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Relato - Trekking Ferrovia do Trigo - Guaporé a Muçum


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  • Membros

E ai pessoal blz?

Como utilizo o forúm de diversas maneiras, pensei que seria interessante contribuir também. Com um relato sobre a caminhada que fizemos no dia 10 e 11 de Janeiro de 2012. A caminhada contou com 4 participantes. Todos já conheciamos a região atráves de outras caminhadas e de outras aventuras, porém nunca acampamos lá. Inclusive na mesma semana de Janeiro do ano de 2011 fizemos uma caminhada lá de 25Km, porém sem acampamento. Sei que o relato está extenso de mais, mas é difícel escrever pouco sobre uma aventura tão boa quanto essa que a Ferrovia do Trigo nos proporciou, quem ja fez essa caminhada sabe como é.

 

1ª Parte

Nossa aventura começa no dia 10/01 as 6:40hrs, na Rodoviária de Lajeado, onde eu, Felipe e Moisés pegamos o ônibus com destino a Guaporé. Na cidade seguinte em Arroio do Meio, Rafael e Francisco embarcaram no mesmo ônibus. O plano era começar de Guaporé a Muçum, para para almoçar no Mula Preta, seguir até o V13, e acampar sob o V13. Fazendo no primeiro dia 32Km. No segundo dia continuar do V13 até Muçum, fazendo então os 16 Km restante.

 

Desembarcamos no trevo de Guaporé as 08:55 hrs. Subimos no trilhos e paramos em seguida para passarmos protetor, feito isso oficialmente começava nossa caminhada nos trilhos as 09:20 Hrs. Caminha-se aproximadamente 1 hora até chegar ao primeiro túnel. Nessa primeira parte não tem nada de magnífico de ver, mas os lugares e as paisagens são maravilhosos. Árvores bem distribuidas que geram belas paisagens. Longas retas, ora no sol ora na sombra, com verdadeiros tuneis de árvores que proporcionavam uma bela sombra. Lugares abertos tornando os trilhos abertos e descapados, em outros momentos, com mata mais fechada, fazendo passar que ali estava abandonado a anos. Altos paredões rasgados ao meio pelos trilhos. Muito interessante.

 

Exatamente às 13:30 hrs chegamos ao Mula Preta. O tão famoso viaduto metálico que faz jus a sua fama. Eu já conhecia ele e a região em torno dele, o que me impressionou foi o Arroio Mula Preta, que passar por baixo dele estava seco, apenas um pequeno filete de àgua.

 

 

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Tuneis aparentemente abandonados.

 

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Trilhos que se perdem em meio a mata nativa.

 

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Longas e interminaveis retas.

 

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Viaduto Mula Preta

 

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Arroio em baixo do viaduto Mula Preta, praticamente Seco.

 

 

2ª Parte

Começava ai na minha opinião a parte mais bonita e interessante da caminhada. Do Mula Preta até o V13. Queriamos uma sombra com água para almoçar, mas eu já suspeitava que a água para nos refrescar iriamos encontrar somente no V13. Então atravessamos o Mula Preta, atravessamos o tunel após ele, o túnel de pouco mais de 2Km. No seu interior tem uma abertura na parte de cima e uma na parte lateral. Saindo dele tem us dutos com água que para nossa surpresa estavam secos. Seguimos mais um pouco e paramos para almoçar na estação abandonada de Dois Lajeado. Logo em seguida passamos o Viaduto Pesseguinho.

 

Seguimos pela tarde através da parte com maior numero de tuneis e viadutos. Todas as fontes de água e arroios estavam secos. Fomos surprendidos duas vezes dentro dos tuneis pelo trem de manutenção, mas até ver o trem ninguem sabe se é a manutenção ou se é o trem mesmo. Aí é sempre aquele ritual –“ Para. Tão escutando? E é o trem.” Ai é aquele corre e corre para achar os refugios. Hehehe... É uma sensação muito interessante. A adrenalina vai a mil, até se descobrir que é só o trem de manutenção e ai a adrenalina já baixa de novo. Eram 18:55 hra quando chegamos no V13. Chegamos no V13 sem água que a havia terminado a 1Km átras. Levamos cada um de casa 2,5 Litros de água e não foi o suficiente. Apreciamos um pouco a vista e descemos para procurar lugar para acampar, discansar e tomar um belo e relaxante banho no rio Guaporé. La em baixo pegamos duas Coca-Cola e fomos até o rio Guaporé para relaxar, aquelas duas Coca-Cola foram tomadas em menos de 10 minutos.

 

Pouco depois das 20:00 hrs quando saimos da água e fomos montar nosso acampamento. Quando chegamos lá vimos mais 3 pessoas que estavam fazendo a caminhada no caminho inverso, de Muçum a Guaporé. Um deles veio falar com nós e para a nossa surpresa eles eram do Rio de Janeiro, e tinham vindo de carro para fazer a caminhada, mas falaram que tava dificel devido ao calor e ao peso da mochila. Para a janta que foram deliciosos Miojos, e depois da janta, foram tomados mais 2 litrões de Coca, o que gerou em um total de 8 Litros de Coca para 4 pessoas. Passamos muito calor durante o dia, nada para se resfriar e com água limitada. Daí a vontade de tomar esses 8 Litros hehehe... 8 Litros com mais um monte de água também.

 

Era 00:20 quando escutamos um barulho diferente, saimos todos correndo das barracas com as máquinas nas mãos e vimos lá de baixo do V13 uma bela composição com 80 vagões e 2 locomotivas. Tiramos varias fotos e fizemos um vídeo, mas infelizmente nada para olhar já que estava escuro, apenas se escuta a buzinada do trem. Lá por 04:10 outro trem, mas desta vez ninguem saiu da barraca, estavamos muito cansado.

 

 

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Dutos secos, sem nenhuma água.

 

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Estação abandonada de Dois Lajeado.

 

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Viaduto Pesseguinho.

 

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Trem de manutenção que provocou um certo "corre-corre" dentro do túnel até achar os refúgios.

 

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Viaduto V13, apartir do Rio Guaporé. Detalhe do arroio seco que passa abaixo do V13.

 

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Rio Guaporé, santo Rio Guaporé... belo banho para refrescar.

 

 

3ª Parte

No dia seguinte, acordamos 6:30, levantamos o acampamento e fomos direto para o V13, optamos por tomar café lá, já que igual teriamos que parar descansar, pois da base do V13 até la em cima são entorno de 1,5 Km bem íngremes. Logo em seguida os cariocas apareceram por lá tambem, mas nos deram a notícia de que um dos integrantres deles tinha desistido. Iria pegar carona até Muçum e pegar o carro. Então nos despedimos e começamos o nossos últimos 16 Km rumo a Muçum. Essa parte do trajeto ninguem conhecia.

 

Muito bonita essa segunda parte. O rio Guaporé sempre ao lado proporcionando belas paisagens e nos fazendo imaginar estar naquelas águas tomando um bom banho para refrescar o calor que concerteza estava na casa do 38°C. Nesse trajeto a engenharia do homem se une com a engenharia da natureza e forma paisagem e lances perfeitos para boas fotos. O mais dificel são as retas... interminaveis retas. A maior contamos quase 1,5Km de reta em pleno sol de dereter até as ídeias do peão.

 

Avistamos a placa de Muçum e logo adiante a estação de Muçum. Parecia que todos os ânimos e forças tinhas se renovado. Fizemos a despedida dos trilhos e rumamos em direção ao centro, onde tiramos mais algumas fotos e derrubamos mais 2 Coca. Dentro do ônibus de volta para casa, já começaram as conversar para onde sera a próxima caminhada. Mesmo com os pés cheios de bolhas e calos, com sede até as orelhas e muito cansados... a vontade já era de uma próxima aventura.

 

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Começo do 2º dia.

 

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Longas retas, mas está com sombra.

 

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Belas paisagens proporcionadas pela engenharia do homem e da natureza.

 

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Rochedo rasgado pelos trilhos.

 

OBSERVAÇÕES:

-->Já conheciamos a região, inclusive no mês de Janeiro. Mas nunca pegamos ela assim tão seca. Isso concerteza se da a estiagem que atinge todo o estado. Todos os arroios, cascatas e cachoeiras, secos... sem condições de proporcionar nada, nem um banho, nem uma refrescada, nem se quer lavar as mãos.

 

-->As mangueiras de água para beber que ficam na ferrovia, todas elas secas, sem nenhuma gota de água.

Levamos 2,5L de água cada um, mas tranquilamente poderiamos levar 3,5L cada. O problema foi o peso das mochilas. A minha com 2,5L de água, eu pesei em casa e deram pouco mais de 12Kg. E essa foi a mais pesada.

 

-->Vamos fazer de novo esse ano a caminhada. Queremos encontrar pelo menos um trêm nos trilhos mesmo, e não debaixo do V13. E quando não tiver estiagem, pois ai se aproveita mais a natureza da região.

Isso foi um teste de resistência para nós. Muito calor, pela casa dos 38°C e pouca água. Foi sem dúvida a coisa mais desgastante para o corpo que já fiz, mas atribuo esse desgaste todo a estiagem, já que ano passado fizemos isso na mesma semana do ano e não passamos nem a metade do desgaste desse ano.

 

Espero que tenham gostado do relato e das fotos. E que sirva de incentivo para que outros provem dessa bela experiencia que é a Travessia de Guaporé a Muçum pela Ferrovia do Trigo.

Em breve postarei mais fotos.

Valeu galera!!!

Té mais.

Editado por Visitante
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  • Membros de Honra

Olá Felipe!

 

Grande pernada! Bacana mesmo. Parabéns pelo relato, que também ficou muito bom!

Há tempos venho acompanhando os relatos desta caminhada pelos trilhos e desde então ela povoa minha lista de "desejos" de trips interessantes a fazer. Quem sabe durante este ano eu dê uma esticada ao RS e ponha em prática essa idéia. É uma região muito bonita e abençoada pela natureza.

 

Abraço!

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  • 1 mês depois...
  • Membros

Ótimo relato. Já fiz essa caminhada em abril do ano passado. É impressionante quanto a "paisagem muda", pois encontrei muita água pelo caminho, bastava apenas algumas pílulas de clorin para tratar a água e consumí-la, facilitando a caminhada.

O calor deve ter sido mesmo desgastante....

Pretendo fazê-la novamente esse ano e recomendo para todos que gostam de aventura, desafio e exuberantes paisagens.

Abraço.

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  • 2 semanas depois...
  • Membros
Ótimo relato. Já fiz essa caminhada em abril do ano passado. É impressionante quanto a "paisagem muda", pois encontrei muita água pelo caminho, bastava apenas algumas pílulas de clorin para tratar a água e consumí-la, facilitando a caminhada.

O calor deve ter sido mesmo desgastante....

Pretendo fazê-la novamente esse ano e recomendo para todos que gostam de aventura, desafio e exuberantes paisagens.

Abraço.

 

Valeu Adrvanz.

Cara impresionante mesmo essa falta de água. Pretendo fazer ainda essa travessia com um clima mais agradavel e em 3 dias para aproveitar mais. Pois o calor foi de matar.

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  • 3 semanas depois...
  • Colaboradores

E aí pessoal,também já fizemos esta travessia e se tudo der certo faremos novamente em breve.Realmente descer de Guaporé é mais facil,pois a ferrovia apresenta uma inclinação constante de 3 graus positivos desde Colinas.Já fizemos todo trajeto desde Guaporé até o Porto de Estrela e também Colinas-Teutonia,mas o trajeto mais intocado e bonito ao meu ver é do Mula Preta até o V 13.Vale muito a pena

Abraços Claudio

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  • Membros

Muito bom seu relato, eu ja realizei esta caminhada, da mesma forma que vc viu o trem passando duas vezes a noite com mais de 80 vagões, eu tb ví, mas a diferença é que nosso acampamento ficava a 2 metros dos trilhos.....

Gostamos tanto que este sábado dia 21/04/2012 estaremos indo novamente com uma galera de 12 pessoas, entre homens e mulheres....

Se alguem estiver indo no mesmo dia, iremos nos encontrar certo...

 

Abraços

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