Mochilão Reggaeton! 29 dias de frio por Bolívia, Chile e Peru!

Normalmente, no terceiro dia de salar, todos acordam as 3h da madruga pra poder ver os gêiseres, nadar nas águas termais e partir pra San Pedro! :'>

Pois bem, nada disso aconteceu! Graças a nossa amiga neve, não pudemos vê-los, nem nadar nas águas termais e muito menos partir pra San Pedro!

Gregório disse que era muito arriscado subir a mais de 5.000m com aquelas condições climáticas e, como a fronteira estava fechada pelo segundo dia seguido, retornaríamos a Uyuni.

Resumindo: acordamos as 7h mesmo. Dor de cabeça reinando e muito, muito, muito frio! Tão frio, que fui passar meu bepantol na boca e ELE TAVA CONGELADO!

Enfim, eu não conseguia nem arrumar minhas coisas direito de tão sofrida que eu tava! Enrolar o saco de dormir foi a 2ª tarefa mais árdua da minha vida (a 1ª foi subir Machu Picchu, pra vcs terem noção).

Enfim, aspirina na mão, cabelo uma nhaca, mesma roupa do dia anterior, fui tomar meu desayuno!

Após o desayuno, todos os carros seguiram juntos para a Laguna Colorada novamente (só que de outro ângulo dessa vez).

Vimos algumas llamas curioso que todas elas estavam todas enfeitadinhas como se fossem sair pra uma festa de llamas, vicuñas e alpacas. (nada engraçado, admito)

Então, saímos do parque e visitamos o Salar Capina, onde os coitados dos mineiros trabalham extraindo bórax, pois dentro do parque é proibido.

Em seguida, fomos ver pinturas rupestres dos incas (ou algo assim), porém tinha que subir uma montanha lá, então Isa e eu ponderamos se era realmente necessário, e fomos as únicas a ficar apreciando a visão lá de baixo mesmo! :'>

Quando o pessoal que não estava sentindo os efeitos da altitude retornou, visitamos um povoado e seguimos para a Laguna Negra, onde pudemos almoçar e fazer “pipi natural”, como Gregório chamava.

Pra ver a Laguna Negra de fato, tinha que fazer uma pequena trilha na montanha. Ao chegar lá, há uma formação de rochas que, usando a imaginação, dá pra ver um crocodilo certinho (engraçado como todas as pedras lá têm que ter o formato de algum tipo de animal).

Depois, nossa última parada do dia foi o Valle de Rocas, onde tem umas mega blaster rochas gigantescas! Muito dahora!

O ruim desse dia foi que não conseguimos fazer o que todo mundo faz, e o bom foi que fizemos o que ninguém faz! Foi um dia “unique”, como Chris gostava de dizer!

Chegamos a Uyuni no fim da tarde, recebemos nosso valor do transfer de volta e fomos voando pra “rodoviária”. Digo “rodoviária” porque os guichês são todos no meio da rua.

Chris e Emily seguiriam pra La Paz e Lauti, para a Argentina. Eu, Isa e Joseph fomos atrás do busão pra Calama.

Na primeira viação que fomos estava esgotado, deu aquela mini taquicardia. Corremos pra próxima, últimos assentos, conseguimos! Sairia as 4h da madruga, horário ótimo! #sqn

Topamos com Amadeu e Daniel (um gringo que eles conheceram na viagem) e eles disseram que estavam no hostel 6 de Febrero (na única praça que tem lá, creio eu). Partimos para lá, e ficamos num quarto de 3 camas, banheiro ótimo e wifi nota 10 (mentira). Mas pra ficar só até de madrugada, dava pro gasto.

Descemos pra jantar exatamente ao lado do hostel (percebam nossa vontade de ficar caçando os melhores preços). O garçom de lá era super agradável, disse que só daria a senha do wifi quando concretizássemos o pedido. Lá encontramos Chris e Emily, nos juntamos a eles e comemos. Barriga cheia, grupo criado no whats, era hora da despedida!

Voltamos ao hostel, tomamos banho com mente aberta e atravessamos a praça pra comprar comida pra café da manhã as 3h e snacks pra viagem!

Atenção! No mercado, dei uma nota de 100 bolivianos e a senhora me deu o troco errado, dizendo que eu tinha dado uma de 50 bolivianos! Eu a corrigi, afirmando que era de 100 e ela ainda me perguntou: “Segura?” e eu disse sem nem piscar “Sí, estoy segura”. Só aí que ela me devolveu certo. São muito espertinhos esses bolivianos! E isso é uma prática recorrente por lá, fiquem alertas!

Saindo de lá, como não resistimos a um artesanato, entramos numa lojinha pra gastar o que não podíamos.

Felizes, contentes e pobres voltamos ao hostel para dormir! Mal sabíamos nós a dor de cabeça que seria o dia seguinte! ãã2::'>

Sobre os gastos:

Passagem para Calama: 90 bolivianos (Viação Frontera - péssima, por sinal)

Diária no maravilhoso Hostel 6 de Febrero: 40 bolivianos

Cheeseburger da janta: 20 bolivianos

Compras no mercado da senhora que se achava esperta: 43 bolivianos

Casaco e gorro: 125 bolivianos (era 145)

* Devolução do valor do transfer: 50 bolivianos

Deve ser péssimo, não por causa do roteiro, pelo fato de tudo ser novo, então tá valendo.

Mas a questão do transfer, foda!

Mas é isso aí, como vou na mesma época, já vou preparado pra isso

Deve ser péssimo, não por causa do roteiro, pelo fato de tudo ser novo, então tá valendo.

Mas a questão do transfer, foda!

 

Mas é isso aí, como vou na mesma época, já vou preparado pra isso

éé, o transfer foi foda! Massss, fazer o que...

isso, tem que ir preparado pra muito frio e uma possível neve kkkkkkkkk

Levantei 2h45 (e digo levantei porque só fui acordar mesmo lá pras 10h), tomei meu desayuno comprado no mercado e saí na madrugada gelada. Encontramos os futuros amigos de Uberlândia na porta do hostel e fomos para a “rodoviária”.

As 4h, nosso ônibus chegou. O moço da cia simplesmente pegou nossas mochilas e tacou lá dentro do bagageiro. Simples assim, sem identificação, sem choro e, muito menos, vela.

Preocupados com o possível roubo de nossas coisas, entramos no ônibus.

Detalhe: sem ter que entregar nossa passagem pra alguém conferir. Muy seguro :'>

Partimos rumo a fronteira. No caminho, tivemos que preencher dois formulários. Chegamos lá umas 7h40. Como no busão não tinha baño, nem em nenhum lugar por ali, fomos procurar algum lugar para fazer “xixi natural” (super agradável). Voltamos ao busão para esperar nossa vez.

Nossa vez chegou, desce todo mundo, entra na fila pra dar saída da Bolívia. Na minha vez, rolou uma tensão pq eu não tava entendendo que papel o tio da fronteira queria, e ele não era nada paciente pra explicar. ãã2::'> Quando entendi, consegui meu carimbo e partimos de volta ao busão. Mais uma vez estávamos em lugar nenhum.

Todo mundo se acomodou, ônibus ligou, atravessamos a fronteira, andamos 10 metros e paramos.

Começava ali todo meu estresse.

Isso era umas 9h40 (porque já estávamos no fuso do Chile, que é uma hora a mais).

Tivemos que aguardar E T E R N A M E N T E para trocar de busão, que nunca chegava.

A gente ficou dentro do ônibus assando viva, aí quando resolvíamos saír, aquele frio. Foi super legal.

11h20 o outro busão deu o ar da graça. Subimos nele e........................... só saímos 12:10.

O real motivo nunca saberemos.

Novamente, andamos quase nada e já paramos, no controle do Chile, desta vez.

Os chilenos são os mais cri-cris. Sem Or!!!!!!!!!!!!!!!!!

Não pode isso, não pode aquilo, não pode entrar com frutas, animais, folha de coca nem pensar.

Ficamos lá E T E R N A M E N T E.

Forma fila aqui, forma fila ali e revista a mochila que eu levei meia hora pra conseguir fechar.

Acabando a burocracia, tem uma tia vendendo comida pro povo que, a essa altura, tá já morrendo de fome. Porém, ninguém tem pesos, ou seja, ninguém pode comprar.

Volta pro busão. Saímos de lá 13h35.

GENTE! Sério! Que viagem demorada, MEL DELS! ãã2::'>

E não era nem por causa da distância, mas sim porque juntou o fato do motorista ser uma lesma, com o fato de estarmos esfomeados e presos naquele calor do inferno, sem contar que meu joelho não parava de doer (sim, descobri durante o mochilão que meu joelho apodrece em viagens longas).

Eu não sabia se dormia, se comia doritos pela 17ª vez, se bebia minha água quente ou se tentava achar uma posição que conseguisse esticar meu joelho podre.

A única coisa que compensava eram as paisagens

Enfim, as 17h chegamos em Calama! ALELUIA IRMÃO. Desci daquele ônibus toda quadrada pra pegar minha mochila.

Meu objetivo era simples: trocar dinheiro, comprar a passagem pra San Pedro e dormir E T E R N A M E N T E.

Maaaaaaaaaaaaaas, não ia ser tão simples assim.

Primeiro que não tinha uma fucking casa de câmbio aberta, porque né, pra nossa sorte era DOMINGO!!!!!!!!!!

Segundo que minha bota esquerda impermeável, super linda e cara, DO NADA começou a sentir raiva do meu pé, e quase me deixou aleijada!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Terceiro que o último busão pra San Pedro era 18h!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Organizei rapidão uma lista de prioridades na minha cabeça:

Dinheiro > Passagem > Comida > Pé. E fui.

Nós 3 + um bando de gringos que também estavam na mesma situação (porém com os pés inteiros) saímos a procura de um caixa 24h.

Anda um quarteirão, não tem, anda dois quarteirões, tá fechado, anda três quarteirões, eu querendo chuta todo mundo, eis que surge um!!!!!!!!!!!! (trombetas divinas tocando ao fundo)

Tentei uma vez, não deu; tentei com Isabella, não deu; pedi socorro a Joseph e conseguimos! Yesssss!

Saquei um valor para nós duas e voltamos mancando/correndo pra rodoviária!

Compramos os últimos assentos praticamente! Yesssss!

Como ainda faltava uma meia hora pra irmos, resolvemos ir comprar algo pra comer. Como eu já não conseguia andar, Isa seguiu seu caminho e eu fiquei com todas as bagagens em um restaurante (não me perguntem pq já não comemos nesse lugar mesmo, porque eu não lembro, mas devia ter um motivo). A garçonete muito agradável queria porque queria me expulsar de lá porque eu não tava consumindo nada, mesmo vendo meu estado deplorável!

Comprei uma fanta pra ela fica quieta!

Isa logo apareceu com um lanche, que dividimos, e partimos pra rodoviária!

Embarcamos as 18h e chegamos em San Pedro do Atacama as 19h40!

Primeira impressão foi horrível, o nosso hostel ficava no fim de uma ladeira e, aparentemente, só tem luz nas ruas do centro. Então, peguei minha lanterna, fingi que a dor no pé não me incomodava e partimos no meio da escuridão.

Chegamos ao Atacama Ancestral!

A senhora que nos atendeu (Sra. Octavia) de imediato disse que não tinha vagas pra nós, pois havíamos chegado um dia depois do reservado. Daí explicamos que nevou no salar e blablablabla, e socorro, pelamordedeus não nos mande lá pra fora!

Ela então fez uma ligação e nos acomodou em um quarto de casal COM banheiro privativo! Por favor, só fiquem em um quarto de casal com banheiro privativo se vocês forem ricos, porque a diária foi a mais cara da vida!

Quando eu havia feito a reserva pelo Booking, tinha escolhido um outro tipo de quarto, que nas minhas contas era bem mais em conta, mas devido a vários fatores como 16 horas de viagem, pé fudido, fome, sono e fedô, nem pensamos nisso.

E com aquele lanchinho de Calama no estômago, capotamos E T E R N A M E N T E, só imaginando como seria o dia seguinte!

Sobre os gastos:

Fanta: 500 pesos

Lanche da salvação: 2.000 pesos (1.000 pra cada)

Passagem pra San Pedro: 3.000 pesos

*Saque de 40.000 pesos no caixa eletrônico (pq eu não fazia ideia de quanto seria a passagem pra San Pedro e nem tava conseguindo raciocinar direito.)

A taxa do banco (no meu caso, Santander) foi de 3.500 pesos.

Em reais, o total do saque + a taxa foi de 233,70! Que daria mais ou menos 186,14 pesos por real. :'>

Eita, Leticia!

Minha ideia até agora era quarto de casal com banheiro privado

Tu lembra por quanto saiu?

Seu relato tá muito muito muito bom

Antes do despertador tocar já estava em pé. Fui tomar banho umas 8h. Isa acordou, tomou banho e fomos para o centro, fechar passeios!

É muito fácil andar em San Pedro! Toda aquela primeira má impressão da noite passada tinha ido embora, pois a cidade é uma graça! Super pequena e bonitinha! Sem falar que é cercada por uma paisagem maravilhosa. Adorei!

Pegamos a rua principal, Caracoles, onde tudo acontece. Paramos em uma agência não-famosa, mas que tinha um moço muito simpático! E brasileiro!

Lá tem várias agências com brasileiros trabalhando. Eles geralmente estão no meio de uma viagem, e estão trabalhando um tempo por lá pra juntar dinheiro e poder continuar viajando.

Ele deu várias dicas de onde comer, trocar dinheiro e tal, nós agradecemos e seguimos pela Caracoles.

Viramos na Toconao, outra rua onde tudo acontece, e já vi a agência Inca North. Como eu já havia pesquisado sobre ela, sabia que era boa. Entramos e era um casal de brasileiros que estava trabalhando lá. Acabamos escolhendo fechar os passeios com eles, primeiro porque achamos que os preços estavam bons, segundo que a agência era conhecida e terceiro que não queríamos ficar enrolando muito e acabar perdendo mais um dia de Atacama. :'>

Escolhemos fazer: Valle de la Luna e Tour Astronômico, naquele dia, e Piedras Rojas com Lagunas Altiplânicas, no próximo. Ele nos deu orientações de onde trocar dinheiro, comer e lavar roupa. Fizemos câmbio de dinheiro, voltamos lá e fechamos tudo. Depois seguimos por uma praça super simpática, perto de uma feira de artesanatos.

Essa feira fica dentro de um túnel. Você atravessa ele e, do outro lado, estão os famosos e barateiros “Los Carritos”, que algumas pessoas já citaram em relatos.

É uma espécie de “Food Truck”, e todos servem basicamente a mesma coisa, bem mais barato do que no centro da cidade. Escolhemos um, sentamos e pedimos um prato e refrigerante. Na tv estava passando New Girl.

Comemos e voltamos ao hostel para arrumar as coisas, já que o primeiro passeio começaria as 16h. Deixamos roupa para lavar em uma das 500 lavanderias que tem pela cidade, comprei uma água de 600 ml, fizemos câmbio novamente e fomos para o ponto de encontro em frente à agência. Quando deu a hora, o guia chegou, pedindo para que todos o seguissem.

Fomos até um estacionamento que fica fora do centro e entramos em um micro-ônibus.

O guia se chamava Paulo, era muito divertido, descontraído e falava as informações em espanhol e em inglês. :'>

Primeira parada: Valle de la Luna. (Antigamente esse passeio era junto com o Valle de la Muerte, mas agora não é mais assim). Paga-se uma taxa pra entrar no Valle: a inteira é 3.000 pesos; mas se vc tiver carteirinha de estudante (não precisa ser ISIC), paga 2.500 pesos.

Lá é muito lindo, muito alto e venta pra caramba. O guia faz uma explicação sobre o lugar e sobre todos os vulcões que vemos ao fundo.

Depois, seguimos para umas cavernas. Quem tem claustrofobia, vai por último na fila. Assim, se a pessoa se sentir mal, retorna e espera no ônibus, disse o guia.

Isa ficou lá atrás.

Todos devem ter lanternas, pois tem umas horas que fica um breu danado lá dentro. E realmente tem umas passagens meio apertadas. Claustrofóbicos atenção

Em seguida, partimos para o lugar onde veríamos a Puesta del Sol.

Gente, ô trem difícil de chegar! ãã2::'> Tão difícil que eu já estava quase repensando se queria mesmo ver o pôr-do-sol. Tinha que subir um morro enorme, na areia fofa e enfrentando um vento de 100 km/h (mentira, não sei a velocidade do vento, mas a sensação era quase essa, ctz).

Depois de muita persistência, conseguimos chegar lá em cima! Yessssss!

No começo tava legal, nossa que lugar bonito, nossa que lugar foda, nossa que lugar maravilhoso. Mas foi passando o tempo e quem disse q esse sol se punha? O vento era uma coisa impressionante e o frio idem, e eu e Isa já estávamos quase sendo arremessadas lá de cima. Ficamos lá na espera eterna, tentando nos esconder do vento que estava deixando a gente com o cabelo de princesa!

Enfim, fiquei tão escondida, fechando o olho pra não entrar areia e tal, que nem consegui pegar o sol se pondo direito.

OQUE??? ATÉ PARECE QUE EU TINHA ESPERADO ATÉ AQUELA HORA PRA NÃO VER O PÔR-DO-SOL!!!

Aí o que fiz? Abandonei Isa e comecei a subir correndo o morro mais e mais, tentando pegar um ângulo melhor da porcaria do sol que tava ali e DO NADA não tava mais.

Fui tirando fotos e seguindo mais pra frente e mais pra frente, até que eu cheguei no fim e MEU DEUS QUE COISA LINDA! E pensar que eu queria descer dali de onde a gente tava!

Conforme o sol vai se pondo, vai acontecendo um fenômeno que tem por lá que se chama: "Cambio de colores” ou “Mudança de Cores”. É realmente impressionante! Muito lindo de se ver!!

Enfim, fiquei tão impressionada com a paisagem que nem me toquei do horário! De repente, faltavam só 10 min pro busão sair e eu tinha que voltar todo aquele caminho de areia fofa, vento na cara e frio do demo! Partiu correr! Saí tesourando todo mundo, morrendo de medo de tropeçar e adeus vida.

Cheguei atrasada, a última a entrar no micro-ônibus, suada, sem fôlego e com aquela vista que jamais vai sair da minha cabeça.

Voltamos para San Pedro umas 18h30.

Mortas de fome, fomos pegar um lanche nos “Los Carritos”. Embrulhamos pra comer no hostel. Apesar de não ter dado a hora ainda, resolvemos passar na lavanderia e, por sorte, nossas roupas já estavam prontas. No caminho de volta, paramos no mercado pra comprar besteira, na rodoviária pra comprar a passagem de busão pra Arica e seguimos para o hostel.

Fomos pra cozinha jantar, e foi a primeira vez que vimos um lanche com abacate no meio. Aparentemente é uma coisa normal por lá. Isa não curtiu muito não, tentou raspar tudo, mas sem muito sucesso.

As 21h30, estávamos prontas para o nosso tour astronômico. Ou, como eles chamavam: "Una noche con las estrellas". Volta de novo pro centro da cidade, no ponto de encontro. Logo já tinha um monte de gente, chegou o guia, subimos no ônibus e partimos pro observatório.

PENSA NUM FRIO.

Correndo o risco de parecer sua mãe, vá muito bem agasalhado!!! :'>

Ao chegar lá, nos sentamos em umas cadeiras que estavam em semicírculo do lado de fora.

Em cada uma delas tinha um cobertor. Depois de nos empacotarmos, foi servido uma taça de vinho chileno pra esquentar. (Se bem que pra esquentar mesmo seria necessário a garrafa inteira)

Há uma rápida apresentação e, em seguida, eles perguntam se você quer o tour em inglês ou em espanhol, pois há mais de um guia. Os grupos se dividem nas suas preferências e aí começa.

O tour se dividiu em 3 partes: nosso grupo começou lá fora, onde o guia explicava sobre alguns eventos celestiais, estrelas, planetas e a lua. Pudemos ver tudo por meio de telescópios ultra power potentes. O problema é que tava MUITO frio, e a esperta aqui não tinha ido com a bota assassina de pés, e sim com uma botinha normal de shopping. Então, meu pé começou a congelar, eu não tava sentindo meus dedos mais, e o guia não parava de achar coisa interessante no céu pra nos mostrar. Fui ficando nervosa e comecei a sambar lá pra ver se circulava o sangue. Vá de bota impermeável, vc que está lendo isso!

Quando o guia finalmente acabou de falar, vem a segunda parte que GRAÇAS A DEUS é dentro de uma casa. Lá é servido chocolate quente e uns docinhos pra comer. Entrei correndo e torcendo pros meus dedos não terem virado uma pedra de gelo.

No quentinho, comecei a senti-los novamente (alívio define).

Enfim, lá dentro há uma apresentação de slides, contando a história do universo, tamanho das estrelas e constelações. É até que interessante, mas a melhor parte PRA MIM era que estávamos num lugar quente!

Quando acaba, ela diz que podemos repetir o chocolate quente e só as duas gordas aqui repetiram! Como a última parte do tour era lá fora novamente, jamais que eu ia sair sem meu chocolate quentinho!

A última parte foi a mais legal! Todos sentamos novamente em semicírculo e o guia nos apontou várias constelações no céu que, diga-se de passagem, estava SENSACIONAL! Ele mostra todas as constelações que já ouvimos falar, e outras que nem imaginava que existia no céu. Uma das partes mais interessantes é quando ele mostra constelações andinas, nas quais pode-se ver llamas e condores! Muito massa!

Maravilhados e semicongelados, 1h da manhã voltamos para o ônibus. O guia pega o nome de todos os hostels pra ir deixando todo mundo nos seus respectivos lugares, o que eu agradeci imensamente.

Chegamos e capotamos, pra variar.

Sobre os gastos:

Valle de la Luna: 10.000 pesos + 2.500 pesos da entrada (estudiante)

Tour Astronômico: 17.000 pesos

Piedras Rojas e lagunas altiplânicas: 35.000 pesos (tem taxas a parte também, mas só pagamos no dia do passeio)

Almoço (pollo a la plancha com arroz e salada): 3.000 pesos

Fanta garrafinha: 1.000 pesos (500 pra cada)

Coca lata: 900 pesos (450 pra cada)

Cesto de roupa cheio pra lavar: 7.000 pesos (3.500 pra cada)

Água pro passeio: 750 pesos

Sanduíche em Los Carritos: 3.500 pesos

Besteiras no mercado: 2.050 pesos

Passagem de ônibus para Arica: 24.200 pesos

Câmbio do dia: 692 pesos por dólar (tem que procurar bastante porque varia de uma pra outra)

Troquei 200 dólares, ou seja, fiquei riquíssima como nunca fui antes.

Nossa, véi! Que céu irado...

Pirei muito nesse tour astronômico.

Já tá anotado haha

Acordamos as 6h, no nosso último dia de Atacama, para fazer Piedras Rojas.

Isa já não estava se sentindo muito bem.

7h30 uma van parou em frente ao hostel para nos buscar. Fomos até aquele mesmo estacionamento do dia anterior, descemos e trocamos por um ônibus.

Ficamos parados lá um tempo, o que por um lado foi bom, pois deu tempo da Isa perceber que não poderia fazer esse passeio. Ela conversou com a guia, explicou que não estava bem e, na hora de partir, o ônibus a deixou em frente nosso hostel.

Enfim, 8h20 saímos definitivamente da cidade.

A guia era ótima, também falava em inglês e espanhol, e durante todo o caminho ia explicando várias coisas interessantes, como, por exemplo, sobre um bosque artificial pelo qual passamos, cujo objetivo era fazer com que a água ali não secasse e pudesse chegar até San Pedro. Também se passávamos por algum animal silvestre, o ônibus parava para que todos pudessem fotografar.

Passamos pelo vulcão Lascar, famoso por lá. Ele é considerado o mais ativo daquela localidade e ainda solta um pouco de fumaça. Sua última erupção foi em 2006. #medinho

As 9h20, chegamos ao povoado de Socaire, nossa primeira parada.

Lá tivemos nosso desayuno, em um restaurante super gracinha. Lá tem baño que, pasmem, é dividido em feminino e masculino.

Partimos as 10h15. Durante o caminho, tiramos fotos de várias vicuñas e viscachas! As viscachas são da família da chinchila, porém se parecem com coelhos - muito fofos!

As 11h45, chegamos finalmente ao Salar de Talar (ou Desierto de Aguas Calientes), onde estavam as famosas Piedras Rojas. Engraçado que a água lá não é nem um pouco “caliente”.

A guia explicou que quem descobriu o lugar, muitos anos atrás, bateu o olho e deu esse nome, achando q era água quente mesmo. Porém, só quando chegou perto viu que era congelante, mas aí né, pra que mudar o nome? Gostei tanto! Fica assim mesmo. :'>

GENTE, juro por tudo que é mais sagrado!!!! O salar, valle de la luna, tour astronômico, etc etc, TUDO FICHINHA! Chegar até a tal da água caliente, isso sim FOI MUITO DIFÍCIL! Além do gelo de matar e altitude monstra, estava UM VENTOOOOOO que vcs não tem noção! Sério.

Que que é aquilo? Fiquei muito indignada e com medo de ninguém notar que eu não havia voltado pro ônibus, já que Isa não estava lá pra avisar a todos.

Tirei várias fotos, sempre tomando cuidado pro meu celular não sair voando, e na hora de voltar, eu não conseguia nem andar direito DE TANTO VENTO! (Percebam meu foco no vento) Não sei se é pq era inverno, ou porque tinha nevado, ou se é assim normalmente, mas já deixo o aviso: VÃO PREPARADOS!

É lindo de morrer, paisagem de deixar o queixo caidérrimo, mas muito desesperador! O ônibus parecia tão longe, e o vento tava tão forte, que eu comecei a refletir quem q sentiria minha falta se eu caísse dura ali.

Andando a passos de tartaruga, fui uma das últimas a chegar ao ônibus. Me acomodei e não conseguia parar de tossir. Sério. Parecia que eu ia cuspir um pulmão pra fora a qualquer momento. E aparentemente só eu tava morrendo, eu ein!

12h30 partimos dali. 13h45 chegamos às lagunas altiplânicas. Ali, Paga-se uma taxa de entrada: a inteira é 3.000 pesos; com carteirinha (que, repito, não precisa ser ISIC) é 2.500 pesos.

Lá visitamos duas Lagunas: Miscanti e Miñiques (cada uma delas tem como plano de fundo um vulcão, que levam os mesmos nomes das lagunas).

A gente passou pela primeira, Miscanti, e seguimos direto para a Miñiques (que significa “pequeno”).

O ônibus para, descem todos. Paisagem inédita mais uma vez, pois o chão estava coberto de neve!!

E foi lá que eu levei meu terceiro fumo da viagem, pois fui tirar foto em local proibido. Parabéns, Letícia!

Depois, retornamos a Laguna Miscanti, para mais fotos. A laguna estava congelada, assim como o caminho para chegar até ela. Eu não levei nenhum escorregão; já algumas pessoas não tiveram a mesma sorte.

14h30 partimos e as 15h estávamos de volta a Socaire, para o almuerzo. Todo mundo sentou em uma mesa bem grande, e cada um podia escolher o prato de sua preferência; tinha uns 5 tipos de pratos pra escolher. Entre pollos, omeletes e sopas, adivinhem qual foi o meu???? FEIJOADAAAAAAAA!

Mimimi você vai pra Bolívia pra comer feijoada mimimi SIM, EU FUI, ME JULGUEM! Única vez que vi feijão na viagem toda! Jamais que eu ia perder essa chance.

Estava muy buena! :'> Só faltou a farofa, couve e uma laranjinha pra dar aquele toque especial.

15h partimos e as 17h chegamos ao Salar de Atacama. Lá paga-se a taxa de 2.500 pesos (sem descontos dessa vez).

Gente, não esperem um salar que nem o de Uyuni! NADA A VER! Achei o de Atacama bonito sim, mas Uyuni é beeeeeeeeem mais maravilhoso!!

A guia então faz um tour por ele, explicando várias coisas como, por exemplo, porque tem flamingos mais rosas que outros. Ela também explicou que o salar de Atacama é bem mais seco que o de Uyuni, fazendo com que a extração de lítio ali seja maior, apesar de a maior reserva de lítio do mundo estar em Uyuni (50% do valor mundial).

Lá, visitamos a laguna Chaxa. O pôr-do-sol foi ali mesmo, o qual eu nunca esquecerei, porque foi sensacional! O sol e as montanhas estavam refletidos na água, causando um efeito muito lindo de se ver! Tentei tirar várias fotos pra tentar transmitir minha emoção, mas só ao vivo mesmo pra sentir!

Mais uma vez pudemos ver o Cambio de Colores (quase escorreu uma lágrima) e as 18h partimos de volta a cidade.

Lá pelas 19h30, estava no hostel. Isa havia mudado de quarto e pagado meia diária para poder ficar lá.

Ela disse que voltou na agência para ver se pegava o dinheiro do tour de volta, e eles disseram que precisava de atestado médico. Ela foi ao hospital de lá, conseguiu, mas eles falaram que precisaria do recibo do passeio que, por azar, estava comigo. Assim que eu cheguei lá, ela pegou o recibo, voltou lá rapidão e eles devolveram 80% do valor. :'> Enquanto isso, tomei banho e arrumei minhas coisas para deixar o deserto.

Saímos as 21h pra pegar o busão e, no caminho, paramos num mercadinho pra comprar bolacha. Entramos no ônibus, sentamos, nos acomodamos e DO NADA um som alto quebra o silêncio. Um cara, dois bancos pra trás do nosso, começa a roncar muuuuuuuito alto!! Uma coisa que eu nunca tinha visto na minha vida! Certeza que ele tinha algum tipo de disfunção, porque não é possível que aquilo era normal. No começo estava engraçado, mas depois veio o pensamento “a viagem vai ser longa”.

Partimos as 21h30.

Sobre os gastos:

Taxa de entrada nas Lagunas: 2.500 pesos (estudiante)

Taxa de entrada no Salar de Atacama: 2.500 pesos

Bolacha no mercadinho: 800 pesos

Parabéns pela rapidez que está disponibilizando esse relato, não precisa nem ficar no seu pé pelo próximo capítulo. Já é meu preferido disparado!!

Esse tour astronômico parece muito show! ele acontece muito longe da cidade? o ceu na cidade é sempre lindo assim tambem?

Cara, essa viagem é TOP DEMAIS!! Fui em Maio, fiquei 25 dias rodando por aquelas bandas sul americanas kkkk, e digo, que EXPERIÊNCIA MAGNIFICA!!

Vc relatando seus fatos eu lembrei dos nossos perrengues ... estávamos em 11 pessoas, então imagina a logística no salar, nos carros, hosteis, busões kkkk, muitas risadas!! Deu saudades desses lugares e da galera...

Pra fazer um relato bem detalhado assim precisa ter paciência... parabéns!!

O mais bacana desse roteiro é q vc acaba indo e ajudando milhares de pessoas que ficam interessadas em conhecer!! O banco de dados do mochileiros esta sensacional pra essa viagem, quase tudo mastigadinho.

Só a título de curiosidade, outro dia vi sem querer no site da CVC o preço pra conhecer só o Salar de UYUNI, a bagatela estava em quase R$ 12 mil reais!!