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Namíbia - 10 dias de carro do Etosha a Sossusvlei (Fev 2017)


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Em Outubro de 2016 o aplicativo do Melhores Destinos apitou no meu celular: Promoção de passagens para diversos países na África a partir de R$ 363,00 ida e volta! E dentre os destinos estava lá: Namíbia me saía por R$ 1.024,00 ida e volta com todas as taxas inclusas. Sem necessidade de visto.

 

Não pensei muito. Nunca tinha ouvido falar do país, não sabia o que poderia encontrar lá, quais eram os pontos de interesse, a língua oficial, o clima, a condição econômica e social da população… Mas eu não podia perder essa promoção! 5 minutinhos no Google teriam que ser suficientes para saciar a curiosidade inicial sobre o país.

 

Logo mandei mensagens para uns amigos para ver se alguém topava ir comigo. Já viajei sozinha algumas vezes, mas sendo mulher e com cara de adolescente, fiquei com pé atrás de ir sozinha para o continente africano. Na hora o Thiago Cunha topou. Ele também não tinha ideia de que país era esse, de quanto a viagem poderia custar e o que esperaria por ele lá. Na verdade, ele nunca tinha feito um mochilão na vida. Mas sendo doido como ele é, topou sem pensar duas vezes. Afinal, quando se trata de promoção de passagem por esses preços, temos que tomar decisões rápidas e às vezes por impulso, rs. E durante a viagem toda ele foi sensacional na tarefa de puxar conversa com os locais, conseguir dicas, histórias e até lições de como falar a língua Khoekhoe, apelida de “click language”, tornando a viagem ainda mais rica e a vivência daquela cultura ainda mais imersiva!

 

Com as passagens compradas, lá fui eu fazer uma das coisas que mais gosto: pesquisar e montar o roteiro! De fato, o processo foi cheio de altos e baixos: aquelas fotos maravilhosas do Deadvlei que o Google me mostrava enchiam meus olhos e me empolgavam ainda mais. Mas a falta de informações detalhadas na internet de como se deslocar entre os pontos de interesse de forma barata e independente (sem contratar pacote de agência) foram muitas vezes frustrantes e desanimadoras. Confesso que cheguei a cogitar desistir da viagem mais de uma vez.

 

Maaaas, procurando na internet por outras pessoas que tivessem comprado a mesma promoção, criei um grupo no facebook para trocarmos dicas de roteiro e achar companhias de viagem. Assim cada um poderia se juntar com as outras pessoas que compraram as mesmas datas para alugar um carro juntas e dividir os custos da viagem.

 

E foi assim que eu conheci a Marília Mendes. De Goiânia, foi a terceira integrante dos nosso grupo. Super paciente, parceira, tranquila, ela acabou sendo a motorista da viagem! E que motorista! Mesmo com um carro simples 4x2 (um Toyota RAV4), em plena temporada de chuvas na Namíbia, percorrendo 3 mil quilômetros nas estradas tortuosas de pedregulhos, por por entre cânions, tempestade de areias, e rios que ressurgiram por causa de um temporal depois de 3 anos sem chover no deserto, nós não furamos nenhum pneu, não rachamos o para-brisa e sequer arranhamos o carro que estava novo em folha!

 

Mas confesso que atolamos. Não só uma, mas 4 vezes! E uma delas foi no meio de um desses rios no deserto. Se não fosse quase 30 namibianos empolgados que prontamente entraram no rio e nos ajudaram a desatolar, acho que não teríamos saído de lá de jeito nenhum. Que povo parceiro, de coração aberto e disposto a estar junto e ajudar o próximo! Mas essa história fica para depois…

 

E assim 3 meses se passaram. Trocando ideia com o pessoal que encontrei pela internet, enfim montei um roteiro e arrumei as malas!

 

A partir de agora, vou contar um pouco dessa roadtrip de 10 dias pela Namíbia. Foi um país incrível, com paisagens maravilhosas, uma história rica, um povo acolhedor, uma cultura ancestral e um aprendizado constante.

Mas de fato, o que realmente fez a viagem foram as pessoas que conheci pelo caminho! Foi ótimo conhecer na estrada o pessoal do grupo do Facebook e trocar dicas de roteiro e histórias de viagem, dividir risadas e a empolgação de desbravar um país desconhecido e inesperado! Sem esquecer, é claro, dos namibianos descendentes do povo Damara, que abriam um sorriso no rosto sempre que falávamos que éramos brasileiros, e que nos ensinaram pacientemente sobre a sua história e seu idioma nativo apelidado de “click language”.

 

Voltei com a certeza de que o continente africano é muito rico e com a vontade de voltar em breve. Botswana, Victoria Falls, Tanzânia e Madagascar já estão na minha bucket list.

Com certeza foi uma das melhores experiências da minha vida! (viajar sempre é, rs)

E que venham mais promoções de passagem!

 

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Em breve o diário de bordo dessa viagem!

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(Cap. 1) Preparativos da Roadtrip e Infos Básicas

 

ROTEIRO

Antes de tudo segue o nosso roteiro para vocês visualizarem melhor a viagem. Começamos pelo Etosha, e o roteiro resumido segue abaixo. Vocês vão ver pelo relato que não fizemos tudo que estava no roteiro por razão de força maior (leia-se chuva rs).

 

Dia 05 (dom) — Chegada em Windhoek às 13:30

Dia 06 — Windhoek -> Etosha. Acordar cedo, passar no mercado. Parar na Africat foundation em Okonjima ? Pernoite no Etosha.

Dia 07 — Etosha. De Okaukuejo para Namutoni

Dia 08 — Etosha. De Namutoni para Okakuejo

Dia 09 — Etosha -> Twyfelfontein. Tribo Himba em Otjikandero no Caminho. Conhecer Twyfelfontein

Dia 10 — Twyfelfontein -> Swakopmund. Brandberg White lady painting, Uis, Spitzkoppe (pernoite ai)

Dia 11 — Swakopmund

Dia 12 (dom) — Walvis Bay

Dia 13 — Ida para Sesriem. Solitaire no caminho

Dia 14 — Dune 45 e Deadvlei. Ida para Windhoek na parte da tarde

Dia 15 — Voo para Cape Town. Sai as 8:25 e chega lá as 10:25h. Tarde na Long Street e na Praça Green Market?

Dia 16 — Cape Town. City Bowl e Table Mountain

Dia 17 — Cape Town. Cape Point

Dia 18 — Cape Town. Waterfront e Robben Island

Dia 19 — Cape Town. Lions Head e tarde livre.

Dia 20 — Vôo de Cape Town p/ Windhoek (11:35 a 13:45). Vôo de Windhoek para o Rio às 17:30

 

Eu montei um roteiro detalhado dia por dia que está aqui: https://docs.google.com/document/d/1Ccx4u6gSomqMb1klGN7Xt44kBFhjgJKLOIIxO_n00NI/edit?usp=sharing

 

Inicialmente iriamos começar a viagem pelas dunas em Sossusvlei, então acabei montando essa opção de roteiro também, que está aqui: https://docs.google.com/document/d/1ZVJEmaeLLQbTx8Xzn3PqkQRIPRFXTD0nwW3FJNDLL6Y/edit?usp=sharing

 

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CUSTO DA VIAGEM

 

Como não poderia deixar de ser, vou compartilhar aqui as contas de quanto essa viagem me custou. Para mim essa é uma das principais informações que precisam ser compartilhadas, para que as outras pessoas que estiverem lendo se encorajem a cair no mundo também! Temos que quebrar esse mito de que para viajar só com muuuuito dinheiro. Embora eu não seja “especialista” em economia na estrada (tem gente que faz melhor, um dia chego lá, rs), sou uma viajante bem econômica, como pouco e não faço compras (souvenirs são pouquíssimos).

Lembrando que foram 10 dias na Namíbia + 5 dias em Cape Town

 

GASTOS PRÉVIOS:

Passagem de avião para a Namíbia, ida e volta pela TAAG (com taxas): R$ 1.024,00

Seguro Viagem por 17 dias com a Sul América: R$ 189,12

Guia de Viagem Lonely Planet: R$ 32,00

Passagem de avião da Namíbia para Cape Town, ida e volta pela AirNamibia (com taxas e iof): R$ 834,84

Rateio do aluguel do carro: R$ 529,90

Sinal Hostel em Cape Town: R$ 34,08

TOTAL: R$ 2.643,94

 

NO DESTINO:

Levei USD 1.200 e voltei com USD 520 + R$ 50 reais (troquei no último dia o que sobrou de rands por reais). Ou seja, gastei 680 dólares — 50 reais. Comprei dólar por uma taxa final de 1USD = R$ 3,34, (depois que eu comprei ele começou a cair vertiginosamente, oh azar! rs) então:

(680 x 3,34) — 50 = R$ 2.221,20

 

CUSTO TOTAL: R$ 4.865,14

 

 

DINHEIRO

 

A moeda da Namíbia é o Dólar Namibiano (NAD ou N$) mas o Rand Sul Africano (ZAR) é amplamente aceito em todos os estabelecimentos comerciais em uma taxa de conversão de 1 para 1 (1 NAD = 1 ZAR), como se fosse uma moeda extra-oficial que todo mundo aceita.

 

Nós levamos dólares americanos do Brasil e lá trocamos por NAD em uma cotação de 1 USD = 13,5 NAD, com um contato de uma brasileira que mora e trabalha no Chameleon Backpackers. No Brasil eu comprei o dólar em uma média de 1USD = 3,34 BRL, e para facilitar as contas, ao longo da viagem estávamos adotando a conversão de 1 BRL = 4 NAD

 

De forma geral, as casas de câmbio não cobram comissão para trocar moeda, e as taxas em fevereiro de 2016 variavam entre 12,8 a 13,5.

 

Nós não usamos cartão de crédito em momento algum, mas ele também é amplamente aceito. Mas tome bastante cuidado, eu li relatos de mais de um viajante que teve seu cartão clonado na Namíbia.

 

Para vocês terem ideia do custo da viagem eu levei USD 500, troquei em uma taxa de 13,5, e no final dos 10 dias me sobrou NAD 2000. Lembrando que a única coisa que estava paga previamente era o carro. Todas as hospedagens (campsites e 2 hostels), como não foram reservadas, nós pagamos diretamente lá. E acho que vale também ressaltar que eu sou uma viajante bem econômica, não compro muitos souvenirs e como pouco.

 

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TRANSPORTE:

 

As opções que você tem para se deslocar dentro do país são basicamente duas: contratar um passeio fechado e guiado com alguma agência de turismo local (recomendo a Wild Dog Safaris, a Chameleon Safaris e a Nomad Tours) ou alugar um carro próprio (Hertz, Britz, Avis etc)

 

O pacote da agência de turismo vai te fornecer o transporte, o roteiro, o guia, a hospedagem e a alimentação, e você não precisará se preocupar com nada, é só embarcar e curtir a viagem. A parte negativa é aquela de sempre: o roteiro costuma ser corrido e você não tem autonomia para parar a hora que quiser, por quanto tempo quiser, para tirar foto ou esticar as pernas.

 

Alugar carro pode ser mais caro e um pouco cansativo (ter que ficar no volante o tempo todo), mas se você tiver mais gente para dividir os custos do aluguel e revezar no volante, essa é de longe a melhor opção para conhecer o país (e acaba saindo o mesmo preço ou até mais barato que contratar um pacote de agência). Além do que, você monta o seu roteiro como quiser, com os horários que quiser.

 

Tá, mas e transporte local? Aqueles que os próprios moradores usam, cadê? Então, eu pesquisei bastante sobre isso, porque essa era minha opção inicial, maaaas foi muuito difícil achar informação sobre isso. Com exceção de uma linha de trem e de ônibus que liga Windhoek e Swakopmund, parecia que esse tipo de transporte simplesmente não existia.

 

Na Namíbia, descobrimos que os locais usam vans para se deslocar entre as principais cidades,mas elas não têm horários muito confiáveis e são sempre super lotadas e desconfortáveis. Saindo das rodovias principais entre as cidades “grandes” (em um país de 2,4 milhões de habitantes, nenhuma cidade é grande de verdade) não existe transporte coletivo. Os locais pedem carona na beira da estrada mesmo para tentar chegar aonde precisam.

 

Conclusão: Se você está indo para os lugares turistões super remotos (Sossusvlei, Etosha, Twyfelfontein...) desiste de transporte local. Absolutamente nenhuma van ou ônibus passa por lá. E se você for tentar pegar carona, pode esperar ficar algumas horas na estrada até algum carro passar (e provavelmente vai acabar pegando carona com outros turistas).

 

 

CARRO E GASOLINA:

 

Durante a época de seca, é possível visitar a maioria dos pontos turísticos com um carro 4x2 comum sem problemas. Na época de chuvas também até dá para ir com um 4x2, mas você vai ter que ter muito mais cuidado e é bem possível que atole o carro ou fure o pneu.

 

Nós alugamos um Toyota RAV4 automático (porque lá é mão inglesa) em fevereiro (época de chuvas) e atolamos 4 vezes. Uma delas foi no meio de um rio que ressurgiu no deserto perto de Brandberg. Se não fosse uns 30 namibianos locais que prontamente entraram no rio e nos ajudaram a desatolar, acho que não teríamos saído de lá de jeito nenhum.

 

Nós demos a sorte de não furar nenhum pneu (na verdade não foi sorte, a motorista que era boa mesmo rs), mas ouvimos de outros viajantes que foram na mesma época e tiveram pneu furado (teve um grupo que chegou a furar mais de 5 pneus!). O trecho mais sofrido para os pneus é a estrada de Windhoek para Sesriem, e de Sesriem para Swakopmund, que são cheias de pedregulho.

 

Ahh, a graaande maioria das tarifas de aluguel de carros nas locadoras não inclui seguro do para-brisa e dos pneus, o que significa que na hora eles vão querer te vender isso. Levando em consideração que muuuitos dos outros viajantes que conhecemos acabaram furando pelo menos um pneu na viagem (e eu vi um viajante falando que rachou o para-brisa), acho que vale a pena contratar esse seguro. Com a Hertz, eles nos cobraram NAD 150 por dia, o que para 10 dias deu um total de NAD 1500.

 

Certifique-se também de que seu aluguel inclui seguro contra danos e roubos e quilometragem ilimitada, porque você vai rodar bastante! Em 10 dias nós percorremos quase 3 mil quilômetros. Também é essencial ter sempre pelo menos 1 pneu de reserva, embora ideal mesmo seja ter 2 estepes.

 

A vistoria do carro na hora da entrega, pelo menos pela Hertz, não foi muuito minuciosa, mas acho que foi porque o cara estava com pressa. Ele queria só cobrar a taxa de limpeza do carro (NAD 450) porque o carro estava imundo de areia do chão ao teto, nos tapetes, nos bancos, no porta-luvas, no painel, por toda a parte, rs. Maaas eu bati boca com ele e como ele estava com pressa para entregar outro carro a outra pessoa, desistiu de discutir e só avisou que dá próxima vez não ia deixar passar e que a gente não podia entregar o carro naquele estado.

 

Em resumo: Se você puder arcar com o aluguel de um 4x4, opte por ele sem pensar duas vezes! Vai deixar sua viagem bem mais fácil e sem dor de cabeça, rs. Se você estiver com o roteiro apertado então, certamente não vai querer ter que cortar alguma atração porque teve que ficar horas na estrada atolado ou trocando pneu furado.

 

A recomendação geral é de que você sempre abasteça o carro em toda oportunidade que tiver, pois as distâncias são sempre looongas e é possível que você passe algumas horas na estrada sem ver sinal de um posto de gasolina. A gasolina em fevereiro de 2017 estava custando uma média 11 NAD o litro. Para o nosso Toyota RAV4 e o roteiro que adotamos, isso significou abastecer meio tanque todo dia por uma média de NAD 350. Se eu não me engano o diesel era quase o mesmo preço da gasolina, mas não tenho certeza.

 

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MAPAS:

 

Não é preciso comprar mapas. Quando você for retirar o seu carro na locadora no aeroporto, é só pedir os mapas do país que eles terão um conjunto de mapas para te dar de graça.

 

Nós alugamos pela Hertz e conseguimos com eles um caderninho com 5 mapas da Maps Of Namibia, das regiões: Central Coast, Southern Namibia, Northern Namibia, City of Windhoek e um mapa do Etosha.

 

Se não conseguir pegar com a locadora de carro, procure por esses mapas gratuitos nas recepções dos lodges e campings, que também costumam deixá-los à disposição dos visitantes.

 

Quanto ao GPS, usamos o tempo topo o aplicativo Maps.Me no modo ofline. Ele funciona sem internet e sem sinal de telefone super bem, não tivemos problema nenhum com ele. Maaas eu acho legal ter o mapa físico junto para conferir as rotas, porque muitas vezes os GPS indicam rotas com estradas pequenas e não asfaltadas, algumas que passam dentro de propriedade privadas até, e o mapa físico facilita a vida indicando quais estradas são asfaltadas e etc.

 

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TELEFONE E INTERNET:

 

Seguindo as recomendações dos locais, compramos um SIM Card (chip de celular) da operadora MTC que pelo visto é a que tem a maior cobertura no país.

 

Contratamos um pacote pré-pago de 7 dias chamado Aweh Gig que é ativado por mensagem de texto (SMS). Como não tínhamos ideia de como ativar, a moça da loja que vendeu o chip para a gente nos ajudou a ativar o pacote. Além disso, mesmo depois do pacote ativado e o celular reconhecendo a operadora, não conseguimos acessar a internet. Foi necessário modificar as configurações de “dados móveis” do celular, o que também não tínhamos ideia de como fazer. Quem fez isso e nos ensinou foi um funcionário de uma das lojas da MTC, mas imagino que outros locais e funcionários de lojas de eletrônicos devem saber como ajudar também.

 

O sinal de celular da MTC é praticamente onipresente nas cidades e pontos turísticos, mesmo nos mais afastados. Já a cobertura de 3G é só nas grandes cidades. Nos demais locais e pontos turísticos mais afastados existe cobertura de internet 2G, que até funciona sim, mas com um pouco mais de paciência porque é devagar.

 

ATENÇÃO: Guardem a embalagem do chip com vocês, porque sempre que o celular desliga e liga de novo ele pede o numero do PIN do chip que vem na embalagem. Sem esse número, o chip não volta a funcionar.

 

O sim card custou NAD 7 e o pacote de dados custou NAD 35.

 

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CAMPSITES E RESERVAS

 

Nós fomos em fevereiro de 2017, na época de chuvas e baixa temporada de turismo no país, então decidimos arriscar e não reservar nenhuma acomodação, mas já levamos anotado os nomes dos campsites e endereço, sendo 3 opções de hospedagem por cidade, para já sabermos onde procurar.

 

Por sorte conseguimos vaga em todos os lugares que ficamos. Maaas ouvimos de um guia em Windhoek que em 2016 a Namíbia recebeu mais turistas que o seu número de habitantes (que é 2,4 milhões de habitantes). Com isso em mente, e se você for na alta temporada (Maio a Novembro época de seca) acho que é mais seguro reservar com antecedência.

 

Nós acampamos em todas as cidades (menos em Swakop e no primeiro dia em Windhoek, onde ficamos em hostel) e levamos nossas próprias barracas, sacos de dormir e isolantes térmicos aqui do Brasil.

 

Se você puder já alugar o carro com aquelas barracas no teto, facilita demais a sua vida, já que ele já vem com todos os equipamentos para acampar (incluindo um colchãozinho no piso da barraca) e montar e desmontar os equipos é bem fácil. Maas, se preferir alugar um carro simples e levar os equipamentos daqui, é super tranquilo também.

 

Minha dica é não esquecer de levar uma luminária ou lampião para camping. Embora a maioria dos campsites tenham eletricidade e tals, a iluminação nunca é muito confiável, e a falta de uma luz decente que não fosse a do celular fez muuuita falta.

 

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ALIMENTAÇÃO:

 

Como as atrações turísticas são bem afastadas das cidades, as opções que você terá são de comer nos restaurantes dos lodges e dos parques ou de cozinhar você mesmo.

 

Se você tiver alugado um 4x4 equipado para camping, ele já vem com uma “geladeira” e um fogareiro, além de pratos, talheres e etc, ai é só passar em um mercado em Windhoek no início da viagem e depois abastecer em Swakopmund novamente e encostar em qualquer canto para cozinhar.

 

Os campsites dos lodges costumam ter uma área com mesas e cadeiras para as refeições, e pias para lavar os pratos. Também ao longo das estradas principais (como as que vão de Windhoek para o Etosha ou Sesriem, ou desses lugares para Swakopmund) existem pontos para picnic, que são mesas e bancos de concreto construídos na sombra de uma árvore, com espaço aberto para estacionar o carro. Esses pontos de pic nic são bem sinalizados com placas ao longo das estradas.

 

Se você não tem equipamento para cozinhar, a saída mesmo é comer nos restaurantes dos lodges. Os preços são mais caros no Etosha, onde o buffet no almoço custa NAD 210, o buffet de café da manhã custa NAd 150 e o menu a la carte (que só funciona em horários específicos e nunca no mesmo horário do buffet) sai entre NAD 90 a 160. Isso sem bebidas incluídas.

 

Em Sesriem os preços também são parecidos. Dentro do parque a média também é de NAD 100 a 160. Já o buffet de almoço no Sossusvlei Lodge (da coleção Taleni Africa), que fica fora do parque, custa NAD 150, e o prato no menu a la carte (que só começa depois que o buffet se encerra às 14:30) é mais barato, entre NAD 60 a 100.

Em outras cidades do país, em Kamanjab, Khorixas, Uis, Swakopmund, Walvis Bay, a refeição vai sair mais barata, entre NAD 50 a 90, sem bebida.

 

Com exceção de Swakopmund, em que ficamos em um hostel, os demais campsites e lodges não tinham cozinha compartilhada, então não tivemos como opção comprar comida no mercado e cozinharmos nós mesmos, justamente porque não tínhamos um carro equipado com fogareiro. Por isso, comemos nos restaurantes dos lodges na maior parte das vezes.

 

Entretanto, confesso que conhecemos um grupo de 3 pessoas que alugou um Corolla sem equipamento para camping e eles nos contaram que estavam indo ao mercado e cozinhando eles mesmos. Não peguei maiores detalhes, então não sei como eles conseguiram fazer isso.

 

 

CLIMA E TEMPERATURA:

 

Uma das grandes questões que eu precisava responder para arrumar minha mala era: “Tá, to indo para um país desértico. No deserto, faz calor de dia e frio à noite. Tá. Mas quão quente e quão frio exatamente? A temperatura chega a zero? Chega a 45 graus? Preciso de um saco de dormir de que amplitude térmica?“

 

Morando no Rio de Janeiro eu posso te dizer, o calor do verão da Namíbia tá no páreo com o calor do Rio de Janeiro. E digo mais: São Gonçalo deixa a Namíbia no chinelo na disputa de calor insuportável. Sim, é real. Acreditem.

 

De dia a temperatura não batia 40, mesmo em Sossusvlei, que é o lugar mais quente. Além, como o clima é seco, você não vai sentir aquela lufada de ar quente como se tivesse entrando em um forno como é comum no Rio de Janeiro. Shorts, regata, chinelo e muuuuito protetor solar dão conta do recado. Ahh, não se esqueça de um chapéu ou algo para cobrir a cabeça, porque eu esqueci e voltei com o couro cabeludo todo queimado de sol, rs.

 

De noite a temperatura cai, mas nem tanto, não chega a 10 graus. Uma calça jeans e um casaco são suficientes. Não precisa de segunda pele nem nada disso. Para quem vai acampar, assim como eu, um saco de dormir simples com amplitude entre 10º~20º graus e um isolante térmico vão te deixar quentinhos sem problemas. Na verdade, como a nossa barraca (uma Apernaz da Quechua) era beeem quente, teve noite que eu dormia em cima do saco de dormir sem nada pra cobrir mesmo.

 

Durante o verão (Janeiro, Fevereiro e Março) é a temporada de chuva na Namíbia. Antes de viajar eu imaginava que isso significaria chuva só no norte do país, na fronteira com a Angola, que tem um clima mais tropical. Mas nããão.

 

Para nossa surpresa pegamos chuva por toda a parte! Pegamos chuva no deserto onde não chovia havia 3 anos, em alguns lugares até 5 anos. Choveu bastante em Twyfelfontein, e o dobro em Brandberg, onde vimos diversos rios voltarem a correr e ficamos atolados em um deles. Choveu também no caminho para Sesriem, e a mesma coisa aconteceu lá, diversos rios voltaram a vida e tornaram a estrada beeem complicadinha, porque você nunca sabe a profundidade do rio, nem o quanto a terra cedeu e virou lama. Alugue um 4x4 ou tenha paciência, rs.

 

Pegamos chuva no Etosha também, e foi uma chuvinha chata e insistente. O comum dessas chuvas de verão é cair o céu durante 20 minutos e depois parar e passar o resto do dia sem chover. Mas lá a chuva caiu no início da tarde, deu uma pausa de leve no fim da tarde, mas voltou para ficar quase a noite toda. Até os locais falaram que essa chuva foi bem anormal, porque elas não costumam durar tanto assim.

 

Ótimo para a fauna e flora local, mas meio chatinho para os turistas. Quando chove os animais vão buscar abrigo na mata mais fechada para dentro do parque, e fica difícil de vê-los. Fora que o parque todo fica cheeeio de poças de água a cada 10m, então os animais não precisam se deslocar tanto para saciar a sede. Os waterholes não veem viva alma.

 

 

SEGURANÇA:

 

Esse tópico é meio complicadinho de se falar. De uma forma geral eu me senti segura no país. Para quem está acostumada com o Rio de Janeiro, qualquer coisa é lucro! Maaaas, a situação não é bem assim.

 

Nas cidades grandes (Windhoek, Swakopmund, Walvis Bay, Otjiwarongo…) cansamos de ouvir recomendações para não sairmos à pé sozinhos à noite, para sempre pegar táxi, para não deixarmos o carro na rua com bens dentro para não ser arrombado e aquelas recomendações de sempre.

 

Nas áreas turísticas remotas (Sesriem, Etosha, Twyfelfontein, Brandberg) que não tem nada além da infraestrutura do turismo (parque nacional e lodges), é um pouco mais tranquilo. Deixávamos todas as nossas coisas dentro do carro sem problemas, e os celulares ficaram nas recepções carregando várias vezes.

 

Como 99,9% dos turistas são europeus de meia idade com grana, não teria por que temer, certo?! Não. Infelizmente não foi bem assim. No hostel em Swakopmund, depois de passar alguns dias sem ver “civilização” relaxamos um pouco mais. Como não tinha tomada no quarto, decidimos deixar um computador e dois celulares carregando no corredor para a cozinha. A Marília foi tomar banho e quando voltou, o celular dela tinha sumido, ficou só o carregador na tomada. O “engraçado” é que não levaram nem o computador dela nem o meu Iphone 4S. Sóóó depois que isso aconteceu que foram mostrar para a gente uma tomada atrás da cortina, atrás da cama. Fomos até a polícia, mas eles não estavam nem um pouco a fim de trabalhar. Demoramos para conseguir convencê-los a ir até o hostel conosco e lá eles não fizeram nada, andaram pelos cômodos e foi isso. Êêêê má vontade. Um saco isso.

 

E também devo dizer que em Sossusvlei ouvi a história de outro grupo de brasileiros que disse que deixou as coisas trancadas no quarto do melhor lodge do lugar e alguém entrou e levou algumas coisas de valor.

 

Ou seja, fica o aprendizado que por vezes infelizmente esqueço: o ser humano é corruptível, não dá para confiar nunca. Tranque com cadeado seus pertences sempre e não deixe nada fora de vista.

 

 

SAÚDE:

 

A imigração da Namíbia exige apresentação do comprovante internacional de Vacina contra a Febre Amarela para entrada no país. A mesma coisa vale para a África do Sul. Ouvimos de outros viajantes que a TAAG já estava pedindo a apresentação do cartão internacional aqui no Brasil mesmo

 

A grande parte do território da Namíbia não é área de risco para malária, só a parte bem ao norte, que faz fronteira com a Angola. Lembrando que não existe vacina para a malária, mas sim um tratamento preventivo feito com remédios que deve começar antes da viagem e continuar até alguns dias após a saída do território de risco.

 

Como o tratamento é carinho e eu não chegaria à fronteira, decidi só me prevenir com repelente mesmo. Li em alguns lugares dizendo que só repelente, roupas longas e mosquiteiro dariam conta do recado. E realmente me parece que isso basta. Não conheci nenhum viajante no caminho que estivesse tomando os remédios para malária.

 

Quanto à água potável, a Namíbia é um país desértico e vira e mexe sofre com seca e falta de água potável. Um guia nos contou que por conta disso muito da água potável é “reciclada”, ou seja, tratada com ingredientes químicos para ser novamente envasada e reutilizada. No rótulo da garrafa dessas águas se lê “Prepared Still Water”, e ela tem um gosto meio doce estranho. Mas ao longo da viagem encontramos água mineral “normal”, que é a “Spring Still Water”, essa retirada diretamente de fontes naturais e com o gosto igual ao que estamos acostumados aqui no Brasil.

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  • 2 semanas depois...
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Muito bom, Louise!!!! ::otemo::

Praticamente um tutorial da Namíbia...hehehe

Anotei todas as dicas, estou indo agora em maio para África do Sul, como terei alguns dias, quero conhecer a Namíbia!

Como vc disse no início, as informações sobre esse país são escassas, principalmente essa parte de locomoção, vou sozinho, aí estou na dúvida se alugo um carro ou pago caro nesses tours, posso também tentar a sorte de achar alguém para dividir os custos do aluguel.

Minha intenção é fazer seu roteiro, sem o Etosha e arredores, já que planejo fazer safári no Kruger e em Botsuana (Chobe). Penso em deixar 5 ou 6 dias pra Namíbia, tá bom?

Vcs se hospedaram em Windhoek no primeiro dia? Viu possibilidade de "recrutar" mais alguém pra ir no carro com vcs, rachando o valor?

 

E muito obg por compartilhar sua experiência aqui conosco, abraço!

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  • 1 ano depois...
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