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Informações gerais: Esse relato é da viagem que fiz no fim de março/começo de abril pelo sul do Peru e Bolivia. Como foram vários dias, o relato pode ser grande apesar de eu ter tentado fazer de forma mais simples e sem muita informação desnecessária. As informações de cada lugar e seus passeios estão relatados conforme o lugar e você pode encontrarlos nos títulos dos dias ou cidade. Vale lembrar que não inclui valores de passagens aéreas do Brasil, porque estou atualmente vivendo Peru e minha viagem teve como partida e chegada este país. Vivo em Pucallpa, mas no relato salto a informação que tem ver com a cidade como os Percursos Pucallpa - Lima e Arequipa - pucallpa, porque acho que não interessa a ninguém rs. Como o salar do Uyuni é um ponto mais procurado e geralmente muita gente só busca por isso, deixei a parte do salar num relato a parte para facilitar aos que estão buscando apenas informação desse passeio. Aqui está o link do Relato Salar do Uyuni. Para os que tenham interesse, essa é uma pequena e incompleta tabela que fiz com valores tirados da internet (alguns eu atualizei) com a distância e preço de transporte que usei de base para decidir onde visitar com o tempo que eu teria: 5. Meu roteiro de viagem foi: Pucallpa -Lima Lima-Juliaca Juliaca - Puno Puno - Juli Juli - Desaguadero Desaguadero - La Paz La Paz - Uyuni Uyuni - Potosí Potosí - Sucre Sucre - Cochabamba Cochabamba - Copacabana Copacabana - Puno Puno - Arequipa Arequipa - Pucallpa sem mais delongas... ao relato! hehe Dia 01: LIMA - JULIACA - PUNO - JULI Saí de Lima pela manhã com voo rumo a Juliaca. Ali cheguei como as 11:30 sai do aeroporto caminhando e mais a frente encontrei um bom lugar para comer, onde havia menu de apenas 7 soles. Meu plano inicial era visitar Lampa, um povoado cerca, mas acabei desistindo e indo direto a Puno. Paguei apenas 5 soles no transporte a Puno, que demorou menos de uma hora. Cheguei pela tarde e fui direto ver se me alcançava fazer o passeio as ilhas uros no lago titicaca. O passeio estava a 18 soles: 10 o transporte 8 entrada às ilhas Esperamos completar o barco e seguimos adiante. Há diferentes tipos de passeios. De um dia inteiro, de dois dias e esse que fiz de duas horas mais ou menos. O passeio consistiu em visitar uma das ilhas, onde nos foi apresentado como constroem e mantém a ilha. Também um pouco de seus costumes. Daí veio uma parte interessante e para mim um pouco desconfortável, onde nos divide em grupos ou individualmente, como foi meu caso, para irmos as casas dos habitantes. Até aí tudo bem, mas depois cada habitante tem seu “mercado” e te vai oferecer. No meu caso, como estava sozinho, me senti muito desconfortável em não comprar nada com o senhor e acabei comprando o mais barato porque tudo é muito caro! Depois te levam para passear em um barco e te cobrarão 15 soles a mais por isso. O passeio é opcional e se vc não for, seu barco te levará para o mesmo lugar, assim que não perderá nada. O destino é uma outra ilha onde pode comprar algo para comer, ali também carimbam seu passaporte por 1 sol. Regresando a cidade decidi seguir viagem dali mesmo porque não tinha nada mais na minha lista do que queria fazer por ali e queria chegar logo na Bolívia. Peguei um carro a Juli, que fica na metade do caminho a desaguadero. Paguei 8 soles creio. Fui passar a noite ali porque havia quem me receberia ali, na verdade é um lugar bem bonito conhecido como "pequena Roma" e não esperava. Para minha surpresa encontrei uma amiga que não via há anos e não tinha ideia de que estaria ali. Dia 02: JULI - DESAGUADERO -LA PAZ Pela manhã seguinte tomei outro carro a desaguadero. Devo ter pagado 7 soles tbm, não estou seguro. Chegando lá fui caminhando em direção a migração e aproveitei para trocar dinheiro. Como tinha soles, consegui um câmbio de 3,30. Passei pela migração do Peru, para sair, e depois da Bolívia, para entrar, sem problema nenhum e com pouca fila. Daí segui até onde estão os carros para la paz. É importante perguntar o valor e até onde vão. Eu paguei apenas 20 bolivianos, uma amiga que chegou pouco tempo depois acabou pagando 35. Então é bom perguntar em mais de um. O que eu peguei nos deixou na Ponte Rio seco, para tomar o teleférico azul. Para chegar ao centro a partir daí vc pega o teleférico azul até o final (4estacoes) depois muda para o prata (1 estação) e depois o roxo (1 estação) até chegar na estação do Prado. Ali já é o centro de Lá Paz. Procurei um lugar para almoçar e encontrei um menu de apenas 15 bolivianos com sopa de entrada, segundo (escolhi um macarrão) e um refresco e um pudim de chocolate. Muito barato! Depois fui atrás de um chip para celular. Fui na entel e comprei um por 10 bolivianos e paguei mais 15 por un plano super básico de 1.5 gb por 10 dias com wpp ilimitado. A atendente acabou errando e por sorte eu percebi. Daí ela me prometeu fazer uma outra recarga mais tarde nesse dia para que eu pudesse contratar o plano que escolhi, e assim o fez. Depois me encontrei com uma amiga que tbm estava chegando e com o rapaz que ia me hospedar. Mais tarde comemos uns frangos fritos e terminamos o dia. Dia 03: LA PAZ (VALLE DE LA LUNA, CENTRO) juntamente com minha amiga mexicana do dia anterior, decidimos ir pela manhã ao Valle de la Luna, tomamos um desses coletivos em direção a Mallasa que nos deixa na porta do vale. Pagamos 20 bolivianos para ingressar. É um lugar interessante, mas pode sim ser um pouco tediosos porque a paisagem é meio monótona. Mas é um destino muito buscado para quem está por La Paz. Terminamos o passeio e esperamos o transporte na rua ao lado. Chegamos no centro e fomos almoçar no mercado Lanza, onde encontramos um menu de 11 bolivianos que vinha com sopa, arroz e lentilhas com um pouco de salada. Dessa vez, sem refresco. Depois passeamos um pouco pelo centro, mercado das bruxas e depois foi só perda de tempo kk. Ela tinha que resolver algumas coisas e acabamos caminhando como loucos, mas ainda pude visitar o morador Kilikili e ter uma Boa Vista da cidade. O dia basicamente foi isso, depois só voltei para a habitação e jantei. Dia 03: LA PAZ (VALLE DE LAS ÁNIMAS) no terceiro dia fomos eu, a mexicana e meu amigo boliviano ao Valle de las Ánimas. Ainda não é muito conhecido mas muito bonito. Há formações como o Valle de la luna más são bem maiores. Chegando ali vc só paga 5 bolivianos de entrada, mas explora por conta própria. Voltamos a cidade onde a mãe do meu amigo nos havia preparado um prato típico chamado Silpancho, basicamente arroz com bife e salada. Mas estava muito bom. Descansamos e na tarde saímos a passear pelo centro outra vez, comprei alguns souvenires e depois fomos a calle Jaén. Uma das mais antigas da cidade e bem legal de se visitar. Nisso já era noite e fui direto ao terminal para tomar um bus a Uyuni. Consegui por 100 bolivianos através do pai do meu amigo mas acho que a média estava entre 120. A companhia foi Cisne e o ônibus era super confortável. Saí como 21:30 e passei toda a noite viajando até chegar em Uyuni no dia seguinte as 06:00 mais ou menos. Dia 04 SALAR DE UYUNI Finalmente em Uyuni, estava super ansioso para conhecer o salar que era a razão principal da minha viagem. Desci do bus e não tinha gente oferecendo nada, como na maioria dos relatos. Na verdade. Havia pouquíssimas agências abertas e comecei a investigar preços. Basicamente a média dos valores era: Tour de 1 dia - 180 a 200 pesos Tour de 2 dias - 600 a 800 pesos Tour de 3 dias - 1000 a 1200 pesos Tour de 1 dia vc vai fazer o passeio ao salar e volta na noite. Terá um almoço e snacks no fim da tarde com um brinde ao pôr do sol. O roteiro é basicamente: Cemitério de trens Loja de souvenir e processo de extração do sal Salar de Uyuni (hotel de sal) Esculturas de sal Por do sol no salar Tour de 2 dias: faz o primeiro dia normal, dorme em Uyuni e no dia seguinte visita alguns lugares em direção a Potosí. Na real é o pior tour porque segue uma rota completamente diferente, te leva a umas águas termais não muito bonitas e na verdade é só pra encher o dia. Tour de 3 dias é o mais procurado e o mais caro. Vc faz o primeiro dia normal, mas no segundo dia deixa o salar e se aventura no deserto. Vai visitar bastante lagos e ver os flamingos, além de estruturas rochosas impressionantes. OBS: para ler o relato do Salar de Uyuni clique aqui Dia 07 - POTOSÍ cheguei em Potosí como umas 22:30 e fui direto dormir. Ali tinha alguém que me receberia, enquanto minha amiga foi procurar um hostel. Na manhã seguinte fui ao mercado na esquina para comer. Paguei algo entre 10-12 bolivianos por um arroz com cordeiro. Senti Potosí um pouco mais caro que La Paz. Sai rumo ao centro para me encontrar com minha amiga. Saímos a procura de informações turísticas da cidade e a polícia de turismo nos deu vários folhetos interessantes. Dali ela foi se encontrar com alguém e eu saí a explorar a cidade. Meu tour em Potosí basicamente se resumiu em explorar a cidade. Não fiz nenhum passeio porque meu dinheiro já estava acabando e preferi deixar para visitar outras cidades. Potosí tem um centro histórico muito bonito, é uma cidade charmosa e cheia de história. O que mais se faz ali é visitar a casa da moeda 40 pesos e +20 para tirar fotos; é passeio as minas que está em média 100. Depois de explorar a cidade fui comer no mercado central, ainda estavam vendendo menus que haviam sobrado do almoço e por estar tarde me cobraram apenas 10 bolivianos. Passei o dia inteiro basicamente com minha amiga e no final saímos para encontrar alguns outros amigos dela. Fomos a um bar e ali gastamos toda nossa noites. Acabei dormindo outra vez em Potosí e sai na manhã seguinte a Sucre. casa de la moneda praça principal (10 de noviembre) Torre de la Compañía de Jesús Dia 08 - SUCRE Paguei apenas 20 bolivianos de Potosí a Sucre, o que demorou cerca de 3h. Chegando, procurei um lugar para comer e foi o almoço que mais gostei. Veio bastante comida no prato. Pedi um menu completo com sopa de Maní (amendoim), arroz, lentilha e bife e com um pouco de salada por 10 bolivianos! E também um copo de refresco por mais 2. Isso quase em frente ao terminal. Sai a explorar sucre, seu centro histórico é lindo, a cidade faz jus a sua fama. Fui ao mirador do Recoleta, passei por algumas igrejas e explorei o centro. Também dei uma passada no mercado central, praça Bolivar e fui outra vez rumo a rodoviária já comprar minha passagem para cochabamba. Como já tinha voo comprado para o dia 01/04 saindo de Arequipa, não tinha tempo a perder. Decidi passar apenas um dia em Sucre e Cochabamba apenas para conhecer as cidades. Comi no mesmo lugar que havia almoçado, agora estavam cobrando 11 bolivianos. Entrei ao terminal e onde me haviam oferecido passagem a cochabamba por 50 bolivianos pela manhã, já estava fechado. Me pareceu um pouco suspeito, porque ficava do lado externo, enquanto todos que me perguntavam para onde eu ia, ao dizer que era Cochabamba me diziam para buscar dentro do terminal. Ali havia vários preços, todos acima de 80. Acho que no final consegui um por 70 que sairia as 22:00 mais ou menos. O ônibus pelo menos era confortável, consegui descansar no caminho e cheguei a cochabamba quase as 05:00. Dia 09 - COCHABAMBA Chegando a Cochabamba, esperei um rapaz de couchsurfing vim por mim na rodoviária. Não iria dormir na cidade, mas esse amigo foi super gente boa permitindo que eu deixasse minhas coisas na casa dele para poder explorar a cidade. Enquanto isso assisti um senhor bêbado que dormia sentado num banco cair de cara no chão e estourar o nariz. O pessoal do terminal o manteve inclinado para não se afogar com seu sangue e depois de bastante tempo a ambulância chegou e o senhor só acordou quando os paramédicos o atenderam. Andei feito um condenado nesse dia kk. Sempre gosto de fazer tudo caminhando, principalmente quando vou estar apenas um dia no lugar, para poder observar o máximo da cidade e seus habitantes. Aqui sofri para achar um lugar para comer, pois o caminho que tomei não havia muitas opções de comida e sentia que as que havia, abriam tarde, pois já era mais de 08:00 e ainda se encontravam fechadas. Depois de caminhar muito, cheguei ao mercado La cancha. Uma confusão, entrei e finalmente achei um menu mais barato. Acho que paguei 12-15 bolivianos. Provei a famosa sopa de maní (amendoim) e um guiso de frango (que faltava cozinhar mais), mas de modo geral, estava bom. Segui caminhada e decidi ir ao Cristo de la Concórdia. Basicamente algo parecido ao nosso Cristo Redentor, uma estátua de Jesus com braços abertos em cima do morro. Se você têm planos de ir ali nos próximos dias, já te aviso que o teleférico não está funcionando. terá que subir as escadarias a pé ou ir de carro. Eu fui andando, novidade, e não me arrependi. A subida não é nada absurda, leva cerca de 30 minutos. Eu aconselho muito a fazer pelo menos um dos tajetos a pé pelas escadas, porque recentemente agregaram ao caminho, estações representando momentos da via dolorosa, caminho de Jesus até a crucificação. na verdade, ainda estão terminando as obras e acredito que ficará incrível depois de pronta porque, honestamente, as novas estátuas valorizaram muito o passeio. Estão super bem posicionadas, de modo que você as vê com uma paisagem impressionante da cidade abaixo. sem contar que estão muito bem feitas e a história também bem ordenada. Até o sepulcro de Jesus fizeram, para no final o Cristo grande representar Jesus ressuscitado. Eu achei bem legal e sem dúvida o ponto turistico mais importante da cidade. Não longe dali está o Jardin Botânico Martín Cardenas. Lugar ideal para descansar enquanto admira a paisagem, tanto o cristo quanto o jardim botânico são grátis (pelo menos ninguém me cobrou nada rs), então acho que vale a pena visitar caso esteja em Cocha e sem muito o que fazer. Dali fui almoçar com meu novo amigo de couchsurfing em um lugar muito perto da praça principal "14 de septiembre" muito bonita! O Centro histórico de cochabamba é pequeno, mas também vale a pena conhecer, até porque sem dúvida você passará por ele. Depois de comer e descansar, peguei minhas coisas e comecei a fazer meu caminho de volta, rumo ao terminal outra vez. Agora meu destino seria La Paz, na verdade Copacabana, mas como não tinha bus direto, teria que voltar a esta cidade. Dia 10 Copacabana Meu plano inicial era começar minha viagem na Bolivia por Copacabana, e acredito que seria bem facil assim. Entretanto, meu amigo de La Paz me havia dito que por conta das chuvas que houveram, uma ponte havia caído e não havia passe para La Paz de alí. Então entrei no país por Desaguadero, mas ao saber que havia sim como ir para Copacabana, decidi cruzar a fronteira para o Peru por ali. Peguei o ônibus para Copa no terminal de la Paz, assim que cheguei. na verdade, poderia tê-lo pegado em El Alto, mas não sabia então tive que voltar esse pedaço. Acredito que paguei algo entre 30-40 bolivianos. São mais ou menos umas 4h de viagem. para a nossa "sorte" havia uma competição ciclista que faziam esperar os carros para que os competidores pudessem passar, o que nos fez perder muito tempo. Em um determinado ponto do trajeto, você terá que descer do bus e pagar um barco para cruzar o lago, enquanto o onibus usará uma balsa. O preço é de 2 bolivianos. Uma vez cruzando o lago, você sobre outra vez no onibus para seguir até Copacabana. O bus te deixará numa praça onde há varios outros transportes, dali mesmo você tomará seu carro para qualquer outra cidade. também há vários cambistas, agências e hospedagens por ali. Em realidade, a cidade é pequena, todo o centro está bem concentrado nessa região. Você encontrará restaurantes e hospedagens caros como tbm lugares com preços em conta. Caminhando um pouco mais encontrei um menu de 11 bolivianos completo, com sopa de entrada, prato principal e refesco. Em frente ao mesmo lugar onde nos deixou o ônibus, encontrei uma hospedagem mais barata. Paguei 30 bolivianos, estive sozinho no quarto (que era para dois) mas o banheiro era triste kk. Não por ser compartilhado, na verdade estava tudo muito limpo mas o chuveiro quente era uma bomba relógio. Não possuia a parte de cima e quando ligava, esguichava para todos os lados inclusive direto nos fios bem na parte onde estavam unidos e cobertos pela fita isolante. haha Fui passear pela cidade, desci até a orla onde há a famosa âncora branca, de onde saem todos os passeios às ilhas. Para a minha surpresa, encontrei Ben y Becca, o casal que esteve comigo no tour do Uyuni. Não tinham planejado estar ali mas tiveram que adiantar sua ida a Copacabana. Decidimos nos encontrar depois e fazer o passeio a Isla del Sol juntos na manhã seguinte. Continuei meu passeio, fui conhecer a Igreja na praça principal e me impressionei bastante. Para mim, a arquitetura foge um pouco do que estamos acostumados a ver do período colonial. Me dava uma impressão mais "mediterrânea". Não sei se pelo clima ou conjunto de forma geral, mas muitas vezes a Bolivia me fazia lembrar de cidades na Espanha como Málaga, Valencia... que tem mais influencia de culturas do mediterrâneo. De longe via as pedras ao topo do monte e quis subir para apreciar a vista, descobri que na verdade era um lugar turistico, Mirador del Inca e te cobram para chegar ao topo. Fiquei na metade mesmo e contente com a vista dali. Isso foi algo que não gostei muito na Bolivia, falta de informação e do nada vai brotar alguém te cobrando por absolutamente tudo em um passeio. Se você não entendeu, vai ficar muito claro com minha experiência do dia seguinte a Isla del Sol. Comi em outro lugar, acho que por 12 bolivianos ou algo assim, um outro menu e voltei a pousada para descansar. Dia 10 Isla del Sol Na manhã seguinte, arrumei minhas coisas e estava pronto para sair mas não encontrava a senhora responsável pela pousada. Liguei e ela me pediu para esperar que estava vindo correndo. Teria que deixar minhas coisas na recepção para buscar depois, já que o meu passeio ia demorar todo o dia e eu não queria pagar outra diaria só por isso. Enquanto isso, Ben e Becca me esperavam para o passeio, acredito que se afobaram aqui e compraram a primeira opção que tinham oferecido para eles, onde iam direto ao lado sul da ilha enquanto eu queria ir ao norte. Lhes explico as opções de passeio mais adiante, mas antes lhes faço entender um pouco sobre a Ilha e sua logística. a Isla del Sol (Ilha do Sol) é o destino mais procurado por quem vai a Copacabana. É a ilha principal e maior entre as atrações turisticas do Titicaca. Lá há ruínas importantes sobre a civilização inca, acreditam inclusive que nasceram ali. Só que há alguns fatores logisticos e sociais que influenciam nos passeios, por exemplo, os próprios habitantes da ilha não se levam muito bem. São basicamente dois grupos o do lado norte (Challapampa) e o do lado sul (Yumani). O lado norte da Ilha possui mais história e é mais simples, ali você vai encontrar pontos como o mesa de sacrificio, labirinto chincana, praias bonitas e vistas de tirar o fôlego. No Lado sul, também há pontos históricos importantes como o templo do Sol e é uma região mais preparada para o turismo. Assim, você pode optar por transportes que vão ao norte ou sul, dependendo do tempo e atividade que planeja fazer e permanecer na ilha. Geralmente, os turistas vão ao norte e fazem o trajeto caminhando (3horas) até a região sul, onde pegam um barco de regresso as 16:00. Uma vez conhecendo como funciona a ilha, lhes explico sobre os tours oferecidos: Tour completo: te levam em um passeio de um dia para conhecer as ilhas do sol e da lua, ilhas flutuantes e mais... É a opção mais barata, cerca de 50 bolivianos. Pode parecer bom, mas acredito que seja insuficiente. É pouquissimo tempo para explorar tanto então imagino que seja algo como chegar, olhar e ir embora. Além do mais, a essa altura você provavelmente planeja ou já conheceu as ilhas flutuantes em Puno. Se você não conheceu e nem tem planos de ir a Puno, talvez valha a pena para você esse passeio. Passeio a Isla del Sol: Sinto muito mas não posso dar informações desse tour porque não me lembro das informações. Só lembro que era mais caro, provavelmente incluindo passar uma noite na ilha, todas as entradas e quem sabe um guia. Bilhete de ida a ISla del Sol: Aqui é o mais comum de se fazer, como eu disse, você paga apenas seu transporte a Ilha do Sol (40 bolivianos), eu consegui por 35 mas eles dizem não baixar mais que isso porque todos pagam a mesma agência de transporte. MAS ATENÇÃO! Você tem que saber a que lado da ilha quer ir. Se quiser fazer o passeio caminhando terá que ir ao norte da ilha (Challapampa) e não ao sul. caso contrário, dificilmente você conseguirá transporte chegando ao norte, terá que fazer a caminhada de ida e volta (pelo menos é o que nos dizem). Meus amigos Ben e Becca infelizmente não se atentaram a isso e compraram o bilhete ao sul da ilha, sem muita informação. Quando me dei conta e lhes disse eles ficaram tristes e aí nos separamos outra vez. O barco que sai ao sul, sai do porto as 08:00 da manhã. O que sai ao norte, uma hora depois como as 09:00 ou 09:30. Aqui começa a minha indignação, a moça da agência me explicou que chegando lá, me cobrariam 10 bolivianos para entrar na ilha pelo lado norte e depois o pessoal do sul me cobraria mais 5, somando 15 bolivianos extras para explorar a ilha, sem contar os 40 de volta que teria que pagar para o transporte. o percurso demora cerca de 2h, o barco vai bem lento. Geralmente há lugares em cima ou abaixo. Se você chega primeiro pode escolher, mas leve em consideração o tempo de viagem e o sol, já que em cima não há proteção. Chegando a Ilha, já nos abordaram em fila para pagar o ingresso que não era 10, senão 15. lhe perguntei e me disse que não teria que pagar nada mais na ilha a parte disso. Também oferecia um guia por 10-15 bolivianos por pessoa, mas não era obrigatório. Se você não tiver pressa, acho que pode valer a pena para saber mais da história do lugar. Eu segui sozinho adiante, como outras pessoas. pouco tempo depois encontrei um casa brasileiro a Thaís e o Rafa, que já tinham passagem comprada para Puno em um ônibus que saia as 18:00 de copacabana. Então com medo de arriscar, decidiram fazer apenas a parte norte e voltar para o mesmo lugar onde nos haviam deixado, porque dali sairia um barco as 14:00. Essa opção eu não conhecia, nos disseram quando recém embarcamos, mas agora pensando bem, talvez seja o mesmo barco e nada mais sai dali esse horário mas passa a parte sul as 16:00 para buscar os outros passageiros, então fiquem espertos. se o problema for tempo e não impossibilidade de fazer a caminhada, talvez não valha tanto a pena. Caminhamos juntos conversando e visitamos os pontos famosos. de vez em quando alguem aparecia pedindo para ver o ingresso. Chegou um momento em que a caminhada se separava, eu segui rumo ao sul enquanto eles voltaram ao porto. Para ser sincero, o mais bonito se via no proprio passeio do lado norte. Mas, se você é como eu e gosta de uma trilha, vale a pena. è um passeio agradável e sem muita dificuldade, pelo menos se você não tem problemas com atividades desse tipo. No meio do caminho conheci uma garota inglesa e um holandês, com mais duas meninas americanas mas que sempre ficavam para trás. Fomos conversando e terminamos o passeio juntos. ah, no meio do caminho me pediram para ver o bilhete e ao mostrar me disseram que não era aquele, ou seja, me cobraram mais 15 bolivianos, até então o dobro do que me havia sido informado. Discuti um pouco com o cara porque as informações estavam totalmente equivocadas tanto na agência quanto ao chegar na ilha e ele apenas concordava e dizia que era porque não se davam bem entre os lados da ilha e que as agencias tbm não tinham os dados atualizados. Perguntei se de verdade já não iam me cobrar mais e me disseram que se eu quisesse visitar as ruinas, lá me iam cobrar novamente. Pode parecer algo normal até porque não era tão caro, mas essa falta de informação prejudicava muita gente principalmente porque para o passeio, as pessoas deixam seu dinheiro extra guardado com seus pertences em copacabana e levam apenas o necessário à ilha. Sem contar que para muitos, assim como meu caso, era o destino final na Bolivia, então os pesos bolivianos estão contados e querem evitar trocar mais dinheiro para depois trocá-lo outra vez no Peru perdendo com o câmbio duplo. Por sorte eu havia trocado mais 20 soles antes de ir, o que me deu 60 bolivianos, e pude pagar as taxas extras. Depois conversando com Becca e Ben, pensei que foi o melhor eles terem se enganado, porque não haviam levado dinheiro em espécie para o passeio. Chegamos ao lado da sul da ilha em tempo mais que suficiente, fomos comprar a viagem de volta (40 bolivianos) e comer alguma coisa ali mesmo na praia. Os preços obviamente mais caros. Pedi um sanduíche de ovo por 10 bolivianos, que era o que podia pagar sem correr o risco de ter que voltar nadando kk. Para minha surpresa o sanduíche era maior do que eu esperava e estava bom. Encontrei Becca e Ben outra vez e eles se uniram aos agora meus novo grupo de amigos. No caminho de volta, o barco para no templo do sol para os que queiram visitar por uns minutos. Eu, alertado de que me cobrariam e sem um tostão no bolso, resolvi ficar no barco e nem me arrisquei a verificar a veracidade da informação. Mas de modo geral, poucos desceram. Junto com o holandês, decidimos pegar um carro a fronteira quando chegássemos e dali outro para Puno. Eu na verdade tinha que ir a Arequipa, estava sonhando em talvez achar um carro de Unguyo (fronteira do lado peruano) que fosse para lá, mas já me disseram que teria que ir a Puno para isso. Eu já estava decidido a fazer isso porque não tinha bolivianos suficientes para pagar um bus direto a Puno, mas meu amigo Holandês ainda estava indeciso e receoso, preferindo um bus direto. Chegamos a Copacaban e nos despedimos de Larissa, Becca e Ben, que ficariam mais um dia em copa. Seguimos a praça para ver os carros e aos hostels para buscar nossas coisas. Mais uma vez a senhora desapareceu e tive que ligar para ela. Veio correndo depois de um tempo e finalmente com minhas coisas fui me encontrar com meu amigo para irmos. Já haviamos decidido ir com o carro (5 bolivianos) até a fronteira. Enquanto estávamos esperando encher o carro, fomos procurar algo para comer. Nesse processo uma das moças que vendem passagem de bus reconheceu meu amigo de antes e lhe convenceu a comprar sua passagem com eles, porque ainda havia tempo. Nisso eu segui em busca de comida e desisti porque percebi que não daria tempo comer algo bom ou deveria comprar algo para levar e minhas opções estavam muito limitadas, seria basicamente pão. Cheguei no carro e já haviam ido embora, e o rapaz me disse que meu amigo havia ido com eles. não entendi nada porque estava vazio antes e meu amigo supostamente ia de ônibus. Havia apenas ido a esquina e nesse tempo tudo havia acontecido. enfim, já subi ao seguinte carro (há varios saindo a fronteira, só tem que esperar encher mas geralmente não demora) para não perder outra vez e ao revisar meu celular que está sempre no silencioso, meu amigo havia me enviado mensagens dizendo "nos levaram para o mesmo carro" "vem! vamos sair" "onde está vc?" "saímos" tudo em menos de 3 minutos acompanhado de uma chamada perdida kkk. Continuei conversando com ele e ele me disse que não estava entendendo o que havia passado, mas que colocaram ele e mais 2 nesse carro e com os 3 já encheram. Rapidamente o carro completou e fui a fronteria, como em 15 minutos chegamos e nos deixam quase em frente a migrações. Fui bem rápido, troquei meus pouquíssimos bolivianos que me restavam para pagar meu carro em soles. segui andando a migrações do lado peruano e ali na fila para minha surpresa encontro meus amigos brasileiros do passeio a ilha do sol que supostamente já deveriam estar bem adiantados e só depois me dei conta de que a pessoa na frente deles na fila era meu amigo holandês e que os outros dois ao que ele se referia eram o casal brasileiro, tremenda coincidência! haha No final das contas, deu overbooking. Venderam mais passagens do que havi no bus e puseram os excedentes para ir de van. Absurdo! Porque foram atrás do meu amigo quando já não havia mais assentos e o casal brasileiro tbm ficou para trás quando já haviam comprado o bilhete no dia anterior. Então fica a dica, chegar sempre primeiro nesses casos! Por isso eu prefiro sempre comprar na hora e já com o carro. No final pagaram por um preço de bus e foram de van, que sai mais barato. Os brasileiros já estavam falando que iam reclamar e tomar as medidas necessárias. o Holandês, ja aceitou que perdeu dinheiro. Isso foi algo que me incomodou muito mesmo não tendo acontecido comigo. Mas que se reflete em outros momentos na cultura do país. Estive em ônibus ruins que foram vendidos como cama, com wifi e tudo mais.. tbm o processo na ilha do sol com as entradas... Senti como todos tentam tirar proveito e enganar o turista passando informações equivocadas. Fiquei triste com a situação e fez meu conceito com a viagem de modo geral cair com relação a Bolivia. Tudo resolvido tomamos um carro por 1,5 soles para ir ao paradero de carros que se vão a Puno. Ao subir no carro e encontrar meu amigo holandês o coitado deu um suspiro de alívio ao me ver que deu até dó .kkk depois de tanto ser enganado e sem falar espanhol, já estava desesperado e sem saber se chagaria a Puno. Dali pegamos outro carro, pagamos 13 soles se não me engano e finalmente, depois de umas 3 horas, chegamos no nosso destino. Me despedi do meu amigo e segui rumo ao terminal para buscar um bus a Arequipa, mas antes, parei em um lugar para comer porque todo o dia só havia comido aquele sanduíche de ovo. Paguei como uns 12-15 soles por um lomo saltado com sopa e uma inca cola. Quase não terminei o prato, acho que meu estômago já havi encolhido kk, fui direto a rodoviaria, comprei minha passagem a Arequipa e segui viagem, saindo mais ou menos as 22:30. Dia 11 Arequipa Ao chegar em Arequipa, fui direto a casa do amigo de couchsurfing que me hospedaria, foi uma boa caminhada e também oportunidade de conhecer um pouco a cidade tão famosa. Depois do café-da-manhã, por indicação do meu anfitrião, fui conhecer a Ruta del Sillar. Me parece que há guias que te cobram para fazer o passeio, mas você consegue chegar lá sozinho e sinceramente, não vale nenhum custo adicional desnecessário. É basicamente o lugar de onde retiram as pedras utilizadas nas construções da cidade e que por sua cor característica recebeu o nome de Sillar e acabou apelidando a cidade como "Cidade branca". tem um ônibus que te deixa na avenida mais próxima e dali você pode pegar um carro ou ir caminhando até a entrada. O bilhete custa apenas 5 soles, lá você encontrará basicamente esculturas moldadas no sillar. Haverá fotógrafos tentando te vender fotos e ali dentro há subseções onde você precisa pagar a mais caso queira ver. Não foi algo que me impressionou, principalmente porque não paguei nenhuma entrada extra. As esculturas são bonitas, mas falta variedade e mais entretenimento, na minha opinião. Mas, se você estiver procurando o que fazer por Arequipa, pode ser uma opção. Dali mesmo peguei outro ônibus para ir ao centro. São dois buses que você precisa tomar, mas é bem fácil e ali todos te informam como fazer. Os ônibus estavam a 1 sol, então é bem barato. Busquei logo um lugar para comer, pois já passava da hora do almoço, encontrei um menu por 11 soles, muito bem apresentado. De entrada uma causa de frango e segundo arroz, lentilhas e um filé de frango. Dali fui explorar o centro histórico. A cidade realmente é bem bonita, principalmente sua praça central (Plaza de armas), com sua catedral gigante impressiona bastante. O mercado central também, apesar de grande, me parece um dos mais organizados que estive. Vale muito a pena se perder por entre as ruas do centro histórico e admirar suas paisagens. Para terminar o passeio, fui ao mirador de Yanahuara. Um lugar bonito e conhecido como um bom spot para apreciar o pôr-do-sol, infelizmente para mim, o clima estava nublado nesse momento, então sem sol para ver se pondo. Mas ainda assim foi bom estar ali. Voltei para casa para descansar e depois de alguns contratempos e uma boa noite de sono, na manhã seguinte arrumei minhas coisas e fui para o aeroporto rumo a minha casa. Aqui terminava minha viagem de praticamente duas semanas e eu já estava desesperado para voltar. Há outros passeios que fazer em Arequipa, como o Canion Colca por exemplo, mas eu tinha tempo limitado. Queria ao menos conhecer a cidade que é bem famosa por ser diferente das outras do Peru. Bom, esse foi meu relato, espero ter ajudado alguém que tem planos de ir a algum ou todos esses lugares. Os desejo boa viagem, sorte e muitas aventuras no caminho. Que Deus o guarde e abençoe sua trip, qualquer coisa estamos por aqui e quem sabe um dia também nossos caminhos se cruzem
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Um sonho - Pré viagem - Bolívia 2024/2025
Bruno Biguelini postou um tópico em Bolívia - Relatos de Viagem
Buenas tropa, Tinha botado na parte de "Companhia para Viajar" mas fui escrevendo e virou um relato pré-viagem, então estou passando para cá o que coloquei lá e seguirei colocando 😊 Não sou de falar muito... mas gosto de escrever... talvez não com um português impecável.... mas como falaria... Faz mais de 12 anos que pretendo ir a Bolivia.... porque? sempre me perguntam... e quase nunca tenho uma resposta na ponta do lápis.... lá no inicio quando pensava em ir talvez não tivesse cabeça... e muito menos $$$.... até ano passado (2023) esse sonho estava adormecido.... mas ele acordou... mas por ventura e dormiu de novo.... por botarem na minha cabeça que tudo seria difícil, desisti.... e no fim entrei num relacionamento que piorou tudo.... mas enfim depois de algumas (várias) sessões de terapia hehe.... botei na cabeça que não passa de 2024 esse sonho para se tornar realidade... Já estou quase com as passagens da BoA compradas.... Minha ideia é fazer um mochilão quase raiz lá, gastar o mínimo e aproveitar o máximo nesse tempo.... vale salientar que é época de chuva e época de festas.... mas são detalhes técnicos hehe... pq segundo algumas agencias de lá, segue normal os pacotes do Uyuni e a Estrada da Morte. Pretendo ir para a Bolivia fim do ano... la pelo dia 20-21/12/24 até 04/01/25. Pretendo entrar e sair por La Paz e passar o Natal e o Ano Novo entre La Paz e Uyuni. Pretendo sair do Rio Grande do Sul... e sair de SP com BoA (Boliviana de Aviacion) até La Paz e na volta também... Minha intenção: 1º Salar de Uyuni (tur de 3-4 dias) 2º Estrada da Morte 3º Enfrentar algum Pico... talvez o Austria... 4º Conhecer La Paz 5º Se sobrar $$$ e tempo... lago Titicaca Meu Insta/Face é Bruno Biguelini ... só tem um hehe Abçs -
Resumo: Itinerário: La Paz (Bolívia) → Copacabana → Puno (Peru) → Cuzco → Águas Calientes → Lima Período: 03/01/1998 a 11/01/1998 03/01: La Paz (Bolívia) 05: Copacabana (Bolívia) 05: Puno (Peru) 07: Viagem de Trem de Puno a Cuzco 08: Vale Sagrado 09: Machu Picchu 10: Lima (Peru) 11: São Paulo Ida: Voo de São Paulo a La Paz pela Varig (posteriormente incorporada pela Gol), com escala em Santa Cruz de la Sierra. Volta: Voo de Lima a São Paulo pela Varig, com escala em Santa Cruz de la Sierra. Se me recordo, paguei com milhas do Programa Smiles. Considerações Gerais: Não pretendo aqui fazer um relato detalhado, mas apenas descrever a viagem com as informações que considerar mais relevantes para quem pretende fazer um roteiro semelhante, principalmente o trajeto, acomodações, meios de transporte e informações adicionais que eu achar relevantes. Nesta época eu ainda não registrava detalhadamente as informações, então pousadas, hotéis e meios de transporte poderão não ter informações detalhadas, mas procurarei citar as informações de que eu lembrar para tentar dar a melhor ideia possível a quem desejar repetir o trajeto e ter uma base para pesquisar detalhes. Depois de tanto tempo os preços que eu citar serão somente para referência e análise da relação entre eles, pois já devem ter mudado muito. Sobre os locais a visitar, só vou citar os de que mais gostei ou que estiverem fora dos roteiros tradicionais. Os outros pode-se ver facilmente nos roteiros disponíveis na internet. Os meus itens preferidos geralmente relacionam-se à Natureza e à Espiritualidade. Informações Gerais: Foi minha primeira viagem internacional (este é meu último relato retroativo). Devido a isso, com total inexperiência, fiz várias escolhas inadequadas. Tudo era novo para mim. Havia ocorrido cerca de um ano antes o sequestro na embaixada do Japão pelo Grupo Túpac Amaro, que culminou com a invasão pelas forças de segurança, a mando do Presidente Fujimori, terminando com os sequestradores mortos e com um juiz oposicionista morto também. Por isso o clima parecia um pouco tenso. Em toda a viagem só houve sol ☀️. Porém a temperatura esteve baixa em várias ocasiões, chegando a cerca de 6C à noite nos locais mais altos. Além disso a incidência de ultravioleta causou-me queimaduras que se somaram às queimaduras provocadas pelo frio. Isso causou dores, principalmente no rosto. Sofri bastante com a altitude, principalmente em La Paz, que foi o local de chegada, sem nenhum tipo de aclimatação anterior. No primeiro dia cheguei a deitar num banco numa praça, devido ao mal-estar. A população de uma maneira geral foi muito cordial e gentil 👍. Fui muito bem tratado em toda a viagem, com raras exceções. Houve um problema com um guia que me vendeu uma estadia num hotel em uma outra cidade, que aparentemente era fraudulenta. Perdi o dinheiro correspondente. Não tive grandes dificuldades com a língua, mas em alguns locais, principalmente no Peru, nem sempre conseguiram me entender. As paisagens e itens ao longo da viagem agradaram-me muito, com montanhas, lagos, ilhas, campos, floresta, monumentos, museus e outros . Especialmente gostei dos Andes, com suas altas montanhas cobertas de gelo, do Vale Sagrado, em particular de Pisac, do Lago Titicaca e de Machu Picchu. Viajei de ônibus e de trem. Achei as estradas bem razoáveis, porém com algum perigo, dada a altitude. A viagem teve alguns episódios complicados, como um assalto 🗡️ a uma passageira no trem e um atendimento armado um pouco ostensivo dos guardas da estação. Mas não sofri nenhum tipo de violência. Gostei da comida local, mas num dos locais, talvez devido ao tempero, acho que acabei contraindo algo que me deu um desarranjo estomacal, já perto do fim da viagem. Achei os preços na Bolívia e no Peru consideravelmente mais baixos do que no Brasil. Levei um cartão pré-pago do Banco de Boston com US$ 500.00. Se me recordo, ainda sobrou dinheiro. Um rapaz que conheci numa festa de casamento 6 meses antes falou-me de uma viagem semelhante que tinha feito e isso, além de me motivar a fazer a mesma, deu-me uma ideia do roteiro a seguir. Eu planejei esta viagem de apenas 1 semana porque só tinha este período de folga, visto que estava no meio de um projeto. Acho que o ideal teria sido durar pelo menos 2 semanas, para ver o desejado com calma. A Viagem: Fui de SP a La Paz no sábado 03/01/1998. Saí cerca de 9h da manhã e cheguei na hora do almoço, dado o fuso horário de 1h, mesmo com uma escala em Santa Cruz de la Sierra. No voo havia duas moças, creio que com idade próxima a 18 anos, conversando animadamente. Uma delas mudou de lugar e na parada em Santa Cruz ou próximo, uma delas pediu para chamar a outra que dormia no banco na minha frente. Eu chamei várias vezes, toquei no braço e no ombro dela, mas ela não acordou de jeito nenhum, o que surpreendeu a amiga. Foi a primeira vez em que eu vi neve ao vivo. Ver as montanhas cobertas de neve 🗻 janela do avião emocionou-me. Lembrou-me dos filmes e fotos que tinha visto. Para as atrações de La Paz veja https://pt.wikipedia.org/wiki/La_Paz, https://viagemeturismo.abril.com.br/cidades/la-paz/ e https://vidasemparedes.com.br/la-paz-bolivia-o-que-fazer/. Os locais de que mais gostei foram os monumentos, a arquitetura histórica, as montanhas, os parques, as igrejas e o Vale da Lua. Após desembarcar em La Paz, fui muito bem tratado pelos funcionários e militares. Peguei um táxi para o centro. O motorista chamava-me de Mister. Se me recordo, cobrou-me algo como 5 ou 6 bolivianos, que acho que correspondiam a cerca de 1 dólar. Muito menos do que o mesmo trajeto em São Paulo. Era um táxi estilo lotação, então fomos pegando passageiros ao longo do caminho. Pelo preço cobrado dos outros percebi que paguei bem mais do que a média, mas para um trajeto mais longo. Após uns 45 minutos chegamos ao centro, onde pedi para ficar para procurar por hotéis. Fiquei num hotel na região central. Achei o hotel bem razoável. Após deixar a bagagem saí para dar um passeio. Primeiramente fui por áreas um pouco mais altas, não tanto ao centro. Fiquei com vontade de ir ao banheiro e não sabia como se falava em espanhol (era baño). Perguntei a algumas pessoas, mas elas não entendiam a palavra. Numa igreja, já bem apertado, pedi ao atendente, que também não entendeu. Então tentei explicar, “é algo quando se está com necessidade”, mas ele me perguntou de volta “tem necessidade de que?”. Acho que ele pensou que eu estava com algum problema espiritual, emocional ou financeiro 😄😄😄. Não me lembro exatamente onde, mas consegui um banheiro em seguida. Após andar cerca de 2h, o que para mim é muito pouco, comecei a me sentir fraco, com mal-estar. Numa praça, sentindo-me um pouco tonto, deitei no banco, No início não entendi bem o que estava acontecendo, mas depois imaginei que fosse devido á altitude. Eu que sempre fui bastante crítico com a Seleção Brasileira e mesmo com os times brasileiros que não conseguiam jogar bem em La Paz, senti na carne o que era a altitude. Atualmente eu perdoo qualquer derrota em La Paz 😄. Depois de algum tempo, melhorei um pouco. Resolvi não ir visitar mais nada, mesmo porque já estava anoitecendo. Voltei ao hotel, descansei deitado mais um pouco e só saí para jantar. À noite a temperatura caía e a cidade parecia muito bela No domingo 4 de janeiro, desci para tomar o café da manhã e perguntei ao garçom se conhecia algo que pudesse ajudar em relação à altitude, pois achava que estava me fazendo mal. Ele prontamente disse que sim e que iria me trazer um mate de coca 🍵. Tomei o mate. Parecia um chá comum, com gosto de folhas. Mas acho que resolveu tudo 😄. Algum tempo depois, o médico Jessé, da Medicina do Viajante do Hospital Emílio Ribas, esclareceu-me que o chá de coca age apenas nos sintomas e não nas causas. Já bem melhor, saí para dar uma volta na cidade. Achei-a muito bonita. Ao longo dos 2 dias visitei por fora palácios do governo, monumentos históricos relativos á independência da Espanha, museus, igrejas maiores e históricas, centros culturais, a torre de telecomunicações, alguns parques e áreas verdes. E também andei por locais comuns da cidade, para conhecer sua gente real. Não conhecia Brasília (aprender na escola e ouvir ou ver pela TV é bem diferente de estar no local) nem outros locais do mundo. Ao ver a proximidade do parlamento, do palácio presidencial e da sede do governo local, achei que aquilo justificava a enorme quantidade de golpes de estado que a Bolívia sofria ao longo do tempo, pois tomando-se a praça, praticamente dominava-se o país. Mas depois descobri que esta arquitetura é comum em muitos estados e países, incluindo o Brasil, pois imagino que facilita a intercomunicação entre os poderes. No domingo à tarde peguei um ônibus para o Vale da Lua. Achei-o muito belo . Realmente a área montanhosa e seca parecia com as fotos da superfície lunar, só que não era branco, mas marrom claro. Não usei protetor solar, pois não estava quente e o sol não parecia muito forte. Isso foi um grande erro , pois devido á atmosfera leve, os raios ultravioleta penetraram mais. Com isso acabei tendo queimaduras dolorosas no rosto . Numa das noites, se me recordo no domingo, fui a um restaurante típico, comi truta (naquela época eu tinha voltado a comer carne) e tomei vinho (acho que era do Porto). Adorei a comida 😋. Até perguntei se era possível mais um cálice de vinho, que o dono me deu de cortesia. Estava bem, sem nenhum sintoma da altitude. A temperatura estava um pouco baixa (para um paulistano), creio que entre 10C e 15C. Na 2.a feira, 05/01, fui pegar um ônibus em direção ao Peru logo de manhã. Entrei num bar para pedir informações e foi a única vez em que não fui tão bem tratado. Não sei se o bar era algum ponto de negócios restritos. Um dos aparentes clientes perguntou-me de modo um pouco rude o que eu desejava. Mas rapidamente o atendente do bar respondeu minha pergunta e disse ao cliente que eu não era boliviano, o que pareceu acalmá-lo. Encontrei o ponto de saída dos ônibus e embarquei para Copacabana (https://pt.wikipedia.org/wiki/Copacabana_(Bol%C3%ADvia), na fronteira com o Peru. Achei a viagem magnífica, com paisagens espetaculares das montanhas dos Andes . Porém achei as estradas perigosas. O ônibus passava ao lado de precipícios e já era um pouco antigo. Ao ver uma inscrição em um muro ou similar "Paquenle vive (ou um nome semelhante)", perguntei a um passageiro quem era Paquenle e ele me contou que era um líder das camadas populares que havia sido morto. Na travessia de um rio ou lago (acho que era rio) um soldado do exército boliviano pediu para verificar meu passaporte, o que me surpreendeu. Mas não houve problemas. Tratou-me bem. Chegamos a Copacabana (com altitude semelhante à de La Paz), que pelo que me informaram deu origem ao nome da praia brasileira, perto da hora do almoço. Aproveitei para dar um rápido passeio pela cidade. A vista do Lago Titicaca pareceu-me magnífica . A cidade, em si, pareceu-me muito simpática, pequenina. Fiquei algum tempo andando pelas margens do lago, na área central e o admirando. Mas logo partimos para Puno, já do lado peruano. Acho que foi no almoço em Copacabana que conheci um indígena peruano que conhecia bem o Brasil (falou-me do carnaval no Rio de Janeiro, Recife, Ouro Preto – conhecia o Brasil melhor do que eu na época). Eu estava procurando um meio de ir de Cuzco a Lima por via terrestre e ele me disse que não havia, pois teria que cortar as montanhas e a selva amazônica. Fiquei um pouco decepcionado com a informação, mas gostei de conhecê-lo. Pegamos um ônibus operado por peruanos. Havia vários brasileiros no ônibus, de várias partes do Brasil e também estrangeiros de fora da América do Sul. Conversamos um pouco para compartilharmos experiências. Na fronteira com o Peru, fizemos os procedimentos e entrada. Até que não foi demorado e transcorreu sem problemas. Acho que pouco após, uma patrulha nos parou na estrada, para algum tipo de fiscalização. Parece que havia alguma mercadoria irregular (acho que era algum eletrônico, como uma TV por exemplo). Depois de muita conversa (e não sei se com algum ilícito), os envolvidos entraram correndo no ônibus e rindo disseram, vamos embora logo (acho que pensando, antes que mudem de ideia). Numa das paradas, Samuel, que era guia turístico viu meu cartão pré-pago. Chegou a pegá-lo e fez brincadeiras com ele, dizendo que ali o importante era ter a senha. Aí acho que se interessou em me vender serviços. Sentou-se do meu lado parte do caminho seguinte e veio me falando das atrações de Puno, do Peru, das suas experiências como guia, de dias de saída dos trens etc. Foi interessante, mas perdi parte da paisagem por isso. Aliás, a paisagem pareceu-me novamente magnífica, com montanhas, lagos e vegetação . Chegamos a Puno (com altitude semelhante à de La Paz) no fim da tarde. Fiquei hospedado no hotel mais simples que encontrei, por indicação do guia Samuel, o Hotel San Antonio. Alguns estrangeiros despediram-se e foram rumo a Arequipa. Eles falaram também das Linhas de Nazca, que nesta ocasião ouvi pela primeira vez. Para as atrações de Puno veja https://www.peru.travel/pt/destinos/puno, https://wikitravel.org/en/Puno e https://es.wikipedia.org/wiki/Puno. Nesta viagem e nestes dias conheci um paraguaio e um italiano, que também estavam indo para Machu Picchu, alguns outros brasileiros e alguns outros americanos e/ou europeus. O paraguaio inclusive divertiu-se pelo fato de eu não lembrar do nome do hotel em que estava hospedado quando falava com os guias para combinar os passeios 😄. Na 3.a feira 06/01, depois de me certificar que não havia viagens de trem para Cuzco, resolvi fazer uma excursão para as ilhas de totora e para a Ilha Taquile (https://www.civitatis.com/br/puno/excursao-ilhas-uros-taquile/ - não usei esta agência, só a coloquei por ser a mesma excursão). De início houve um pequeno mal-entendido, quando o guia perguntou quem iria “se quedar” na ilha. Eu entendi que significava quem iria descer na ilha, mas ele estava perguntando quem iria dormir na ilha. Mas rapidamente foi desfeito o mal-entendido, após um pouco de riso e certa decepção por parte do guia por eu não ter entendido. O mesmo guia, que também parecia conhecer bem a história local, citou o termo Pacha Mama (Mãe Terra), que pela primeira vez eu ouvia e de cujo conceito passei a gostar muito. Inicialmente fomos até uma ilha flutuante de totora, a Ilha de Uros (https://dicasperu.com.br/peru/ilhas-de-uros-no-peru/). Totora é uma planta parecida com bambu ou junco. As pessoas vivem nela, fazendo suas casas lá, pelo que entendi. Interessante ver como a ilha flutua e se move. Fiquei imaginando como enfrentariam uma tempestade. De qualquer modo, não houve nenhum problema de estabilidade enquanto estávamos lá. Eles pareciam muito bem adaptados a viver daquele modo. E eram bastante gentis com os visitantes. Suas casas, se me recordo, feitas do mesmo material, pareceram simples, mas resistentes. Depois partimos para a Ilha Taquile (https://www.portalsaofrancisco.com.br/turismo/ilha-de-taquile), como estava acostumado, ligada ao solo por rochas e terra. Lá tivemos uma boa subida até chegar ao povoado. Como sempre, eu costumo ir no fim da turma e fui conversando com o barqueiro, que era indígena. Ele me falou um pouco dos costumes do seu povo. Falei que tinha tomado chá de coca e depois tinha melhorado muito o mal-estar com a altitude. E perguntei sobre a espiritualidade para seu povo, dizendo que eu gostava de experiências espirituais. Após um tempo, ele entrou no meio do mato e voltou pouco tempo depois com algumas folhas 🍃, cujo nome exato não me lembro, mas era algo parecido com “munha ou muña”. Disse que eles mascavam. Gostei da ideia e resolvi experimentar, pensando que talvez pudesse usar para alguma experiência de expansão de consciência. Ela teve efeito anestesiante na minha boca, e como se fosse um calmante natural. Não me parecia o sabor de menta nem hortelã. Parecia realmente sabor de folha. Algum efeito psicoativo calmante ela teve sobre mim, incluindo corpo e mente. Após chegarmos, pude contemplar a vista lá de cima, que me agradou muito . As construções típicas também me pareceram muito interessantes e preservadas. A ilha pareceu-me grande, mas o povoado em si nem tanto. Almoçamos no restaurante indicado pelo guia, que disse já ter tido problema com outros. Talvez ele recebesse algum tipo de comissão do restaurante ou tivesse alguma ligação com ele. Durante o almoço conversei bastante com um casal de peruanos que estava junto na excursão e com 2 amigas argentinas. Quando surgiu a questão de Foz do Iguaçu, os peruanos até brincaram e disseram que iriam me consultar sobre o assunto, pois era uma questão também brasileira 😄. Depois do almoço e de apreciar bastante a vista e explorar a simplicidade do povoado, voltamos. Lá embaixo pegamos o barco de volta. Parecia estar sendo formada uma enorme tempestade, mas que acabou não nos atingindo. O peruando falou de como gostava das novelas brasileiras. Comentou comigo de “El Rey del Ganado”, de que ri 😄, por ter ouvido pela primeira vez em espanhol. Falou do Peru e de como sua mulher tinha ficado mal impressionada ao chegar a Puno à noite, desejando partir imediatamente. Comentou também que achava que os europeus pensavam que todos os peruanos eram como aquele índio que era nosso barqueiro. Respondendo a uma pergunta minha, disse que achava que Fujimori tinha feito um bom trabalho, mas que era hora dele sair do poder. Se me recordo foi neste retorno que uma peruana me falou que era de uma cidade no meio do caminho entre Cuzco e Lima (acho que o nome era parecido com Junin) e que existia um caminho de Cuzco a Lima por via terrestre passando por lá, que muito poucos conheciam, mas se precisava passar pela selva amazônica (eu não conhecia a Amazônia ainda) e talvez por território do Grupo Sendero Luminoso. A estimativa de duração era de 13h ou 18h de viagem. Chegamos (o percurso de volta durou cerca de 3 a 4h) e o guia Samuel me esperava. Tudo que ele tinha dito tinha sido verdade e o pagamento do hotel, que eu tinha feito diretamente para ele, foi feito corretamente para o hotel. Pesquisei outros preços e realmente aquele era o mais barato. E para mim as condições de habitação eram bastante aceitáveis. Ele me falou então, que reservaria um hotel para mim em Cuzco. Como estava previsto para eu chegar tarde, eu acabei aceitando, por achar que iria facilitar minha vida. Mas foi um grande erro . Paguei e ele me deu um suposto voucher. Ainda dei uma pequena gratificação a ele, no valor de cerca de metade da diferença de preço entre o hotel em que eu tinha ficado e o 2.o hotel mais barato, como forma de recompensá-lo pela indicação. Ele riu, surpreso, e agradeceu. Nos 2 dias que fiquei em Puno ainda pude dar um passeio pela cidade e ver suas construções históricas, igreja, monumentos e acho que até uma área antiga preservada. Fui a uma agência de turismo perguntar como poderia ser o trajeto de Cuzco a Lima e, depois de algumas frases, que a agente peruana não compreendeu bem e de algumas que eu não entendi, ela me perguntou “Do you speak Engish?”. Fiquei decepcionado 😔. Estava tão feliz porque as pessoas estavam me entendendo em espanhol. Tanto que respondi meio contrariado que sabia falar inglês, mas preferia falar espanhol. Ela nada falou, mas deve ter pensado “Então por que não aprende?” 😄. Na 4.a feira, 07/01, fui dar uma rápida volta em um ponto que não tinha conhecido antes de pegar o trem. Novamente, após me fazerem uma pergunta e eu não entender, ao ouvirem minha resposta de “Perdón?”, argentinos desistiram de falar comigo. Eu que achava que estava indo relativamente bem em espanhol até ali, comecei a mudar de ideia. Peguei o trem para Cuzco, por volta de 8 ou 9h da manhã. Esta foi uma das partes mais complicadas da viagem. Mas simultaneamente teve algumas das paisagens mais espetaculares, cruzando os Andes . Inicialmente o vagão em que fiquei, que era da 2.a classe, estava tranquilo, com alguns lugares vagos. Mas começaram a chegar pessoas com muitas mercadorias. Uma mulher, de uns 60 a 70 anos, disse em voz alta reclamando, que era um vagão de contrabandistas. Realmente era difícil andar nos corredores, pois encheram tudo com mercadorias. Além disso entraram vários vendedores ambulantes. Lembro-me de uma moça que falou quase a viagem inteira “água de manzana, gaseosa, papas, papas fritas”. Num dado momento, já depois de muito tempo nossos olhares cruzaram e ela pareceu me pedir desculpas com o olhar, ao que eu respondi também com o olhar e com um leve sorriso, que não havia problema nenhum, eu entendia que ela estava trabalhando para sobreviver. O casal de peruanos e as argentinas também pegaram o mesmo trem, porém num vagão à frente. Muitas outras pessoas entraram ao longo do percurso inicial e já não era possível se mexer muito no trem. Eu troquei de lugar com uma menina, da mesma família da mulher que havia reclamado anteriormente. Deixei-as ficar na janela, sob a condição que deixasse a persiana aberta, para eu pode admirar a paisagem. Num determinate trecho mostraram-me gêiseres, que eu iria perder, por estar olhando para o outro lado 👍. No meio do caminho, paramos para trocar de locomotiva. Acho que para subir a serra era necessário um motor com mais potência do que o da nossa. Após a outra locomotiva chegar, provavelmente com o trem vindo de Cuzco para Puno, trocamos e prosseguimos. Num dado momento a matriarca da família com quem eu viajava abaixou a persiana, devido ao sol, que parecia incomodar. Aí eu pedi meu lugar de volta e abri uma pequena fresta por onde podia observar a paisagem. Mas o neto/a (eu acho) dela, sorriu e levantou um pouco a persiana, para que eu pudesse ver melhor. Em outro episódio passou um menino tocando um instrumento e pedindo dinheiro. Sugeriram-me para dar não mais do que 1 Sol (a moeda do Peru na época). Após andar algum tempo, vi aparecer um rapaz na porta entre o nosso vagão e o vagão de trás. Ele parecia ter algo no olho, como sangue. Mas acho que eu estava meio anestesiado pela paisagem e pela viagem e não percebi direito o que estava acontecendo. Havia um casal de holandeses na mesma fila de trás, do outro lado do corredor. Acho que ao parar de olhar a paisagem e olhar para ele, chamei a atenção da moça holandesa. Ela virou-se para ele e, quando viu seu olho coberto de sangue, deu um grito bem alto, que alarmou todo o vagão. O rapaz então acho que se assustou e saiu correndo pelo corredor para o vagão da frente. No caminho tropeçou em algo e caiu parcialmente ao lado do moço holandês, deixando uma mancha de sangue em sua jaqueta. Ele passou o corredor inteiro correndo e foi para o vagão da frente, em direção à primeira classe. Logo em seguida apareceu na porta do fundo do vagão, por onde o rapaz tinha entrado, uma mulher baixa, com uma faca de cozinha pequenina na mão, gritando “Filho da p”, A senhora que estava do meu lado levantou e se dirigiu a ela perguntando o que estava ocorrendo. Ela falou muito rapidamente, em espanhol misturado com o dialeto local, eu acho, mas aparentemente tinha sido uma tentativa de assalto ou uma briga. A mulher prosseguiu com a faca na mão atrás do rapaz em direção à primeira classe. Pouco tempo depois passa um homem também correndo atrás da mulher e também vai para a primeira classe. A situação aparentemente acalmou-se. Cerca de uma hora depois o trem parou em uma estação de apoio e vimos um enorme contingente de pessoas sair do vagão da primeira classe. Imagino que o primeiro rapaz havia sido preso. O trem ficou parado por algum tempo enquanto conversavam ou faziam os procedimentos policiais. Como consequência, os donos das mercadorias desceram do trem. Acho que ficaram com medo, após o possível assalto. Voltamos a ter bastante espaço livre. Fui para o vagão da frente e encontrei o peruano, que me disse que o que tinha acontecido fora uma tentativa de roubo. Que o rapaz tentou roubar algo da mulher e esta lhe deu uma facada. Ele parecia assustado com a situação, principalmente por estar com sua mulher. O trem voltou a andar rumo a Cuzco. Já estávamos bem atrasados. As paisagens continuavam agradando-me muito , no meio das montanhas, mas começou a anoitecer e ficou mais difícil apreciá-las. Quando estávamos quase chegando, eis que o trem pára repentinamente, no meio de um local deserto, entre as montanhas. Imediatamente achamos que havia algo muito errado. Fui lá ver o que estava acontecendo. O peruano perguntou se queria ir com ele lá fora e fomos. Chegando lá vimos 2 homens cavando e outro observando. Perguntei a eles qual era a situação e me disseram que havia ocorrido um deslizamento de terra. Não eram funcionários. Eram passageiros, turistas como nós. Ofereceram-me uma pá para cavar, mas eu não quis pegá-la e voltamos ao trem para explicar às outras o que tinha ocorrido. Fomos contar para as argentinas, que estavam dando risada do fato de eu estar com camisa e mangas curtas naquela temperatura (acho que cerca de 10C ou menos). O perunao me disse “Que aventura esta viagem!”, com conotação negativa, pois estava preocupado com sua mulher. Repentinamente chegaram vários veículos, van, táxis, etc e disseram que levariam quem desejasse mediante pagamento. A matriarca da família com quem havia sentado, disse que precisava ser avaliado quantos ficariam no trem, pois se fossem poucos, poderiam sofrer assalto. Decidi então ir, como fez a maioria. Dividimos uma van até a estação de trem de Cuzco. Lembro-me da holandesa falando para combinarmos o preço na saída, de modo que não houvesse problemas na chegada. Outros veículos turísticos estavam procurando especificamente por japoneses que tinham ficado de pegar na estação. Samuel, o guia de Puno, tinha me dito que Genaro Amani (ou um nome semelhante) iria me esperar na estação e que deveria dar o voucher do hotel a ele. Mas agora com todo aquele atraso e aquela confusão, eu achava que tinha perdido o encontro e o dinheiro pago no voucher. Eram cerca de 20h. Se me lembro devíamos ter chegado por volta de 18h. Bati na porta da estação, que estava fechada, para ver se havia alguém lá que pudesse dar informações. Um militar abriu uma pequena janelinha na porta e colocou a ponta de uma metralhadora 🔫 para fora, na minha cara, perguntado em espanhol o que eu queria. Nesta hora, com o susto, falei em português. Ele percebeu que eu era estrangeiro, baixou imediatamente a metralhadora, abriu a porta da estação e me convidou a entrar. Passado o susto, perguntei do Genaro Amani e ninguém conhecia. Depois de um tempo esperando, resolvi ir para procurar um hotel, pois já estava ficando tarde. Perguntei quanto era o preço médio de um táxi. Peguei um táxi e pedi que me levasse a um hotel barato, porém seguro. Mal o táxi tinha saído, vi um grupo de alguns homens conversando. Abri o vidro e perguntei. Vocês conhecem Genaro Amani? Um deles respondeu “Sim, claro”. E olhando para um dos outros chamou “Genaro”. O homem veio e disse “Sou eu”. Eu fiquei muito desconfiado 🤔. Nunca tive sorte em jogo. Se me recordo, Cuzco tinha cerca de 300 mil habitantes naquela época. Eu escolho alguém aleatoriamente e pergunto se conhece o Genaro e ele diz que sim, que está ali ao lado. Tinha algo errado. Perguntei se conheciam Samuel, de Puno, e disseram que conheciam. Disse que eu tinha um voucher que tinha pago a ele. Fizeram uma cara de grande desagrado (como se estivessem pensando – o Samuel deu um golpe neste rapaz) e Genaro resolveu ir comigo para me direcionar ao hotel do voucher. Samuel tinha dito que era um hotel extraordinário, com o qual eu ficaria admirado. Chegamos lá e combinei com Genaro de no dia seguinte programarmos uma excursão. Ao entrar no quarto do hotel, que ficava no primeiro andar (ou em um andar superior ao térreo), acompanhado pelo atendente para receber instruções, o chão afundou no percurso para o banheiro 😄. Dirigi-me assustado ao atendente, mas ele sorriu e disse para eu ir pela beirada que não havia perigo. Já era mais de meia-noite e eu resolvi deixar para lá. Para completar ele me disse que a água quente só funcionava pela manhã. Então eu tomei banho frio antes de dormir, sendo que a temperatura estava perto de 6C . Para as atrações de Cuzco veja https://www.civitatis.com/br/cusco, https://viagemeturismo.abril.com.br/cidades/cusco-2/, https://www.turismocuzco.com/ e https://www.cuscoperu.com/pt/viagens/cusco, Na 5.a feira, 08/01, falando com Genaro comprei uma excursão ao Vale Sagrado. Saímos cedo e fomos conhecer Pisac, Ollantaytambo, Chinchero e alguns outros pontos. Almoçamos em um local que acho que chamava Calca. A comida estava muito boa, mas seu tempero iria me fazer um enorme estrago nos dias subsequentes. Nosso guia, chamado Nico, acho que era descente de quéchuas ou aymaras, as duas etnias preponderantes. Ele parecia conhecer muito bem a História dos incas. Ele usou um termo que eu passei a usar depois. Ele se referiu ao descobrimento da América como invasão, que eu achei ser um termo bem mais adequado do que o que tinha aprendido na escola. Ele contou sobre a origem dos incas, povos formadores, de onde herdaram suas características, organização socioeconômica, hábitos e costumes. Falou de Manco Capac e de outros líderes incas, inclusive da época da chegada dos espanhóis. fazendo a comparação histórica (e o contraponto) com as ações de Montezuma, dos astecas. Na 2.a parte do passeio, mal tínhamos entrado no ônibus, após a explicação inicial dele, dois rapazes brasileiros que estavam no banco da minha frente comentaram que ele em alguns minutos tinha dado mais informação que a guia durante todo o passeio que tinham feito no dia anterior. O ponto do vale de que mais gostei foi o Mirante, com toda a vista do vale a partir do alto. Acho que era o Mirante de Taray, perto de Pisac. Lá do alto via-se as montanhas e parte do curso do Rio Urubamba, lá embaixo, cortando o vale. Achei a vista magnífica . Gostei também das terraças de plantação, dos monumentos e construções, da fortaleza e da igreja, esta última já do período pós chegada dos espanhóis. E gostei muito também de conhecer a história com muitos detalhes, ainda mais contada por um descendente dos incas. No caminho para o mirante havia um homem de um casal comentando “Esses incas são loucos de viver num local destes”. Nada respondi, mas fiquei pensando comigo. O que alguém que tem preferências tão diferentes vem fazer num local destes? Não seria mais adequado ir a um local que mais lhe agradasse? No retorno de um dos passeio, conversando com uma argentina, esta me disse que Nico fazia alguns programas de experiências espirituais baseadas na cultura inca. Não me recordo se havia algum produto típico para beber e favorecer as experiências, como é o caso do Daime, no Brasil. Ela me falou também de Qenqo e Saqsaywaman, que eu ainda não tinha visitado. Falou-me que eram locais onde ocorriam sacrifícios humanos (de crianças e mulheres virgens) 😮. Chegando de volta, comprei com Genaro uma excursão para Machu Picchu a sair no dia seguinte, 6.a feira. À noite, o rapaz do hotel, de origem indígena, não se conformava em porque eu não usava agasalhos. Achei que não precisava. Realmente para o corpo não fez falta, mas minha face novamente ficou queimada, desta vez por causa do frio, o que acarretou dor nos dias seguintes . Após a volta da excursão, se bem me recordo em ambos os dias, fui dar um passeio por Cuzco e conhecer suas atrações principais, como a Praça de Armas, a Catedral, os monumentos e prédios históricos. Achei muito bem preservadas e bem interessantes 👍. Nestes dias em Cuzco reencontrei o paraguaio e o italiano. Quando procurava por informações de excursões, ao me perguntarem em que hotel estava hospedado, para poderem entrar em contato, e eu respondia que não me recordava, pois acho que o hotel não tinha um nome visível na porta, o paraguaio ria e ficava indignado com a minha falta de noção 😄. Acho que foi num destes dias em Cuzco ou talvez em Puno ou Lima que vi uma placa ao lado de um quartel do exército dizendo que era proibido transitar por aquela calçada. E que havia ordem de atirar para quem desrespeitasse 😮. Achei absurdo, mas compreendi o clima tenso devido ao que tinha ocorrido com o sequestro na embaixada. Na 6.a feira 09/01, pegamos o trem para Águas Calientes, cidade que fica na base da subida para Machu Picchu. Achei as paisagens magníficas . A linha férrea ia ladeando o Rio Urubamba , conhecido por suas águas propícias para Canoagem, com sua correnteza forte, as pedras e a vegetação lateral. Além disso havia as montanhas ao fundo e a vegetação robusta de árvores. Se me recordo fui ao lado de um argentino que era professor (acho que em Buenos Aires). Perguntou se eu conhecia a Argentina e, com minha resposta negativa, convidou-me para ir lá, perguntando se eu só me interessava pelo mundo andino e não pelo mundo platino. Eu estava com a camisa do Santos e ouvi um rapaz com sotaque mineiro comentando que tinha sido bom na época de Pelé, mas que agora já não era mais. Ainda não tinham aparecido Diego, Robinho, Elano, Neymar e Ganso. O argentino notou e me disse que havia um rapaz brasileiro no trem. Eu respondi que era mineiro, ele se surpreendeu e me perguntou se eu tinha descoberto pelo sotaque, o que confirmei. Numa parada, o almoço do dia anterior acho que começou a dar mostras do estrago que viria a fazer e precisei procurar um banheiro. Não tinha papel. Pedi emprestado a um rapaz que acho que era funcionário da ferrovia ou similar. Perguntei como chamava e ele me disse, com a pronúncia em espanhol “papel higiênico”. Fiquei rindo 😄. Ao chegarmos lá, pegamos o ônibus para subir até a entrada, o guia comprou os bilhetes e seguimos para os sítios históricos e arqueológicos. Durante a visita, senti um pouco de dor no rosto devido às queimaduras, que achei que eram de sol, mas depois percebi que eram do frio. O argentino percebeu e me ofereceu uma proteção para o rosto, mas eu educadamente recusei. Para informações de Machu Picchu veja https://pt.wikipedia.org/wiki/Machu_Picchu, https://www.machupicchu.gob.pe/ e https://www.machupicchu.org/. Eu gostei muito de tudo lá . Das ruínas, do significado na vida dos seus habitantes, pelo significado religioso para os incas de cada local, das terraças, da vegetação densa, transição entre Amazônia e Andes, das montanhas, da vista a partir do alto etc. O guia explicou detalhadamente os vários ambientes e vários significados. Por exemplo, que Machu Picchu significa pico velho, quais eram os cômodos de rituais e os de trabalho, quais os habitantes supostos, detalhes da descoberta por Hiram Bingham etc. A vista de Wayna Picchu (pico jovem) também me pareceu muito bela. Após terminar o passeio guiado, enquanto outros foram almoçar, fiquei bastante tempo em estado de contemplação, num ponto alto, olhando para as montanhas, a selva e as ruínas. Num dado momento, quando estava distraído na ponta de uma terraça, senti alguém me empurrar. Levei um enorme susto 😮. Pensei que poderia ser alguém desequilibrado mentalmente ou algum terrorista querendo matar um visitante. Mas não era nada disso. Era uma lhama. Eu estava bem na frente de um arbusto que ela queria comer. Eu estava atrapalhando seu almoço. Fiquei um tempo rindo depois de perceber o que tinha acontecido 😄😄😄. Depois que eles acabaram de almoçar, perto da hora de voltar, reencontrei o paraguaio e o italiano. Ainda brinquei com o italiano sobre a final da Copa de 1994, imitando a narração e o chute do pênalti do Roberto Baggio. Eu não sabia, mas futuramente muitos franceses iriam fazer muito pior comigo. Perguntei também ao paraguaio se o Paraguai estava na Copa e ele respondeu rindo, em tom de quase indignação “É claro que sim!”. Pegamos o trem de volta no meio da tarde, após descer de ônibus até a estação de Águas Calientes. Na volta foi um casal com sua filha pequenina na minha frente, de costas para o curso do trem. A menininha adorava por a mão para fora da janela, o que achei bastane temerário, mas não me pronunciei. Quando vi um túnel à frente, disse educadamente para a mãe “Cuidado”. Ela se virou, viu o túnel e puxou a menina para o banco. Quando ficou tudo escuro dentro do túnel, que não era iluminado, o pai aproveitou e fez uma brincadeira com elas. Chegamos no fim da tarde e eu estava muito feliz com o passeio feito. Reecontrei Genaro Amani. Ele me perguntou se tudo tinha corrido bem, levou-me de táxi até o hotel e me perguntou se desejava algum passeio mais. No caminho me disse que tinha tido enormes dificuldades de conseguir minha passagem aérea para Lima e que os voos estavam lotados até o meio da semana. Mas que tinha pedido minha reserva para a agência. Fiquei preocupado. Estava no meio de um projeto de software bancário que precisava ser entregue em breve. Só tinha uma semana de férias. Havia pesadas multas para a empresa, caso não conseguisse entregar no prazo, previstas na licitação. Eu eu tinha dito que estaria de volta ao trabalho na 2.a feira. Quando chegamos eu me despedi dele agradecendo e dizendo que ainda precisávamos conversar depois para acertar o valor do voucher que eu tinha pago a Samuel, caso não fosse válido no hotel e eu precisasse pagar à parte ou caso o valor do hotel fosse maior e ele tivesse pago tudo (eu também pretendia dar a ele uma pequena gratificação, de que não falei). Ele pareceu surpreso, seu semblante mudou, nós nos despedimos e eu desci do carro. Nunca mais o vi. Fiquei meio desorientado , sem saber o que fazer, por não ter voo para Lima. O que aconteceria? Teria que remarcar minha passagem de Lima a São Paulo? Foi emitida com pontos, então será que eu conseguiria? Quanto tempo eu iria atrasar minha chegada em São Paulo? Quais seriam as repercussões para o projeto? Haveria alguma outra alternativa, como havia me dito aquela moça, passando pela selva amazônica? Caso positivo, teria que passar por território dominado por grupos terroristas? Eles me veriam como inimigo ou potencial para obtenção de resgate? Nesta situação, sem pensar direito, entrei numa loja de roupas e perguntei se vendiam passagens aéreas para Lima 😄. A atendente, até que muito educada para uma pergunta como estas, disse-me que não, mas que ali ao lado existia uma agência de turismo. Entrei na loja de turismo e perguntei por passagens para Lima. A atendente e provavelmente dona, disse-me que estavam lotados todos os voos e que só teria para o meio da próxima semana. Expliquei para ela que precisava ir a Lima para pegar o voo para São Paulo, mas ela disse que não havia possibilidade de conseguir um voo. Pediu meu nome para me colocar na lista de espera para o meio da semana. Fui falando pausadamente “Fernando”, “Barreto”, “de Almeida”. Ela abriu um sorriso, abriu os braços e disse “Fernaaando, você foi o último passageiro confirmado do último voo”. Virou para a máquina de fax, puxou o papel e me mostrou, dizendo “Acabou de chegar a sua reserva, o último lugar”. Lembrei na hora de Ritchie Valens, autor de la Bamba, que morreu num acidente aéreo após ter ganho um sorteio para poder estar no voo 🤔. Mas, como não sou supersticioso, fiquei satisfeito. Ela fez todos os procedimentos de emissão da passagem e me disse para estar no aeroporto 2h antes do voo. O voo estava previsto para as 9h10, se me recordo. Naquela época era costume no Brasil pedirem para chegar ao aeroporto 1h antes. Achei 2h um tempo muito grande, mas não falei nada. Eu devia tê-la escutado, com a experiência que ela tinha daquele tipo de situação . Tranquilo com a aparente resolução do problema, fui jantar e dormir. No sábado 10/01 acordei bem cedo e resolvi ir a Qenqo (https://www.cuscoperu.com/pt/viagens/cusco/sitios-arqueologicos/q-enqo) e Saqsaywaman (https://www.cuscoperu.com/pt/viagens/cusco/sitios-arqueologicos/Sacsayhuaman). Peguei um táxi para tal. Achei ambos bem interessantes. Porém em Qenqo senti um certo ar pesado, por saber que ali eram feitos sacrifícios humanos. Depois disso, fui acertar a saída do hotel. Fiquei surpreso ao saber que não estava paga nenhuma diária. Samuel tinha pago o hotel em Puno e pensei que Genaro Amani também tinha pago o hotel em Cuzco. Depois de alguma conversação com o dono ou gerente do hotel, que sustentava que eu deveria acertar com ele, independentemente do que havia pago no voucher, resolvi pagar, pois não poderia me arriscar com o horário do voo. Tentei contato com Genaro Amani, sem sucesso. Fui ao escritório do Genaro, mas ele não estava lá. Encontrei a secretária (não sei se era sua esposa). Ela foi ao hotel, conversou com o dono ou gerente em idioma indígena na minha frente, de modo que eu não entendi nada. Mas estava claro ali que ele dizia a ela que não poderia se responsabilizar por algum negócio incorreto do Genaro e me pareceu que ele achava que Genaro enganava seus clientes. Achei que os cerca de US$ 20 que tinha pago de voucher para o Samuel estavam perdidos. Peguei um táxi e fui para o aeroporto. Cheguei por volta de 7h35, portanto cerca de 1h35 antes do voo. Havia uma fila enorme de pessoas saindo pela porta do aeroporto e ocupando a calçada. Pensei comigo “será que é para meu voo? Se for, vou perdê-lo! Eu deveria ter feito o que a dona da agência de turismo falou” . E realmente a fila era para o voo que eu pretendia pegar. Comecei a pensar nas alternativas que o indígena e a mulher peruana haviam dito, pelo meio da selva amazônica. Eram 9h e havia 2 pessoas na minha frente. Havia umas 30 a 40 atrás de mim na fila. Eram 9h10 e eu era o próximo, quando decolou um avião. Pensei “Que avião é aquele?”. Aproximei-me e perguntei se aquele era o avião em que eu deveria ter embarcado. Disseram que sim e que não comportava mais passageiros, pois senão poderia cair na selva. Não deu tempo de mais nada. Os de trás atropelaram-me e começaram a contestar fortemente os atendentes e até xingá-los 😠. O tumulto foi tanto que os agentes de segurança (não sei se do exército ou da polícia) precisaram intervir e se colocar ao lado do balcão entre os passageiros e os atendentes. Mesmo assim alguns xingamentos e contestações continuaram. Vendo que não daria para conversar daquele jeito eu me afastei um pouco do tumulto e fiquei esperando o que aconteceria. Encontrei a dona da agência que me havia vendido a passagem e ela disse que talvez houvesse um voo extra. Fiquei no aguardo. Após alguns minutos os atendentes disseram que seria colocado um voo extra, se me lembro por volta de 14h 🙏. Fiquei aliviado. A dona da agência sorriu e me disse que eu tinha ganho tempo para procurar pelo Genaro e reaver o dinheiro. Eu peguei uma van ao escritório do Genaro, mas ele não estava lá. Encontrei a secretária. Ela disse que ele não estava e que depois iria me encontrar no aeroporto. Deixei um bilhete escrito em portunhol. Eu pensei melhor e vi que eu não tinha tido tempo de conhecer alguns museus de Cuzco. Em vez de ficar tentando recuperar o dinheiro, achei que seria mais produtivo ir conhecê-los, pois era uma oportunidade única e, depois, se desse tempo, veria a questão do dinheiro. E foi o que fiz. Achei os museus muito interessantes. Ainda bem que tive tempo de conhecê-los 👍. Particularmente chamou-me a atenção o artesanato feito simbolizando a fertilidade. O genital masculino era quase da altura do boneco do homem e no boneco da mulher havia um buraco circular que ia desde a barriga até o joelho 😄. Pareceu-me que eles davam muita importância para a fertilidade, nas suas várias formas, talvez condensada na ideia de Pacha Mama. Os museus com itens dos espanhóis também me pareceram muito interessantes. Depois de ver todos os museus e locais que tinham faltado e que eu tinha achado interessantes, voltei ao aeroporto, pois não podia nem pensar em perder aquele voo. Fiz a emissão do cartão de embarque e então fui tentar reaver o dinheiro com Genaro. Liguei para lá e a secretária me disse que ele viria ao aeroporto. Já não acreditava mais. Fui ao guichê de informações, pedi para anunciar o nome dele e ninguém apareceu. Então me perguntaram se eu gostaria de abrir uma reclamação na delegacia de proteção ao turista. Fiquei em dúvida, pois não queria pegar tão pesado, envolver polícia. Mas acabei abrindo. Liguei uma última vez para a secretária e ela repetiu que ele viria ao aeroporto. Disse então que não precisava mais e tinha aberto uma reclamação na polícia de proteção ao turista. Ela levou um susto e engasgou na linha. Pareceu abalada. Passados 25 anos, eu acho que peguei pesado. Acho que não deveria ter feito a reclamação na polícia. Porque, apesar de tudo, todo o resto que ambos (Samuel e Genaro) combinaram comigo, eles cumpriram. E fiz negócios muito maiores do que US$ 20.00 com cada um deles (acho que ao todo dez vezes isso, cinco vezes com cada). Mas creio que não houve grande repercussão, pois depois de eu voltar ao Brasil, recebi uma carta da polícia de proteção ao turista com a resposta de Genaro, que eles localizaram posteriormente, dizendo que não conhecia Samuel e pedindo meu endereço para se explicar, algo que eles não deram. Talvez ele não quisesse se explicar e tenha ficado com raiva. Disseram que como não conseguiram fazer a conexão com Samuel, provavelmente não conseguiriam ressarcir o dinheiro. Mas se conseguissem, haveria despesas de US$ 12.00 para envio, sobrando US$ 8.00 líquidos. Concordei então em doar para a UNICEF tudo, caso conseguissem reaver o dinheiro, o que não ocorreu, ate onde eu sei. No geral, acho que acabei gastando muito tempo com este episódio. Peguei o voo no horário marcado, sem problemas. Se não me engano, a Companhia foi a Aero Continente. Novamente a aeromoça não entendeu muito bem minha tentativa de falar espanhol. Chegando em Lima, encontrei alguns guias turísticos no aeroporto que me indicaram um hotel em Miraflores por US$ 30.00. Achei o preço razoável, embora bem maior do que o dos hotéis anteriores. Mas como não tinha muito tempo, não fui pesquisar. Eles me levaram até lá de táxi. Uma das guias me falou das atrações de Lima e me falou para não ir passear no centro à noite pois poderia ser perigoso. De qualquer modo, não teria dado tempo. A outra guia também estava com dificuldade de entender minha tentativa de falar espanhol. Após acomodar-me no hotel, fui ao Museu de Ouro do Peru (https://museoroperu.com.pe/), que tinha visto numa reportagem da Folha de São Paulo, que tinha comigo. Peguei o táxi e lhe mostrei a folha do jornal. Não havia GPS comercial para veículos regulares, como existe hoje. Ele não entendeu muito bem o texto em português, pediu para eu traduzir. Eu tentei. Mas acho que no fim ele entendeu de qual museu se tratava e me levou ao local correto. Achei espetacular o museu . Muitas peças em ouro e prata, muitas com significado religioso dos incas. Novamente havia as peças relativas à fertilidade em destaque. Fiquei bastante tempo lá. Após sair do museu voltei para o hotel. Agora já não estava me sentindo muito bem do estômago, o que me gerava mal-estar por todo o corpo 🤢. Se me recordo saí para comer apenas um lanche. Passei uma noite ruim, quase sem dormir. Tinha planejado ir pela manhã à praia, para me banhar no Oceano Pacífico (que eu não conhecia, e em que até o momento desta escrita eu nunca me banhei). Tinham-me dito que a praia era boa para surf, mas não muito bela, e que a água era muito fria, mas eu desejava experimentar, mesmo assim. Mas meu mal-estar estomacal e a noite quase sem dormir geraram um estado de mal-estar que acabei só indo até as pedras. Olhando a vista, mas sem forças para entrar na água. Tomei o café da manhã oferecido pelo hotel com cautela, evitando qualquer alimento que pudesse gerar alguma reação maior. Acho que este estrago ainda pode ter sido consequência daquele almoço de Calca, na 5.a feira, pois foi o único local onde experimentei alimentos completamente diferentes dos com que estou acostumado. Peguei um táxi para o aeroporto. Cheguei cedo, com bastante tempo para os procedimentos de check in. Usei meus últimos pesos para tomar um suco de limão, que era o que dava para comprar com o restinho que sobrou. Durante o voo, estava bastante cansado, devido à noite quase sem dormir. O estômago havia melhorado. Raramente durmo em aviões, mas estava tão cansado que dormi 😴. Perdi a vista dos Andes. Só em alguns momentos em que acordei e olhe pela janela, pude vê-los. Por coincidência, um destes momentos foi quando sobrevoamos La Paz. Na parte final do voo, quando já estava acordado, vim conversando com uma funcionária da embaixada da França, se bem me lembro. Ela falava do desconforto que se criou na embaixada pelo posicionamento do embaixador ou de algum membro do alto escalão do governo francês, em relação ao sequestro ocorrido na embaixada do Japão. Dizia que ele falou, fez papel de bom, foi embora e as pessoas da embaixada ficaram sob ameaças dos grupos terroristas. Cheguei em São Paulo no fim da tarde. Já estava recuperado para voltar a trabalhar no dia seguinte. 🙂
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RELATO TRIP - @der_wanderlust .pdfINTRODUÇÃO E PREPARATIVOS para quem quiser, tem a versão mais bonitinha em PDF aqui -> (edit: NÃO SEI PORQUE O ARQUIVO PDF APARECE COMO INDISPONÍVEL PARA DOWNLOAD, MAS QUEM QUISER O RELATO COMPLETO EM PDF, É SÓ CHAMAR NO INSTA @der_wanderlust) RELATO TRIP - @der_wanderlust .pdf PROMESSA FEITA, PROMESSA CUMPRIDA... Fala galera mochileira e não-mochileira, Depois de ter colocado o pézinho pra fora desse Brasilzão pela primeira vez na vida na minha primeira trip internacional, me sinto na obrigação moral de retribuir a toda ajuda que eu recebi de outros mochileiros que já tinham feito esse rolê antes, e que compartilharam suas experiências de viagem, para que pessoas como eu, que nunca tinham comprado sequer uma passagem aérea antes, pudessem viver uma das experiências mais incríveis da vida: mochilar!!! Então, cumprindo a promessa que fiz antes de viajar, cá estou eu, escrevendo este relato, que também espero que inspire muitas outras pessoas a pegarem sua mochila e partirem pro mundo, porque viajar é preciso!!! RESUMÃO O clássico mochilão pelos três países, 40 dias, desembarcando em Lima, indo pra Ica, Arequipa, acampando com escoteiros do mundo todo em Cusco, depois indo pra Puno, passando por Copacabana, La Paz, fazendo a travessia do Salar do Uyuni e chegando no Atacama e descendo até a capital chilena para pegar o voo de volta para casa. Tudo realizado entre julho e agosto de 2018, rodando mais de 5.000 km, só andando de bus entre cidades (porque pobre tem que fazer o dinheiro render kkkk). E por falar de dinheiro, vamos a parte interessante. João, quanto custou essa brincadeira toda? Pois bem, vamos por partes: Comida, transportes, hospedagens e passeios fora do acampamento (30 dias) R$ 4743 (1000 euros) Lembrancinhas e bugigangas pra família toda R$ 667 (parte em dólar, parte em reais) Passagens Áereas (Londrina-Lima/Santiago-Londrina) R$ 1476 (em reais mesmo) Acampamento em Cusco (10 dias, tudo incluso) R$ 1409 (exclua isso da sua planilha) Chip Internacional EasySIM4U R$ 120 (e ganha 6 revistas super tops) Seguro Viagem (40 dias) R$ 110 (economizei 500 dólares com ele) Excluindo o monte de blusa, chaveiro, cobertor, poncho que eu comprei lá (tudo é muito barato no Peru e na Bolívia), foram R$ 7850 tudinho mesmo. O que mais me pesou foram as passagens aéreas, por eu ter que sair do meu país Londrina-PR (pequena Londres com preços de Suíça), que só tem um aeroporto regional, as passagens saíram uns 300 reais mais caras do que se saísse de Guarulhos, só que ai gastaria com ônibus até São Paulo e no fim das contas daria na mesma. Então, considerando os 30 dias que eu estava na viagem “regular”, ou seja, que eu não estava acampado, minha média foi de R$ 163 por dia (alimentação, passeios, ingressos, hospedagem e transporte). Saiu um pouco caro, mas muito mais barato do que se eu tivesse ido de pacote de agência de viagem que se vende aqui no Brasil. O ROTEIRO O roteiro eu mostro detalhado aí embaixo com o mapa do My Maps (usem o My Maps, é muito bom pra quando você está planejando que lugares quer conhecer, ver quais cidades são próximas, quanto tempo de deslocamento e coisas assim). O roteiro por cidades ficou desse jeito: 20 jun – Londrina/Lima 21 jun – Lima - (City Tour) 22 jun – Lima/Ica - (Miraflores) 23 jun – Paracas/Huacachina - (Reserva Nacional e Islas Ballestas) 24 jun – Arequipa - (City Tour) 25 jun – Arequipa - (Trekking Canion del Colca) 26 jun – Arequipa/Cusco - (Trekking Canion del Colca) 27 jun/05 ago - Acampamento Vale Sagrado 06 ago – Cusco - (Maras e Moray) 07 ago – Cusco - (Dia no Hospital) 08 ago – Cusco/Águas Calientes - (Trilha hidrelétrica) 09 ago – Machu Picchu - (Huayna Picchu) 10 ago – Águas Calientes/Cusco - (Trilha de volta) 11 ago – Cusco - (Montanha Colorida) 12 ago – Cusco - (Laguna Humantay) 13 ago – Cusco/Puno - (Mercado San Pedro) 14 ago – Puno/Copacabana - (Islas Flotantes de Uros) 15 ago – Copacabana/La Paz - (Isla del Sol e Isla de la Luna) 16 ago – La Paz - (City Tour) 17 ago – La Paz - (Downhill Estrada da Morte) 18 ago – La Paz/Uyuni - (Chacaltaya e Vale de la Luna) 19 ago – Uyuni -(Salar 3 dias) 20 ago – Uyuni - (Salar 3 dias) 21 ago – Uyuni/San Pedro de Atacama - (Salar e Vale de la Luna) 22 ago – San Pedro de Atacama - (Lagunas Escondidas e Tour Astronomico) 23 ago – San Pedro de Atacama/Santiago - (Geyseres del Tatio) 24 ago – Santiago - (1700 km rodados pelo Chile) 25 ago – Santiago - (City Tour) 26 ago – Viña del Mar/Valparaíso - (Bate e volta) 27 ago – Santiago - (Cajón del Maipo) 28 ago – Santiago/Londrina Quando eu sai do Brasil, planejava ficar mais dias em Huacachina e menos em Arequipa, planejava fazer o tour do Vale Sagrado Sul em Cusco, assim como outros passeios em San Pedro de Atacama, mas como não viajei com o roteiro amarrado, ou seja, não tinha comprado passagem de bus nenhuma, nem reservado passeios ou hostels (exceto por Machu Picchu), pude muda-lo na hora, seja por amizades que fiz no caminho, ou por perrengues como o dia 07/08 que eu passei no hospital (isso eu conto depois). Por isso eu não recomendo comprar nada daqui do Brasil, nem reservar passeios, nem passagens de ônibus, nem hospedagem, tudo você consegue lá na hora, pechinchando e barganhando, assim você consegue preços melhores e não fica com o roteiro amarrado, você tem mais flexibilidade caso mude de ideia ou aconteça alguma coisa. Não tem segredo, tem que pesquisar, na internet, em blogs de viagens, no Mochileiros.com, em relatos de quem já foi, no meu caso, peguei um roteiro de 20 dias num blog, e fui adaptando, adicionando cidades e passeios, vendo os ônibus e hostels que eu poderia usar. Para os passeios, eu procurava nos relatos do Mochileiros.com e via as agências que a galera recomendava e já ia anotando o nome e o preço que pagaram pelos passeios. Para a hospedagem, eu procurava no Booking.com o nome da cidade, ordenava pelo menor preço, e ia vendo as avaliações da galera, se tinham curtido o lugar, mas sem reservar nada, só anotava o nome, o preço da diária, e quando chegava na cidade, ia direto nele (muitas vezes reservava o hostel pelo Booking quando chegava na cidade, pra não ter que pagar em caso de cancelamento). Para os transportes entre cidades, procurava no Rome2Rio as empresas que faziam o trajeto, o preço médio das passagens e já deixava anotado, mas também comprava só quando chegava na cidade, teve alguns que deixei pra comprar no dia da viagem mesmo. Para a alimentação, era na raça mesmo, perguntava para os locais mesmo onde tinha lugar bom e barato para comer, mas para planejamento, calculava R$ 40,00 por dia com comida. Tinha vez que gastava R$ 10,00, tinha dia que gastava R$ 50,00, mas fome não passava kkk. QUANTO LEVAR? Depois de definir o roteiro, ia anotando numa planilha no Excel mesmo, o roteiro por dia, os preços médios dos passeios, dos ônibus, das hospedagens, mais uns R$ 40,00 por dia pra comer, somei tudo e levei uns 20% a mais, só pra garantir. Funcionou bem, pelas minhas contas, eu precisava levar 1400 euros, trouxe 400 de volta, que já estão guardados para a próxima trip. Mas ainda levei meu cartão de crédito internacional, já desbloqueado para operações no exterior, só para uma possível emergência. Felizmente não precisei usá-lo. PREPARATIVOS Passagens Aéreas As duas piores partes da viagem são: comprar passagens aéreas e comprar moeda estrangeira, porque independentemente do quanto você pesquisa, parece que sempre você tá perdendo dinheiro. As passagens eu recomendo comprar uns 4 ou 5 meses antes da viagem. As minhas, comecei a procurar em janeiro, comprei em março, pra uma viagem para julho. Como eu tinha definido o roteiro primeiro, sabia que queria chegar por Lima e sair por Santiago, então procurava em todos os sites de busca possível na vida. Usei a opção “Múltiplos Destinos” ou “Várias Cidades”, passagens Londrina-Lima (20/07) e Santiago-Londrina (27/08), o Skyscanner tinha os melhores preços, mas ainda assim estava meio caro (R$1600). No site da Latam, Avianca, tudo acima de R$1800. Aí por acaso eu fui andar no centro da cidade um dia e passei em frente a agência da CVC, estava com sede, aí pensei, vou entrar, fingir que quero um orçamento e tomar uma água né? Tinha certeza que na agência de turismo seria o lugar mais caro. A atendente fez a busca no sistema dela, aí me disse: “R$ 1500 e pouco com bagagem despachada”, e eu: “como assim???? Mais barato que no site da Latam”. Acabei comprando lá, e como paguei a vista, teve um descontinho lá e saiu por R$1476 (comprei a passagem em março, minha viagem era em julho). Depois, de vez em quando eu olhava nos sites de busca e o preço não abaixava mais, então acredito que peguei a passagem com o preço mais barato possível kkk. A única coisa, é que em junho, a Latam trocou as escalas do meu voo de volta, ai a CVC me ligou para avisar que se eu voltasse no dia 27/08, teria uma escala noturna gigante no Rio de Janeiro, e acabaria chegando no dia 28/08, então ela me propôs voltar dia 28/08 num voo que eu pegaria escalas menores e chegaria no mesmo dia. Aceitei, o que foi a melhor coisa, porque ganhei um dia extra no fim da viagem. Chip Internacional Vou ser bem sincero, eu queria muito não ter comprado, mas como estava com tudo sem reservar, não conhecia nada, e queria dar um up no meu Instagram, fazer uns stories legais e postar tudo (pobre quando viaja tem que mostrar pra meio mundo, né?), e ainda por cima apareceu uma promoção da Revista Aprendiz de Viajante, que na compra de 6 revistas por R$ 120,00, de brinde ganhava um chip da EasySIM4U, com 4G ilimitado por 30 dias em todos os países, acabei comprando, não me arrependo, a internet funcionou muito bem mesmo, nas cidades, em alguns passeios, até em Machu Picchu funcionava, só no Salar do Uyuni que não tinha sinal nenhum. Também é possível comprar os chips nos países, não custa caro, mas tem que por crédito, troca o número, e tem franquia limitada, além de trocar o chip sempre que troca de país. Esse chip internacional funcionou nos 3 países, mas não servia pra ligações, apenas dados móveis. Além disso, como viagem era de 39 dias, e o chip só funcionaria por 30 dias, coloquei sua data de ativação para a partir do 9° dia, assim teria internet nos últimos 30 dias. Nos primeiros dias teria que me virar pedindo “la contraseña del wifi”. Usar chip brasileiro no exterior é pedir para pagar absurdos no fim do mês. Moeda Estrangeira Essa parte é com certeza a mais complicada, como levar dinheiro para a viagem? Reais, dólar, euro, cartão internacional, tele sena? Primeiramente, o cartão, mesmo sendo mais seguro, cobrava muitas taxas, fora os impostos que eram altíssimos para uso no exterior, além disso, muitos lugares não aceitam, então já risquei da minha lista. Bem, a moeda do Peru é o Novo Sol (S/)(PEN), da Bolívia é o Boliviano (Bs.)(BOB), e do Chile é o Peso Chileno ($)(CLP), por serem moedas “fracas”, suas cotações para compra no Brasil são as piores, então, ou compre dólar/euro no Brasil para trocar lá, ou leve real e troque lá. No meu caso, depois de muitas contas, cheguei à conclusão de que compensaria levar dólar ou euro, ao invés de reais. Para saber se compensa é só usar a formulinha que eu desenvolvi kkk (Quanto consigo em Soles levando Dólares) / (Quanto consigo em Soles levando Reais * Preço do Dólar em Reais) Se essa conta for maior do que 1, leve dólar, caso contrário, leve reais. Essa fórmula serve para todas as outras moedas, substituindo Soles por Bolivianos, Pesos, ou qualquer outra moeda fraca. Também pode ser substituído o Dólar por Euro, ou Libra, ou outra moeda forte. País Peru Bolívia Chile Real 0,77 PEN 1,65 BOB 152 CLP Euro 3,80 PEN 8,00 BOB 753 CLP Dólar 3,25 PEN 6,90 BOB 650 CLP As cotações estavam assim, então preferi comprar euros. No Banco do Brasil a cotação estava melhor que nas casas de câmbio, e para funcionários, não é cobrada a taxa de operação, então se você tem algum parente ou conhecido que trabalhe lá...#ficaadica. Enfim, comprei 1400 euros por R$4,72 para levar, depois comprei mais 250 dólares por R$4,04, e na véspera, minha tia ainda me deu mais R$300 para comprar um poncho de lhama kkk. Toda essa grana devidamente guardada num saquinho de plástico com um papelão no meio para não amassar, dentro de uma doleira que eu usava amarrada na coxa (na cintura é muito manjada) por baixo da calça, com medo de alguém roubar aquilo assim que eu saísse do aeroporto. Importante, não dobrar as notas de dólar ou euro, lá eles são bem chatos com isso. Voltei para casa com R$200,00, 400 euros e 20 dólares. Seguro Viagem Aproveitei a Black Friday de 2017 e comprei o seguro viagem da Allianz Mondial, por R$109, plano América do Sul Standart, para 30 dias, estava com 50% OFF. Aí, em março, quando comprei a passagem para mais de 30 dias, liguei lá, expliquei a situação, aí cancelaram minha apólice, devolveram todo meu dinheiro, e fizeram uma nova apólice de 40 dias por R$110, pasmem. E pelo menos no meu caso, não foi um gasto, foi um investimento muito bem usado. Certificado Internacional de Vacinação Essa porc%#** desse certificado, teoricamente é obrigatório para entrar na Bolívia ou Amazônia Peruana, aí todo mundo se mata pra conseguir, tendo que ir em algum posto da ANVISA para tirar (é de graça), aí chega na hora da viagem e ninguém nem pede (ninguém me pediu). Mas é a famosa Lei de Murphy, se você viajar sem, tenha certeza de que te pedirão, então não arrisque, procure onde é o posto da ANVISA mais próximo da sua casa e faça esse certificado. Ingresso para Machu Picchu O famoso ingresso, como eu ia na alta temporada (junho a agosto) e queria subir a Huayna Picchu (aquela montanha que aparece no fundo de MP), tive que comprar o ingresso em abril para poder subir em agosto. Caso você não queira subir nenhuma montanha ou vá na baixa temporada, não precisa de tanta antecipação. O acesso ao parque é limitado a 2000 pessoas por dia. Pedi para um guia turístico que mora em Cusco que conheci num grupo de viagens do Whatsapp, para que ele comprasse para mim, para que eu conseguisse o desconto de estudante. Mandei foto da minha carteirinha (ISIC e normal) e ele conseguiu comprar com desconto, de 200 soles, paguei 125. Mas caso você não tenha carteirinha, pode comprar pelo site oficial http://www.machupicchu.gob.pe/, ou pode deixar para comprar lá em Cusco mesmo. Mochilas De bagagem de mão, eu levei uma mochila de ataque de 30 L daquelas da Decathlon (comprem essas coisas na Decathlon que é top e barato), com uma pastinha com o passaporte, certificado de vacinação, passagens aéreas e minha caderneta de anotações. Já pra despachar foram: uma cargueira de 85 L da Conquista que eu já tinha há anos, com praticamente tudo dentro, além de um saco de dormir para -15° (emprestado de um amigo), um isolante térmico inflável (também da Decathlon e também emprestado de um amigo) e minha barraca Azteq Katmandu 2/3. Para não despachar esse monte de coisa amarrado e correr o risco de perder tudo ou alguém enfiar drogas na minha mochila cheia de zíperes (minha mãe assiste aquelas séries de aeroportos no NetGeo e ficou morrendo de medo kkk), eu pedi pra um amigo que trabalha com tapeçaria e ele costurou um saco para colocar tudo dentro e com um zíper só para poder passar um cadeado e deixar a mãe tranquila (ficou parecido com uma bolsa de academia). O que levar? Para detalhar melhor, tá aí uma lista completinha de tudo que eu levei: · 1 bota impermeável (Yellow Boot Timberland), 1 tênis (All Star velho), 1 par de chinelos e 1 par de alpargatas. · 2 toalhas de banho (1 normal e 1 daquelas da Decathlon que seca rápido) e 1 toalha de rosto, Kit banho (shampoo, condicionador, sabonete e bucha). · 1 estojo (pasta, escova, fio dental, desodorante, perfume, repelente). · Hidratante e protetor labial (levem, senão a boca e o rosto de vocês esfarelam no deserto). · 4 calças (2 jeans, 1 de sarja com elástico e 1 de moletom) e 2 bermudas (1 jeans e 1 de praia). · 8 camisetas. · 12 cuecas e 7 pares de meia. · 2 camisetas segunda pele. · 3 blusas (2 de lã e 1 de moletom). · 1 casaco impermeável corta-vento (R$199 na Decathlon, melhor investimento). · Pacote de lenços umedecidos. · Remédios usuais (antialérgico, sal de fruta, band-aid, para dor de garganta, Dramin) · Pasta com os documentos. · Doleira com a grana (dólar e euro). · Carteira com a grana trocada, cartão de crédito internacional para emergências, carteirinha de estudante. · Celular, carregador, fones de ouvido, bateria extra, adaptador. · 2 cadeados e algumas sacolinhas plásticas. · Caderneta e caneta. · 1 óculos de sol e relógio de pulso. · 1 rolo de papel higiênico. · 1 pacote de paçoca rolha e 1 saco de bala de banana (pra fazer a alegria da gringaiada). Me arrependi de levar tantas blusas porque lá acabei comprando mais (Mercado São Pedro em Cusco é sucesso), luvas, toucas e cachecóis não compensa levar daqui, porque lá tem mais bonitos e mais baratos. Devia ter levado e acabei me esquecendo, protetor solar, lá é caríssimo, aí tinha que ficar pedindo emprestado pros outros, e não esqueçam que nos Andes o Sol é mais forte, fora o vento e a secura do ar, então levem creme, hidratante para o rosto e lábios porque vão usar e muito! DIÁRIO DE BORDO Nos capítulos seguintes, vou contar como que foram os passeios, dia por dia, tentei lembrar e ser o mais fiel possível com todos os fatos passados, contando os perrengues, minhas impressões, também tentei contar tudo do modo mais descontraído que eu consigo ser (uiii ele é superdescontraído ele hehe). Coloquei algumas fotos para tentar ilustrar o que eu vivi, os lugares por onde passei, a grande maioria delas foi tirada do meu celular mesmo, como não tenho câmeras profissionais, nem GoPro, tive que me virar nos trinta com meu Galaxy S7 Edge, mas felizmente, a câmera dele é bem razoável, algumas poucas fotos, lá na parte do Atacama, foram tiradas com um iPhone X de um desconhecido que eu pedi para tirar do celular dele, porque o meu estava sem bateria e ele me mandou pelo Whatsapp depois. O relato em si acabou ficando mais longo do que o planejado, então, caso você não esteja com muita paciência para ler tudo, ou queira só um resumo, no final de cada dia eu coloquei um quadrado cinza com todos meus gastos diários, nome das empresas de bus, de algumas agências, dos hostels onde fiquei hospedado. Além disso, coloquei também algumas caixas coloridas com informações importantes em destaque, deem uma olhada nelas. Do mais, é isso, espero que curtam, e qualquer coisa, pergunta, dúvida, me chamem no Instagram @der_wanderlust que eu respondo com o maior prazer. Bora lá!!!
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Olá pessoal. Estou com uma dúvida referente a roteiro. Saindo e voltando por Corumbá, é melhor começar por Salar de Uyuni ou Lago Titicaca? Ou seja, norte ou sul? Até agora o planejamento é o seguinte: Ida Corumbá Puerto Quijarro (troca de meio de transporte) Santa Cruz de la Sierra (troca de meio de transporte) Sucre (principais) Uyuni (principais) La Paz (principais) Copacabana (principais Volta Santa Cruz de la Sierra (troca de meio de transporte) Puerto Quijarro (troca de meio de transporte) Posto de imigração da Fronteira Corumbá (troca de meio de transporte) Campo Grande
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Iniciando a Trip 4 de maio de 2019, Bolívia e Peru TODOS OS VALORES EM DÓLAR. Não colocarei os valores ainda no Brasil, vou me concentrar em valores nesses 2 países apenas, para você ter uma ideia que quanto irá precisar para fazer a sua. Vou postar em dólares para facilitar, no dia que você decidir a ir nesse locais. Amanhã, será o início, já deixo a parte inicial do Tópico, pois irei postar diariamente, todos os finais dos dias. Pretendo ficar 24 dias, se não der para fazer todo o roteiro, poderei ficar mais uns dias para completar. Roteiro que tenho em mente, posso mudar, conforme o andamento da carruagem: Santa Cruz de La Sierra > Sucre > Uyuni > Salar > La Paz > Puno > Arequipa > Copacabana > Samaipata > Santa Cruz de La Sierra. SANTA CRUZ DE LA SIERRA. Compre o chip Tigo, funciona 100% aqui na Bolivia. Dicas: Tem 2 bancas que vendem os chips. Uma delas a U$ 1,45 e a outra a U$ 2,17. Uma em frente a outra. Outra dica: Peça para a moça configurar seu chip, é um pouco chato. U$ 8,68 o taxi do aeropuerto ao centro U$ 2,17 de centro ao terminal com muito choro. Aprendi a chorar kkkkkkk. Não encontrei a moça que iria conosco. Ela já tinha ido com uns Brazucas para Sucre. Se deu mal, pois o Soroche a atacou, fui saber disso, bem depois e por cima, ela esqueceu o celular em Santa Cruz. Então segue o roteiro, somente minha esposa e eu. Hospedagem em Santa Cruz de La Sierra, valor para casal: U$ 10, usando ora o AIRBNB ou BOOKING. SEGURO VIAGEM, usei sempre esses do links ou aplicativos. Ajudou bastante para comparar os valores.
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Fala ai galera Em jun/19 vou seguir pelo meu primeiro mochilão e ainda estou em busca de dicas. Fiz um roteiro inicial mas gostaria de receber algumas orientações de quantidade de dias ficar, pontos para conhecer, o que não vale a pena a visita... O roteiro é basicamente o seguinte: - Inicio do mochilão com chegada à noite em Santiago, 2 noites e 1 dia; - Atacama, 3 dias e 3 noites; - Tour de 3 dias e 2 noites pelo Salar de Uyuni; - 1 noite de deslocamento entre Uyuni e La Paz (ônibus); - La Paz, 2 dias e 2 noites (DownHill e Chacaltaya); - Copacabana (Isla del Sol) em 2 dias e 1 noite; - 1 noite de deslocamento entre Copacabana e Cusco (ônibus); - 1 dia e 1 noite pelo centro de Cusco; - Passeio de 1 dia pelo Vale Sagrado até Ollantaytombo e ida para Água Callientes à noite; - 1 dia em Machu Picchu e WaynaPicchu e retorno para Cusco à noite; - Ida para Lima (avião) e tour por Lima; - Paracas 1 dia; - Huacachina e retorno para Lima; - Volta ao BR. E ai, onde dá para melhorar ou otimizar essa Trip? Algum Hostel para indicar nessas cidades? Valeu, obrigado!
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Se você tivesse que escolher ir ao Titicaca, Qual lado você iria ? Bolívia ou Peru ? Meu tempo é extra curto, terei de escolher e quero a opinião de quem já foi nos 2 lados, me ajudem.
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Acabamos de regressar desta maravilhosa viagem, onde o exercício de resiliência e cuidado mútuo fez parte constante do trajeto; viajamos de carro, partindo de Cacoal, Rondônia, fazendo o já clássico caminho entre Rio Branco (Acre) e Cusco (Peru), passando pelas belas geleiras da cordilheira dos Andes. Estávamos em quatro pessoas, sendo elas duas crianças de 14 e 5 anos. Nestas condições o nível de aventura deve ser moderado, não podendo fazer caminhadas mais longas, ou qualquer outro passeio que demande muito esforço físico e muito menos risco à saúde ou à vida. Saímos de Cacoal junto com um grupo de Amigos até Porto Velho; já na saída um grupo que iria com a gente recebeu a notícia que outros membros da família que iriam se encontrar em Porto Velho haviam perdido o vôo. Logo, iríamos subir até Rio Branco somente em mais outro carro de amigos. O resumo do primeiro dia foi: Cacoal-RO – Rio Branco, Acre. 988km. Os pontos mais relevantes deste dia e que merecem uma observação: 1. Abastecer em Porto Velho é bem vantajoso. Gasolina custando 3,36 antes do aumento de 0,40 do Temer. 2. Comer no Assados; restaurante que fica na rua Carlos Gomes, em frente à Honda. Boa carne assada e postas de Dourado gigantes assadas. 3. Em Abunã, resíduos históricos da passagem da ferrovia madeira Mamoré, incluindo uma locomotiva perdida. 4. A Balsa; elemento jurássico que assola o desenvolvimento da região. 5. O Shopping de Rio Branco, assim como toda a capital estão lindos. Não ficamos hospedados em Hotel. Ficamos na casa do amigo Carlos Frederico. O segundo dia acordamos cedo, mas conseguimos sair mesmo após às oito horas. Tomamos café em um posto de gasolina e seguimos para Assis Brasil. Em Epitaciolândia paramos para sacar dinheiro na agência. Queríamos levar 90% do dinheiro em espécie. Em 2013 levamos em espécie, mas já no final da viagem o dinheiro deu a conta; e muitos locais não passavam cartão de crédito. Importante habilitar o cartão para as transações internacionais. Saímos de Epitaciolândia e seguimos para Assis Brasil, a última cidade brasileira do caminho. Cuidado com este trecho é pouco. O asfalto está destruído em parte do trajeto, necessitando reduzir a zero a velocidade para prosseguir. O Resumo do segundo dia ficou assim: 574km. Rio Branco, Acre. Puerto Maldonado, Peru. 1 Deixe bastante tempo para a imigração e passagem do carro para o Peru. É demorada a saída do Brasil na Alfândega Brasileiro quando tem ônibus também atravessando. Na Aduana peruana, se tiver ônibus ferrou. Nos finais de semana o fluxo é maior. O carro só sai agora com o Suat, um seguro obrigatório. Eles inspecionam o carro e só permitem o pagamento depois da observação e análise do veículo. Demoramos mais de três horas para fazer todos os procedimentos. Aproveitem para trocar sua grana por soles já na divisa. Uma das melhores cotações. Quanto mais entramos no país, menos o real vale. Com exceção de Cusco, que recebe muito bem o real. 2 Viajei com a ideia de cotação entre 1 real para 1 soles. Levei prejuízo. Com o aumento do dólar, consegui comprar soles perdendo 10%. 1 real vale somente 0,90 soles. Prejuízo de 300 reais na troca dos 3,000 reais que levei em espécie. (levei mais 1,000 reais para trocar em Bolivianos). 3 O trecho entre Inapari, primeira cidade Peruana onde fazemos os trâmites, até Puerto Maldonado é de 220 km. Cuidado com o combustível. Existem poucos “grifos” postos de gasolinas no caminho. Cuidado também com os quebra-molas, que são muitos e motociclistas sem iluminação. Passamos a noite e muitos veículos não têm iluminação. 4 Em Puerto Maldonado ficamos no Tropical Inn. Hotel de fácil localização, à 4 quadras da praça de Las Armas de Puerto Maldonado. Ficamos na ida e na volta. O valor de 114 soles. Em média 130 reais para quatro pessoas. Quarto enorme e ótimas camas e banheiro. No entanto, sem café da manhã. No dia que chegamos estava sendo comemorado o aniversário da cidade. Muita festa na praça principal, com um show de músicas locais; uma mistura de aviões do forró com calypso. Sensacional. Comemos pizza e experimentei uma coxinhas de rua, feitas de massa de mandioca, também comi as papas helenas. Deliciosas. 5 Já tome as deliciosas Cusquenas. Cervejas maravilhosas de Cusco. Aproveite o calor da cidade para beber, pois em Cusco o clima não é tão propício. Em Cusco gostoso é a Pisco Sour, bebida com aguardente de uva e clara de ovo. Dormimos com a ansiedade da subida pela cordilheira, levando em conta que estávamos com crianças e não sabíamos as reações, principalmente da menor com 5 anos. Amanhã continuo com o dia D da subida à cordilheira.
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Ps barcos feitos de totoras e casinhas do mesmo material, eu só vou encontrar na Ilha dos Uros ou tem também no lado boliviano ?