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Travessia Serra do Quiriri (do Araçatuba ao Crista)


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  • Colaboradores

Buenas! 

O relato na nossa viagem começa no estacionamento do Monte Crista, na sexta-feira da Páscoa, deixamos nosso carro às 06:00 da manhã, e pegamos um transfer (no caso um taxi da cidade) até a base do Araçatuba. Esse deslocamento vai em torno de 1 hora, e pagamos 200 reais no total.

Chegando a base do Araçatuba, onde há o sítio da família proprietária das terras, conversamos um pouco com a senhora, que nos contou dos tempos que era jovem e subia a montanha em busca da criação (bois rs). Eles não pedem valor para subir, apenas se for usar o estacionamento, mas é legal deixar uma contribuição, pois aqui você pode usar o banheiro e também pegar uma água fresca.

Então depois de um café reforçado, começamos nossa subida... A montanha não é de dificuldade técnica, porém ganhamos bastante elevação em pouco tempo e isso cansa um pouco. A subida tem algumas partes que você passa por lajes enormes, pedrões no meio da montanha. Depois chegamos no cume do Araçatuba, onde o vento é super forte. A vista aqui já é fantástica e já vemos a vegetação que iria nos acompanhar por um bom tempo. Demoramos cerca de 03:30 para atingir o cume, e depois de almoçar e descansar, seguimos nosso caminho.

Depois do Araçatuba, o terreno muda, encontramos alguns charcos com lama e buracos. Descemos um bom tempo. Depois do Araçatuba é impossível seguir sem o GPS, pois tem inúmeros caminhos, e é inevitável de perder ...

Caminhamos bastante esse dia, estava bem quente, subimos, descemos, lama, algumas árvores pequenas de montanha ... Seguimos mais e mais, depois de algumas horas, chegamos em uma estrada de interior. Essa tarde foi de muita caminhada em estrada mesmo. Nisso já eram quase 17:30 da tarde, e ainda não sabíamos onde passar a noite. Chegamos no final da estrada, e dali em diante, só caminhando mais umas 02 horas para achar um bom lugar pra passar a noite. Muitas pessoas acampam nessa parte da estrada, tem bons lugares pra parar, e tem água bem perto. Arrumamos acampamento e já era quase noite. Bateu um desespero, pois a gente tinha andado só 13 kms nesse dia, tínhamos quase 80 % do caminho ainda, cerca de 50 kms.

Combinamos de acordar as 03:00 no dia seguinte, para estar caminhando as 05:00, e assim foi. Logo depois da estrada, subimos bastante ganhando altitude. Estava escuro, e a trilha era super estreita. Um resvalo e sei onde iríamos parar haha. Depois de subir, andamos mais um pouco na mata, e chegamos em estrada novamente. Nesta parte o GPS nos mandou passar no meio de uma floresta de pinus, bem fechada. Faltou o facão haha. Saímos então em uma estrada grande, onde encontramos algumas pessoas acampadas, trocamos uma ideia com o pessoal que já havia feito o percurso algumas vezes. Depois, mais estrada ... uns 6 kms. Nisso o sol estava rachando já, e subir aquelas estradinhas, foi tenso.

Paramos para almoçar quando acabou a estrada, e percebemos que finalmente iríamos entrar nos Campos do Quiriri !!!!!

Depois daquele almoço, e de deixar as barracas secando no sol, nos encaminhamos por uma trilha bem discreta, adentrando aos Campos. A paisagem mudou totalmente, como numa mudança de cena de filme. O terrenos ficou muito mais reto, e a vegetação rasteira. Praticamente nas nuvens, comparado com o que já tínhamos passado.

 Tem muita água nessa parte do caminho, correm muitos rios. Mas o uso do clorin é indispensável, pois tem muito gado por aqui. Em alguns momentos, andando pelos campos, conseguimos avistar ao longe alguns coloridos no meio do verde, cargeiras sendo levadas pra cá e pra lá. Como disse, tem diversos caminhos. Optamos por fazer o percurso completo, passando primeiro pelo marco da divisa (SC; PR). Seguimos então para a nosso segundo destino, o Morro da Antena. Nesse momento, nossos pés já estavam doendo assim como os joelhos, pernas, e ombros.. (mais fácil dizer o que não estava doendo).

 

A subida ao Morro da Antena é bem judiada, o sol estava forte, e eu quase chorei de exaustão. Mas seguimos.....

Começamos a descida, e nosso ainda longo caminho.

Nosso objetivo nesse dia era acampar na pedra do lagarto, porém já eram quase 17:00 e estávamos a quase 2 horas de lá. Subimos então uma montanha e achamos um lugar que parecia adequado para passar a noite. Nessa hora fizemos as contas ... andamos 28 kms nesse segundo dia. Somando: 41 kms!!

Acordamos novamente às 03:00, e as 05:00 estávamos caminhando já. Chegamos na pedra do Lagarto o dia estava começando a aparecer. Andamos, andamos ... Mais um tempo de campos e montanhas. O cenário é deslumbrante, parecendo um tapete verde estendido.

Nessa travessia, chegamos bem pertinho do cume do Crista, mas não chegamos a subir; passamos pela bifurcação seguindo nosso GPS, e começamos da descida do Crista.

Havia chovido um pouco nos dias anteriores, e a descida estava bem escorregadia, mas divertida. Nossos pés estavam cheios de bolhas, o joelho inchado ... A descida do crista é repleta de rios, então paramos para colocar os pés na água, e isso nos deu mais um gás para concluir nossa trajetória.... Há um rio a cerca de 30 minutos do estacionamento do Crista. Quando vimos o rio, a reação geral foi jogar a mochila no chão, e soltar o corpo na água, largando todo o cansaço. Aquela sensação eu nunca vou esquecer !!!!! Perto das 13:00 chegamos no nosso ponto final, o estacionamento do Crista. Nem acreditamos ao chegar!!!! A gente não tinha muita força pra comemorar, mas foi emocionante demais !!! Nossas fichas estavam marcadas com um asterisco pelo pessoal do resgate, pois não conhecíamos a região e fomos classificados como um grupo que tinha risco de se perder. Mas tudo deu mais que certo !!!!!

Relato, que essa foi a travessia mais desafiante que já fiz, principalmente pelo pouco tempo que a gente tinha para concluir os 64km, 2 dias e meio !!!!

Mas como qualquer aventura/montanha/trekking, não é pra ser relaxante, não é pra ser confortável. É pra nos desafiar, chegar nos limites de nossa força, do nosso esforço físico e psicológico. É pra gente ter experiências que nos ensinem algo. Que desenvolva nossa coragem. Acreditar em si mesmo, e terminar a aventura, um pouco melhor do que quando começou. É uma forma de se fortalecer também.. O contato que temos com a natureza numa travessia como essa é algo fantástico, a mudança das vegetações, dos terrenos... é tudo muito dinâmico. É um rolê que eu recomendo, reserve de 03 a 04 dias se quiser ficar mais tranquilo e use sempre o GPS. E aí é só ir !!!! @darlyn

@Dionathan Biazus

* Um agradecimento especial ao @gvogetta que nos deu ricas dicas sobre esse rolê. 

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  • 7 meses depois...
  • Membros

Nossa!!! Parabéns por ter conseguido fazer essa travessia. Não é fácil...Há uns 4 anos atrás subi o Monte Crista juntamente com minha esposa, minha filha e meu genro. Confesso que foi exaustivo e chegamos lá em cima tão cansados que nem chegamos a visitar o "Homem Sentado". Mas assim que puder quero retornar lá...

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