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Brasília - 3 semanas a trabalho, com 5 dias para Mochilar


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  • Colaboradores

Essa viagem foi realizada em Novembro de 2012, quando eu fui a trabalho para Brasília para ficar 3 semanas, cheguei dia 12 e parti dia 29, portanto, tive 2 finais de semana e um feriado (dia 15), o que totalizam 5 dias livres para conhecer a capital do Brasil. Foi a minha primeira viagem sozinho, e que foi um pouco estranho não ter ninguém junto para desbravar um lugar desconhecido.

Um ponto positivo para o conhecimento da cidade é que foram apenas 5 dias livres, mas fiquei o total de 18 dias por lá, então foi possível perceber como é o dia-a-dia da cidade e a vida das pessoas, conhecer e conversar com bastante gente de lá até para ajudar a programar roteiros, escolher lugares onde ir, o que fazer, dicas locais, etc.

 

Destaco que apesar de ter ficado sabendo antes e eu ter constatado que Brasília é uma cidade feita para andar de carro, eu fiz muita coisa a pé, mas isso é porque eu realmente gosto de andar e estava em dias bem inspirados para a prática, mas o ideal é montar um roteiro e usar táxi para os deslocamentos ou dependendo do caso até alugar um carro, em todos os lugares é fácil parar o carro perto de onde se quer ir e sempre de graça. Até porque, em muitos dos lugares não há locais apropriados para pedestres, não foram raros os casos em que eu caminhava nos enormes canteiros gramados que existem por toda a cidade, que de tão grandes, chegam a ser até meio desertos.

 

Uma coisa que me chamou muito a atenção e eu não poderia deixar de registrar é que é uma cidade onde (quase) não existem muros e cercas, só me lembro de ter visto nas embaixadas. O acesso aos prédios e condomínios são todos livres e integrados com quadras, campos e ruas menores, que levam a ruas e avenidas mais movimentadas e aos grandes eixos da cidade e isso é o tipo de coisa que se percebe mais no “dia-a-dia” do que em um dia de turista, mochilando, e principalmente se você estiver andando a pé, como eu estive quase todo o tempo. Para mim é algo muito chocante e eu não conseguiria imaginar uma cidade como Brasília antes de estar lá, me surpreendeu positivamente, claro que foram impressões que tive na própria capital, no Plano Piloto, Eixo Monumental e Asas (Norte e Sul), também quase não conheci as cidades satélites, acabei indo de ônibus sem querer até Riacho Fundo e vi um pouco do entorno de Brasília, mas isso eu detalho melhor mais a frente.

 

No começo é muito estranho as ruas não terem nomes como estamos acostumados, não haver bairros e as pessoas se localizarem por letras, números, e setores, acredito que nenhuma das outras cidades que eu já tivesse conhecido fosse planejada, como Brasília, mas depois até que você se acostuma.

Fiquei hospedado no hotel Torre, no Setor Hoteleiro Norte, Quadra 4 Bloco A, bem ao lado da Torre de TV (que fica no eixo monumental). E estava trabalhando no Setor Bancário Norte na Quadra 1, a 1km a pé do hotel, e dessa forma, diariamente eu passava pelo Conjunto Nacional (shopping) atravessava por dentro dele, pela Rodoviária do Plano Piloto e pelo Teatro Nacional, que me arrependo até hoje de não ter entrado para conhecer o que fosse possível por dentro. Além de ver a Bibilioteca Nacional, o Museu Nacional e a Catedral, além de toda a Esplanada dos Ministérios e o Congresso Nacional ao fundo.

 

 

[t1]1º dia – Feriado 15 de Novembro de 2012[/t1]

 

Resumo: Eixo monumental a partir da Torre de TV até o Palácio da Alvorada, ida e volta a pé, passando pela Fonte da Torre, Rodoviária do Plano Piloto, Biblioteca Nacional, Museu Nacional, Catedral, Esplanada dos Ministérios, Palácio de Justiça, Congresso Nacional (com tour guiado na parte interna), Palácio do Itamaraty, Praça dos Três Poderes, Supremo Tribunal Federal, Panteão, Palácio do Planalto, onde estava havendo uma exposição sobre Luiz Gonzaga e a cultura nordestina, Palácio do Jaburu, Ponte JK, Palácio da Alvorada, retorno até a Torre de TV.

 

Já era o meu 4º dia em Brasília, mas apenas o 1º dia livre e bem o feriado de 15 de Novembro, Dia da Proclamação da República. Comecei o passeio pela Torre de TV, que fica no meio do Eixo Monumental, bem ao lado do hotel onde eu estava, é possível subir na torre e não precisa pagar, basta entrar em uma fila que não chega a ser grande e subir de elevador, a subida não é até o topo da torre, mas vale a pena, a visão que se tem é maravilhosa, além de possibilitar ter uma noção da cidade e de como o Planalto Central é realmente plano.

 

598da7ee15aec_Brasilia(235).jpg.89527561ff924a097b20195fc8365e1e.jpgFoto: A Torre de TV, em uma tarde ensolarada, com a fonte funcionando, o Sol se pondo e a Lua Cheia já a Vista.

 

 

Da torre é possível avistar toda a Esplanada e o Congresso Nacional de um lado, ver a Lagoa Paranoá, ter uma boa idéia das asas Norte e Sul, e do outro lado é possível ver o Parque da Cidade, o Centro de Convenções o Museu JK e o Estádio Nacional Mané Garrincha, na época em obras. Minha intenção era ir a pé até o Congresso Nacional e voltar, até para sentir a distância, pois como é tudo muito plano, não dava impressão de ser tão longe e fora o Sol quente e o calor que fazia, metade de Novembro, as vésperas do Verão, no coração do Brasil, e aí você também começa a ter dimensão da coragem e ambição de se construir uma cidade para ser a capital do país praticamente no deserto.

 

598da7ee1f071_Brasilia(261).jpg.aecdf76ce8dfc6d74756ce93f3c6d845.jpgFoto: Vista da “frente” da Torre: De baixo para cima, é possível observar o eixo monumental, a partir dos pés da Torre de TV com a Fonte da Torre e ir até o Congresso Nacional, com destaque para toda a Esplanada dos Ministérios, onde estão a Catedral, o Museu e a Biblioteca Nacional. No meio da foto ao lado esquerdo, destaca-se o Conjunto Nacional (que é um Shopping) e bem a sua frente, no meio do eixo a rodoviária. Na parte superior, ao lado direito é possível ver a Ponte JK e a Lagoa Paranoá.

 

 

 

598da7ee26adf_Brasilia(5).jpg.119e9c02405b4885fc38ab011c5701f9.jpgFoto: Zoom na Esplanada dos Ministérios.

 

 

 

598da7ee2fcd3_Brasilia(3).jpg.18cf742e5260993f5936fdf84e5c8863.jpgFoto: O Estádio Mané Garrincha (Nacional de Brasília) ainda em Obras

 

 

 

Descendo da Torre passei vagarosamente pela praça e observando a fonte da torre, enquanto caminhava em direção ao Congresso e fui descendo pelo meio do Eixo Monumental, chegando até a Rodoviária, só passei pela sua lateral e cheguei a Biblioteca Nacional, parecia estar fechada, mas não tenho certeza porque não procurei muito, só vi que não tinha movimento nenhum, observei a construção e parti para o Museu Nacional que já ao lado e ali sim havia movimento, turistas, vendedores de lembrancinhas, pais com crianças que brincavam, e gente entrando e saindo do Museu. O Museu foi a primeira das maravilhas arquitetônicas que eu pude ver de perto em Brasília, é uma construção em forma de uma cúpula com uma rampa para entrada e saída passarela que saí de dentro do museu e entra sem nenhuma sustentação externa aparente, é sensacional. E como quase tudo em Brasília, obra de Oscar Niemeyer. O acervo do museu é bem singelo, não tem nada muito espetacular nem muito famoso, mas vale a pena conhecer por dentro e por fora pela arquitetura, é uma obra fantástica.

 

598da7ee36d8d_Brasilia(43).jpg.d2682378d87f69a73e6db0a1b231b222.jpgFoto: O Museu Nacional

 

 

Logo ao lado do Museu, está a Catedral, que é um dos maiores símbolos e cartões postais de Brasília, infelizmente não pude entrar, pois estava fechada para reforma, mas sem dúvida é uma construção belíssima e que vale a pena ser visitada, gostaria muito de tê-la visto por dentro.

 

598da7ee3d1b9_Brasilia(69).jpg.ac9ef6a590d8ef1c752afc5a6847ac01.jpgFoto: Catedral Metropolitana de Brasília, fechada, em obras

 

 

Continuando a caminhada, chegasse a Esplanada dos Ministérios, onde estão os prédios de todos os Ministérios de um lado e de outro, e é o tipo de lugar onde as coisas não mudam muito de um para outro, mas eu acho melhor fazer a pé. Fui caminhando passando por cada Ministério e atravessando para o outro lado, de frente para o Congresso eu estava do lado esquerdo, sendo que tudo o que havia visitado antes estava do lado direito. No final da Esplanada, do lado esquerdo, está o Palácio de Justiça, até que cheguei ao meu primeiro objetivo, o Congresso Nacional, que apesar de toda a sua relativa simplicidade arquitetônica é a construção que mais chama a atenção em Brasília. Passei por toda a Alameda dos Estados (que foi a única via com nome que encontrei em Brasília) que é uma avenida que passa em toda a frente do Congresso Nacional onde estão as bandeiras de todos os Estados da Federação, tirando fotos e fui em direção ao Congresso, entrei, peguei uma senha e entrei na próxima turma para participar do tour guiado pelo Congresso, que é muito interessante de se fazer, tem-se a oportunidade de conhecer o Congresso Nacional por dentro, as principais salas e divisões, primeiro o lado da Câmara dos Deputados, que é aquele cuja meia-esfera está com a parte maior para cima e do outro lado o Senado com a meia-esfera menor e virada para baixo. Durante a visita é apresentado um vídeo ao grupo e em seguida começa um tour guiado pelo Congresso, vale a pena conhecer.

 

598da7ee42d83_Brasilia(100).jpg.da4e548920f08e4b8765aa60403dcb51.jpgFoto: Congresso Nacional

 

 

 

598da7ee48356_Brasilia(109).jpg.b94eb40106708665537820ebf9c80c2e.jpgFoto: Câmara dos Deputados

 

 

 

598da7ee4e474_Brasilia(135).jpg.3cada2ea7a44165ebd4a62b328df5b39.jpgFoto: Senado Federal

 

 

Saindo caminhei até o Palácio do Itamaraty e desci até o Supremo Tribunal Federal que está em um dos “cantos” da Praça dos Três Poderes, que é uma Praça enorme, onde há um monumento em homenagem ao Juscelino e aquela outra famosa obra dos Candangos de Brasília, no outro lado da praça está o Palácio do Planalto e no “fundo” da praça, que dá para um tipo de parque está o Panteão da Pátria, construção que chama a atenção pela arquitetura, e que assim como o Museu Nacional, não tem nada muito interessante do lado de dentro, em seu acervo, mas que vale a pena conhecer por dentro e por fora pela riqueza da arquitetura. Perto do Panteão há um mastro muito alto, com uma enorme bandeira do Brasil, foi a maior que eu vi por lá.

 

598da7ee54513_Brasilia(179).jpg.609f39ac8ac68fc03546bd4aa35e283d.jpgFoto: Os Candangos de Brasília, na Praça dos Três Poderes, ao fundo, o Supremo Tribunal Federal

 

 

Fiquei um tempo por ali, observando o pouco movimento na Praça dos Três Poderes, mas também longe de estar deserta, a essa altura estava me questionando se iria ou não até o Palácio da Alvorada, tinha algumas referências, de que era longe (e eu estava a pé), e que só seria possível vê-lo de longe, dos portões, e que pelo Street View do Google Maps eu conseguiria ver a mesma coisa e tal, então, ainda na dúvida, resolvi ir até o Palácio do Planalto, vê-lo de perto, entrar se fosse possível e constatei ser outra maravilha, que construção suntuosa, não sou muito entendido do assunto, apenas gosto de observar construções “diferentes”, principalmente quando são únicas e observar seus detalhes, e afirmo que para os fãs de arquitetura, Brasília é um prato cheio. Foi possível entrar no Palácio, no térreo todo, que é um salão enorme, estava acontecendo uma exposição sobre Luiz Gonzaga e a cultura nordestina, legal também, mas muito mais legal é o Palácio do lado de dentro.

 

598da7ee5adea_Brasilia(182).jpg.03e47b8e1a49ae0fdc923fcc75301d37.jpgFoto: Palácio do Planalto.

 

 

Saindo do Palácio, ainda na dúvida sobre ir ou não a pé até o Palácio da Alvorada, que é a residência oficial do Presidente da República, voltei até a Praça dos Três Poderes e entrei em uma espécie de agência para atendimento ao turista, que fica no meio da Praça, em um nível mais baixo, é necessário descer alguns degraus para entrar na agência, e para minha surpresa, quem estava atendendo era um dinamarquês, que me deu um mapa da cidade, me explicou algumas coisas sobre Brasília e me disse que seriam uns 2km até o Palácio da Alvorada e aí eu resolvi ir, mesmo sabendo que depois teria que voltar tudo e muito provavelmente a pé, tomei um sorvete, pois não havia outra opção a não ser os ambulantes que estavam na pouco movimentada Praça dos Três Poderes e lá fui eu, em direção a residência oficial do Presidente, no caso da Presidente.

E mais uma vez a sensação de caminhar em Brasília não é boa, caminhava as margens de uma estrada que mais parecia uma rodovia, onde não há pessoas andando, apenas carros passando, mas tudo bem, e quando parecia que nunca ia chegar, passei pela entrada do Palácio do Jaburu, que é a residência oficial do Vice-presidente da Republica, pouco mais a frente encontrei com um corredor treinando que me disse que faltava apenas uns 500m, não sei exatamente quanto andei, mas foram bem mais que os 2km ditos pelo dinamarquês, acredito que tenha sido mais de 4km, mas tudo bem, acredito que se não fosse ele eu não teria ido até lá, teria voltado mais cedo para o hotel, não teria conhecido a Alvorada, e teria ido embora com isso na cabeça. Cheguei ao Palácio da Alvorada, estando de frente para ele, do lado direito há um ponto, o melhor que eu estive para observar a Ponte JK, pela qual não tive oportunidade de passar.

O Palácio da Alvorada é bem distante da rua, mas é possível vê-lo e observá-lo, todo protegido pelo exército e uma coisa boa, do lado direito há um banheiro e água, o que é muito importante pois você está em um lugar onde não tem nada perto. Vi o que tinha para ver, tirei as fotos que tinha que tirar e quando estava tirando a última, que de fato realmente foi a última da minha câmera digital. A coloquei sobre a placa marrom de identificação, que há em todos os pontos turísticos de Brasília, aquela com o dizer “Palácio da Alvorada” em branco, e a programei, para dali a 10 segundos tirar uma foto minha com o Palácio ao fundo, ela tirou a foto, cumpriu sua última missão e caiu da placa, com a lente para a terra e nunca mais funcionou.

 

598da7ee9385d_Brasilia(228).jpg.672399229cd07b3c7ebaf6d1b006ee4f.jpgFoto: Eu, em frente ao Palácio da Alvorada, última foto da minha câmera antes da queda e morte.

 

 

Tomei bastante água, descansei um pouco e resolvi voltar, afinal a caminhada seria longa, e voltando pela avenida que sai de frente do lado esquerdo do Palácio, passei por uma região com vários hotéis, que ficam as margens da Lagoa Paranoá até que cheguei a um ponto de ônibus onde haviam duas senhoras esperando ônibus, perguntei a elas se haveria ônibus que fosse para a rodoviária do Plano Piloto, me disseram que sim e eu permaneci esperando, em seguida chegou uma outra senhora, e eu percebi que eram funcionárias dos hotéis que ali estavam, não demorou muito tempo, até que veio um carros e pegou uma das senhoras, e nisso chegou outra. Veio outro carro e levou outras duas, em seguida um terceiro carro e a última se foi, fiquei por ali uma meia hora, e como não havia ninguém e nenhum sinal de ônibus, resolvi voltar na caminhada, ainda bem que não esperei mais, pois durante toda a caminhada, não vi nenhum ônibus pelo caminho, a essa altura, a minha preocupação era que não escuresse, e foi tudo bem, voltei na manha e me senti aliviado quando cheguei a Praça dos Três Poderes novamente, e aí, tudo o que eu tinha a fazer era atravessar a Esplanada dos Ministérios no sentido contrário, e o fiz, ainda parei um tempo para descansar e observar, no gramadão, no canteiro central, no meio da Esplanada, um grande grupo de garotas estava treinando futebol americano, achei curioso. No final da Esplanada, passei ao lado do Teatro Nacional e cheguei a rodoviária, comi um lanche, tomei um caldo de cana e andei por toda a rodoviária. Ali eu já estava em casa. Começava a escurecer quando eu comecei a subir em direção a Torre de TV, cuja a praça em torno da fonte estavam bem movimentado. Tinha bastante gente passeando, com crianças, em volta da fonte existem umas grandes caixas de som e estava rolando musica, comi um milho verde, sentado na grama, enquanto descansava e observava o movimento. Fiquei por ali, curtindo a praça até perto das 9h00 da noite quando retornei ao hotel, pois no outro dia, era uma sexta-feira, emenda de feriado, mas não para mim, que trabalharia normalmente.

A sensação era de ter conhecido muita coisa em um só dia, e de fato, esse dia rendeu.

 

 

[t1]2º dia – Sábado 17 de Novembro de 2012[/t1]

 

Resumo: Feirinha da Torre, entre a Torre de TV e o Parque da Cidade e o próprio Parque da Cidade, fonte da Torre e anoitecer na praça.

 

Neste sábado eu resolvi que ficaria o dia todo no hotel, para colocar umas coisas em dia, até porque, durante o primeiro dia livre a minha sensação era de ter conhecido quase tudo em Brasília, e para contribuir com a minha decisão, choveu o dia inteiro e eu consegui fazer bastante coisa do que tinha pendente. A tarde, quando a chuva melhorou, resolvi ir até a feirinha da Torre, afinal era bem perto do hotel, conheceria a feirinha e aproveitaria para comer alguma coisa, fui, conheci, comi arroz com feijão e peixe, que estava muito bom e andei por toda a feirinha, que não tem nada demais, mas é interessante de se conhecer, principalmente para quem gosta desse tipo de passeio, tem de tudo, desde artesanato de pulseirinhas, colares e brincos, até roupas, calçados, acessórios para o lar e móveis. Tem um tipo de praça de alimentação no centro, vale a pena conhecer. Saindo de lá, comecei caminhar em direção ao Parque da Cidade, de onde vinha um som de batuque, tipo bateria de escola de samba, fanfarra ou algo do tipo e eu fui até lá e entrei no parque. Procurei por algum ponto para locação/empréstimo de bicicleta até porque eu não tinha muito tempo para conhecer o parque pois era por volta de 17h, e de bicicleta eu conseguiria conhecer bem mais do parque do que a pé. Não encontrei nada, mas foi até bom, continuei caminhando e cada vez mais o som da bateria ia ficando mais alto e percebendo que estava chegando perto.

 

598da7ee61c5f_Brasilia(13)(22).jpg.d5f64fda9bf315f4d9ab056b43b31dab.jpgFoto: A Feirinha da Torre, vista de cima da Torre de TV, na parte superior temos o Parque da Cidade do lado esquerdo, parte do Centro de Convenções no centro e a direita o Estádio Mané Garrincha (Nacional de Brasília), em obras.

 

 

O Parque é muito bonito e organizado, tem um parque de diversões lá dentro, a Nicolândia, pista de corrida/caminhada, ciclovias, palcos, posto de polícia, posto de bombeiros, posto de saúde e quando eu começaria a caminhada para conhecer parte do parque pois todo sabia que não haveria tempo desta vez. São 3 circuitos de caminhada, de 4km, 6km e 10km e eu estava disposto a fazer pelo menos o de 4km, quando começou a chover e eu me refugiei embaixo de uma tenda próximo a tenda onde estava a bateria tocando, como eu gosto bastante desse som de percussão fiquei por ali, observando o pessoal tocar, eram na maioria jovens, com camisetas iguais, mas haviam crianças e algumas pessoas de meia idade também, não consegui identificar que tipo de grupo eram, a chuva foi ficando mais forte e mais pessoas foram chegando as tendas e eu me aproximando do pessoal tocando, choveu muito aquele tempo que estive por lá, uma chuva torrencial que era impossível fazer qualquer coisa nela. Tanto que tive a impressão de que eles gostariam de ir embora, mas como não era possível devido a chuva permaneceram tocando, cada vez mais juntos pois as poças de água já invadiam toda a tenda e cada vez mais chegavam perto dos instrumentos que ficavam no chão. Ainda bem que não consegui a bicicleta, senão além de não ter visto a bateria tocando, poderia estar em algum lugar mais longe no parque, onde provavelmente não houvesse abrigo. Quando a chuva começou a diminuir, começava a escurecer, o pessoal da bateria parou de tocar, recolheram os instrumentos e eu fui embora, passei por dentro da feirinha, que a essa hora boa parte das lojas já estavam fechadas ou fechando e fui para a praça da fonte da Torre, nesse dia, provavelmente por causa da chuva não havia muita gente e eu não fiquei muito tempo, e voltei para o hotel.

 

 

[t1]3º dia – Domingo 18 de Novembro de 2012.[/t1]

 

Resumo: Eixo monumental no sentido oposto, saindo da Torre de TV até a Catedral Rainha da Paz, ida e volta a pé, passando pelo Centro de Convenções, Praça do Buriti, Memorial aos Povos Indígenas, Memorial JK e Praça do Cruzeiro, na volta fui conhecer os arredores do Ginásio Nilson Nelson e do Estádio Nacional de Brasília, Mané Garrincha que estava em obras a 6 meses da sua reinauguração.

 

Saí para terminar de conhecer o Eixo Monumental, desta vez, eu sairia novamente da Torre de TV mas caminharia no sentido oposto, tendo como objetivo chegar até a Catedral Rainha da Paz e comecei a caminhada pelo centro do Eixo, do meu lado esquerdo estava o Parque da Cidade e do lado direito o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Passei perto do Clube de Choro mas o primeiro ponto foi o Centro de Convenções, enorme construção, de um lado ao outro do Eixo, mas estava bem tranqüilo, quase sem movimento, provavelmente neste dia não estava acontecendo nada por lá, em seguida passei por toda a Praça do Buriti, onde não havia ninguém, acredito que devido a sua localização, não há moradias perto dela e após atravessar outro enorme campo gramado, dessa vez com diversas árvores, e em cada uma havia uma placa com o nome da árvore, por lá vi algumas pessoas e crianças, até que cheguei ao Memorial aos Povos Indígenas, é uma construção redonda, com uma espécie de pátio no centro, a construção remete a uma aldeia indígena, é interessante para se passar, existem alguns objetos e vídeos que valem a pena, mas nada de muito impressionante. Saindo de lá, em seguida já está o Memorial JK, e esse sim é impressionante, tanto por dentro quanto por fora, um ambiente muito agradável, que recebe um bom número de visitantes com muita coisa sobre a vida do ex-presidente, é uma das poucas atrações de Brasília com entrada paga, contudo vale muito a pena. Há uma infinidade de objetos pessoais e de familiares em exposição, além de vasto conteúdo, inclusive recursos áudio visuais sobre a vida, pensamento e idéias de Juscelino, gravações de rádio de discursos que fez quando deputado (ou senador, agora não tenho certeza) e uma câmara mortuária está lá. Outro detalhe que chama a atenção é o último carro utilizado por Juscelino, um Galaxie que está na parte externa do Memorial/Museu, e não poderia deixar de comentar a respeito do principal símbolo do museu, que é uma estátua do presidente JK, sobre um pedestal de frente para o Congresso Nacional com o braço direito erguido abaixo debaixo de uma espécie de aba, que faz sombra na estátua e durante a visita eu descobri esse conjunto foi friamente arquitetado por Niemeyer, arquiteto responsável pelo Memorial, para que durante a tarde, quando o Sol está se pondo e bate sobre o conjunto, a sombra é projetada sobre uma área militar que até hoje pertence ao Exército do Brasil, no lado norte do Eixo Monumental, formando a imagem da foice e do martelo, símbolo do Socialismo. Lembrando que Niemeyer sempre foi socialista assumido e que o Memorial foi inaugurado em 1981, durante a Ditadura Militar.

 

Saindo do Memorial, terminei de contemplá-lo por fora e segui a caminhada, atravessei a Praça do Cruzeiro, onde não havia ninguém mas um ar meio sinistro pairava, muitos objetos deixados por lá e restos de velas, fogueiras, garrafas, etc. Continuei caminhando por mais um longo trecho de grama, dessa vez sem árvores até chegar a Catedral Rainha da Paz, haviam algumas pessoas por lá, entrei na igreja, conheci todas as áreas possíveis. Não tem nada demais, mas é uma igreja diferente, o telhado em forma de tenda é de fato curioso e chama muito a atenção, vale a pena conhecer. Terminado o Eixo Monumental, o negócio era voltar, torcendo para que não chovesse como no dia anterior, pois já começava ameaçar. Na volta, fiz uma parada para conhecer o entorno do Ginásio Nilson Nelson que estava fechado e do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha que estava em obras a 6 meses da sua reinauguração. Gostaria de ter entrado no ginásio e de ter visto o estádio pronto, mas isso também fica para próximas visitas.

 

 

[t1]4º dia – Sábado 24 de Novembro de 2012[/t1]

 

Resumo: De busão até a dita Feira do Paraguai (Feira dos Importados), bairro do Cruzeiro, busão errado e fui parar em Riacho Fundo que é uma cidade satélite, Quadras 110 e 210, Pontal do Lago Sul, Píer 21, Bar do Ferreira e Embaixadas.

 

Mais uma semana trabalhando em Brasília e começava o meu último final de semana na cidade, e como já havia conhecido todo o Eixo Monumental e consequentemente o que tudo o que há de mais turístico por lá, senti que faltava conhecer um pouco de como a cidade era onde as pessoas estão e algo com mais natureza, tipo conhecer uma cachoeira, que disseram ter muitas por lá, ou fazer uma trilha. Seguindo conselhos, resolvi ir conhecer a tal Feira do Paraguai, cujo nome mais formal é Feira dos Importados, é esse o nome que está escrito nos itinerários dos ônibus e em todas as placas que se referem ao lugar. Fui até a rodoviária do Plano Piloto, me informei sobre qual ônibus iria para lá e fui, fui em um que passa dentro do bairro Cruzeiro, que é um bairro aparentemente de classe média, por lá saí na rodovia e logo a cobradora me indicou onde eu deveria descer e mostrou a passarela que atravessaria para ir até a Feira, eu não tinha intenção de comprar nada, a idéia era mais conhecer o lugar mesmo, de fato é uma área muito grande de comércio popular por onde circulam pessoas de todos os tipos e classes sociais, por lá é possível encontrar preços bem diferentes para as mesmas coisas também, e vendem de tudo, é uma mistura de 25 de Março, Galeria Page e Santa Ifigênia em São Paulo e os preços também são bem parecidos para a maioria das coisas que eu vi. Rodei um bom tempo por lá. Na volta, fiquei um tempo esperando no ponto de ônibus, meio sem saber o que faria o restante do dia, sem saber direito para onde iria, pensando em voltar e conhecer as quadras 110 e 210 sul que me haviam sido indicadas pelos barzinhos, mas ainda era muito cedo para isso, por outro lado estava muito afim de uma cachoeira, fazia muito calor. Enquanto eu pensava em tudo isso, nada de ônibus nenhum que fosse para algum lugar que eu conhecesse, e antes de contar o que eu fiz, vale ressaltar que durante a semana, na empresa, alguns colegas comentaram sobre um tal de Poço Fundo que era legal de ir e tal. Até que passou um ônibus escrito “R. Fundo”, perguntei ao motorista se iria até a Rodoviária e ele confirmou, imediatamente entrei no ônibus achando estranho “R.” e não “P.” mas tudo bem, fui pensando que dependendo de como fosse eu desceria perto do Poço Fundo, embora eu não tivesse muita informação sobre, só lembrei dos comentários. Fui acompanhando o trajeto através do GPS no celular, para ter noção de onde estava e para minha surpresa o ônibus não entrou no acesso para a Asa Sul, eu fiquei sem saber o que fazer na hora e acabei não fazendo nada, resolvi esperar e ver até onde ia, e aí, fuçando no GPS vi que uma das cidades satélites tem o nome de Riacho Fundo, me lembrei que o motorista havia dito que iria até a rodoviária e resolvi ir até lá, pensei que nessa rodoviária conseguiria facilmente um ônibus que fosse para o Plano Piloto e lá fui eu. Ao longo do caminho todas as pessoas desceram, é estranho como a rodoviária dessa cidade é afastada de tudo, tanto que até o cobrador desceu bem antes para comprar comida, só o motorista leva o ônibus até a rodoviária e depois fica esperando o cobrador chegar com o lanche dos dois. Informei-me e vi que não haviam tantos ônibus assim para o Plano Piloto e que demoraria um pouco. Fiquei lá o tempo que foi necessário, cerca uma hora e entrei no mesmo ônibus que havia chegado, que fez o caminho de volta e entrou pela Asa Sul, fui acompanhando a passagem das quadras e desci próximo a 110 para conhecer, mesmo durante o dia e comer. Almocei muito bem, andei pela 110, 210 e algumas outras quadras e decidi chamar um táxi, fiquei tentado a ir de metrô até a rodoviária do Plano Piloto e assim conheceria o metrô de Brasília, mas resolvi ir conhecer outro ponto que haviam me indicado o Pontal do Lago Sul, para isso, liguei para o (61) 33213030 que também pode ser (61) 33233900 que é um número de uma companhia de taxi de Brasília que concede desconto, informação que havia conseguido aqui no Mochileiros.com , basta solicitar ao taxista, no meu caso, usei para 3 corridas e eles concederam 20% de desconto sobre o preço registrado pelo taxímetro. O taxista me deixou dentro do Pontal, que é uma espécie de condomínio fechado (há uma portaria pela qual os carros tem que passar para entrar), como se fosse um shopping, só que a céu aberto, as margens da Lagoa Paranoá, local muito gostoso para passear, muita gente por lá, mas longe de estar cheio a ponto de ficar incomodado por causa do grande número de pessoas. Conheci toda a área, sentei um tempo em um tipo de píer de madeira e depois fiquei um tempo deitado as margens da Lagoa, sob um coqueiro, descansando, vendo o movimento, curtindo a brisa da Lagoa e com uma boa visão da Ponte JK. Tirei fotos e fiz um vídeo de 360º de onde fiquei.

 

598da7ee6be91_Brasilia(240).jpg.9ba9adfa570bf9c6d3fe117c09c82051.jpgFoto: Deitado sob um coqueiro no Pontal do Lago Sul, as margens da Lagoa Paranoá de frente para a ponte JK.

 

 

Vídeo: Pontal do Lago Sul, Lagoa Paranoá – 360º

 

 

Dei mais uma volta, e resolvi ir a outro lugar que haviam me indicado o Píer 21 que é um shopping mais com cara de shopping, do outro lado da lagoa, cogitei ir a pé mas resolvi chamar o táxi novamente, e para minha surpresa o mesmo taxista veio me atender. Realmente era muito perto, mas não fui andando por não ver como atravessar a ponte a pé, não havia calçada para pedestres e eu fiquei um tanto receoso. No Píer 21 estava bem mais movimentado, muita gente jovem andando para todos os lados, é um lugar bastante agradável também, apesar de não ser grande, há cinema, praça de alimentação, algumas lojas e uma vista sensacional para a lagoa. Cogitei ir ao cinema assistir o filme do Luiz Gonzaga, mas resolvi não ir, colei no Bar do Ferreira, que parece ser o tipo de lugar que ferve a noite e nos dias com atrações chamativas, ambiente muito bacana, tomei uma caipirinha e resolvi ir embora a pé, afinal, quase não tinha andado esse dia e mais uma vez saí atravessando grandes gramados desertos na caminhada, passei por parte do Setor de Sul de Embaixadas e foi por lá os primeiros lugares em Brasília onde eu vi muros e cercas. Passei por diversas embaixadas, e das que eu vi a mais “protegida” era a do Reino Unido. Atravessando gramados e locais onde não havia vias para cortar caminho até que cheguei a L Dois, umas das principais vias da Asa Sul, com certa dificuldade a atravessei e partir daí pude andar por ruas, já estava no Setor Bancário Sul, passei por prédios como o da Caixa Econômica Federal, Banco Central e sempre vendo o do Banco do Brasil. Até que cheguei a via central da Asa Sul, agora não sei como a chamar, e ali sim foi muito difícil atravessar, não há opção, de fato Brasília não é para andar a pé. Depois de conseguir atravessar, me aproximei algumas quadras do Eixo Monumental e continuei caminhando pelos SCS e SHS Setores Comercial e Hoteleiro Sul respectivamente, contudo os comércios estavam na maioria fechados e as ruas pouco movimentadas, havia alguns usuários de droga circulando e a essa hora não tem como não ficar com medo de ser assaltado, graças a Deus não aconteceu nada. Cheguei ao Eixo Monumental e a Torre de TV. Ali já estava em casa, atravessei direto e fui para o hotel tentar assistir Corinthians X Santos pelo Campeonato Brasileiro.

 

 

[t1]5º dia – Domingo 25 de Novembro de 2012[/t1]

 

Resumo: Táxi até o Parque Nacional de Brasília, conheci todo o parque, fiz as trilhas, nadei nas piscinas de água mineral e voltei de ônibus para o Plano Piloto, por dentro da Asa Norte.

 

Ainda faltava alguma coisa, eu já havia conhecido os pontos turísticos, um pouco das áreas residenciais e de comércio, mas sentia necessidade de conhecer parte da natureza do Brasil Central, gostaria de ter ido até o Jardim Botânico de Brasília, por ter encontrado boas referências, principalmente de trilhas, mas devido ao calor e minha grande vontade de ir a um lugar onde fosse possível entrar na água, minha opção para o último dia livre em Brasília foi o Parque Nacional, também conhecido como Água Mineral, gostaria de ir a algum lugar mais roots, estava na pegada, mas sozinho e sem conhecer a região, o parque foi uma boa escolha. Antes de ir ao Parque, verifiquei sua localização, era fora do Plano Piloto, ao final do Eixo Monumental e ocupa uma área enorme, a portaria do parque fica para o lado direito (quando se chega ao final do eixo monumental). Mais uma vez chamei um táxi da companhia que concede desconto e dessa vez dei mais sorte, o taxista era muito gente boa e me deu várias dicas úteis. O taxista disse que era importante ir cedo pois o número de pessoas que podem entrar no parque é limitado e que em dias muito quentes acontece de encher e mais pessoas não poderem entrar, mas que naquele domingo, aquela hora que eu estava indo, por volta das 10h da manhã, conseguiria com certeza, e até porque, segundo ele, nem o sol não estava tão forte, e de fato, era um dia com muitas nuvens no céu, mas fazia um dia lindo e de muito calor. Ele me buscou no hotel, entramos no Eixo Monumental e ao final saímos para a direita, passamos pela entrada do Parque que ficava do outro lado da rodovia e foi necessário rodar mais alguns quilômetros a frente para fazer um retorno e então entrar no parque, o taxista foi até quase lá dentro comigo, paguei a entrada do parque, R$ 6,50 e lá fui eu, disposto a fazer as trilhas e passar bastante tempo nas piscinas de água mineral do parque.

Logo após a entrada, já dei de cara com a primeira das piscinas, que não fica muito longe da outra, mas vendo o mapa do parque, decidi que começaria por essa primeira onde eu já estava, daria a volta em todo o parque, faria as trilhas e terminaria na segunda piscina.

A área da piscina estava bastante movimentada, mas longe de estar muito cheia a ponto de atrapalhar a diversão, é uma piscina muito grande, de água mineral, que entra na piscina por um lado e saí por outro, dei a volta na piscina, enquanto observava o movimento e o lugar, fui até o outro lado, e vi que ali já estava o começo do caminho que eu faria para seguir conhecendo o parque, então retornei, coloquei minha mochila num canto e caí na água, muito bom, eu estava precisando daquilo. Devo ter ficado lá por quase 1h, e aí fui caminhar. Entrei pela rota indicada, em uma pequena subida e rapidamente cheguei a primeira trilha, a trilha da capivara, bem pequena, mas interessante de se fazer, é uma trilha em meio a uma vegetação alta e densa, como eu estou mais acostumado, muito parecido com a Mata Atlântica, mas é tão tranqüilo que de trilha mesmo é só porque você está caminhando no meio do mato, mas para se ter idéia, existe até uma cerca de madeira demarcando a trilha que é uma volta por dentro da mata, está mais para um passeio no bosque, você entra e saí dela pelo mesmo lugar, e no meio da trilha, quando não há ninguém por perto, é possível parar de andar, de modo a não produzir nenhum barulho e apreciar o silêncio e o único som que se ouve é o das folhas das árvores se mexendo devido a ação do vento.

 

598da7ee77e4b_Brasilia(248).jpg.71282d20a08dab346aab5348d9a83686.jpgFoto: A trilha da capivara

 

 

Terminada a volta, continuei subindo em direção a uma área mais alta do parque, onde existem algumas construções, que devem ser dos setores de administração, em alguns pontos é possível ter visões da região em volta, e de como aquilo tudo é muito plano. Até que cheguei a um ponto que era a entrada da outra trilha do parque, a Trilha do Cristal Água, essa um pouco mais extensa, com 5 km de comprimento, porém bem diferente da Trilha da Capivara, também era uma trilha muito bem demarcada que mais parece uma estrada de áreas interioranas, por onde é possível passar de carro, em alguns lugares mais larga, em outros mais estreita, em alguns lugares com chão firme e em outros onde batia menos sol com muita lama, devido as fortes chuvas dos últimos dias, mas a grande diferença dessa trilha, é além do tamanho é a mata, é visivelmente uma mata bem mais baixa e seca do que a da outra trilha, muito interessante. A trilha é toda demarcada, com placas de marcação da distância a cada 500 metros de trilha e com placas de plantas e animais da região, sendo que as placas de plantas sempre estavam próximas a exemplares das mesmas. Outro detalhe dessa trilha, é que apesar de ser uma estrada, muito bem demarcada, tem-se noção de que se está em uma região onde há animais, e estando sozinho, escutasse muito melhor, pelo menos eu, e no começo da trilha, até que eu me acostumasse, sempre me assustava com pequenos animais, provavelmente lagartos que deveriam estar tomando sol as margens da estrada e que saiam correndo com a minha aproximação, o que fazia um forte barulho nas folhas secas no chão, ainda passei por algumas pegadas que provavelmente eram de cachorros, e até fotografei, mas que ali na trilha causaram certa adrenalina ao imaginar que tipo de animal eu poderia encontrar saindo do mato, acredito que no máximo um lobo guará, mas vai saber, foi indo até que me acostumei. Encontrei pouquíssimas pessoas nessa trilha, apenas dois corredores e um grupo de adolescentes que iam no sentido contrário ao que eu estava, eu estava fazendo a trilha no sentido horário e eles no anti-horário, se levarmos em conta que é uma volta. Eram 3 garotos e 1 garota, nos encontramos mais ou menos no meio da trilha, por volta dos 3km para mim, 2km para eles e estavam todos reclamando que a trilha era muito grande, que não acabava nunca, que não tinha nada o que ver, etc, mas estavam se divertindo, talvez sem perceber, não disse nada mas teria sido mais negócio voltarem dali do que terminar a volta. Eles, achando a trilha muito grande me disseram que faltava muito para a saída se eu continuasse em frente e eu disse-lhes que não faltava muito se fosse por onde eu vim, embora a distância fosse praticamente a mesma, mas provavelmente eles não sabiam disso. Assim que passei por eles, havia uma entrada na trilha que levava até o tal Riachinho, nada demais, apenas um ponto com acesso para um córrego, segui em frente e finalizei a trilha.

 

598da7ee828f8_Brasilia(256).jpg.a4c45cb13a7b67e013092cfd694653f9.jpgFoto: Trilha Cristal Água

 

 

Terminei de andar pelas áreas do parque que ainda faltavam até que cheguei a segunda piscina, onde rapidamente fui cair na água novamente, essa piscina parecia bem maior e havia bem menos pessoas do que de manhã na primeira, provavelmente por causa do horário também, acredito que as pessoas já estavam indo embora com medo da chuva da tarde. Fiquei na água um tempo, saí para comer, voltei na água, saí denovo, quase cochilei debaixo de uma árvore tamanho sossego do lugar, entrei na água outra vez, choveu um pouco, dei algumas voltas e resolvi partir.

 

598da7ee8d3cf_Brasilia(257).jpg.fe3b983c862284c6b97dbc7e544dfe07.jpgFoto: Uma das piscinas de água mineral, a segunda que eu estive.

Obs.: O dia estava muito claro e eu tirei a foto sem enxergar nada na tela, apenas mirei e cliquei e por isso meu dedo no canto da foto.

 

 

Antes de ir embora, ainda fui até um dos vestiários, tomei um banho e aí sim fui embora. Fui caminhando em direção a saída e vi um tamanduá a uns 20m de mim, embaixo de uma árvore, tentei não assustá-lo, não fazer nenhum movimento brusco enquanto pegava o celular para tirar uma foto, pois minha câmera já tinha quebrado no Palácio da Alvorada, mas não consegui, enquanto eu fuçava na mochila ele se esvaiu. Fiquei contente por ter conseguido ver um deles por lá e o melhor, livre. Continuei caminhando, saí na portaria, caminhei mais um pouco até a rodovia, não queria chamar o táxi, queria tentar ir embora de busão, afinal era o meu último dia e eu ainda tinha algum tempo disponível. Fiquei um tempo em um ponto, e quando já estava quase desistindo de esperar (a outra opção seria ligar para o táxi) chegou um ônibus, encostou e desligou o motor, fui até o motorista ver para onde iria e a que horas sairia e ele me disse que era reservado para um grupo particular, e que de domingo não passava ônibus ali na entrada do parque, voltando ao ponto já quase chamando o táxi, encontrei com um casal de adolescentes, que estavam indo até o ônibus saber para onde ele iria, eu contei a eles e nos juntamos na tentativa de ir embora, eles moravam em alguma das cidades satélites, agora não me lembro qual mas estavam cientes que dificilmente conseguiriam ir embora direto, teriam que ir até o Plano Piloto para pegar um ônibus que os levasse para casa. Seguimos caminhando juntos, ao longo da rodovia, no mesmo sentido que os carros, assim como eu, eles não faziam idéia se haveria ponto e muito menos ônibus, percebemos que do outro lado da rodovia passavam alguns ônibus. Avistamos um ônibus e demos sinal sem estar em ponto de ônibus, ele parou e aí foi tudo tranqüilo. Entramos no ônibus, que foi um pouco para a frente e pegou um retorno, fiquei meio receoso, pois estávamos no caminho que eu conhecia, mas por outro lado tranqüilo pois sabia que o ônibus iria para a rodoviária no Plano Piloto. Então, ao fazer o retorno, foi até o começo da Asa Norte e entrou por ela, beleza. Depois de atravessar toda a Asa Norte, chegamos até o eixo monumental, onde eu tentei descer um pouco antes da “tesourinha” (assim que eles chamam as rotatórias e rampas de acesso em Brasília) que o ônibus entrou para ir até a rodoviária mas não consegui, já não havia outro ponto por ali, perto da Torre da TV, então, fui até a Rodoviária, me despedi dos companheiros que foram atrás do ônibus que os levaria para casa e subi para a praça da Torre de TV, subi pela última vez na torre para dar mais uma olhada em Brasília, feliz por ter conhecido mais uma cidade, e não qualquer cidade, a capital do país e surpreso, pois eu tinha uma visão totalmente diferente e gostei muito de lá.

 

 

[t1]A partida[/t1]

 

Ainda fiquei em Brasília até a quinta-feira, dia 29/11/2012 mas trabalhando, então nem tem nada interessante para relatar, apenas que dia 30/11/2012 era feriado por lá então eu acabei pegando o aeroporto lotado para ir embora a tarde, afinal todo mundo saindo para passar o final de semana prolongado fora.

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  • 2 semanas depois...
  • Colaboradores

Oi Keka.

 

Espero que ajude mesmo, essa é a idéia.

Fico feliz em saber que tenha lido, gostado e que provavelmente a ajudará.

 

Eu li o seu relato Bolívia-Peru há um tempo atrás, pra matar um pouco a saudade da viagem, eu fiz esse tour na mesma época que você, em Janeiro de 2012. O meu tá quase saindo, terminei de escrever semana passada, agora falta separar as fotos.

 

Com relação a Brasília, não sei quanto tempo terá, hoje se eu voltasse lá, procuraria conhecer o Jardim Botânico que parece ter boas trilhas.

 

Se eu puder ajudar em mais alguma coisa, estou a disposição.

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