkantay sem guia e sem agência. Ao grupo do WhatsApp que foi-se criando ao longo dos meses e desse grupo, sem desmerecer os demais, um agradecimento especial e representando os demais, à Ana, que viajou sozinha e foi relatando tudo o que ocorria ao vivo, seus choros de felicidades e seus perrengues durante a viagem, histórias que esperamos também outro relato.
 
Com base nos relatos, analisando os roteiros e formas de locomoção, onde ficar, onde dormir, o que comer - ou não. O meu roteiro foi sendo desenvolvido. E a cada pesquisa, indicação de passeios e lugares ele foi sendo moldado. Claro que era mais para se situar, porque viagem assim, querendo fazer tudo o que for possível por conta, sem contratar agências (para economizar mesmo e realmente vivenciar cada momento), há sempre os imprevistos: informações desencontradas, passeios que não deram certos, mas que foram muitos divertidos porque tudo isso é válido, mente aberta para qualquer coisa que ocorresse antes/durante e depois da viagem. Tudo vira experiência e causos para contar na roda de amigos.
 
Depois de tudo já "pronto". Pelo menos no papel, o roteiro inicial ficou assim:
 
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 Sabendo que dia iria sair de férias, já comecei a pesquisar e acompanhar o preço das passagens. Pelo menos o trajeto até Uyuni - Bolívia eu já queria deixar reservado e comprado, pois seria mais só trajeto mesmo. E nas horas disponíveis nesse início e em todas as cidades que seriam mais para passagem seria para conhecer algo próximo.
 
Acabei por saindo de férias dia 01 de Maio, logo, fiquei com 2 dias para rever o roteiro e organizar a Jacinta, nome de minha mochila cargueira. Sim ela se chama Jacinta. Daí vocês me perguntam: Por que Jacinta? E a resposta? Coisa de VISÃO: Olhei pra ela e vi Jacinta. Sabe aquelas coisas que não tem explicação, por mais que você procure uma? Então, Jacinta não tem explicação. Jacinta simplesmente é. Jacinta.
 
Passou dia 1o, dia 2 chegou, o dia passou, a noite chegou, o sono não. Afinal, quem consegue dormir na noite anterior à uma viagem tão esperada, tão planejada? Mentira que você consegue. Se consegue, tu tem "pobrema meo irmão!"
 
Antes de começar o relato em si, melhor dar algumas informações/dicas do que precisei/do que precisa antes de se viajar:
 
PASSAPORTE OU RG?
Para os países da América do Sul não é exigido o Passaporte. O RG estando atualizado (menos de 10 anos) já basta. Mesmo assim eu aconselho o Passaporte. Porque você vai colecionando carimbos e acho mais prático, acho 'mais bem visto'. Houve uma situação que só entramos em uma balada porque uma amiga estava com o passaporte. (logo: somos turistas e quiseram nos 'tratar bem').
 
VACINAÇÃO
Tema simples que muita gente costumar dificultar e ainda ficar em dúvida.
Vai viajar? Veja se o lugar exige alguma vacina específica. Nesse mochilão a Bolívia exigia a vacina contra a Febre Amarela. Deve-se tomar 10 dias antes de embarcar e ter a Carteira Internacional da ANVISA, essa que irá comprovar. Entre no site e verifique um posto mais próximo que emita o Certificado, pois ele será seu comprovante. http://portal.anvisa.gov.br/
Muitos ficam na dúvida "MAS ELES PEDEM?". Vá, toma, deixe suas vacinas em dia, essa é a resposta. Se o órgão que deveria fiscalizar isso funciona ou não é outra história, você faz sua parte. E vacina é prevenção, vamos deixar a saúde em primeiro lugar. Já aproveita e vê se não tem vacinas faltando. Eu tomei, além dessa, mais 2 com retorno pra uma 3a. (essa última, até o momento que escrevo, não fui ainda tomar...rs)
 
TOMADAS/ADAPTADORES
Uma dúvida de muitos quando se vai viajar. Nesse mochilão eu não precisei de nenhum adaptador. Todas as tomadas que precisei era as mesmas usadas aqui no Brasil. O que mudava era que elas estavam acabadinhas, arrombadinhas, muito utilizadas, coitadas. Daí não segurava o pino dos carregadores. Chegue a comprar um T chato em Sucre, mas me desfiz dele, acho que em La Paz, no final da viagem. (é, fui teimoso e na esperança de que iria precisar)
 
Há quem não utilize. Dê graças a isso. Mas é algo que eu aconselho: NÃO VIAJE SEM ELE
Se tu não usar bem. Se precisar, acione já que está pagando. Li relatos de pessoas que passaram muito mal. E se você não tem seguro, espero que tenha uma boa economia debaixo do colchão, porque o custo de atendimento médico no exterior , meu amigo/minha amiga, é altíssimo.
Eu poderia ter acionado no último dia, em La Paz, porque estava num dia de rei, mas teimoso, tomei tudo que me diziam ser bom, até chegar ao Brasil para tomar mais alguma coisa e, assim, terminar meu reinado.
 
DINHEIRO/CARTÃO. O QUE/COMO LEVAR?
Esse foi o meu 2o mochilão. Sempre dei preferência ao dólar.
1o É mais aceito que o Real
2o Mesmo convertendo para comprar e depois convertendo para vender, compensou.
Mas isso é algo que tem que ser analisado, sempre.
Nessa viajem só fiz câmbio com o real quando passei pela fronteira da Bolívia, em Porto Quijarro, porque, pelas pessoas que foram, o câmbio ali, vi que estava melhor. O restante da viagem, só utilizei dólar. Que ia comparando com quem já foi e o preço que estava quando ia cambiar. Já trocava o montante que iria usar na cidade, pra não ficar perdendo tempo com isso. Não é o certo, mas era o prático.
 
O DESGRAÇADO DO SOROCHE (O MAL DE ALTITUDE)
Muito cuidado com esse vilão. Ele aparece com uma dorzinha de cabeça, um mal estar, aquela falta de ar. E se você não fizer nada, pode acabar com tua viagem.
Eu li muito sobre, mas na teoria é teoria. Na prática que a gente vai ver que o bicho te pega.
Você pode mascar e/ou tomar chá de coca, tomar Soroche Pills para amenizar isso. Tem gente que não sente nada, mesmo não tomando, outras, como eu, acabam com uma cartela de Neosaudina fácil-fácil.
 
CONECTIVIDADE/WI FI
Conselho? DESAPEGA. Se liga somente na tua viagem, na natureza e nos costumes.
Eu utilizava somente o wifi do hostel e dos restaurantes. Fora isso, celular era pra tirar foto. Perde-se muito tempo se tu ficar conectado sempre. HÁ muitos lugares bonitos nessa viagem. Melhor parar e meditar neles que mandar um post ou fazer um check in em sua rede social.
 
TEMPERATURA
Leve isso em conta ao fazer sua mochila. Fui em Maio. Era quente de dia e muito, muito frio a noite.
Tive que usar todas as roupas de frio somente no Salar de Uyuni. Porque, meodeos, que frio é aquele? É desumano..kkkk
Nos demais dias, jaqueta fleece aguentava, mesmo de bermuda. Mas, cada um cada um, porque eu sou daqueles que usa roupa de frio quando não tem mais jeito.
 
 
 
O QUE LEVEI / USEI:
 
EQUIPAMENTO
01 cargueira 60 + 10 litros
01 mochila de Ataque 45 litros
01 saco de dormir (usei 1x no salkantay, quase usei no Uyuni)
01 barraca - 2 pessoas(usei 1x no salkantay)
01 colchão inflável, de piscina  (usei 1x no Salkantay)
01 par de bastão de caminhada
01 camel bag (não usei)
itens para camping - fogareiro, panelas, lanternas, talheres
 
ROUPAS
08 camisetas dry fit (daria par me virar com 5)
02 calça-bermuda (usei 1 várias vezes)
02 bermudas (poderia me virar sem, apesar de ter usado 1)
05 cuecas
06 pares de meias (03 de trekking / 03 de algodão, essas voltaram furadas)
01 camiseta manga comprida 1a pele (usei muito e sempre com uma dry fit por cima - para ir variando as cores)
01 poncho (comprei em cusco - usei muito no Salkantay e em alguns passeios)
01 jaqueta fleece (muito usada)
01 jaqueta mais quente
01 corta vento impermeável (usado muito também, mas não confiei em pegar chuva com ele)
01 par de luvas
01 touca
01 bota impermeável
01 par de havaianas (leve sempre)
 
ACESSÓRIOS
01 câmera Canon semi profissional
01 recarregador
01 tripé (quase não usei para não falar que não)
02 baterias para ela também
01 câmera GO POBRE e acessórios (não usei, foi peso morto)
01 celular (usei muito para fotos)
01 carregador
pen driver, cartão de memória (arrisquei e não usei - aconselho fazer backup de suas fotos - USE, ou mande tudo para "nuvem")
 
OUTROS
- shampoo
- hidratante
- pasta e escova de dente
- lenços umedecidos (indispensável - é vida isso)
- protetor solar
- protetor labial
- álcool gel
- cortador de unha
- barbeador elétrico
- antitranspirante
- repelente
- papel higiênico (usei? opa...sempre)14
 
REMÉDIOS
- neosaudina
- dorflex
- pomada para picadas (foi e voltou na caixa)
- ENO (levei só 4, foi muito útil)
 
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Agora irei tentar, é difícil, por mais que você anote tudo. Eu reservei um caderno só pra isso, com mapas, rotas, dicas e fotos. Usei até o 10º dia da viagem, depois foi tudo em anotações pelo celular mesmo, guardando até guardanapo do churrasco de lhama, sim, comi churrasco de lhama e sim, guardei o guardanapo, afinal, ela ele o comprovante de compra do churrasquinho.... claro que não sujei em amassei porque já tinha premeditado que iria sequestrá-lo, e nem cogitei pedir resgate.
 
Os gastos tentarei colocar, não quando eu comprei, por exemplo, as passagens, mas no dia que foram usadas. Porque já está difícil juntar as informações, separar com o que já comprei antes, melhor não complicar.
Editado por marcioomoraiss
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Dia 2 - 04 de Maio de 2017
Corumbá - Brasil
 
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Cheguei à Rodoviária de Corumbá as 6h, pequei a Jacinta e fomos tomar uma café, mas antes outro banho de gato porque além do calor do dia anterior, ônibus com vidros fechados, choveu a noite, tudo abafado, já dá pra imaginar a situação (ainda não tinha utilizado os lenços umedecidos, que arrependimento).
 
Como estava muito cedo aguardei o Centro de Informações Turísticas abrir para pegar algumas informações, claro.
Quem estava lá atendendo era a D. Mercedes, que mora em Santa Cruz de La Sierra, filha de bolivianos, mora lá e cá e deu ótimas dicas além de contar boas histórias, tanto de Corumbá, como da Bolívia e sobre o Trem da "Morte".
 
Trem da Morte: de trem tem tudo, mas de morta nada. Pelo que contou Mercedes, quando a ferrovia ali começara a ser construída não se tinha muita mão de obra qualificada. Então era construído uma parte e depois era feito testes e nessas várias etapas morreram vários operários. E por isso acabou ficando com essa 'fama' de Trem da Morte.
 
Ela avisou, e já tinha percebido, que havia um rapaz que abordava as pessoas oferecendo passeios, e na real tinha mesmo um rapaz todo de roxo nos aguardando, ela disse que ele fecha passeios mas que é o famoso malandro, a "agência" que ele diz trabalhar fica bem em frente a rodoviária e pela impressão parece de fachada mesmo, mas fica o alerta. E SEMPRE pegue informações de pontos para isso. Não saia acreditando em qualquer um ou qualquer agência, o que eles visam são SOMENTE O SEU DINHEIRO. 
 
Da rodoviária tu sai e logo em frente há um ponto, na rua depois que passa de um ponto de moto táxi. Pega o ônibus para o Terminal e no Terminal pega-se outro ônibus, o Fronteira. Este não paga pois é integração, mas tem que ficar esperto porque não há um ponto fixo para os ônibus, pode parar tanto na frene quanto lá atrás, só prestatenção'. E esse Terminal não é nada mais, nada menos que uma rua reservada para parada de ônibus.
 
Chegando na fronteira, faça sua saída do Brasil. Não sei se é sempre assim, mas estava tudo junto e misturado. Tanto saída quanto entrada do Brasil. Muito Boliviano tentando a vida no Brasil. Pois, segundo a Mercedez, eles trabalham sem muitos direitos e vindo ao Brasil eles só por receberem o salário, já acreditam, na verdade já é uma grande mudança. Mas que muitos se arriscam com atravessadores que os enganam e os 'escravizam'. Tanto que havia um cartaz, quando fui dar entrada na Bolívia que dizia: "Está é sua última chance de pedir ajuda." Forte mas necessário.
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Ainda na fila da fronteira para dar saída do Brasil, um boliviano veio com 2 mulheres, dizendo que haviam guardado lugar para elas....kkkkkkkkk AH MEO IRMÃO, aqui ninguém guarda lugar pra ninguém não. E claro, que não deixamos passar, saiu, não ficou ninguém na fila? O final da fila é teu caminho. Eles já tinham levado uma bronca do funcionário porque estavam entrando na sala sendo que tinham que esperar fora e serem chamados. Tá achando que brasileiro é bagunça? kkkkk
 
Bom...carimbo no passaporte era hora de procurar câmbio. Passou a fronteira há vários lugares que fazem, nos comércios, nas calçadas ficam pessoas com seu banquinho e mesinha para isso. E não havia diferença de valores entre eles, estava 1 Real = 2,15 Bolivianos.
Como havia levado real para emergência ou caso estivesse com cotação melhor, acabei trocando o que tinha ali mesmo. Porque pelo tempo mem que eu monitorava esses valores, ali na fronteira estava com melhor cotação. E como voltaria para a Bolívia no final, poderia 'sobrar' bolivianos.
 
Depois do câmbio comprei algo no mercado para a viagem de trem que seria a partir das 13h e a noite toda.
E já começa também a ficar esperto no troco. Eles somam a compra e além de querer cobrar mais caro, dão troco errado. Não vou generalizar, mas no mercadinho, o primeiro, já aconteceu isso. Vida que segue.
 
Depois peguei um táxi para a Estação de Porto Quijarro. Daria para ir a pé. Não levaria mais que 30 minutos em um sentido reto. Mas...
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Esperei umas 3 horas até a hora do embarque e lá vamos nós.
Jacinta foi no bagageiro de cima e a de ataque nos pés.
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Assento até que confortável. Depois que se acomoda, abaixa tua poltrona, tudo bem. Mas quando o passageiro da frente faz o mesmo, não sobra muito espaço para as pernas.
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Passeio bonito mas cansativo pois há muitas paradas, afinal, foi o mais barato, sem serviço de bordo. Havia uma cozinha que servia almoço/janta, eu fui conhecer horas depois. Passando por 2 vagões, um cara dormindo no último banco do primeiro e outro dormindo no último do segundo. Quando entrei na cozinha pensei estar em um filme de terror. Porta do vagão aberta, cozinha em alumínio, toda cinza, sem muito brilho, parecendo abandonada, louças esperando serem lavadas e o rapaz que dormindo vagão aparecendo do nada atrás. Por um momento pnsei que a cozinha estava desativada, louça para lavar. Pensei que não estava funcionando, mas o rapaz que dormia disse que o prato custaria 15Bs (Arroz, salada e papas fritas). Quando olhei a cozinha novamente, disse que só fui para conhecer. Melhor não arriscar né...
 
Em uma das várias paradas acabei descendo e comprando pães e mate quente. Eu disse quente? Desculpa, estava fervendo mesmo. E uns pães, que a vendedora pegava com um saco, fazendo de luva, mas quando esse escapava das mãos, ia assim mesmo. Sem proteção.
Em outra parada subiram 3 crianças vendendo café, pedimos o nosso, demos o dinheiro mas a garotinha não tinha troco então fui caçar alguma moeda. Daí o trem começou a andar e acabamos dando 10bs à ela. Mas ela e os 3 irmãos só foram descer alguns quilômetros a frente depois de conseguir falar com o maquinista para parar. Deu dó porque estavam sozinhas e iriam voltar tudo aquilo de novo.
 
Gastos:
Café com leite + salgado (rodoviária de Corumbá) R$ 9,50
Bus Rodoviária x Terminal R$ 3,25
Bus Terminal x Fronteira R$ 0,00 (integração)
- Câmbio: R$ 1200,00 = bs 2556,00
Mercado Fronteira 3,00 bs
Táxi fronteira x Estação Porto Quijarro 10,00 Bs
Trem Expresso Oriente Oriental P.Quijarro Sta Cruz de La Sierra 70,00 Bs
Café 10bs (eram 2, mas coitada da menina, ficou o troco como propina)
Pães 19bs
TOTAL= (R$) 12,75
TOTAL= (Bs) 112,00
Editado por marcioomoraiss
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Dia 4 - 06 de Maio de 2017
Uyuni
 
Leram que a chegada em Uyuni era prevista para as 5h30? Leram também que eu disse que eu precisaria usar todas as minhas roupas de frio quando chegasse aqui?
Então, acho que não era um ônibus que embarquei, ele voou até aqui e chegou as 3h15, pensa no frio, pensou, esfria mais aí, mais, tá batendo os dentes? Esfria mais até bater os dentes e não conseguir falar e xingar os antepassados do motorista que demorava muito para entregar as mochilas. Foi nessa temperatura que cheguei em Uyuni.
Aqui vive uma lenda, A NONIS. Na verdade ela se chama Meri. E não via a hora dela aparecer para nos salvar desse frio duzinfernos.
Uma garota ficava gritando a estadia dela. E quando ela parou de gritar e sair de perto, atrás dela estava ela, uma senhorinha magra, baixa, agasalhada. Dona Meri, da Nonis Café. Nem conferi se era ela mesma, ela seria o mestre. Peguei a Jacinta e SIMbora seguir o mestre.
Ao descer do Bus o frio já agrega as pessoas, então saímos em comboio atrás dela.
Fomos os primeiros a chegar Lenon (companheiro da viajem), Julia (Francesa), uma Inglesa e eu.
Ela é dona do Café Nonis, ela é uma das pessoas que sabe os horários de chegada dos ônibus a Uyuni e vai lá recolher os mais necessitados, nós mochileiros.
Ela disse que estava fazendo uns 4 negativos, mas que faz frio mesmo em Setembro. Pensei, FAZ FRIO MESMO? Já estava morrendo ali. Em Setembro acho que já nem sairia do bus.
 
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 foto: Olha lá ela, A Salvadora dos Mochileiros, deveria ser canonizada.
 
Ela já entrou acendendo os calafetadores para aquecer o ambiente, mas estava tão frio, que só ficando perto deles para poder se aquecer.
Ela oferece banho também, disse que é quente, mas naquele frio? Em um banheiro com teto alto? TENTEI, mas não deu. Dá-lhe lencinhos umedecidos novamente.
 
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 foto: Café Nonis à direita.
 
A Nonis vem, deixa as pessoas. Depois chega um funcionário e ela sai, volta lá para o ponto para salvar mais mochileiros, nisso o Café lotou. E aqui é a hora de você já juntar uma turma para o passeio do Salar, porque se for na agência já com o carro 'fechado' (6 pessoas) a chance de você fazer um bom preço é melhor.
Ali, no Café, teríamos que aguardar a abertura das agências, a partir das 8h, para fechar o passeio do Salar de Uyuni. Já estava com indicação da agência Esmeralda Tours e com um preço. Agora era esperar e falar com nossa indicação e negociar.
A Julia foi convencida a fazer o Salar conosco, pois ela queria passar uma noite em Uyuni (sendo que não tem nada pra fazer lá)
Como depois chegaram 2 mexicanos, a Angela e o Martin, já estávamos em 5.
 
Dado o horário fomos atrás da agência, lá há muitas. Logo encontramos a Esmeralda Tours e fomos procurar a Deise. Como estava em um grupo do whatsapp, de pessoas que já tinham ido ou estavam viajando, as informações estavam frescas. Frescas e quentes. querendo fazer um trocadilho com o tempo kkk. (beijo Ana, passou mó perrengue..heheh, leiam seu relato AQUI)
 
Quando estávamos fechando o preço, chorando para ela fazer o que a galera pagou quando veio, ela disse, "mas vocês estão em 5, está faltando 1". Parece coisa de filme, mas nesse exato momento entrou Hana pela porta, o tempo parece que parou, todo mundo prestou atenção nela e ela então perguntou "Está falntando alguém em algum grupo que eu possa ir?". "Está faltando você"...E assim tínhamos nosso grupo formado: Lenon e eu (2 brasileiros), Angela e Martin ( 2 mexicanos), Julia ( 1 francesa) e Hana (1 alemã) = 6 pessoas que passariam 3 dias, na maioria do tempo num 4x4, junto com o Guia que também era cozinheiro.
 
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 foto: Hana, Julia, Lenon, Marin, Angela e Márcio (eu)
 
Passeio fechado, fomos comprar toucas, luvas, água e snacks para beliscar no passeio entre as refeições.
E tomar outro desayuno. Paramos em um restaurante, que não irei me recordar do nome, estava em reforma, havia um garoto de uns 8 anos atendendo os que chegavam,  muitíssimo simpático e divertido. Nos espantou com o atendimento em inglês na mesa ao lado.
E claro, deixamos uma proprina a ele e demos os parabéns ao seu pai, que víamos sua expressão de orgulho no sorriso estampado no rosto.
 
Bateu as 10h fomos ao local combinado para deixar as mochilas no bagageiro do 4x4.
Você leva durante os passeios o que você for utilizar, porque a mochila cargueira você só vai poder pegá-la no fim do dia quando chegar no hostel que for dormir.
 
E partiu Salar de Uyuni...
 
 
1o dia: Expedição Salar de Uyuni
1a Parada - Cemitério de trens
 
Partimos as 11h00 e seguimos em direção ao Cemitério de trens.
Trens abandonados no meio da planície andina que serviam para transporte de minerais e de pessoas que iriam tentar a vida na Bolívia. E que na década de 40, devido a crise na mineração, os trens foram aqui sendo abandonados, ficando somente o resto de memórias de uma época promissora. E se tornando um dos principais pontos turísticos desse passeio e nossa primeira parada.
 
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Aqui eu já começava a sentir o Soroche (o mal de altitude). Começou com uma dor de cabeça leve. Daí, é um sobe e desce nas carcaças dos trens, pula aqui, pula ali, tira foto pulando 1-2-3-4-5-6 vezes, e teve uma hora que não aguentava mais. Tomei uma Neosaldina, melhorou, mas a dor me acompanhou pelos 3 dias do Salar. Então uma dica, aliás, já emendo 2: Não exagere, uma hora a altitude pega e coma coisas leves, na altitude o nosso metabolismo (pra já que não estamos acostumados com altitude) é mais lento, e qualquer alimento pesado vai fazer mal. Mas acompanhem, essa coisa de alimentação pesada, vai rolar um perrengue na última janta, a da 2o noite, a última, que vai derrubar todo mundo....(spoiler não..kkk).
 
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Ficamos por aqui uns 30-45 minutos. Depois seguimos para a próxima parada.
 
 
2a Parada - Pueblo Cochani
 
Aqui há um museu de Sal e uma feirinha, bem turístico, para comprar lembrancinhas se quiser.
Fizemos uma parada de uns 15 minutos, mas que viraram 25 fácil, fácil.
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Sem muitas fotos, porque só vi mais um lugar pra turista gastar seu dinheiro. Mas da pra ver a precariedade que vive o Pueblo, então, a venda de seus regalos é uma das principais fonte de renda deles.
 
 
3a Parada - Extração de sal - Salinas
 
O nosso guia era assim. Parava o 4x4 no local, explicava, saíamos do carro e visitávamos o local.
Aqui ele explicou sobre a extração de sal. Havia um senhor que fazia os "montinhos" de sal com sua pá. Mas a extração realmente não era ali, era mais a frente que acabamos nem indo visitar.
Então as informações que nos passou foi assim:
'É a maior planície de sal do mundo, com seus quase 11.000 km²; Com suas 11 camadas de sal, entre 2  10 metros de espessura. Tem 120 metro de profundidade e um rico depósito de boro, magnésio e potássio e é a maior reserva de lítio do mundo.'
É incrível o lugar, pra todo o lado que você olha é branco, é sal. Aqui deve usar óculos escuros, pois não se consegue ficar de olhos abertos sem, é ofuscante.
 
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 foto: Aqui, segundo o guia, era onde se fazia a extração de sal
 
Foi uma pena não termos pego o Salar com água. Para tirar fotos incríveis com ele todo espelhado. Mas, fica pra uma próxima.
 
 
4a Parada - Hotel de Sal Playa Blanca
 
De Hotel só ficou o nome, aqui foi o local do nosso almoço. Enquanto o guia prepara nossa mesa de sal, fomos conhecer o local. Do lado de fora é onde tem aquele monte de bandeiras dos países e o monumento do Dakar (miniatura). Dentro do Hotel há uma Lhama, claro que de Sal. Os quartos e um saguão onde estavam as mesas onde iríamos almoçar.
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5a Parada - Salar e fotos em perspectiva
 
Aqui é onde o bicho pega, onde tu fica um bom tempo tentando tirar fotos bacanas, com os dinossauros que o guia leva, com qualquer objeto que você tenha. Aqui vale tudo, até a banana que você leva como snack. O lápis das suas anotações. Vale a criatividade. O problema aqui é FOCO.
 
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 foto: vale tentar estrelinha
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foto: vale segurar o rabo do Godzila para ele não pegar a Hana
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 foto: Mas que no fim, Godzila vence
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6a Parada - Isla del Pescado e um por do sol phodástiko
 
A próxima parada é em uma Ilha, nesse mar de Sal, de onde, lá de cima, se tem uma visão de 360º do Salar.
Aqui há o custo da entrada. Calculei errado a grana e não tinha Bs suficiente. No guichê o atendente disse que fazia câmbio, então, ele fez, literalmente. Entreguei dólar e ele me devolveu bolivianos. Saí de lá na dúvida se tinha mesmo que pagar a entrada e se era ali mesmo que fazia o pagamento. Depois tive que retornar no mesmo lugar, com o mesmo atendente para pagar a entrada. Duas antas. Ele e, claro, eu.
 
Na ilha cresce esse Cactus Gigante, que pode chegar até 10 metros.
 
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Não era pra ser aqui, mas acabamos por ficar pra ver o por do sol. E não importaria onde fosse, foi simplesmente PHODÁSTIKO.
 
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E com esse jogo de cores, fechamos esse primeiro dia de passeio, de imagens sem igual.
 
Gastos:
Chá de coca 10,00 Bs
Café Nunes 40,00 Bs
Desayuno restaurante 40,00 Bs
Passeio Salar Uyuni 3D/2N 700,00 Bs + Transfer Atacama 50,00 Bs
Feira no Pueblo: 1 touca 35,00 Bs / 2 imãs 10,00 Bs / 1 luva 10,00 Bs
Água 2Lts 8,00 Bs
Entrada Isla del Pescado 30,00 Bs
 
TOTAL= 933,00 Bs
Editado por marcioomoraiss
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Agora, Natali Gonzalez disse:

Acompanhando Marcio!!

Estou indo p Bolivia semana que vem, um roteiro quase igual ao seu.

Espero conseguir mais dicas com você!!

::otemo::

Do que precisar e eu puder ajudar é só gritar aqui. Há um grupo no whats que participo, qq coisa, precisando.

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