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Trilha Choquequirao - Machu Picchu [6 dias]


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Essa eh uma trilha bem menos conhecida e frequentada do que a Trilha Inca e a Salkantay, porem, alem de visitar a cidade-irma de Machu Picchu - Choquequirao - ela passa por cenarios deslumbrantes e pouco tocados pelo homem, possibilitando uma imersao muito maior com a natureza e com os povos andinos que la habitam. A desvantagem eh que leva mais tempo para completar, e necessita de um preparo fisico maior.

Como ir: A trilha pode ser feita por conta propria, mas eu recomendaria um guia pois ha muitos pontos mal sinalizados, onde fica dificil de saber por onde seguir. Sem contar que as noites sao dormidas em vilarejos da regiao, onde as pessoas so falam Quechua, nao Espanhol. Nos contratamos um guia local de Cusco, dica do dono do albergue onde estavamos, coisa bem informal, mas o cara foi otimo. Deu o preco dele, nao lembro quanto mas nao foi caro, e com isso arranjou a comida, transporte, equipamentos de cozinha e ainda umas barracas (que nao tinhamos). Eu sei que ha agencias que fazem o trajeto tambem, mas nao sei quais.

Dia 1

Pegamos uma van de Cusco para a vila de Cachora, uns 150km de estrada (levou a manha inteira pra chegar). La comemos um almoco cedo num restaurante, o guia alugou um jegue para levar a comida, barracas e equipamentos de cozinha, e la pra meio-dia iniciamos. O primeiro dia eh comprido, da quase 18km, mas eh beirando um vale e nao tem muita subida e descida. A trilha em si eh bem demarcada, larga o suficiente para duas pessoas andarem lado a lado, e facil de manter o pe.

Iniciamos cruzando um rio proximo a Cachora e aos poucos subindo a encosta de uma montanha, mas quase nao se sente a subida pois ela eh bem pouco ingreme (de 2.750m a 2.900m). No topo da montanha ha um mirante, mas que na real eh desnecessario pois da pra ver bem a paisagem durante todo o percurso. Depois dele eh uma descida leve ate um camping chamado Chiquisca (1.830m), onde paramos para dormir. Chegamos la no entardecer, deve ter dado ao todo umas 5 horas de caminhada.

Nao tem muito o que dizer do primeiro dia, eh um aquecimento para o que vem depois, com muita oportunidade de curtir a paisagem de vales, no geral um dia bem agradavel.

Distancia: 17,7 km
Tempo: 5 h

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Dia 2

Nao eh um dia muito comprido, entao pudemos acordar com o sol raiando e tomar um cafe com calma. O que eh bom, pois aqui que a coisa comeca a ficar mais pesada. O camping de Chiquisca eh meio caminho descendo a montanha, e no comeco desse dia descemos o restante ate a beira do rio (1.460m), num local chamado Playa Rosalina. O rio tem as aguas verde-claras e o local em si eh bem agradavel para fazer uma parada e um lanche.

Recuperadas as energias, atravessa-se a ponte para a base da montanha onde fica Choquequirao, e aqui comeca uma ladeira em zigue-zague interminavel. Sao cerca de 6km de pirambeira, ingreme e com muitas pedras soltas, entao eh bom ter cuidado onde pisa. Tem apenas um ponto de descanso na trilha toda, sem nenhum ponto de agua (encham o cantil no rio antes), e eh subida sem fim. O objetivo do dia eh chegar no vilarejo Marampata (2.920m), proximo a entrada de Choquequirao, onde se monta o acampamento.

Como a distancia total nao eh muita, pode-se ir num ritmo mais lento, para nao se desgastar demais. Um colega tentou ir num ritmo mais puxado e acabou estourando a batata da perna, passando o restante dos dias debilitado. Eu fui num ritmo tranquilo, parando de quando em quando, e cheguei ao destino no meio da tarde, com varias horas de sol sobrando. Creio que tenha dado umas 4h de subida, mais 1h30 de Chiquisca ate a ponte.

O local de camping eh bem vasto, com uma vista linda para o vale, so que ja eh bem mais precario em termos de infraestrutura. Como esse meu colega estourou a perna, nao estava conseguindo carregar a mochila mais, entao o guia contratou um segundo jegue na vila para carregar a mochila dele. E como ja estava pago os demais aproveitamos para por nossas mochilas no jegue tambem, entao #FicaADica caso cheguem aqui e estejam achando o passeio muito pesado.

Distancia: 8,6 km
Tempo: 5h30

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Editado por robertofig85
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Dia 3

Acordamos antes do sol raiar, pois esse eh o dia mais comprido do passeio. Uma vantagem eh que de Marampata da pra ver o vale todo coberto de nevoa, da aquela impressao de estar acima das nuvens. Tomado o cafe, iniciamos uma breve trilha de 40 min ate a entrada do parque de Choquequirao (felizmente Marampata esta na mesma altura, entao eh quase so reta). A entrada eh uma cabana bem simples, com um funcionario do governo checando passaporte.

Choquequirao eh bem mais espalhada que Machu Picchu, e tem ruinas dos dois lados da montanha, entao tem que bater um pouco de perna pra ver tudo. Mas eh muito bonita tambem, de um jeito diferente de MP, com ruinas entremeadas a vegetacao e a paisagem. Da uma sensacao mais forte de estar descobrindo os restos de uma civilizacao perdida do que MP, que tem mais aquela cara de cidade. Enfim, ficamos em torno de 1h30 na parte central de Choquequirao, e seguimos adiante montanha acima.

O objetivo deste dia eh cruzar a montanha pro outro lado, descer ate a base do rio, e subir a montanha seguinte ate um ponto de acampamento. Eh chao que nao acaba mais, o dia mais puxado do passeio na minha opiniao, entao eh bom estar mentalmente preparado. O primeiro cume eh proximo a area central de Choquequirao, 300m morro acima, facil de subir porem o caminho eh muito mal demarcado, tem partes que passa no meio da mata e so um guia pra dizer por onde seguir.

Apos o cume a 3.330m, eh morro abaixo ate a base da montanha, no Rio Blanco, a 1.876m. Por mais que seja descida nao subestimem, eh muito cansativo e ingreme, porem numa trilha boa de se andar. No caminho da pra ver mais ruinas de Choquequirao e outras mais modernas, como uma serralheria abandonada, e um campo de futebol a beira do penhasco. Pobre de quem isola a bola e tem de descer a montanha pra pegar...

Chegamos no Rio Blanco por volta das 13h, e famintos. Bom que la tem uma prainha pra descancar e almocar. E descanco eh necessario, pois a segunda parte do dia eh montanha acima ate o vilarejo de Maizal, a 2.987m, onde monta-se acampamento. E nao tem muito como otimizar nao, pois nao tem nenhum outro ponto de camping por perto. Algumas pessoas do grupo queriam acampar ali na praia mesmo, que era um cantinho bem gostoso, so que o guia falou que se chove a montante o rio alaga a praia inteira em minutos, entao sem chance.

A subida eh bem longa e ingreme, mas boa. Tem alguns pontos mais perigosos onde a trilha fica bem estreita, mas no geral eh mais facil que a subida do dia anterior. Eh vegetacao fechada entretanto, entao nao tem muito em termos de paisagem. Parte do grupo foi na frente com o guia, enquanto eu e outro ficamos pra tras para acompanhar o colega que havia estourado a perna. Era 20 passos acompanhados de 5 minutos de parada. Pra nossa sorte, la pras tantas desceu uma menina com um jegue, que o guia contratou em Maizal para ajudar a trazer esse colega debilitado, entao eh bom ter em mente que isso eh uma possibilidade. Todas as vilas no caminho tem jegues e cavalos para transporte que voce pode alugar (se nao estiverem todos ocupados ja).

O colega e a menina montaram no burrinho e la se foram, e eu e o outro rapaz continuamos a trilha num ritmo mais acelerado, o que nao impediu que chegassemos em Maizal a noite somente. Sorte que era lua cheia, pois ha bifurcacoes no caminho que ja sao dificeis de enxergar durante o dia, que dira no escuro.

Distancia: 15,8 km
Tempo: 8 ~ 10 h (depende de quanto tempo ficar em Choquequirao)

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Dia 4

O quarto dia nao eh tao comprido quanto o terceiro, mas eh igualmente arduo. Maizal esta na metade da montanha, a 2.987m, enquanto o cume esta a 4.127m, entao ainda ha chao. Acordamos com o raiar do sol, tomamos cafe e da-lhe montanha acima.

A segunda parte da montanha eh mais interessante que a primeira, com vegetacao mais densa em certas partes (lembrando um clima de mata atlantica), e vista desobstruida do vale em outras. Ainda assim eh bem pesado, e eu cruzei com 3 nativos fazendo o caminho inverso, e quando perguntava quanto faltava para o cume, todos falavam 40 minutos, mesmo tendo passado horas entre o encontro com um e outro. Quando apontei isso pro ultimo, ele riu e disse que os outros haviam dado o "tempo peruano", mas que pra estrangeiro a estimativa tinha de ser o triplo rs.

Foram umas 5h de caminhada ate chegar ao Passo San Juan, no topo. Ali paramos para almocar e aproveitar a vista linda de todas as montanhas e vales ao nosso redor. Ali tambem conheci um casal mais coroa de dinamarqueses, que estavam fazendo o mesmo percurso que nos, so que a cavalo. Definitivamente pareceu bem mais agradavel, mas a pessoa tambem tem de estar acostumada a sentar na sela por horas a fio.

Acabado o almoco descemos pelo outro lado da montanha, destino ao vilarejo de Yanama (3.520m), onde iriamos acampar pelo dia. Uma descida bem menos ardua e ingreme que a do dia anterior, mas tambem mais comprida. Pouca vegetacao e muito sol na cabeca, parecia um deserto de pedra, bem interessante. Passamos tambem por varias minas abandonadas pelo caminho, meio cenario de filme de terror. Mas no geral eh uma descida gostosa, e muito bonita.

Chegamos a Yanama no meio da tarde, ainda com sol suficiente para tomar um gelado - porem delicioso - banho de rio. A vila eh bem espalhada ao longo de toda a encosta da montanha e bem agradavel, todo o vale aqui eh mais plano e longinquo, o que foi uma bem-vinda mudanca de ares das encostas ingremes dos ultimos dias. Deu tempo de descancar e jogar domino com alguns moradores da vila, o primeiro descanso de verdade em dias.

Distancia: 10,2 km
Tempo: 7h

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Dia 5

Amanhecemos cedo, pois esse eh outro dia comprido. Eh inclusive o maior percurso, totalizando quase 44km. Apesar disso, a maior parte eh de ascencoes e descidas leves, e acaba nao sendo nem de perto tao cansativo. Alem da paisagem ser exuberante, eh o dia mais bonito de todo o passeio.

Apos o cafe, iniciamos a jornada vale acima, beirando o rio, inclusive cruzando ele varias vezes por pontes. Essa caminhada com o sol raiando foi espetacular. Sao uns 8km ate o topo do vale, onde comeca a ascencao de mais uma montanha. Nao eh tao alta entretanto, 500m de subida ate o cume a 4.650m. A trilha eh pouco ingreme, com bastante zigue-zague, porem eh uma montanha inteiramente de pedra, sem vegetacao nenhuma, o que faz com que o caminho esteja coberto por uma camada de pedrinhas e areia que exige uma certa atencao no pisar.

O topo da montanha eh coberto de neve (pelo menos no inverno) e faz bastante frio, um frio nivel Bolivia, entao eh bom se agasalhar durante a subida. Nao durou muito entretanto, pois cumamos e ja comecamos a descer do outro lado, um vale tao extenso quanto o que haviamos subido de manha. Dessa parte do passeio da pra ver o monte Salkantay ao fundo, e o objetivo do dia eh chegar na vila Colpapampa, onde a nossa trilha se encontra com a Trilha Salkantay.

Colpapampa esta a 2.800m, ou seja, sao quase 2km de descida na vertical, e uns 15 na horizontal. Apesar disso foi uma das partes mais faceis de todo o passeio, o vale eh bonito e bastante arborizado, a trilha eh firme e facil de seguir, e sem perigo de se perder. Tambem comeca-se a entrar numa parte mais populosa da regiao, passa-se por pequenos sitios, varias casas a beira do rio, e ve-se a populacao local trabalhando, andando a cavalo, etc.

Colpapampa em si ja tem cara de vila mesmo, com lojas e tudo mais. Tem inclusive um camping enorme la, que recebe os turistas de Salkantay, porem nos acampamos num descampado proximo ao rio, na saida da vila, pois ali do lado tem uma casa de aguas termais que foi divina para relaxarmos depois da trilha. Ficamos horas la na piscina de agua quentinha, enquanto nosso guia subiu pra Colpapampa e bebeu que nem um gamba. Voltou ao fim do dia, pra la de Marraquexe, tendo esquecido como se fala Espanhol e so falando Quechua com a gente. E mesmo sem falarmos a lingua dava pra ver que ele estava se enrolando todo, rs.

Assim que ele chegou comecou a chover cantaros, e o acampamento nao estava montado ainda, e foi cada um por si. Jantar cancelado, montando barraca na chuva, entramos pra dentro correndo e eh tentar dormir. Nada feito, a chuva virou uma tempestade, comecou a relampejar horrores e o vento quase virou a nossa barraca, conosco dentro e tudo. Na tentativa de segurar ela uma das arestas quebrou e ela colapsou em cima de nos, eramos 3 la dentro e saimos na pressa, no meio do breu e da chuva, tentar achar um local pra se abrigar. No fim acabamos pulando o portao da casa de banho e dormimos nos trocadores, meio deitados e meio em pe. Que noite! Moral da historia: ficar menos tempo na piscina e ir dormir em Colpapampa, rsrs.

Distancia: 43,7 km
Tempo: 8h

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Dia 6

Acordamos com o raiar do sol, e com a filha dos donos da casa de banho nos encarando. Pedimos desculpas pela intrusao e atravessamos de volta o rio pra encontrar o restante do grupo cujas barracas nao desmoronaram. Ainda assim estava todo mundo um caco, e o guia com uma ressaca braba. Acho que ele ficou com preguica de cozinhar e inventou que a comida havia acabado (mentira), entao o cafe da manha foi pipoca com suco de groselha (na verdade um xarope derretido). Refeicao digna de reis.

Tendo secado o que podiamos, armamos as barracas e as mochilas, e la nos fomos vale abaixo. Nesse ponto o jegue extra contratado para levar as mochilas tinha de voltar, entao voltamos a carregar tudo nas costas. Sem grilo, o sexto dia eh o mais facil do passeio, praticamente uma volta olimpica. De Colpapampa ate Aguas Calientes ha varios trajetos, mas o mais comum eh chegar a cidade de Santa Teresa e pegar o trem la.

Andar ate Santa Teresa eh uma possibilidade, sao uns 25km de terreno praticamente plano, beirando o rio, fichinha se comparado com os dias anteriores, porem o ultimo trem para Aguas Calientes passava por Santa Teresa as 15h, e como saimos tarde de Colpapampa (pra dar tempo do sol secar um pouco as nossas coisas), acabamos parando na metade do caminho no vilarejo de La Playa, onde almocamos e pagando uma van de transporte ate a estacao.

Mas na real, nao foi tao ruim ter acabado a trilha um pouco antes. Essa ultima parte ja eh mais urbanizada e menos interessante que as demais, proximo a La Playa ja estavamos andando na beira de estrada, com caminhao passando e tudo mais, nao muito agradavel. Teria sido legar ter chegado em Santa Teresa a pe, mas nao diminuiu em nada o restante do passeio, que foi sensacional!

Distancia: 13,6 km
Tempo: 4h

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Em 27/06/2022 em 08:58, SalgadoSJC disse:

bom demais, tem o contato do guia ?

Nao tenho, quem apresentou o guia foi o dono do albergue ali na hora, bem coisa de cumpadres.

Mas nao acredito que seja dificil arranjar outros la em Cusco. Nao eh tao popular quanto outras trilhas, mas nao eh tao desconhecida assim.

Por ex, achei essa empresa aqui na internet: https://www.choquequiraotravel.com/es/caminata-choquequirao-a-machu-picchu/

Hoje em dia eu iria com uma agencia ao invez de um guia avulso, porque a regiao eh bem erma, se der algum perrengue nao da pra ficar na mao de alguem desconhecido. Mas claro, guia avulso eh bem mais barato.

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  • 1 ano depois...
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Em 25/06/2022 em 15:36, robertofig85 disse:

Dia 5

Amanhecemos cedo, pois esse eh outro dia comprido. Eh inclusive o maior percurso, totalizando quase 44km. Apesar disso, a maior parte eh de ascencoes e descidas leves, e acaba nao sendo nem de perto tao cansativo. Alem da paisagem ser exuberante, eh o dia mais bonito de todo o passeio.

Apos o cafe, iniciamos a jornada vale acima, beirando o rio, inclusive cruzando ele varias vezes por pontes. Essa caminhada com o sol raiando foi espetacular. Sao uns 8km ate o topo do vale, onde comeca a ascencao de mais uma montanha. Nao eh tao alta entretanto, 500m de subida ate o cume a 4.650m. A trilha eh pouco ingreme, com bastante zigue-zague, porem eh uma montanha inteiramente de pedra, sem vegetacao nenhuma, o que faz com que o caminho esteja coberto por uma camada de pedrinhas e areia que exige uma certa atencao no pisar.

O topo da montanha eh coberto de neve (pelo menos no inverno) e faz bastante frio, um frio nivel Bolivia, entao eh bom se agasalhar durante a subida. Nao durou muito entretanto, pois cumamos e ja comecamos a descer do outro lado, um vale tao extenso quanto o que haviamos subido de manha. Dessa parte do passeio da pra ver o monte Salkantay ao fundo, e o objetivo do dia eh chegar na vila Colpapampa, onde a nossa trilha se encontra com a Trilha Salkantay.

Colpapampa esta a 2.800m, ou seja, sao quase 2km de descida na vertical, e uns 15 na horizontal. Apesar disso foi uma das partes mais faceis de todo o passeio, o vale eh bonito e bastante arborizado, a trilha eh firme e facil de seguir, e sem perigo de se perder. Tambem comeca-se a entrar numa parte mais populosa da regiao, passa-se por pequenos sitios, varias casas a beira do rio, e ve-se a populacao local trabalhando, andando a cavalo, etc.

Colpapampa em si ja tem cara de vila mesmo, com lojas e tudo mais. Tem inclusive um camping enorme la, que recebe os turistas de Salkantay, porem nos acampamos num descampado proximo ao rio, na saida da vila, pois ali do lado tem uma casa de aguas termais que foi divina para relaxarmos depois da trilha. Ficamos horas la na piscina de agua quentinha, enquanto nosso guia subiu pra Colpapampa e bebeu que nem um gamba. Voltou ao fim do dia, pra la de Marraquexe, tendo esquecido como se fala Espanhol e so falando Quechua com a gente. E mesmo sem falarmos a lingua dava pra ver que ele estava se enrolando todo, rs.

Assim que ele chegou comecou a chover cantaros, e o acampamento nao estava montado ainda, e foi cada um por si. Jantar cancelado, montando barraca na chuva, entramos pra dentro correndo e eh tentar dormir. Nada feito, a chuva virou uma tempestade, comecou a relampejar horrores e o vento quase virou a nossa barraca, conosco dentro e tudo. Na tentativa de segurar ela uma das arestas quebrou e ela colapsou em cima de nos, eramos 3 la dentro e saimos na pressa, no meio do breu e da chuva, tentar achar um local pra se abrigar. No fim acabamos pulando o portao da casa de banho e dormimos nos trocadores, meio deitados e meio em pe. Que noite! Moral da historia: ficar menos tempo na piscina e ir dormir em Colpapampa, rsrs.

Distancia: 43,7 km
Tempo: 8h

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Olá. Voces andaram 44 km em um unico dia, com subidão e descidão? Daria pra dividir em dois esse dia?

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