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Chapada Diamantina - Guia de Informações


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Relatos sobre a Chapada Diamantina:

Chapada Diamantina - Bahia = por Sandro ::cool:::'>

Relato sobre a Cachoeira da Fumaça pelo Membro thiagomattos

Relato sobre a Cachoeira da Fumaça e o Vale do Paty pelo Editor PauloMotta

Relato sobre Rio de Contas e Pico das Almas pelo Editor Michelschon

Relato sobre as Gerais do Machabongo pelo Membro peter tofte

Relato sobre a Cachoeira da Fumacinha pelo Membro peter tofte

 

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  • 2 semanas depois...
  • Editores

Guia da Chapada Diamantina

Maior que a Bélgica e no coração do Brasil, a Chapada Diamantina reúne incontáveis opções pra quem quer botar a mochila nas costas e conhecer cenários de rara beleza e rica história.

Morro do Pai Inácio - Foto: Silnei Laise/Mochila Brasil

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Dividida em várias serras, como a do Bastião, da Mangabeira, do Rio de Contas, das Almas e a Serra do Sincorá, a região reflete um país desconhecido que vive no dia-dia e no imaginário do povo sertanejo.

 

Da primeira década do século XIX ao final do século XX, a Chapada viveu da riqueza e prestígio (dos diamantes e do ouro) ao abandono e esquecimento; renascendo enfim no turismo. É sem dúvida, um dos parques nacionais com a maior diversidade em relevo e paisagens do país, unindo cachoeiras em cânions monumentais - muitas recém descobertas, ao azul esverdeado de lagos como o da Pratinha, que destoam do chão batido de tom vermelho e empoeirado do sertão, passando por paisagens que lembram o Pantanal, como o Marimbus, até o desconcertante Vale do Capão com seus arco-íris e noites inigualáveis.

 

Mergulhar em cavernas, percorrer trilhas de cinco dias entre paisagens fascinantes cortadas por belos vales e morros. Circular pelo casario colonial e já estar cumprimentando a cidade inteira depois de dois dias nela ou experimentar os pratos da culinária local, como o godó de banana (feita com a fruta verde) e o cortado de palma (uma espécie de cacto refogado), nos insere em um Brasil do qual muitos brasileiros apenas ouvirão falar.

 

O Parque Nacional

O Parque Nacional da Chapada Diamantina foi criado em 1985, abrangendo cidades como Andaraí, Lençóis, Mucugê e Palmeiras; locais que centralizam os principais roteiros ou pontos de partida para outros tantos e boa infra-estrutura turística.

 

Ali está concentrado um dos mais belos exemplares do chamado Cerrado, ecossistema que se refere às savanas brasileiras (uma espécie de vegetação semi-densa, um pouco diferente da primeira savana que nos vem à cabeça, a africana).

 

Campos rupestres, matas, vales, áreas rochosas e até pântano fazem parte dele. Sua beleza se revela em pequenos detalhes, como nas inúmeras flores que embelezam o cenário, por exemplo, rumo à Cachoeira da Fumaça.

Tentaremos fazer aqui o que parece impossível: mostrar um pouco da incomensurável Chapada Diamantina!

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  • Editores

Principais atrações próximas a cidade de Lençóis

Cachoeira da Fumaça - Foto: Silnei Laise/Mochila Brasil

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Cachoeira da Fumaça

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O vento “borrifa” pelo ar, as águas da cachoeira de 340m de queda d´água e 420m de altura! Um dos caminhos que leva até ela foi feito para que o gado suba a serra, mas quem aproveita mesmo são os mais de 80 mil turistas que visitam o local por ano. A paisagem durante a trilha é de tirar o fôlego: de um lado o Morrão (outro cartão postal da Chapada) e do outro o Vale do Capão. Este é o chamado “Fumaça por cima”. Para fazê-lo os viajantes partem do vale. São cerca de 6 km de distância, 1,5 km deles via Serra do Sincorá.

O chamado “Fumaça por baixo” é para quem está com melhor preparo físico. São quatro dias e três noites em meio a cenários belíssimos.

Em ambos os casos é imprescindível o acompanhamento de guia local.

 

Morro do Pai Inácio

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No km 231 da BR-242 está o ponto de partida para a subida ao Morro do Pai Inácio. São cerca de 20 ou 30 minutos sempre acompanhados é claro, de lindas cenas. No alto do morro, vista panorâmica - fonte de fotos de um dos principais cartões-postais do Brasil. Certamente você já viu os Três Irmãos em uma vinheta de comercial na TV ou num cartaz em uma feira de turismo.

Diz a lenda... que um escravo chamado Inácio apaixonou-se pela esposa de um poderoso coronel da região que, ao descobrir o romance, mandou pistoleiros em seu encalço. Sem saída, no topo da montanha, Inácio saltou e... vá ao Morro para conferir, estragaríamos a surpresa!

Uma trilha pouco explorada é a Morro do Pai Inácio – Morrão. São 7km que valem a pena ser percorridos.

Serrano

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É o mais popular passeio de Lençóis, a menos de 1Km da cidade. O chão de seu leito parece mármore, as águas escuras como chá propiciam reconfortantes banhos em suas “banheiras” formadas pela natureza

 

Salão de Areias Coloridas

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A 10 minutos do Serrano; a área foi formada pela erosão de rochas graníticas e conglomerados de arenito. Fica a 1,5 km do centro de Lençóis.

Ribeirão do Meio

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Ainda a partir de Lençóis via caminhada fácil a partir da Igreja do Rosário (rua dos Negros).

Essas atrações, mais Cachoeira Primavera e Poço Halley ou Poço Paraíso fazem parte do chamado “roteiro das cachoeiras” em Lençóis.

 

Cachoeira do Sossego

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Partindo de Lençóis são 6 km de caminhada em trilha e dois através do leito do rio Ribeirão. São cerca de 3 horas de subidas e descidas e pedras a pular para chegar a essa bela cachoeira, cuja trilha exige bom preparo físico.

Cachoeira do Rio Mucugezinho/Poço do Diabo

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Vários trechos têm poços formados. Lá está o chamado Poço do Diabo, a 22m de altura de um verdadeiro “trampolim”!

 

Poço encantado

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Um dos ícones da Chapada.

Entre abril e setembro e em certas horas do dia, os raios do sol passam por uma fenda cuja luz é refletida no espelho d´água. A cor azul intensa é mágica. Embora não pareça, suas águas têm 40m de profundidade e os mergulhos são permitidos somente com autorização do Ibama e acompanhamento de guia experiente. A atração faz parte da cidade de Itaetê.

 

Morro do Camelo

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Fica ao norte da Chapada, ao "lado" do Morro do Pai Inácio. São 4 km de distância, com acesso através de carro e trilha. Sua altura é de aproximadamente 170m e altitude de 1090m.

 

Pantanal de Marimbus

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O passeio de barco a remo (canoa de madeira ou alumínio) pelo pântano da Chapada formado pelas águas dos rios Santo Antônio e Utinga é bastante tranqüilo. Várias espécies animais se fazem presentes neste “mini pantanal” baiano. Não esqueça do repelente.

Gerais do Vieira

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Altiplano onde estão as mais lindas cenas do parque nacional. Guias e agências de receptivos locais organizam “expedições” que exploram o imenso vale.

Vale do Capão

Foto: Silnei Laise/Mochila Brasil

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Faz parte do município de Palmeiras, cujo principal distrito é Caetê-açu. O vale de indescritível energia e beleza é destino obrigatório para quem visita a Chapada Diamantina.

Vale do Paty

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A trilha Lençóis-Vale do Paty é uma das mais atraentes da Chapada. O caminho liga Lençóis à Andaraí, passando pelo Capão. São 70 km atravessando rios, canyons, vales, cachoeiras, serras e gerais, sugerindo como que um resumo de todas as atrações da chapada.

Dos campos, do topo e das águas rumo ao subterrâneo

Dentre tantas atrações, a natureza também foi generosa no número de grutas e sumidouros (gruta ou fenda por onde passar um rio subterrâneo – desaparece em um ponto e surge em outro) na região.

Muitas cavernas oferecem condições propícias para mergulho. Atente para os cuidados e equipamentos especiais para essa prática, além de obter autorização dos órgãos ambientais.

 

Lapa Doce

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O turista pode visitar cerca de 1Km dos mais de 24Km de extensão já mapeados. Essa é a terceira maior gruta do Brasil.

Torrinha

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Fica na mesma região da Lapa Doce. Riqueza incomum de espeleotemas (estalactites e estalagmites – grosso modo, formação a partir do teto da caverna e formação a partir do chão da caverna respectivamente, ambos formados pela ação da água). É composta de grandes salões e há travessias nela que podem durar até 5 horas. Possui inscrições rupestres e formações que parecem ouriços![/align]

Pratinha

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Fica 7Km depois da Lapa Doce. A Pratinha é um verdadeiro oásis no sertão baiano.

A água cristalina, inúmeros peixes e os micro-búzios fascinam. No local é praticada a Tirolesa, num nível bastante “light”, bem como o mergulho.

A caverna da Gruta Azul tem aproximadamente 120m, com profundidade de 1,5m a 2,5m. Faz parte da cidade de Iraquara, a 76Km de Lençóis. Está em propriedade particular.

Na Gruta Azul, ainda no complexo da Pratinha, a luz refletida no espelho d´água é cenário de intensa beleza. É permitido o mergulho no local.

 

Lapão

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É uma das maiores grutas de quartzo da América do Sul e a segunda maior do Brasil. Diferencia-se das demais por ser formada de rochas areníticas e conglomeráticas (as demais são de formação calcária). Tem 1200m de extensão e cerca de 10m de largura com uma saída de 60m de altura! Nessa “porta”, o rapel é praticado.

 

Outros municípios

Ibicoara

Cachoeira da Fumacinha
Foto: Karsten Rau

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O município de Ibicoara fica 80 km de Mucugê e é o "novo destino" da Chapada Diamantina. Suas principais atrações são as imperdíveis: Cachoeira do Buracão, que fica em um Cânion sinuoso de 80m de altura, e a Cachoeira da Fumacinha com seu cânion es-pe-ta-cu-lar. Para chegar às cachoeiras é necessário pegar trilhas consideradas de média dificuldade.

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  • Admin

Onde comer em Lençóis

Neco´s Bar e Restaurante

Só trabalha por encomenda; portanto se quiser comer lá, reserve. É famoso pelas delícias caseiras e pelo Tucunaré (preparado somente entre setembro e maio). Fica na Praça Maestro Clarindo Pacheco, 15. Tel: (75) 3334-1179.

 

Picanha na Praça

Em frente ao Coreto, na praça Otaviano Alves, 62 está o restaurante que serve picanha e outras carnes, além de pratos à la carte, deliciosos.

Burritos y Taquitos Santa Fé

Oferece delícias mexicanas e um ambiente bastante agradável, de deixar qualquer restaurante mexicano de São Paulo pra trás. O dono, Joseph Padilla, um chicano cuida de perto do local que abre de terça-feira a domingo até às 22h. Na temporada de maior movimento na cidade fica aberto até mais tarde. Imperdível. Fica na Rua São Benedito, 58 (Rua dos Negros). Tel: (75) 3334-1105.

 

Oxente Menina - Pizza na Pedra

Renato, um chef pizzaiolo paulista que trabalhou em pizzarias da Itália e Canadá mudou para a Lençóis e hoje certamente faz uma das mais saborosas pizzas do Brasil. Fica na Avenida Senhor dos Passos, 20.

Site: http://www.oxentemenina.com.br/

 

Cozinha aberta

Fica na rua da Baderna, 111. Como o nome já diz, você pode apreciar o preparo dos variados pratos, até tailandeses!!!

Site: http://www.cozinhaaberta.com.br/

 

Taberna Por-do-sol

Deliciosos pratos à la carte ou caprichados PFs muitos saborosos. Fica na Avenida 7 de setembro, 22.

 

Bode Grill

Pratos regionais como bode assado, galinha cabidela, godó de banana e cortado de palma e pratos “menos exóticos” compõem PFs simples e com ótimo preço. Fica na rua 10 de novembro, 26 (atrás do prédio dos Correios).

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  • Admin

Breve História - da abundância à estagnação

 

Até o início do século XVIII não havia colonização na região. Em 1701, Portugal já sabia da ocorrência de ouro no norte da Chapada Diamantina (próximo à cidade de Jacobina). A fase áurea do ouro na Bahia durou quase dois séculos, até os primeiros anos do século XX, quando as jazidas começaram a se esgotar. Por volta de 1817 são descobertos diamantes na serra do Bastião, a oeste da Serra do Sincorá.

 

A mineração foi responsável pelo povoamento do local. Paulistas começam a explorar em Rio de Contas (já na área sul da Chapada), logo chegam garimpeiros de Minas Gerais. Aventureiros, foragidos, lavradores, boiadeiros, ricos comerciantes da capital e senhores de engenho do Recôncavo baiano e seus escravos chegam à região.

 

A importação de produtos europeus e exportação do ouro e diamantes eram controladas pelos ricos comerciantes do Recôncavo, portugueses e ou seus descendentes. Hoje você pode conferir em Lençóis o prédio do então Consulado francês, que também funcionava como um “QG” para negociar as riquezas da região com a Europa.

 

O “povo” era formado por pessoas do alto sertão baiano, do planalto central e do Vale do São Francisco. Brancos brasileiros e portugueses do vale lutam pela independência do Brasil, movimento conhecido com Guerra Mata-maroto. O conflito teve como cenário a cidade de Rio de Contas, sul da Chapada.

 

Isso se dá no período Regencial, com a abdicação de D. Pedro I (1831) até 1840, quando D. Pedro II é considerado maior de idade. Essa é uma época conturbada e de grande revolta social. Os brasileiros pobres continuam fora da vida política nacional e qualquer levante é violentamente reprimido.

No ano de 1861 em Lençóis há uma “eleição” para a indicação de um membro do conselho municipal para representante no Senado Estadual. Começa uma violenta disputa entre “Serranos” – liberais representados pelo coronel Felisberto Augusto de Sá; e “Baianos” - conservadores, representados pelo coronel Antonio Gomes Calmon.

Com a proclamação da república e libertação dos escravos os coronéis do litoral se deixam abater enquanto os do sertão intensificam suas lutas pelo poder regional. 


O Último Coronel da Chapada

Além de locação ímpar, a região tem personagens que enriqueceriam qualquer roteiro cinematográfico. Em meados do século XX, em plena decadência da mineração, as lutas entre famílias se intensificam por toda a Chapada Diamantina. De Brotas de Macaúbas (Chapada Velha) e com milícia própria, entra em cena a figura mais controversa do sertão baiano: O Coronel Horácio de Mattos.

Filho de garimpeiro, Horácio se viu obrigado a assumir o comando da família, após a morte de seu tio, Clementino Mattos. Movido por seu sentimento progressista, uma exceção entre os coronéis do sertão, sonhava com o desarmamento e fez uma peregrinação para propor um acordo de paz, que foi "quebrado" pelo assassinato de um de seus 7 irmãos, por rivais.

Horácio tenta fazer com que os assassinos fossem presos e julgaldos de acordo com a lei, mas não obtêm resultados e em 1915 sitia Campestre (atual Seabra) onde o coronel Manuel Fabrício de Oliveira protegia os assassinos de seu irmão. A partir daí, começa sua vida, dividida entre o desejo de paz e a guerra do sertão.

Em 1916 Mattos e seus homens marcham rumo ao reduto de mais um coronel, Militão Rodrigues Coelho, que estaria tomando de forma violenta, terras na região. Após cinco meses de intensas batalhas e 400 mortos, Horácio vence a guerra contra Militão.

O poderio do bravo coronel do sertão já é notado por outras áreas da Bahia, tanto que o então governador J.J. Seabra faz um acordo com Horácio de Mattos e transfere órgãos oficiais para a chapada a partir das escolhas do coronel. Paira pela Chapada um breve momento de paz.

Com o garimpo na Chapada Velha em decadência, há uma debandada rumo à Chapada Oriental, para os lados do que hoje é Lençóis (conhecida como Vila Rica da Bahia, na ocasião). A cidade era rica em carbonato (substância que ajuda na perfuração de túneis e na lapidação dos diamantes) e única produtora mundial deste material no período.

Horácio toma o poder em Lençóis através de um acordo com Aureliano Sá, que prefere não promover mais um derramamento de sangue. Lençóis, a capital das Lavras está sob comando de Horácio de Mattos. Era como se a Bahia tivesse dois governos, um na capital (J.J. Seabra) e outro no interior (Horácio de Mattos). A essa altura Horácio que acumulara tanto poder na região, recebe os títulos de Delegado Regional da Zona Centro-Oeste e Senador Estadual.

Góes Calmon, governador do Estado (depois do exercício de Seabra) rompe com Horácio por não suportar seu “poder paralelo”. Em 1925 Calmon manda seu exército “destronar” Horácio de Mattos. Pela primeira vez ele estava cercado; apesar de estar em vantagem por conhecer a Chapada a fundo, Horácio não contava com participação de um membro da família Sá (uma de suas rivais) que guiou o exército por locais estreitos, cujas mortes se davam homem a homem. Mesmo com grande perda, Mattos vence mais uma batalha.

Escreve uma carta ao governo informando sobre a morte do major de polícia, João da Mota Coelho que estava no comando das operações. Os feitos das famílias Sá e Mattos em Lençóis podem ser resumidos como: Sá “ergueu” a cidade e Mattos quis expandi-la para outras classes. Em 1926 a Coluna Prestes segue para a Chapada Diamantina. Neste momento o governo federal precisa de Horácio de Mattos. Ele e seus jagunços, além do coronel Franklin de Albuquerque perseguem a Coluna do coração da Bahia até a fronteira com a Bolívia!

Foi a primeira vez em que os bravos homens da Chapada são convocados à servir o país lutando contra os revoltosos (Coluna Prestes) a favor de Dutra (Eurico Gaspar Dutra, que também foi ministro da Guerra do governo Getúlio Vargas).

Horácio é recebido como herói e vira prefeito de Lençóis. Constrói então as primeiras escolas da região, estradas, calçamentos, rede elétrica e, para facilitar a circulação de dinheiro na região, chega a emitir papéis coloridos que viraram moeda corrente local. Movido por seu sonho de paz, Horácio faz uma peregrinação em todo sertão e desarma todos os coronéis da região a pedido do Governo Federal. Após o desarmamento é traído e preso. Chovem pedidos de soltura na mesa de Getúlio Vargas. Horácio é solto em 13 de maio de 1931, mas não pode sair de Salvador.

Dois dias depois de liberto, leva três tiros pelas costas a mando de parentes do major de polícia João da Mota Coelho, que tombara cinco anos antes, durante o cerco a Lençóis. A vida de Horácio é cercada de lendas e uma delas é que no leito de morte de seu tio, após fazê-lo prestar o juramento para assumir a chefia da família, o fez bater com a palmatória em todos familiares em sinal de submissão.

De acordo com Walfrido Moraes, biógrafo de Horácio, o código dos Mattos era:

“Não humilhar ninguém, nem se deixar humilhar. Não roubar nem permitir que quem roube fique impune. Não provocar, mas se ofendido, reagir pela honra”.

Após a morte de Horácio e com a economia destruída e sem liderança política, a Chapada Diamantina entra em um período de estagnação e grande parte de seus moradores vão embora trabalhar na lavoura ou em outras minas e sertões.

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