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  1. Salve turma, bão? Eu estou devendo a parte do Egito no relato da Trip das Arábias, eu sei, e juro que pretendo terminar (atualização em 25/12: terminei kk)! Mas deixa eu aproveitar a euforia pós-férias pra tentar escrever sobre mais esta aventura na minha amada Argentina! Vale lembrar que eu já fui pro noroeste da Argentina (Salta e Jujuy), mas eu quis voltar pq tem muita coisa que adoro nessa partinha do mundo! Além de conhecer vários outros lugares! ROTEIRO (CIDADES DE ESTADIA) Londrina > Guarapuava > Posadas > Santa Fé > Córdoba > Mendoza > Tinogasta > Cafayate > Purmamarca > Corrientes > Foz do Iguaçu > Londrina. Falo de cada hospedagem no decorrer do relato. COM QUAL CARRO De Versa! O nosso amado Gato Guerreiro. O mesmo que foi com a gente pro Atacama e até pra Bolívia em 2019. Só que em 2019 ele era um jovem vigoroso, agora já é um tipinho maduro que precisou de alguma atenção extra no caminho! Ele é manual, 1.6, 2018, saímos daqui com cerca de 74 mil km rodados, com revisão em dia e dois pneus novos. DOCUMENTOS Das pessoas: Passaporte/RG, carteira de motorista, PID (Gui entrou com passaporte e eu com RG) e seguro viagem. Como fui de carro não tive o benefício do seguro do cartão, então comprei o da Porto Seguro que foi o único que tinha cobertura para acidente de carro. Custou uns 400 e poucos reais pra duas pessoas por 20 dias. Do carro: documento do carro IMPRESSO (baixe do app e imprima), carta verde (a nossa está inclusa no seguro do carro, nosso corretor me mandou e eu só imprimi), cobertura Mercosul para problemas do carro (tb inclusa no meu seguro), EXTINTOR DE INCENDIO (comprei), DOIS triângulos (eu já tinha) e SÓ. NÃO LEVAMOS: cambão ou cabo de reboque (embora não seja uma má ideia ter), Kit de primeiros socorros (que tb não é ruim ter) nem nenhuma das outras lendas supostamente exigidas pela Argentina, como pano branco e colete e etc! Falo sobre nossa jornada com a polícia argentina no decorrer do relato! ORÇAMENTO Olha, eu não sei ainda! Talvez durante este relato eu descubra o custo total da viagem. Mas tá bom pa um caray viajar pela Argentina. Gasolina 2 reais, vinho 30% do valor que pagamos aqui, comida boa e barata em quase todos os lugares, pedágio de 1 real, artesanato, olha... eu fiz compra de material de limpeza antes de voltar! O que não é barato são coisas que eles importam tb. E o que é absurdamente turístico como vcs vão ver em Mendoza! CÂMBIO Sem dúvida esse é o assunto que mais rende quando se trata de Argentina! E gente, pelamor, pesquisem, claro, mas façam o que for mais conveniente e cômodo pra vcs. Nem sempre uns centavos ou mesmo reais de economia valem o esforço. Outra coisa é que o cenário econômico e político da Argentina está bastante instável. Então eu vou contar pra vcs como fiz na minha trip, mas pode ser que daqui um mês já esteja tudo diferente! Opções de câmbio na Argentina: trocar dólar/real em casas de câmbio ou na rua, Western Union (bastante popular), cartões de contas multimoedas WISE/NOMAD, o pobi do seu cartão de crédito, fazer PIX pra alguém que aceite e receber em peso e um app de criptomoedas chamado BITSO. Nós estávamos preparados pra usar TODAS as opções, mas não usamos WU apenas, não precisamos. Vamos para o que achamos mais e menos vantajoso. MELHOR COTAÇÃO: bitso (pagamento eletrônico) e trocar dólar (pra ter pesos in cash) Dolar: Nós já tínhamos dólares que sobrou da viagem do início do ano. Trocar na fronteira é bem ruim, quanto mais “pra dentro” melhor. Trocamos dólares numa farmácia em Cafayate (hauahauah), 1x700... mas na rua vc conseguia até 720. Eu acho meio arriscado e não quis. Um amigo pegou 1x730 em Tilcara! (Na fronteira: 1usd x 640). Bitso*: Não vim aqui convencer ninguém a nada, usa quem quer. É um app de criptomoedas. Vc cria sua conta lá, manda reais em PIX, compra criptomoeda ou criptodolar e paga usado o QR Code do mercado pago. Onde aceita pagamento pelo QR Code do mercado pago, vc pode usar. Ao invés de vc abrir seu app do MP que nem funciona lá, vc abre seu bitso, escaneia e paga! * tivemos um perrengue com esse tipo de pagamento hahauaha, vejam a parte de Mendoza. Pra comprar o cripto dólar a cotação é a comercial, e pra pagar a conversão variou de 1usd pra 700 a 725 pesos. Achei bem prático e bom. Mas não deve ser sua única opção já que alguns lugares não aceitam. Usamos principalmente nos mercados, restaurantes e lojas de conveniências. COTAÇÃO MEIA BOCA: Wise (pagamento eletrônico) e PIX pra pessoas aleatórias (pra ter pesos in cash) A NOMAD tava com cotação um pouco pior pra aportar dólar quando o fiz, então aportei na WISE. A conversão média foi de 1usd pra 650 pesos. No fim da viagem eu tinha real na minha conta do Brasil e não queria botar no Bitso pq os postos da rede YPF não aceitam pra combustível, aí resolvi trocar por PIX numa lojinha em Tilcara. Cotação ruinzinha (1 real pra 130 pesos – na WU tava 1 real pra 140 no dia, mas não tinha loja aberta onde eu tava). COTAÇÃO RUIM: cartão de crédito normal Abastecemos algumas vezes no nosso cartão. Cotação 1usd pra 600 pesos e ainda incide iof de 5,38%. Péssimo. Mas como a gasolina era 2 reais, pagar 3 ainda tá muito bom, kk! Enfim, chega de conversa! BORA?? (CONTINUA)
  2. Conhece o norte da Argentina? Não? Então você não sabe o que está perdendo. Paisagens de cair o queixo, gente amigável e o melhor: tudo baratinho! Fiz um tour de 8 dias passando por San Salvador de Jujuy, Purmamarca (Cerro de los Siete Colores), Salinas Grandes, Humahuaca (El Hornocal), depois fomos para a província de Salta e passamos por San Antonio de los Cobres (onde fizemos o passeio Tren a las Nubes), Cachi (Cuesta del Obispo, Parque Nacional los Cardones), e por fim a cidade mais charmosa: Salta. Gastamos em média 100 reais com hospedagem (por pessoa) - quartos privados. E em média uns 20 a 25 reais por refeição (almoço/jantar). E olha que escolhemos ótimos lugares! Mas também passamos mal 2x, e foi tenso (citamos nos vídeos). Relatamos tudo isso em nosso canal no Youtube (usamos nosso drone para fazer algumas imagens). Lá você vai encontrar todos os detalhes que precisa. Escrevemos nosso roteiro na descrição dos vídeos. E caso fique alguma dúvida você ainda pode nos escrever por lá. Respondemos prontamente! Se for visitar nosso canal não deixe de se inscrever. Somos um casal que ama viajar pelo Brasil e pelo mundo e compartilhar nossas experiências nas redes sociais. Falamos também de gastronomia e vira e mexe arriscamos a gravar uma receitinha também. Esperamos que goste! Nos siga também no Instagram: www.instagram.com/ossaboresdomundo/ Dê play e divirta-se! Vídeo 1: Vídeo 2: Vídeo 3:
  3. Salta - Cafayate - Purmamarca - Tilcara - Iruya - Humahuaca Algumas fotos da viagem que fizemos em fevereiro pelo norte da argentina, nos estados de Salta e Jujuy. Nossa viagem começou na cidade de Salta, onde alugamos um carro na Hertz. No primeiro dia de viagem conhecemos o incrível Museu de Alta Montanha, que contém 3 múmias de crianças incas sacrificadas há mais de 500 anos e encontradas em 1999 no cume do vulcão Llullallaico, fomos também ao topo do Cerro San Bernardo para ver o pôr-do-sol e ter uma visão panorâmica da cidade. No dia seguinte seguimos de carro para a cidade de Cafayate. O caminho até a cidade, a Ruta 68, é lindo e possui diversas atrações, como a "Puente Morales", famosa por ter sido usada na gravação do incrível filme argentino Relatos Selvagens. Após a ponte, conhecemos a Garganta do Diabo e o Anfiteatro, formações rochosas que lembram cânions. Ao chegarmos em Cafayate, armamos a barraca no camping e fomos explorar a cidade, no dia seguinte fizemos degustação de vinhos na vinícola El Esteco. Cafayate é famosa pelo cultivo da uva Torrontés, que é uma espécie de uva de altitude. Inclusive, para os entusiastas, pode-se fazer várias "Bodegas" em um dia e provar vinhos o dia inteiro, há uma infinidade de opções, porém lembre-se que a Lei Seca na Argentina não possui tolerância! Depois de Cafayate seguimos pela incrível Ruta 40, até a Quebrada de las Flechas, outro tipo de formação rochosa com montanhas "em diagonal". A estrada de rípio (a qual fomos fortemente aconselhados a não seguir por não estarmos com um veículo 4x4), estava em boas condições e não tivemos problemas, porém nosso objetivo final que era a cidade Cáchi não foi alcançado devido às fortes chuvas do dia anterior. No dia seguinte dirigimos pela Ruta 33, estrada cheia de curvas e com ganho de altitude considerável. Além da altitude, o visual estava sempre mudando, desde florestas verdes, montanhas coloridas e até cactos. As atrações nesse caminho são a sensacional "Cuesta del Obispo" (3340m), a "Piedra del Molino" (mirante panorâmico), o Parque Nacional Los Cardones e a Recta del Tin Tin. Após a descida da "Cuesta del Obispo" avançamos até a "Piedra del Molino" (3547m) - mirante panorâmico - no qual fomos deixados na mão pelo nosso carro alugado, a bateria simplesmente morreu. Depois de conseguir ajuda para empurrar, seguimos viagem pela Ruta 33, passamos o Parque Nacional "Los Cardones", com seus cactos gigantes e chegamos à "Recta del Tintin", estrada construída em cima de um caminho utilizado pelos incas séculos atrás, uma reta de aproximadamente 20Km. Estrada linda, com montanhas, flores, cactos e grupos de vicuñas atravessando a rodovia. Voltamos e dormimos na cidade de Purmamarca. Nos dias seguintes conhecemos Salinas Grandes, o terceiro maior deserto de sal do mundo. Para chegar, dirigimos pela Ruta 52, estrada cheia de curvas pela qual se chega à Cuesta de Lipan, que atinge 4170m acima do nível do mar. Depois seguimos para a pitoresca Quebrada de Humahuaca, composta por várias cidades e povoados, entre elas Purmamarca, Tilcara, Maimará e Humahuaca. Na quebrada de Humahuaca nos hospedamos no camping em Tilcara e participamos das festas, sabíamos que estaríamos em meio ao feriado de carnaval, mas não imaginávamos como seriam as comemorações. Nessas cidades a tradição de Carnaval é desenterrar o Diablo e pudemos acompanhar especificamente a descida dos diablos no povoado de Maimará, no qual a população do povoado e das cidades ao redor se reúnem em uma montanha, chamada Cerro Negro para festejar a descida dos diablos com banda, nieve, tempera e talco. Lembre-se de levar um óculos de sol grande (se tiver um com proteção lateral, melhor ainda!) chapéu ou boné e roupas confortáveis para se sujar. A brincadeira de carnaval é sujar quem está limpo e dela participam crianças, jovens e até os idosos! Para descansar do Carnaval, seguimos viagem (desta vez de ônibus) para a cidade de Iruya, um povoado muito pequeno de acesso difícil por estrada de rípio, cheia de precipícios. Por ter uma localização mais isolada, seu povo conservam vivas as tradições dos antepassados. Boa parte da população prefere não ser fotografada. Em Iruya subimos até o "Mirador del Cóndor", uma trilha de pura subida de aproximadamente 1h30 de duração e com o visual dos mais maravilhosos dessa viagem! Vale a subida perto das 17hs para curtir um pôr-do-sol e fotografar durante a "golden hour". Havíamos passado pela cidade de Humahuaca (a caminho de Iruya) e pegamos um tempo nublado, não pudemos ver o Cerro de 14 Colores, na serranía Hornocal. Como somos brasileiros e só desistimos de vez em quando, retornamos de Iruya até Humahuaca e fomos novamente tentar ver o Cerro, desta vez tivemos sorte e o céu azulzinho nos permitiu curtir a paisagem incrível das montanhas coloridas! O mirante do Cerro fica a 4350m acima do nível do mar, algumas pessoas podem sentir os efeitos da altitude, mas fique tranquilo, há uma ambulância para atendimento no local. Retornamos a Salta e pudemos passar um tempo descansando e caminhando pelas ruas da cidade. O apelido da cidade é "Salta, la Linda", com toda a razão! Principalmente no centro da cidade, o centro antigo, as igrejas e construções históricas, a praça 9 de Julho, há muita gente caminhando e a vida noturna de comércio, bares e restaurantes é intensa e vai até tarde da noite. Recomendo tomar uma cerveja Salta rúbia para aplacar o calor e admirar a cidade! Aéreo de Puerto Iguazu a Salta $7.875 (pesos argentinos) Total aproximado de investimento nessa viagem R$2.500,00 por pessoa Informações úteis: · Não há uber nessa região, porém há táxis e Remis (motoristas particulares que fazem corridas); · Custo médio de uma refeição 250 a 350 pesos; · Para esse roteiro em específico, recomendo o aluguel de um veículo, pode ser 1.0 que dá conta; · Custo médio de quarto privado em hostel entre 500 e 600 pesos (com variação para cima devido ao feriado de carnaval); · Se quiser acampar, há muitos campings com ótima infra estrutura (inclusive municipais) ao longo dessas cidades, com custo aproximado de 300 pesos por pessoa; · Levem protetor solar, protetor labial e hidratante. A região é muito seca e venta bastante! · Pegamos variação térmica de 8°C a 35°C, leve fleece e corta vento; · A população sempre foi muito amável e receptiva e dá pra se virar bem no portunhol
  4. O voo saiu de Guarulhos – São Paulo no dia 29/02/2020 às 7h15, com chegada em Assunção aproximadamente às 09h00. No Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi o processo de migração foi bem tranquilo, até por conta de ser uma simples escala (aproximadamente 8 horas). De lá pegamos um táxi (100.000 guaranis, em torno de R$77) que nos deixou exatamente no Panteão Nacional dos Heróis, de onde iniciamos a visitação na cidade. Além do Panteão, visitamos o Palácio de Los Lopez (apenas a vista externa), Museu Casa da Independência e a Catedral Metropolitana de Assunção (apenas a vista externa). Nota-se a existência de muitas praças nas redondezas. Casas de cambio no local são bem comuns e fáceis de achar. A cerveja Pilsen é a característica da região, a base de Mandioca, muito boa para dar uma degustada. Além dela, tomamos também uma Budweiser 66, mas não chegou nem aos pés da cerveja característica da região. Fato interessante no Panteão é acompanhar a troca de turno dos guardas do local, pois é uma cerimônia muito bonita de ser vista. Após rodar pelas principais praças, ruas (comercio eletrônico é o forte do local) e feiras, decidimos almoçar; encontramos o Carlito's Way Bar & Restó, assemelha-se a um pub, local muito confortável, preço justo e comida boa. Após o almoço pegamos um Uber até o Shopping Del Sol (32.400 guaranis, em torno de R$25) onde demos uma volta, tomamos um bom café e pegamos outro Uber de volta para o Aeroporto (30.000 guaranis, em torno de R$23). Nosso voo partiu rumo à Buenos Aires às 18h25, chegando na capital argentina às 20h15. Após chegar no Aeroporto Internacional Ministro Pistarini (Ezeiza) pegamos um Uber diretamente para o Siga La Vaca (719 pesos, em torno de R$57) que fica nas dependências do Puerto Madero. Jantamos no local e, sinceramente, despensa comentários. O valor do rodízio por pessoa sai por volta de R$100, com diversos cortes de carne, além de um buffet excepcional, uma bebida inclusa e também a sobremesa. Após o jantar caminhamos pelo calçadão do Puerto tomando algumas latas de Quilmes, até então pegarmos um táxi para o Aeroparque Internacional Jorge Newbery, onde passamos a noite aguardando o voo para Salta. Nosso voo partiu rumo à Salta às 05h15, chegando na capital da província às 07h20. A primeira vista ao sair do Aeroporto Internacional Martín Miguel de Guemes é deslumbrante, com toda a cadeia montanhosa cercando sua vista, realmente de deixar abismado. Havíamos realizado uma reserva de um carro através do site Rentcars, mas em específico da locadora Rentar Low Cost, a qual a princípio aponta ter um local nas dependências do aeroporto, mas não tem. Apesar disso o carro foi entregue na hora marcada pelo site (08h), mas graças ao auxílio de um outro profissional que entrou em contato com nossa locadora. Na reserva solicitamos um Renault Logan equipado com GPS (inclusive pagamos as diárias do mesmo), porém na entrega foi nos dado um Ford EcoSport sem a presença do navegador GPS, mas por questões de manter o planejamento decidimos seguir desta maneira. Um vacilo foi termos feito a pré-reserva no Brasil e deixar o pagamento para o local, pois com a subida considerável do valor do dólar acabamos gastando mais no aluguel do carro, mas segue como aprendizado para próximas expedições. Em todo caso, indico que analisem outras locadoras que já tenham guichê no próprio aeroporto. Saímos de lá por volta das 09h e partimos sentido San Miguel da Tucumán, o trajeto todo foi feito pela famosa Ruta 9, em uma totalidade de 311km, levando cerca de 5 horas para chegar. O tempo foi devido algumas paradas em pontos de interesse, postos de combustíveis, mercado e blitz. Neste trajeto paramos em um posto YPF exclusivamente para comprarmos um mapa que abrangesse toda a região do NOA. Isso nos ajudou a tirar algumas dúvidas no trajeto, mas o ponto guia foi o Google Maps, mas somente após Tucumán, onde explicarei mais à frente. Neste trajeto o único incomodo foi durante uma parada em um posto de controle da Gendarmeria Nacional, onde tivemos problema para abrir o porta mala do carro, além de todos os questionamento dos policiais, conferencia de todos os documentos pessoais e do carro e também revista de todas as malas. Mas ao final deu tudo certo. Observa-se que é muito comum a presença destes postos de controle ao longo das estradas, além dos postos fixos (geralmente nas entradas e saídas de algumas cidades maiores) também existem vários postos pontuais ao longo das rotas nacionais. Ao chegarmos em Tucumán, o primeiro passo foi achar um Hotel, escolhemos o Hotel del Jardin, pagamos um preço justo, contando com seu café da manhã, estacionamento e também com uma localização muito boa. Fomos então comer algo, onde achamos um Mostaza a duas quadras do hotel, pedi um Mega Doble Cuarto, e, sinceramente, que lanche! Era um domingo, durante a tarde a região central de Tucumán estava muito vazia, então ao voltarmos ao hotel aproveitamos para tomar banho e descansar, pois a noite no Aeroparque tinha sido bem puxada. Após um bom descanso, resolvemos sair para tomar alguma coisa. Em frente ao Burguer King (também a duas quadras) achamos uma Drugstore, foi onde ficamos por algumas horas, aproveitamos a promoção de Quilmes, Brahma e Stella que ali estava rolando. Após algumas cervejas derrubadas, voltamos para o hotel para descansar para a jornada do dia seguinte. Curiosidade simples, mas interessante, é observar os rótulos da cerveja Quilmes e Brahma, onde a primeira exalta o nacionalismo, a pátria e sua excelência na produção, já a segunda exalta a importância de padrões internacionais de produção, dando um contraste interessante para as mesas de bar. No dia seguinte (02/03/2020) partimos por volta da 09h do Hotel para visitarmos o Museo Casa Histórica de la Independencia, local repleto de aprendizados e que vale a pena visitar. Neste dia estava havendo uma manifestação na região central de Tucuman, devido a isso o transito estava complicado, então paramos em um local proibido para podermos ir ao mercado comprar algumas coisas para comer na estrada, os preços do Carrefour estavam em uma boa média. É legal observar nos mercados algumas etiquetas escritas Precios Cuidados em alguns produtos, isso é uma medida aplicada pelo governo para congelar alguns preços a fim de combater a inflação no bolso do consumidor final. Voltando para o carro foi quando veio a surpresa, uma multa por estacionamento irregular, acontece... Seguindo então o planejado, abastecemos no YPF (média de 60 pesos por litro – Gasolina Super), vale ressaltar que lá a gasolina é chamada de Daft, aprendi isso na prática ao abastecer pela primeira vez. Após encher o tanque partimos sentido Cafayate. A estrada em si é bem tranquila de dirigir, apenas com alguns trechos de serra que exigem maior atenção, ainda mais quando existem caminhões próximos a ti. Neste trecho realizamos uma parada no Mirador del Rio, um ponto estratégico para umas boas fotos nas correntezas do Rio la Angostura. Pouco tempo depois, chegamos em um ponto chamado El Indio, onde há uma escultura muito notória, ponto alta dessa serrania, além disso, há também uma interessante feira de artesanatos e artefatos locais, vale a pena uma parada. Esse ponto faz parte da cidade de Tafí del Valle, por isso encontra muitos artesanatos que referem ao local em questão. O trajeto é muito bonito, interessante notar a diferença existente, onde observa-se trechos uma mata muito densa, e pouco a pouco o clima do deserto vai mostrando sua cara. A mudança ocorre profundamente ao passar pelo Dique la Angostura, um enorme lago que situa-se um pouco antes do centro de Tafí. Mais adiante encontra-se uma bela vista panorâmica da região, situada à 3.042m de altitude, ponto bom para algumas fotos e compra de artesanatos (local onde vimos a primeira Lhama). Dali continuamos pela Ruta Provincial 307 até seu final, que encontra-se diretamente com a Ruta Nacional 40, no chamado Colalao del Valle. Um pouco a frente deste ponto encontra-se a divisa provincial Tucuman – Salta. É certeira a presença de postos de controle policial na saída/entrada de fronteiras das províncias, portanto a parada nestes postos acaba virando rotina. Na entrada da província de Salta fomos parados, mas perguntaram questões de praxe, como solicitação dos passaportes/RGs, questões de destinos e afins. Seguimos pela Ruta 40 até Cafayate, local onde passamos de forma rápida, acessando então a Ruta Nacional 68, palco de locais fantásticos para paradas ao longo do caminho até Salta. O primeiro ponto é a Quebrada de las Conchas. Deixamos o carro na beira da estrada (junto à algumas vans de turismo) e adentramos o local de acesso. Essa parada vale muito a pena, tem uma vista incrível, a caminhada até a beira do rio que cerca essa quebrada é bem tranquila e rápida. Em épocas de seca é possível atravessar o rio sem maiores dificuldades, podendo então adentrar a quebrada e ter uma boa sensação e ponto para fotos. Nessa época de seca observa-se que a maioria dos rios da região encontram-se quase ou totalmente secos, é um cenário espantoso. A próxima parada nessa mesma Ruta 68 foi o Mirador Tres Cruces, com uma notória parada à beira da estrada. O local é um ótimo ponto para boas fotos, pois a vista realmente é de tirar o folego. No dia em questão estava com pouco movimento de pessoas, sendo ainda melhor para captar boas fotos. Mas como um todo é um local muito movimentado na região. Mais adiante chegamos no ponto mais comentado da região, El Anfiteatro; após o mirante comentado anteriormente deve-se ficar atento às placas, pois o Anfiteatro não tem uma boa sinalização de parada, com isso, torna-se fácil passar batido por ele. O local tem uma beleza indescritível, suas formações rochosas geram uma acústica incrível. Ao chegarmos lá tinham dois homens tocando e cantando no local, um com um violão e o outro com o violino, foi uma situação incrível de ser presenciada. Para melhorar ainda mais, chegou um casal e, conversa vai conversa vem, eles acertaram com os dois homens que iriam dançar ao som deles. Novamente, que situação incrível de ter presenciado, tornou-se um espetáculo lindo e emocionante. Após o belo espetáculo, seguimos para o próximo ponto de parada, a Garganta del Diablo, a qual fica à aproximadamente 1km do Anfiteatro. Esse local também tem uma incrível vista, sua formação rochosa gera um ponto afunilado com uma altura estrondosa, muito bela de ser vista e fotografada, daí surgindo seu nome. Ficamos alguns minutos no local observando sua beleza. Seguimos adiante pela Ruta 68, o caminho é super tranquilo, mas deve-se ficar atento à alguns deslizamentos rochosos que ocorrem nestas estradas, existem várias placas que advertem o condutor. Ao longo do trajeto passamos por mais algumas cidades, mas sempre se mantendo na mesma estrada até chegarmos em Salta. Chegando na capital da província por volta das 19h30, decidimos nos hospedar no Hotel Posada del Sol, localizado em uma boa região do centro e a apenas uma quadra da Plaza 9 de Julio. Após um belo banho decidimos sair para jantar, aproximadamente duas quadras da Plaza 9 de Julio fomos em um restaurante chamado La Higuerilla, e sem dúvidas foi um dos melhores de toda a viagem, atendimento excelente, comida e bebida em um ótimo preço, realmente muito bom. A diária neste hotel estava saindo por volta de R$200, vale a pena analisando que são para duas pessoas, com banheira, ar, café da manhã e ótima localização. Partimos do hotel por volta das 09h, completamos o tanque no YPF (estava com ¼, saiu o mesmo valor que antes, por volta de R$177). Seguimos então sentido San Salvador de Jujuy, existem duas rotas principais para chegar até lá, a primeira dela e mais utilizada é a Ruta Nacional 34 juntamente com a Ruta Nacional 66, a segunda é através da Ruta Nacional 9, e foi essa que escolhemos. Ela é mais curta e sem pedágios, porém seu trajeto é muito complicado. O trecho é feito em grande parte por região montanhosa, onde mesmo sendo pavimentada a estrada é muito estreita, com diversas curvas sem visibilidade, deve-se rodar com cautela nesta estrada, que apesar da dificuldade é muito gratificante completar este trecho. Assim que saímos do trecho montanhoso da Ruta 9 (próximo de El Carmen) fomos parados em um posto de controle policial, seguindo o mesmo padrão comentado anteriormente. Pouco tempo depois chegamos na capital da província de Jujuy. Na capital visitamos o Museo Histórico Provincial, existiam outros pontos no roteiro, mas devido horário e reformas não foi possível. Com isso, demos uma volta para registrar fotos de algumas catedrais (em especial a Basílica de Jujuy) e fomos almoçar no Welt, um restobar que fica bem ao lado da basílica, estava com uma boa promoção, por volta de 200 pesos à milanesa + um suco de limao incrível. Após o almoço tiramos mais algumas fotos na Plaza Belgrano, então voltamos ao estacionamento para pegar o carro e partir para a próxima aventura. De Jujuy nos encaminhamos para a Ruta Nacional 9, de onde seguimos passando por todas as cidades até Humahuaca, decidimos parar em alguns pontos na volta. Durante a rota paramos em um mirante muito bonito (Mirador El Monolito), onde há um retrato de Jesus Cristo no alto do palanque, local bonito para algumas fotos. Vale ressaltar que um pouco antes de Huacalera passa o Trópico de Capricórnio, então no local há um Relógio Solar, caso esteja com tempo vale a pena a parada para registro fotográfico. Chegamos então em Humahuaca por volta da 16h50. Fomos diretamente em busca de um Hotel, onde achamos o Hosteria Camino del Inca; um local super agradável, com um belo jardim, quarto aconchegante. Pagamos cerca de R$160 na diária, com café da manhã incluso, estacionamento privativo (muitos não contam com estacionamento) e escolhemos esse lado da ponte em especial, pois já é o lado da estrada que leva ao Hornocal, então por facilidade pegamos um Hotel ao lado da estrada. Após nos acomodarmos no Hotel, saímos para conhecer a cidade. O primeiro ponto que vimos foi o Monumento a los Héroes de la Independencia que fica bem na região central da cidade. É um monumento magnífico, inclusive pode ser visto de diversos pontos da cidade. Ao lado dele existe a Torre de Santa Bárbara, um ponto bonito também. Ao lado destes pontos existe um museu novo, pagamos cerca de 10 pesos para entrar, mas ainda está bem vazio em questão de obras e afins. Na escadaria e na praça são ótimos pontos para comprar de inúmeros tipos de artesanatos. Depois disso resolvemos encostar em uma lanchonete na Plaza Dr. Ernesto Padilla, onde pedimos algumas Empanadas e uma cerveja, foi quando veio a surpresa, nos foi notificado que na província de Jujuy não era permitido beber nas ruas, que se a guarda e/ou polícia turística identificasse nós poderíamos ser autuados. Decidimos então comer algumas empanadas e levar algumas latas para a viagem. Ao lado da lanchonete, com uma senhora que aparentava ter uma idade bem avançada, compramos um saco de folha de coca, pagamos cerca de 10 pesos. Com tudo em mãos partimos rumo ao Hotel. Chegando no quarto arrumamos algumas coisas para beliscar junto com as cervejas. Lá tomamos as cervejas Salta e Norte. O tempo estava frio, por volta de 10ºC, mas a sensação térmica garantia menos devido as rajadas de vento. Ligamos o aquecedor do quarto e resolvemos sair pela cidade. A cidade a noite é uma mescla, existem locais pouco movimentados, mas também existem diversos que tem um movimento constante. Fomos até o terminal, de onde então encontramos uma feira local. Lá observa-se que a situação é muito precária, com alguns locais de alimentação no início e depois repleto de tendas de venda de roupas e acessórios. Bem no meio do caminho passa um pequeno fluxo de esgoto. Foi notório que várias famílias que vendem ali também fazem do local a sua morada, pois praticamente todas as tendas maiores tinham um local atrás com camas e afins. É um local impressionante! Na volta decidimos parar para comer uma Parmegiana de Lhama no Restaurante Tejerina, já bem próximo da ponte. O local estava bem movimentado, ainda mais por ser dia de jogo, foi um bom jantar, bem caprichado, ficou em torno de 500 pesos para cada. Chegando no hotel decidimos descansar para poder seguir tranquilos dia seguinte, foi quando a situação mais complicada da viagem começou. Devido à altitude e também com o aquecedor ligado a horas o ar dentro do quarto acabou ficando muito seco, então realmente foi uma noite complicada para dormir. Além disso, durante a madrugada acordamos com um barulho intermitente de sirene, onde prevaleceu em intervalor por mais de 30 minutos, ouvimos algumas conversas sobre estarem atrás de uma pessoa na região, e nisso acordaram a todos. Apesar das dificuldades o conforto do quarto proporcional uma noite sem frio. Acordamos na manhã seguinte, tomamos um café muito bom e partimos por volta das 08h40 para El Hornocal. Rodamos aproximadamente 24km (40 minutos) para chegar no mirante, fomos os primeiros no local. Lá é cobrada uma taxa por veículo, em nosso caso pagamos 80 pesos para adentrar ao local. Realmente é uma vista deslumbrante, foi o ponto mais alto da viagem (4.350 metros de altitude). O carro fica bem no mirante, mas dá para descer o terreno até uma ponta da montanha, vale a pena para ter uma vista ainda mais privilegiada. Pelo local estar bem vazio pudemos passar próximos de alguns Guanacos. Este ponto também é conhecido por Cerro de 14 Colores, devido coloração da serrania, porém ela pode ser melhor observada em determinadas horas do dia, pois a posição do Sol influencia diretamente a existência de sombras em alguns trechos. Fizemos um mate, tiramos incontáveis fotos e então partimos para o próximo local. Saímos de lá por volta das 11h, sendo que enquanto descíamos a serra diversos carros e vans estavam subindo para visitar o local, observando que realmente é muito movimentado. Partimos para a cidade de La Quiaca, a famosa fronteira com a Bolívia. Chegamos lá entorno das 14h. Decidimos nos hospedar no Hotel Refugio del Sol, um local que já havíamos visto anteriormente, realmente vale a pena, o quarto é muito aconchegante, os donos são bem receptivos, ao lado do hotel tem um restaurante do mesmo dono. Nele nós pagamos R$200 na diária, apesar do valor ser um pouco elevado realmente compensa. O Hotel tem um estacionamento, mas decidimos deixar o carro na frente mesmo, a região aparentava ser bem tranquila. Após um belo banho e alguns minutos de descanso, decidimos ir para Villazón, foi quando nos encaminhamos andando para a Puente Internacional La Quiaca; a passagem para a Bolívia foi bem tranquila, apenas carimbaram a saída sem questionamento, a entrava na Bolívia também, após falarmos que apenas daríamos um volta na cidade e depois voltaríamos para a Argentina eles nem carimbaram a entrada. Lá achamos uma casa de câmbio, então demos uma volta pela região. Realmente é uma cidade totalmente comercial, os preços das malhas, tecidos, roupas e afins é muito atrativo, quem vai no intuito de realizar algumas compras vai se dar bem. Observa-se muitos ônibus vindos de outras regiões da Argentina para realizarem compras. Lá encontramos uma senhora que fazia um Pollo & Papa Cone, pagamos cerca de 15 bolivianos nos dois cones. Uma dica importante para essa região é a questão de fotografia, eles tem a crença de que uma foto pode roubar a alma de uma pessoa, portanto apenas tire fotos específicas de pessoas com devida autorização, caso contrário com certeza será advertido. Demos umas uma volta, compramos algumas coisa básicas e resolvemos voltar. Compramos uma Empanada na ponte, mas apesar do preço atrativo não recomendo. Para passar na migração argentina foi meio chato, nos fizeram diversos questionamentos, mas após comentarmos sobre o Hotel que estávamos hospedados a entrada foi concedida. No raio X passamos sem a verificação, pois o nível de compra que estávamos em mãos era totalmente pequena comparada ao que passa comumente por lá. Demos mais uma volta na cidade, passando pela Cartel La Quiaca – Ushuaia, a famosa placa que indica a distância até Ushuaia, o outro extremo do país. Chegando no hotel demos uma enrolada e decidimos ir jantar no restaurante de lá mesmo. Pedi uma Milanesa com Papas Fritas, interessante de provar o mesmo prato em diferentes lugares é observar a diferença de sabor. Para for lá é legal provar o Lomo a la Frontera, um prato típico dessa região fronteiriça. Tomamos algumas Norte e fomos então dormir. Na manhã seguinte tomamos um bom café da manhã no Hotel e saímos às 09h rumo à Tilcara, descemos então diretamente pela Ruta Nacional 9 até chegarmos na cidade de Tilcara. Neste caminho há um enorme posto de controle da Guendarmería Nacional, por conta de ser a rota de saída da Bolívia. Passamos por ele sem ser parados, mas notou-se que o controle é muito rígido, principalmente para quem está com grandes volumes de carga, onde os policiais verificam todas as malas, mochilas e ônibus. Lá em Tilcara é bem tranquilo de achar um local para estacionar, mas sempre há uma taxa equivalente ao nosso Zona Azul. Visitamos o Museo Arqueológico Eduardo Casanova, depois o Jardín Botánico de Altura e, por fim, o famoso Pucará de Tilcara. O interessante de deixar o Pucará por último é que os outros complementam de alguma forma a experiência que vai viver lá. O Pucará realmente é um local bom para passar um tempo razoável, fazer os dois caminhos, tirar muitas fotos, e na saída há também um local de venda de artesanatos. Saímos de Tilcara pela Ruta Nacional 9 e fomos até seu encontro com a Ruta Nacional 52. Deste ponto chegamos então em Purmamarca¸ uma pequena cidade da província de Jujuy que conta com aproximadamente 2.000 habitantes. Chegamos lá e já pegamos um Hotel, escolhemos o Hosteria El Viejo Algarrobo, quarto bem pequeno mas com tudo que é necessário para passar uma boa noite. Pagamos a diária R$130, preço justo, incluindo o café da manhã. O carro deixamos na frente, na rua mesmo, sem maiores problemas. Bom comentar que o Wi-Fi do local não funcionava, mas na praça ao lado tem Wi-Fi livre, portanto caso ocorra dá para se virar em urgência. Aproveitamos o dia e fomos visitar o Cerro de los 7 Colores, pagamos um valor simbólico para acessar o local. A vista frontal da montanha é realmente linda. Junto a isso saímos e fomos direto ao Paseo de Los Colorados, porém fizemos um caminho alternativo, na caminhada, ou seja, cortamos caminho em alguns momentos do circuito. Caso queira ir de carro é possível pelo caminho convencional. Finalizando o passei no final da tarde, decidimos então ir tomar umas cervejas e, mesmo sendo na província de Jujuy, deu pra tomar umas brejas nas mesas do Café El Algarrobo que estavam na praça. A Plaza 9 de Julio de Purmamarca concentra muitos comerciantes de artesanatos, assim como as ruas que a cercam. Foi o local onde mais comprei, tanto devido às variedades como em relação aos preços, os quais estavam melhores que em outras cidades da região. Fomos então procurar um local para jantar, onde achamos o Sabores del Norte, um restaurante próximo da praça, muito gostoso, com um preço justo, música ao vivo, foi um bom momento, a interação com o público foi bem interessante. Após uma bela milanesa fomos então para o Hostel. Acordamos por volta das 08h para mais uma jornada. Saímos do Hostel às 09h, pegamos a Ruta Nacional 52 e partimos rumo Salinas Grandes (67km). A estrada é bem tranquilo, com muitos Caracoles, com vistas de tirar o folego. Em um ponto da estrada chegamos no Monolito Cuesta de Lipan, um mirante à 4.170 metro de altitude, onde tem algumas bancas de artesanato com materiais muito interessantes, ótimo local para compra de lembranças. Seguimos mais adiante até a Salinas, onde para no segundo acesso (após passarmos por todo o trecho da Ruta cortando o local). Lá encontramos a guia Fabi, a qual nos acompanhou Salinas adentro. O preço do tour foi 400 pesos por pessoa. Durante o passeio ela contou muitos detalhe sobre a Salina e sobre a região como um todo, tirando várias fotos espelhadas, de perspectiva e afins. É um passeio que para quem vai ao local deve ser feito com certeza, vale a pena. Recomendo fortemente usar óculos de sol, pois o branco do sal reflete fortemente a luz solar, parecido com o que ocorre na neve. Após o passeio na Salinas pegamos as Rutas e dirigimos diretamente até Salta, onde seria nossa reta final. Em Salta nos hospedamos no mesmo Hotel que da última vez, o Posada del Sol. Chegamos e fomos diretamente ao Mostaza comer aquele lanche no capricho, depois pegamos algumas cervejas Iguana e Quilmes para tomar no Hotel. Nesse dia estava havendo uma manifestação religiosa contra o aborto, então a Plaza 9 de Julio estava bem cheia de católicos devido à realização da missa. Nesse meio tempo fomos jantar no Resto Bar Madero, ao lado da Plaza, o prato não vale tanto a pena, a cerveja é muito cara, mas como na província de Salta também é proibido beber nas ruas a cerveja acaba sendo encontrada mais em restaurantes mesmo. O jantar saiu por volta de 500 pesos para cada. No dia seguinte acordamos bem cedo e fomos para o passeio do Tren a Las Nubes. A van sai da estação de Salta, no local há algumas vagas na rua, bem na frente da estação, o flanelinha cobra 150 pesos e dá uma autorização válida até às 20h, fiquem ligeiros, pois na volta haverá outro flanelinha querendo cobrar o mesmo valor novamente. A van saiu às 07h, o trajeto até San Antonio de los Cobres é bem cansativo, existem algumas paradas no caminho, onde ocorre um café da manhã e bons pontos para fotos. É um passeio bem histórico, onde os guias contas muitos fatos interessantes ao longo do trajeto. Chegando lá por volta das 11h, onde fomos diretamente ao trem. O passeio do trem dura aproximadamente 1h entre ida e volta. A única parada para descida é no famoso Viaducto La Polvorilla (4.200 metros de altitude), onde ocorre uma cerimônia de canto do hino nacional argentino e hasteamento da bandeira, local onde também há uma série de comerciantes que vendem alguns tipos de artesanatos. Após uma parada de 15 minutos o trem começa a retornar para San Antonio de los Cobres. Na volta almoçamos no Restobar El Malevo, onde comemos e tomamos algumas cervejas para nos preparar para a volta. A parte mais cansativa foi a volta para Salta, o trajeto realmente é muito cansativo. Nesse dia chegamos no Hotel e capotamos. Dia seguinte foi de turismo na região de Salta mesmo, fomos ao Museo Histórico del Norte, Cabildo, algumas catedrais por Salta, e o principal, o Museu de Arqueologia de Alta Montanha, que sem sombra de dúvidas foi o melhor museu visitado em toda a viagem, conhecer a história por trás do Vulcán Llullaillaco, realmente é imprescindível visita-lo. O jantar desse dia foi uma parrila no Terraza Grill, com um custo de 400 pesos por pessoa, bem caprichado, vale a pena. Nesse dia o Boca ganhou a Super Liga Argentina em uma disputa indireta com o River, dessa maneira as ruas de Salta e a Plaza ficaram totalmente lotadas de torcedores, o clima na capital da província ficou incrível (perdi a conta de quantas pessoas estavam tomando cerveja em garrafas de refrigerante vazias). Na volta para o Hotel entramos em uma cassino para dar uma olhada, mas não foi muito atrativo. No último dia em Salta ficamos mais tranquilos, fomos ao Cerro San Bernardo, subimos com o famoso bondinho da região, um passeio bem tranquilo que vale a pena ser feito. Lá no alto tem uma feira de artesanatos muito boa. Demos uma volta em feiras de rua, comemos um belo Dog na feira próxima ao bondinho e aproveitamos para arrumar as coisas para o retorno. A noite jantamos na Unión Sírio-Libanesa, um jantar muito bom e regado a muitas cervejas. Dia seguinte estávamos de pé bem cedo, entregamos o carro no Aeroporto de Salta às 07h10, nosso voo saiu 09h15, chegando em Buenos Aires aproximadamente às 11h10. Lá perdemos muito tempo tentando pedir um Uber nas redondezas do aeroporto, sendo que no final acabamos utilizando o corriqueiro sistema de táxi do aeroporto. Neste ponto almoçamos, demos uma volta, fizemos algumas compras simples. Visitamos ainda a Casa Rosada, Cabildo e o Obelisco. Fomos ao Aeroporto Internacional Ministro Pistarini, pegamos o voo às 19h10, chegando em Guarulhos às 22h do dia 10/03/2020. Ao todo foram 1837,2 quilômetros rodados ao longo destes dias. É uma região que com certeza voltarei mais vezes para mais explorações.
  5. Nossa viagem teve início em julho de 2019 e terminou 41 dias depois, em agosto de 2019. Viajamos, eu e minha esposa, de forma relativamente barata, ficando em hostels, airbnb e pequenos hotéis. A maior parte dos trajetos fizemos de ônibus, mas alguns trechos optamos por voos baratos, o que ajudou a cumprir o extenso roteiro que fizemos. Inclusive a ida de São Paulo a Jujuy compramos as passagens de ida e volta com milhas aéreas numa promoção da Gol com a aerolineas argentinas. O lado ruim do passeio foi que acabou "rápido". Apesar de ser nossas mais longas férias, por incrível que pareça ficou a sensação de que "passou rápido". Vou sintetizar o que fizemos de forma a dar uma ideia de cada local. Se alguém quiser alguma informação que possa ajudar no planejamento de viagem, é só entrar em contato. . São Paulo - Jujuy - o voo foi tranquilo e, inclusive, pudemos ver o eclipse parcial do sol. Fizemos escala em Buenos Aires, assistimos ao jogo entre Brasil e Argentina no porto Madero e, no dia seguinte logo cedo, partimos para Jujuy; . Jujuy - Quebrada de Humahuaca - chegamos no aeroporto e dividimos um taxi até o terminal de ônibus. De lá tomamos um ônibus pra Purmamarca, onde ficamos hospedados por duas noites no excelente La Valentina Hostal (R$ 125 o casal). Conhecemos o Cerro de los Siete Colores, caminhamos pelo paseo de los colorados, ficamos à toa no pequeno, belo e tranquilo vilarejo. Também fomos a cidade de Tilcara e as ruínas de Pucará de Tilcara (recomendo muito fazer o passeio com o guia local incluído no valor da entrada). Por fim, conhecemos Humahuaca e as Serranias del Hornocal. O NOA (Noroeste Argentino) tem paisagens maravilhosas e grandiosas. Aliás, o que não faltou nessa viagem foram grandes paisagens, daquelas onde o horizonte parece bem distante. Nossa intenção era conhecer Salta e Cafayate na volta, pois, em 38 dias nosso voo sairia da mesma Jujuy. No fim das contas, Salta e Cafayate ficaram para outra viagem, pois ficamos mais tempo em alguns lugares e voltamos a Jujuy no mesmo dia em que nosso voo retornaria ao Brasil. . Purmamarca - San Pedro de Atacama - tomamos o ônibus da empresa Andesmar as 03:40 hs da madrugada, na entrada de Purmamarca (atrasou meia hora, o que fez a gente pensar que seríamos deixados pra trás,,, mas não hehe, ainda bem). A viagem foi tranquila e cruzamos a fronteira com o Chile no Paso de Jama. O ônibus chegou antes e ficamos cerca de 1 hora esperando para fazer os trâmites de entrada. Mas foi bem tranquilo e logo estávamos descendo em direção a San Pedro. Esse trecho da viagem é fantástico. Chegamos as 11hs da manhã. Ficamos 4 noites nessa pequena cidade de adobe, num airbnb que não recomendo (La Estancia - R$ 150 o casal), pois era um pouco afastado do centro e faltou água quente. Na verdade, nos receberam na chegada e depois nunca mais apareceram (no último dia deixamos as chaves com um bilhete e fomos embora). . San Pedro de Atacama - já havia estado na cidade algumas vezes. Local bem legal, com aquele clima gostoso de aventura. Fizemos vários passeios maravilhosos: Laguna Cejar, Lagunas Altiplânicas, Salar de Atacama, Geisers del Tatio, Valle de la Luna, Tour astronômico, mas o que mais gostamos foi o passeio de bike pela Garganta del Diablo. Fizemos uma breve pesquisa e contratamos tudo lá mesmo,,, Alugamos duas bikes, compramos águas e empanadas e partimos em direção a Pukará de Quitor. Pagamos a entrada na estradinha que leva a garganta del diablo, ouvimos as explicações do que havia no local e fizemos a volta completa pela garganta até a igreja de San Isidro. Passeio gostoso e bem divertido. Depois voltamos pela estradinha até Pukara de Quitor. Subimos até o ponto mais alto com uma vista incrível do pôr do sol. O tour astronômico também foi sensacional. Valeu a pena. Uma dica é comprar empanadas, pois são gigantes e muito gostosas (e baratas). O melhor de San Pedro foi ter conhecido uma bonita família da Alemanha na gélida laguna Cejar,,, as amizades improváveis que surgem nessas viagens são um verdadeiro tesouro. . San Pedro - Arica - Tacna - Lima - esse foi um dia lonnnngo, mas, ao mesmo tempo, tranquilo. Saímos as 22 horas de San Pedro e chegamos as 06:00 hs da manhã em Arica. Queríamos conhecer as cuevas de Anzota, mas o receio de demorar na imigração e perder o voo fez com que deixássemos pra outra vez. De lá, tomamos um taxi compartilhado de uma espécie de empresa que fica ao lado do terminal de ônibus e cruzamos a fronteira com o Peru (desde que tomamos o taxi em Arica, mais os trâmites de fronteira e a chegada na rodoviária de Tacna levamos cerca de 1 hora no total). Tinha uma baita fila na imigração, mas andou rápido. Era nossa terceira fronteira. Chegamos em Tacna, tomamos um café da manhã próximo ao terminal de ônibus, trocamos algum dinheiro e fomos pro aeroporto. Lá ficamos algumas horas esperando até a partida para Lima. O voo foi pela Viva Air Peru, custou 65 dólares por pessoa (com as bagagens incluídas). Pela distância enorme entre as duas cidades achamos o valor bastante bom. Saímos pontualmente as 14:45 hs e chegamos as 16:30hs no aeroporto de Lima. De lá fomos pro bairro Miraflores, onde havíamos reservado o airbnb da Diana. Vou comentar aqui porque foi o melhor airbnb da viagem: um quarto enorme, com banheiro, tv a cabo, wifi e etc. A localização é excelente (Calle Porta 264 en Miraflores - R$ 98 o casal) e a Diana gente finíssima. Muito amável e prestativa. Acabei deixando pra avaliar ela depois da viagem e descobri que não podia porque o airbnb dá o prazo de 15 dias pra avaliações. Daí resolvemos deixar a dica aqui, pra quem for a Lima. . Lima - foram 2 noites em Lima, adoramos o bairro de Miraflores. A cidade está sobre uma espécie de falésia, sendo que se vê a praia lá do alto. É uma região bem bonita com área pra caminhada, recreação e belos jardins, acompanhados da vista do mar, que fica uns 65 metros abaixo. Essa região é conhecida como Malecón. Fizemos diversas vezes a caminhada desde o shopping Larcomar até o farol e também nas imediações da Praça Kennedy. Em um dos dias acordamos cedo e saímos em direção ao centro histórico e catacumbas do convento de São Francisco, as quais recomendo como um passeio "diferente". A noite fomos até o Parque la Reserva (também conhecido como parque das águas - uma curiosidade é que choveu um pouco neste dia, coisa rara em Lima). Um passeio bem legal e que gostamos bastante. O parque é meio afastado e tomamos um taxi. Na volta tivemos que pechinchar porque os valores variavam muito e já era tarde. Queríamos muito conhecer o museu de arqueologia, mas estava em reforma por 2 anos. Desta forma, fomos ao Museu Larco. Pra quem curte arqueologia esse é um museu imperdível, pois além de estar em uma propriedade linda, o acervo é incrível. Vale a pena o passeio guiado, pois é barato e nos deu informações bem legais. O restaurante do museu também vale a pena (não é barato, mas também não é um valor abusivo). Além deste museu conhecemos o Museu de Arte de Lima, o sítio arqueológico de Huaca Pucllana e o bairro Barranco. Lima foi uma grata surpresa, em especial o museu Larco, a comida muito boa (lomo saltado, papa a la huacachina, frutos do mar, etc...), e a beleza do Malecón. Depois de dias muitos bons partimos em direção ao terminal de ônibus da empresa Oltursa, em direção a Huaraz. . Huaraz - a cidade mudou bastante desde a última vez (em 2003) que estive lá. Ficou um pouco mais feia e bem maior do que era. Chegamos e fomos pra um airbnb que havíamos reservado (El Alamo Amuk - R$ 55 o casal). O local era razoável, um quarto enorme com banheiro dentro, porém um pouco inferior as fotos que vimos. O problema foi que ficamos 2 (dos 4 dias) sem água, devido a manutenção da prefeitura naquela rua (baita azar,,,, não foi culpa do local, mas mesmo assim não foi nada agradável... ). Havia combinado os possíveis passeios uns meses antes com a agência Scheler (whatsapp +51 943 397 706 - site: http://www.schelerhuayhuashtrek.com/) e nos demos bem. O cara (o Scheler) foi totalmente solícito, gente finíssima (ajudou em tudo), e os passeios ocorreram de forma excelente. Nos arrependemos de não ter ficado na pousada dele. Fizemos os seguintes passeios: Llanganuco (imperdível,, no caminho conhecemos outras cidadezinhas da região, inclusive a histórica cidade de Yungay - soterrada em segundos, por uma avalanche em 1970 - tomamos sorvetes típicos, doces de leite tradicionais da região e queijos), Glaciar Pastoruri (chega-se a cerca de 5050 metros de altitude - cansativo mas gostamos bastante), Sítio Arqueológico Chavín (quem gosta de arqueologia esse é o lugar - na pirâmide principal é possível entrar nas galerias subterrâneas,,, um local incrível). Tínhamos a intenção de ir até a laguna 69 e laguna Parón, mas o tempo não ajudou e ficará para uma próxima viagem. Uma dica é conhecer o excelente museu arqueológico de Ancash e tomar um suco de limão com ervas na creperia do Patrick (na avenida principal). Na noite do último dia fomos ao terminal da empresa Linea Bus, onde viajamos para a cidade de Trujillo. . Trujillo - chegamos na cidade umas 06:30hs da manhã. Tomamos um taxi até o hotel Strenua Las Quintanas (R$ 81 o casal). Excelente local (banheiro, frigobar, microondas, cafeteira, tv a cabo, café da manhã excelente no quarto e muita simpatia). Não fica tão próximo ao centro mas fizemos a pé o trajeto numa boa. O próprio hotel ofereceu o tour que fizemos. Visitamos as Huacas Esmeralda e Arco Íris, depois fomos a cidade de barro de Chan Chan (centro da cultura Chimú). O tour nos levou para almoçar na praia em Huanchaco. Poderíamos comer em qualquer restaurante. Escolhemos um com vista. Provamos o famoso ceviche da região. Tivemos ainda tempo de dar uma voltinha pela praia e caminhar até o pier. Depois o passeio seguiu em direção a Huaca de la Luna (cultura moche,,,, local imperdível). A noite curtimos a belíssima praça central de Trujillo. Uma cidade com um centro histórico bem preservado e multicolorido. No dia seguinte tomamos um tour para conhecer o complexo El Brujo. Depois de cerca de 1 hora chegamos ao complexo. Visitamos o sítio arqueológico e depois o museu. Pela forma como foram encontrados seus restos mortais, a Dama de Cao foi alguém muito importante,,, provavelmente uma governante. A huaca (como eles chamam os templos) é impressionante. O interessante é observar que se pode ver dezenas dessas huacas pelas redondezas. Há centenas delas na região. Foram culturas muito organizadas e poderosas, que persistiram por séculos. A quantidade de objetos de arte, inclusive feitos de ouro, é muito grande. Uma curiosidade é que em quase todos os sítios arqueológicos da região é possível ver o Viringo (o cachorro sem pelos que era comum na época das antigas culturas da região). Após visitar o museu voltamos pra Trujillo, descansamos e tomamos um ônibus para Chiclayo (3:30 hs de viagem). Nos sentimos os "indianas jones" nessa viagem. . Chiclayo e Lambayeque - Chiclayo é uma cidade enorme,,, achamos Trujillo bem mais bonita. Nos alojamos no Hostal Satélite (55 reais o casal). É um alojamento bemmmm simples e fica numa avenida afastada do centro. A dona é muito simpática e o "coronel" (o cachorrinho super amável) deu as boas vindas. Mas o local é muito simples mesmo. Contratamos um tour que nos levou para Huaca Rajada, onde visitamos o sítio arqueológico (onde foi encontrada a tumba do Sr. de Sipán), bem como o pequeno mas interessante museu local. Foi um passeio que valeu a pena. Logo depois o tour seguiu para a vizinha Lambayeque. Primeiro paramos para um almoço e compra de um doce típico local (o alfajor King Kong,,,, não curtimos o doce não hehe). Fomos para o museu arqueológico Bruning e, logo depois, a cereja do bolo, o museu Tumbas Reales de Sipán. Sensacional !!! (pena que não permite fotos internas). Faltou conhecer o "estranho" parque Yortuque, um local com estátuas bem loucas,,, e a cidade praiana vizinha de Pimentel (precisaria ficar cerca de 3 dias para conhecer com calma o local). Uma dica pra comer são os cafés/restaurantes que ficam na praça da catedral de Santa Maria (praça chamada parque principal). Bom preço e comida excelente. A noite tomamos um mega super ultra confortável ônibus da empresa Movil em direção a cidade de Chachapoyas. . Chachapoyas - está aí uma região com muito a oferecer. Chegamos logo cedo na pequena e bela cidade,,, um ar de interior com um centro bem preservado e com casas em tom marrom e bege. Nossa hospedagem foi em um airbnb na Jirón Junin, n° 731 (R$ 89 reais o casal) . Gostamos do local, um quarto separado (com banheiro e tv) na casa da Sra. Ritha. Muito simpática e receptiva. Há poucas quadras do centro e de frente para uma pizzaria familiar muito boa. Ficamos 4 dias na região e contratamos alguns passeios na praça principal. Conhecemos os seguintes lugares: -> Kuélap - imperdível,,, partimos na van em direção ao povoado de Nuevo Tingo. Pra chegar na cidade murada dos Chachapoyas, a mais de 3.000 metros de altitude, tomamos um teleférico que por si só é uma atração (são 4 km percorridos em cerca de 20 minutos). A cidade é toda murada, possui apenas três entradas e tem construções circulares. Foi um passeio excelente, apenas o guia era meia boca,,, um cara muito ruinzinho (no passeio seguinte trocamos de agência e o outro guia foi muito bom). Neste local também fizemos amizade com um casal de viajantes da Austrália. No caminho para Kuélap estão as ruínas de Macro, as quais é possível acessar passando por uma espécie de gôndola com cabos de aço para cruzar o rio. Não conseguimos ir pela falta de tempo, mas pareceu interessante. -> Catarata Gocta - fizemos por conta própria. Tomamos uma van - transporte público - até um ponto na estrada onde há tuc-tucs. Um deles nos levou 5 km acima até Cocachimba, o vilarejo onde tem início a trilha para a parte baixa da catarata. Ficamos fãs dos tuc-tucs,,, são baratos e estão por todos os lados. Compramos as entradas e partimos pela trilha (6 km em cerca de 2:45hs). A trilha é tranquila, bem marcada e não necessita guia. É mais tranquilo (fisicamente) ir do que voltar . Chegamos na frente da catarata (na verdade são duas quedas somando 771 metros). É claro que entrei na água gelada,,,, nadei até o outro lado do laguinho e fiquei curtindo a paisagem por um tempo (não vimos ninguém mais se aventurar a nadar ali). Uma sensação incrível de leveza. É um passeio muito bonito e agradável. Na volta, quase no final da trilha, havia uma casinha onde o morador local vendia café (que ele mesmo cultivava), variedades de cachaça (produzidas por ele) e a bebida chamada "arapa" (ou algo assim,,, derivada do bagaço de cana e muito apreciada localmente por ser barata e ter algo de álcool). Pra adoçar eles usam a "panela", um adoçante que acho que é rapadura moída. Ainda almoçamos em Cocachimba e voltamos a Chachapoyas via tuc-tuc + van na estrada. -> Pueblo de los muertos - caminhamos até a rodoviária da cidade e tomamos uma van em direção a cidade de Lamud. Passamos por Luya e poucos quilômetros depois descemos na praça principal de Lamud (creio que 1:30hs de viagem). Perguntando aqui e ali nos indicaram um local próximo (1 quadra e meia descendo a praça). Trata-se um pequeno galpão com algumas múmias e artefatos arqueológicos repleto de botas de plástico (estilo galochas) e roupas para quem vai explorar a Caverna Quiocta. Uma moça nos recebeu e deu informações sobre o "pueblo de los muertos", disse que era domingo e que estava sem as chaves do sítio arqueológico. Pediu para esperarmos um pouco e se foi. Ficamos ali observando os folders colocados nas paredes e vimos que há muitos lugares para explorar a partir de Lamud. Havia opções para a Caverna Quiocta, para os Sarcófagos Karajia e para outros locais com sarcófagos menos conhecidos. Depois de um tempo ela nos cobrou dois tíquetes (um valor simbólico) e deu as chaves pra gente. Perguntamos como podíamos fazer para chegar lá. Ela ficou surpresa e perguntou se não estávamos de carro. Dissemos que não,,,,, daí ela indicou os tuc-tucs da esquina. Combinamos o preço com o motorista e ele nos levou. São cerca de 9 km até o início da trilha. Haja bunda,,,, Começamos a descer até a encosta onde fica o local onde ficavam depositadas as urnas funerárias. A trilha é uma descidona boa,,, mas em uns 40 minutos estávamos no portão de entrada. Abrimos com as chaves que a moça nos deu e ficamos ali por cerca de 1 hora. No caminho é possível ver, bem ao longe, a catarata Gocta. O local é impressionante, com vistas alucinantes do penhasco e um tanto quanto perigoso quanto à quedas. Tem que ir com muito cuidado e não abusar. Ainda há alguns sarcófagos inacessíveis que se vê na encosta, mas as "casinhas" onde ficavam a maioria deles estavam vazias e semi destruídas. Com certeza caçadores de tesouros retiraram quase tudo dali. O fato de estarmos sós neste lugar foi algo diferente. Fechamos o portão com as chaves e retornamos pela trilha morro acima. O tuc-tuc estava lá esperando e nos levou de volta a Lamud. O local onde pagamos os tickets estava fechado, assim que (conforme combinado), deixamos as chaves na farmácia chamada "Botica Sanchez". Almoçamos e retornamos de van para Chachapoyas, felizes e cansados. -> Revash e Museu de Leymebamba - saímos num tour em direção a pequena vila de San Bartolo. Depois de umas 2 horas chegamos na pracinha de onde sai a tranquila caminhada (uma meia hora) até os mausoléus de Revash. Impressionante as casinhas pintadas de vermelho e branco. Muito bem conservadas. Na região há diversas delas, mas essas são as mais acessíveis. Dá pra chegar bem pertinho mesmo. Tiramos algumas fotos, curtimos a paisagem e retornamos à van. Logo em seguida seguimos para a cidadezinha de Leymebamba, onde almoçamos e fomos ao interessantíssimo museu (que fica meio afastado do povoado). Um museu muito bem organizado com um acervo único: mais de 200 múmias e objetos encontrados nas encostas da laguna de los condores (3 dias o passeio até o local - não fizemos), além de explicação da cultura Chachapoyas, maquetes, animais mumificados, instrumento feito de concha marinha chamado "pututu" (inclusive se pode soprar para escutar o som), etc. O bom é que se pode tirar fotos sem restrições. Logo após a rica visita guiada regressamos para Chachapoyas. Foi um grande dia ! O potencial turístico da região é muito grande,,, não conhecemos vários lugares: cânion de Sonche, ruínas de Macro, sarcófagos de Karajía, caverna Quiocta, trekking gran Vilaya, etc). Além disso, cada ano se descobrem novos sítios arqueológicos. Há passeios mais "nervosos" como o trekking até a laguna de los condores (3 dias no total) e o "nervosíssimo" e absolutamente incrível Gran Pajatén. Recomendamos muito o norte do Peru, repleto de belezas naturais, sítios arqueológicos, museus, boa comida, etc. Os preços são mais baratos que a região de Cusco e há poucos turistas e muito o que ver. Como curiosidade, não encontramos brasileiros em Huaraz, Trujillo, Chiclayo e Chachapoyas. Também não deu pra conhecer a região de Cajamarca e as praias do norte do país... quem sabe um dia... Na madrugada, seguimos viagem numa van turística em direção ao aeroporto da cidade de Jaén, a 220 km (umas 4 horas), onde saiu nosso voo para Cusco (com escala em Lima). Pequeno aeroporto em Jaen: De dentro do Tuc-Tuc próximo ao aeroporto de Lima (demos uma voltinha até chegar a hora do voo para Cusco): . Cusco - chegamos mais uma vez na espetacular cidade de Cusco. Vendo as pedras que formam a base das construções não há como não tentar imaginar como era a cidade no auge do império Inca. Chegamos no aeroporto e já negociamos um taxi até o lúdico e pitoresco Hostal Royal Frankenstein (R$ 75 o casal), do alemão Ludwig, uma cara gente boa e muito bem humorado que dá todas as dicas que precisar. O hostal é simples, limpo e com excelente localização (em cada canto tem algo inusitado). Recomendamos ! Como em outras viagens já havíamos conhecido Machu Picchu, o Vale Sagrado dos Incas e uma boa parte de lugares da região, nos concentramos onde ainda não havíamos estado. Curtimos a cidade em si,,, caminhamos sem rumo pelas ruas, almoçamos um almoço bem fraquinho no mercado municipal, assistimos a uma apresentação de dança folclórica e deitamos no gramado em frente a Qoricancha (centro religioso Inca). No dia seguinte tomamos um tour para o sítio arqueológico de Moray (enormes círculos em terraços, com vários níveis, que devem ter servido de adaptação para cultivo de milho e batatas). Um local muito bonito! Fizemos paradas em alguns lugares onde há apresentações de como os antigos tingiam os tecidos para fazer roupas e de como era a produção de cerâmica; venda de chocolates com sal de Maras; e etc. Finalizamos o dia nas salinas de Maras,,, outro local bastante peculiar. Valeu a pena conhecer. No dia seguinte fizemos uma caminhada da plaza de armas em direção a Saqsaywaman. Visitamos o sítio arqueológico e fomos ao nosso objetivo principal: brincar no escorregador natural de pedra, chamado "suchuna" (garantimos que a descida é veloz ). Depois caminhamos até o sítio arqueológico de Qenqo e regressamos a pé até Cusco. Fomos dormir cedo porque, conforme havíamos combinado com a guia Suzana, as 3 hs da madrugada sairíamos em direção a Waqrapukara, uma joia da região. Hostal Royal Frankenstein - Cusco: A tinta na mão da moça vem de um bichinho que fica num cactus da região: . Waqrapukara ("waqra": chifres; "pukara": fortaleza) - esse é um daqueles lugares únicos,,, uma rocha gigante na beira do cânion do rio Apurímac, com duas saliências (como se fossem orelhas ou chifres), com um platô plano no alto. Acredita-se que o local foi construído pela cultura Kana e que era usado como local cerimonial, posteriormente foi dominado pelos Incas que agregaram construções ao local e agregaram a função de fortaleza ao local. É como se fosse uma pequena Machu Picchu. As 4 hs da manhã a Suzana apareceu com o motorista (um primo dela) e saímos em direção a rota que passa por Sangarará. Paramos para tomar café da manhã em um vilarejo a beira da estrada. Depois, cruzamos uma lagoa muito grande e teve início uma estradinha de terra bem estreita e cheia de curva pela encosta (uns 9 km), até que a única forma de seguir era a pé. O carro nos deixou ao lado de uma pequena lagoa de águas escuras onde havia uma casinha de um criador de ovelhas e alpacas. De lá subimos pela trilha na lateral direita da lagoa e logo tomamos uma parte mais plana e alta. A trilha é super bem marcada e tranquila, mas a falta de fôlego nos fez lembrar que estávamos a 4.500 metros de altitude. Depois de um tempo começamos a descer suavemente e, umas 2 hs depois, chegamos a Waqrapukara (cerca de 8 km de trilha). O céu estava muito azul,,, um dia maravilhoso. O local é impressionante, repleto de escadarias de pedra e construções. Não pagamos nada para entrar, apenas anotamos os nomes no livro do guarda parque. Ficamos um tempo por lá e a Suzana realizou uma espécie de agradecimento a Pacha Mama. Havia apenas alguns gatos pingados por lá. Pouquíssima gente. Depois de um tempo começamos a regressar. A volta é uma subida suave, mas que cobra seu preço. Levamos um pouco mais de 3 horas para chegar ao carro, com direito a várias paradas para beber água. Regressamos a Cusco cansados e muito felizes. Obs.: há outras rotas para conhecer Waqrapukara: pelo vilarejo de Huayqui (penso que essa deva ser a rota mais bonita, pois segue a encosta do cânion - também acredito que deva ser a mais fácil de se fazer por conta própria, pois há transporte de Cusco até Acomayo, e de lá até Huayqui), e por Santa Lucía. . Yauri/Espinar - saímos cedo do hostal Frankenstein e um taxi nos deixou num terminal de ônibus na rua Huayruru Pata (terminal Sicuani - empresa Coliseo), de onde saem coletivos para Sicuani. Depois de uns 140 km e 2 horas e pouco de viagem, fomos deixados na garagem da empresa (Av. Cesar Alvarez). Perguntamos e, próximo dali, saíam os ônibus para Yauri. Mais 70 km e quase 2 horinhas e chegamos na cidade (que é bem grandinha). Tomamos nosso tradicional tuc-tuc e descemos na praça principal, onde lemos que haviam vários pequenos hotéis. Ficamos no excelente e frio Real Apart Hotel (R$ 60 reais o casal). Foi uma positiva surpresa, por isso recomendamos. Na manhã seguinte um tuc-tuc nos deixou onde saíam os ônibus para os Três Cañones de Suykutambo. É preciso chegar antes das 8 hs, pois só há um único ônibus no dia, saindo cedo e regressando de tardezinha. Quase não conseguimos um lugar. Em pouco tempo havia muita gente do campo (com muitas crianças pequenas) e ônibus saiu mega lotado, com gente em cima uns dos outros (literalmente). Depois de uns 30 km descemos numa parada que fica bem no encontro dos três cânions. O motorista advertiu para não perdermos o horário da volta, que seria as 15:30hs. Descrevo o local como surpreendente, com sítios arqueológicos da cultura Cana e paisagens absurdamente belas. Cruzamos o rio Apurímac (um rio maravilhoso) e pegamos uma trilha até o alto de um dos paredões. A subida é boa (vale lembrar toda a região está acima dos 4.000 metros,,, ufaaa!). Tiramos umas fotos e apreciamos a vista. Depois retornamos por um caminho que tem inicio próximo da parada do ônibus e que nos levou até um sítio arqueológico chamado T'aqrachullo (ou Maria Fortaleza). O local é turístico e tem indicações. Subimos até o alto de outro paredão onde a vista dos três canions é fantástica (essas subidas são de cerca de 100 metros de desnível). Lá no alto tem muitas ruínas do sítio arqueológico, com construções circulares (típicas da cultura Cana). Descemos pelo mesmo caminho e seguimos as indicações até outras ruínas fantásticas (de onde já se pode observar a presença da arquitetura Inca). Depois retornamos a estrada e fomos caminhando (7 km) até as ruínas de Mauk'allaqta. Cruzamos novamente o rio por uma ponte de metal antiga e pegamos a trilha até o sítio arqueológico. Este era ainda mais incrível que os demais, com dezenas e dezenas de construções circulares, inclusive uma "chulpa" (urna funerária) com a cúpula de pedra. Ficamos um tempo aí e voltamos a estrada para esperar o ônibus que nos levaria de volta a Yauri. Por sorte, um casal muito gente boa (de Arequipa) estava passando de caminhonete e ofereceu carona. Era um casal que havíamos visto no início do dia próximo aos três cânions. Voltamos e nos deixaram na praça onde ficava nosso hotel. Quando descemos do carro vimos que eles também estavam hospedados no mesmo local. Coincidência boa. Depois jantamos juntos num restaurante típico local e acabamos por fazer amizade com eles. No dia seguinte pegamos o ônibus de volta a Sicuani e, de lá, uma van até Puno, onde dormimos uma noite e depois seguimos viagem até La Paz, via desaguadero. Não deu tempo de conhecer K'anamarka e outras atrações da região (termas, vilarejos e etc). São necessários pelo menos 2 dias livres (sem contar a chegada e a saída) para conhecer bem o local. . La Paz - chegamos em La Paz pela manhã, a viagem e a passagem pela fronteira foram tranquilas pra gente, porém não podemos deixar de registrar que algumas pessoas levavam chocolates (comprados em Cusco) e (absurdamente a nosso ver) ficaram retidos. Bem,,, da rodoviária seguimos a pé em direção ao Loki Boutique La Paz (R$ 112 o quarto de casal - um pouco acima do que vínhamos pagando em hospedagem até então). O quarto e o banheiro são excelentes. O único probleminha é que, durante a noite, ouvíamos ratos dentro das paredes do antigo casarão (mais especificamente numa das tomadas do quarto). Gravei e mostrei para a administração do hostal, mas não tinham outro quarto,,, assim que ficamos ali mesmo. Muito estranho dormir com os ratos fazendo ruídos a noite toda. Já estivemos muitas vezes em La Paz, uma cidade única,,, ainda mais agora, com o sistema de teleféricos cruzando a cidade de cima a baixo. É uma mescla de caos urbano com um ar de aventura. Muitos mochileiros de todo o mundo cruzando as ruas agitadas e, ao fundo, a paisagem maravilhosa do nevado Illimani. Nosso objetivo inicial era descansar na cidade e fazer alguma trekking/montanhismo. Desistimos do Sajama pelo alto custo que implicaria e acabamos não indo desta vez ao Parque Condoriri, onde pretendíamos conseguir algum transporte até a trilha que leva ao Pico Áustria (um mirante maravilhoso). Acabou que aproveitamos pra curtir a cidade em si e descansar uns dias. Andamos muito a pé e de teleférico. Visitamos: Calle Jaén (artesanatos), Mirador Killi Killi, Parque Urbano Central, Mirador Laikakota (o escorregador de cimento liso vale muito a pena), Zona Sul da cidade, inclusive fomos ao Valle de la Luna. Na volta paramos em outro escorregador (altíssimo) de cimento. Ficamos ali brincando por um tempo até retornar ao centro da cidade de teleférico. Um lugar bem legal é o café chamado Kuchen Stube (rua Rosendo Gutierrez - próximo a praça Eduardo Avaroa). Nos dias em que ficamos em La Paz houve desfiles por toda a cidade. Foi muito legal ver o pessoal ensaiando nas praças à noite e desfilando nos dias seguintes. Teve até uma espécie de desfile de carnaval (um megaevento da cidade). Fomos convidados pelo Juan, pela Miroslávia e por seu filho Nils (amigos de longa data e donos da agência de turismo http://hikingbolivia.com/ - aproveito para indicar a agência pela competência e honestidade deles) para um jantar e depois para participar de uma cerimônia tradicional local para pedir um ano bom a Pacha Mama. A cerimônia foi bastante diferente de tudo que havia participado. Um momento interessantíssimo da viagem e expressão da cultura local. Na noite seguinte viajaríamos de ônibus até Cochabamba, entretanto, conseguimos um voo pela BOA (https://www.boa.bo/) por incríveis 99 reais. Partimos logo cedo para Cochabamba. . Torotoro - chegando no aeroporto de Cochabamba tomamos um taxi até a Av. República, onde saem as vans para Torotoro. Esperamos uns 40 minutos até lotar e saímos. Foram 137 km em cerca de 3:40hs (35 bolivianos por pessoa - uns 19 reais). Estão construindo uma rodovia nova entre Sucre e Cochabamba, mas quando fomos a estrada estava bem judiada. Antes de chegar, há vários zigue zags na estrada. Torotoro é mais uma pequena vila que uma cidade,,, tem muitos hostals, duas pizzarias e poucos restaurantes. Está a 2.700 metros de altitude. Ficamos no Hostal Torotoro (R$ 75 o casal), onde há uma entrada imitando caverna e quartos razoáveis, entretanto é bem mal administrado por duas adolescentes. Para ter água quente era necessário pedir e esperar. A pequena vila é base para passeios incríveis. Tem uma pracinha e vários edifícios com réplicas de dinossauros. Para fazer os passeios é necessário contratar um guia da cooperativa de moradores da região. Pessoas super bem treinadas e educadas. Gostamos muito da organização. O primeiro a fazer é passar no escritório de registro do Parque Nacional Tororo. A entrada custa 100 bolivianos (uns 60 reais) e vale por 4 dias. Cada tour tem um custo adicional e pode ser dividido em até 6 pessoas. Chegamos no local onde saem os guias e já montamos um grupo com 6 pessoas para conhecer o El Verguel + Cânion de Torotoro. O valor foi cerca de 160 bolivianos, que dividimos em 6. Fizemos o trajeto a pé mesmo, pois achamos mais interessante (cerca de 10 km ida e volta, contando a entrada no cânion). O guia era muito gente boa. Logo na saída da cidade há uma encosta com incríveis pegadas de dinossauros de vários tipos. Depois seguimos por uma estradinha de pedras até chegar a uma trilha que segue por uma espécie de leito seco de um rio. Neste caminho há formações rochosas bem legais e pegadas de vários períodos (Triássico, Jurássico e Cretácio) de 4 famílias de dinossauros (Anquilossáurios - quadrúpedes herbívoros; Terópodos - carnívoros; Ornitópodos - herbívoros de quatro patas que também caminham em duas; Saurópodos - os de pescoços longos). Algumas são do tamanho de uma pessoa. Chegamos num mirante de metal, de onde se vê o cânion de cima. Um lugar único! Depois de um tempo ali iniciamos a descida até o rio Verguel,,, cerca de 850 degraus de pedra. Seguimos por dentro do cânion até chegar num laguinho de água bem fria. Do outro lado uma cachoeira que o guia jurava que era de água morna. Fomos os únicos que arriscamos ir. E não é que o guia não mentiu. Uma água cristalina e morninha. O duro foi voltar pela água gelada do laguinho hehe. Regressamos lentamente, subindo os degraus e fazendo a trilha de volta até a cidade. Um dia espetacular! Na manhã seguinte formamos um grupo com dois casais de espanhóis e o mesmo guia do dia anterior. Pagamos cerca de 600 bolivianos (100 para cada pessoa) e saímos num carro em direção a Ciudad de Itas + Caverna Umajalanta. O primeiro destino foi a Ciudad de Itas (uns 20 km de Torotoro e 1.000 metros mais alto). É uma trilha bem tranquila, passando por formações rochosas que lembram vários animais. Há inúmeras grutas e passagens entre as rochas, formadas pela erosão das chuvas. Algumas formam galerias enormes. Uma curiosidade é que foram encontrados artefatos da cultura Guarani na região ("Ita" = pedra em Guarani). Disseram que é o local mais alto (cerca de 3.700 metros) com registro dos Guaranis. Também passamos por pinturas rupestres. Foram cerca de 4 km (ida e volta). A próxima parada foi o almoço num local com uma vista sensacional. O almoço (pago a parte do passeio) foi excelente. Seguimos para o local onde fica a caverna de Umajalanta. O carro nos deixou a 1 km da boca da caverna e seguimos por uma trilha bem gostosa de se fazer e com pegadas de dinossauros pelo caminho. Antes de entrar há uma parada para colocar os capacetes com lanternas e deixar as mochilas. A caverna é magnífica e um tanto quanto "aventureira". Descemos diversas vezes em cordas com nós,,, cruzamos passagens muito estreitas e nos arrastamos entre o teto e o chão. No final há um laguinho com peixinhos sem olhos (típicos de cavernas). Outro dia incrível para não esquecer... Regressamos a Torotoro e saímos pra comer uma pizza. Uma dica: Torotoro está entre Cochabamba e Sucre e há possibilidade de "transfer" de Torotoro para Sucre. São 6 horas de viagem de carro e só não usamos porque já havíamos comprado as passagens aéreas. Os espanhóis conseguiram fechar um carro e partiram até Sucre. No dia seguinte nós tivemos que regressar, numa épica e muito empoeirada viagem de van, a Cochabamba, pois de lá tomamos um desses voos econômicos para Sucre. Por conta de um tiozinho (muito sem noção) que atrasou a van em quase 1 hora, chegamos no aeroporto cerca de 20 minutos antes da saída do voo. Foi um desespero, pois despachamos as bagagens e embarcamos de forma imediata, mas deu tudo certo. Torotoro vista no voo Cochabamba a Sucre: . Sucre - chegamos ao aeroporto e achamos tudo muito organizado. Pegamos uma van até o centro de Sucre por um valor muito bom (se fôssemos de táxi sairia umas 8 vezes mais). Caminhamos até o hostal La Casa Verde (R$ 150 reais o casal - foi a hospedagem mais cara de toda a viagem), bem localizado (poucas quadras da praça central) e com um excelente café da manhã. A cidade foi uma grata surpresa. O centro histórico é muito bonito, todo em estilo colonial e muito bem preservado, com muitas opções de restaurantes, cafés e lojas de chocolate e artesanato. Na praça, em frente a Catedral Metropolitana de Sucre, pegamos o ônibus do "Parque Cretácico" (horários: 9:30, 11:00, 12:00, 14:00 y 15:00 hs - de terça a domingo), uns 5 km de distância (15 minutinhos). A área pertence a fábrica de cimento "Fancesa" e, além do parque (que é interessantíssimo, muito educativo, com réplicas de dinossauros, museu e muita informação), também tem o sítio paleontológico chamado "Cal Orcko", um dos mais importantes já descobertos. Trata-se de um paredão (cerca de 110 metros de altura x 1500 metros de comprimento, inclinado em 73º), em camadas, onde estão expostas 5055 pegadas individuais de dinossauros de, pelo menos, 8 espécies. Há 462 trilhas de caminhada contínuas. Dá pra ver o paredão desde o parque (uns 300 metros de distância), mas fizemos o tour guiado (ocorre apenas das 12 as 13hs - horário de almoço da empresa de cimento), caminhando ao longo da parede. Foi sensacional ficar ali ao lado das pegadas,,, vale muito a pena! Planejamos conhecer Maragua, um local creca de 25 km de Sucre, com trekkings, pegadas de dinos (uma das maiores pegadas de carnívoros do mundo pode ser vista aí) e pinturas rupestres, mas pela falta de tempo deixamos para uma outra oportunidade. De noite, tomamos um ônibus da empresa "6 de octubre" na rodoviária de Sucre em direção à Villazón (cidade na fronteira Bolívia/Argentina), uns 420 Km de distância. Estávamos um pouquinho preocupados porque, na noite do dia seguinte, tínhamos um voo de Jujuy para Buenos Aires, e depois para o Brasil. Tinha muito chão ainda até chegar em Jujuy. . Villazón/La Quiaca - Jujuy - Brasil - depois de uma longa, porém tranquila viagem (cerca de 9 horas), chegamos na gélida rodoviária de Villazón (3.450 metros de altitude e -8ºC de temperatura). De lá tomamos um taxi até a fronteira (2,6 km dali) onde havia uma pequena fila,,, mas andou rápido. Ninguém revistou nada! Pegamos as mochilas e fomos caminhando 1km até a rodoviária de La Quiaca (já na Argentina). Esperamos um pouco até que achamos um ônibus para Jujuy (260 km em cerca de 5 horas). Acabou que deu tudo certo, pois tínhamos toda a tarde em Jujuy até a hora de nosso voo as 21:40hs. Deixamos as malas no novo terminal de ônibus de Jujuy e fomos até o centro pro tempo passar. Aproveitamos para almoçar, tomar um café num shopping, caminhar um pouco pelas ruas próximas e o principal: comprar algumas garrafas de vinho no supermercado! Voltamos para o terminal e esperamos passar um ônibus que nos deixaria no aeroporto. O mais engraçado é que, depois de fazer o check-in do voo, ouvi nossos nomes sendo anunciados no aeroporto. Fomos até o balcão da empresa e, para nossa grata surpresa, o voo estava lotado e nos mudaram para a 1ª classe. Hahaha,,, tá certo que era um avião pequeno e a 1ª classe não era algo assim fantástico, mas minhas pernas agradeceram o espaço cômodo até Buenos Aires. De lá pegamos o ônibus da empresa Tienda León (que faz o transfer gratuito de quem compra passagens da aerolineas argentinas) e fomos do aeroparque até o aeroporto de Ezeiza. Tomamos mais um chá de cadeira (umas 4 horas) e embarcamos as 06:40hs da manhã pro Brasil. Foi uma viagem épica , que na verdade foram muitas viagens em uma. Focamos em lugares menos conhecidos como Waqrapukara, Suykutambo, Parque Torotoro, Chachapoyas e o norte do Peru. Mas também vivenciamos grandes cidades como Cusco, Lima, La Paz, Huaraz, Trujillo, Chiclayo, Puno, Sucre e Jujuy. E ainda as pequenas e únicas Purmamarca, Tilcara, San Pedro de Atacama, Huanchaco, Lamud, Leymebamba, Yauri e Torotoro. Visitamos museus, sítios arqueológicos dos mais variados, desertos, cidades de antigas civilizações, montanhas, geleiras, mar e neve, águas termais, geisers, lagos de cor turquesa e cachoeiras,,, andamos de avião, ônibus, bicicleta, teleférico, carro, tuc-tuc,,, caminhamos trocentos quilômetros (ainda vamos fazer esta conta) entre cidades e trekkings em lugares maravilhosos e repletos de história e aventura,,, fomos do mar até 5.050 metros,,, comemos comidas típicas e deliciosas (viva o Peru),,, dormimos cinco noites dentro de ônibus, uma num aeroporto, muitas em pequenos e simples hotéis e até mesmo uma num hospital. Conhecemos muitas pessoas legais de muitas nacionalidades (chilenos, bolivianos, peruanos, argentinos, brasileiros, espanhóis, ingleses, alemães, australianos, e muitos outros),,, sendo que algumas boas amizades tiveram início. Celebramos a amizade com Juan, Miroslávia e Nils, participamos da cerimônia da Pacha Mama em La Paz e em Waqrapukara e desfrutamos da hospitalidade do maluco do Ludwig em Cusco. Por fim, brincamos muito, como deve ser, deslizamos em escorregadores de Saqsaywaman e em La Paz, nos perdemos de bicicleta na Garganta del Diablo, nadamos em lagoas geladas e, principalmente, compartilhamos um com o outro, juntos, pequenos e grandes momentos que ficarão eternizados em nossos corações. Infindáveis pequenos fragmentos de coisas boas,,, de cumplicidade,,, de entender um ao outro. O maior tesouro da viagem foi estar na melhor companhia.
  6. EXPEDIÇÃO 4x4 - Curitiba a Uyuni e Atacama via Jujuy e Paso Sico (15 dias em Novembro de 2018) Após ir de São Paulo a Fortaleza via Jalapão e Lençóis (relato aqui), foi vez de se inspirar neste blog e se aventurar de Toyota Bandeirante rumo a Bolivia, Chile e Argentina. Principais pontos: Argentina: Jujuy (Tilcara, Purmamarca, Humahuaca) e Cafayate. Bolívia: Salar do Uyuni e Chiguana, Deserto de Siloli, Reserva Eduardo Avaroa, Lagunas, Geiser Sol de la Mañana. Chile: San Pedro de Atacama e atrações Duração: 15 dias e 6.854 km, 700 L de diesel Veículo: Toyota Bandeirante 4x4 jipe curto, ano 2001, motor diesel 14B com Turbo (K16) e intercooler, pneus AT 32", jumelos conforto, A/C e DH, guincho Equipamentos: Pá, macaco hi-lift, esteira de desatolagem, 45L diesel adicionais em galões, bomba encher pneus, extenso kit de ferramentas e peças sobressalentes Viajantes: Gustavo e seus pais Eli e Joel (idades: 33, 60 e 62 anos, respectivamente) Navegação: Aplicativo “maps.me” com mapas offline e bookmarks previamente marcados Hospedagem: pousadas via booking.com, porém estávamos preparados para dormir no carro e de fato o fizemos 1 noite Fronteiras: Dionísio Cerqueira-SC (BRA) - Bernardo de Irigoyen (ARG); La Quicaca(ARG) - Villazón(BOL); Hito Cajon (BOL-CHI); Paso Sico (CHI-ARG) Obs: Viagem para 4x4 apenas, e requer pneus resistentes devido ao terreno e pedras. Usamos bastante creme labial e hidratante, protetor solar, e quantidade absurda de ÁGUA. Parte A – Curitiba a Jujuy (2.128 km em dois dias) Dois dias de bastante estrada. Saímos cedo para cruzar o Paraná e pegar a fronteira de Dionísio Cerqueira-SC, que é menos movimentada que a de Foz, além de encurtar caminho para nós. Os procedimentos foram rápidos e feitos de dentro do carro. Carta Verde foi solicitada duas vezes no processo, acho que mudou uma regra e não rola mais fazer o seguro após cruzar para a Argentina. Após entrar, pediram para estacionarmos o carro e irmos fazer mais um trâmite em outro prédio, foi tranquilo. Saímos com carimbo em uns pequenos papéis (boletas) que depois nos pediram várias vezes em hotéis e fronteira. Já na Argentina, sacamos uns pesos em um caixa automático e avançamos até Posadas onde dormimos em um lugar excepcional chamado Irová Apart Hotel. Cruzamos o retão do Chaco em uma pegada de 1.200km que surpreendentemente não foi tediosa. Pelo contrário, achamos a paisagem agradável e o dia foi gostoso, acumulamos centenas de insetos no parabrisa e encontramos dois passarinhos atropelados: preso um na grade dianteira, e outro no guincho. Passamos por dezenas de barreiras policiais. Quase todas as vezes nos perguntavam origem e destino, e frequentemente nos paravam para pedir documentos e olhar o carro. Porém correu tudo bem. Vimos uma cobra grande morta na estrada, e outra viva que fez menção de “morder” nosso pneu. Vimos um tucano, muitas maritacas, e infinitos passarinhos. Estrada é ótima (com exceção de pequeno trecho no fim) e pouco movimentada. Dormimos em um apartamento em San Salvador de Jujuy, que é bastante urbana, desviando Salta pois nosso objetivo era avançar rumo a Bolívia. Parte B – Jujuy (ARG) e passagem para Bolívia Fomos a Purmamarca logo cedo. Além de simpaticíssima, a cidade é cercada por morros coloridos que propiciam vistas incríveis. Essa foto abaixo requer subir um mirante a pé por uns 20 minutos, valeu a pena. Há uma praça central com artesanato, e bastante fluxo de turistas. De lá fomos a Tilcara, onde almoçamos no centrinho na companhia de cães sarnentos e uma geladíssima cerveja – uma das poucas da viagem. Conhecemos as ruínas de Pucará de Tilcara que foram medianamente interessantes. Seguimos para Humahuaca, onde dormimos, e fomos conhecer a serra de Hornocal onde está o mirante das 14 cores. Esta estrada é bem íngreme e leva a 4.350m, nos propiciando os primeiros episódios de Soroche – mal da altitude. Nós sentimos basicamente perda de fôlego, que era facilmente resolvida com pausa + respiração profunda. A Toyota sobreaqueceu na subida da serra, exigindo que parássemos duas vezes. Na segunda parada, percebemos que o sistema de arrefecimento estava bem vazio e com pouco aditivo, o que assustou bastante pois havíamos completado o radiador com água pela manhã do mesmo dia. Na volta, o posto YPF tinha os aditivos (refrigerantes) que precisávamos para o radiador já que eu só carregava um litro no carro. Acordamos no dia 4 e encaramos 481km até a cidade de Uyuni, parando apenas na Duna Huancar (lagoa e duna interessante para visitar) e na fronteira em La Quiaca / Villazón onde a burocracia foi rápida, apesar da confusão com as diversas “janelinhas” onde deveríamos passar (inclusive acho que pulamos uma). Aqui tem o detalhe de pegar a declaração juradae tratar como um filho. Fizemos fotocópias dela e tiramos fotos de todos os celulares. Já saindo da imigração, um policial parou e ficou fazendo firula, aí pediu o equivalente a uns 20 reais por um carimbo... fui embora fingindo que nem escutei. Trocamos uns dólares e seguimos para a cidade de Uyuni, que é bastante seca e sem graça porém é o último lugar (semi-)civilizado pelos próximos 3 dias da viagem. Visitamos o cemitério de trens (sem graça) e ficamos em um baita hotel legal (Cristales Joyas de Sal) – nosso parceiro durante as crises noturnas de Soroche. Falando nisso, compramos uma garrafinha de oxigênio e umas pílulas aqui, que acabamos não usando. Enchemos o tanque naquele preço bacana para estrangeiros (8,8 versus 3,4 para locais) e ficamos prontos com 65+20+25 litros de diesel (isso é muito importante pois não há mais infra até San Pedro de Atacama, e maioria dos carros locais é a gasolina então precisa mesmo se garantir. Parte C – Salar do Uyuni e Chiguana Se ir pra Bolívia sem muito planejamento nem experiência já era uma baita cag*ada, partir para o Salar do Uyuni em um jipe antigo próprio, sem guia nenhum, levando os pais sexagenários para passar 3 dias isolados, sem infra e incomunicáveis era realmente o ápice da irresponsabilidade! Tínhamos lido na internet o suficiente para saber que muita coisa poderia dar errado. Os relatos de perrengues homéricos e fatalidades são abundantes. Mas bah, o dia clareou e adentramos no Salar sem pensr muito, só com o frio na barriga. A euforia foi grande ao ser engolido por aquela imensidão branca! Chegamos nos monumentos (Dakar, Bandeiras, Palácio de Sal) cedo e já quebramos a regrinha de 10 fotos por dia que queríamos tentar respeitar como máximo. O solo estava bastante rígido como uma highway, e o track do GPS coincidia com marcações de pneus pelo trajeto. Paramos pra tirar fotos e vimos apenas um ou dois carros no horizonte durante toda a manhã. Dirigimos uns 65km rumo a ilha de Incahuasi (cactos gigantes), com a curiosidade de que a pequena ilha já era visível desde uns 25 km antes como se estivéssemos chegando! Visitar a ilha foi bem bacana, tanto pela infraestrutura impecável como pelo visual show do Salar, das demais ilhas, e dos antigos cactos gigantes. Muitas agências turísticas somente vem até aqui e retornam a Uyuni, porém nós seguiríamos por mais duas noites sem muita clareza do caminho então pegamos logo “a estrada” com a Toyotona, desta vez rumo extremo sul do Salar do Uyuni. Ao avistar “terra firme”, sentimos grande alívio de que a tenebrosa e incerta fase da viagem estava prestes a ser vencida. Chegamos a dizer que o Salar não era tão macabro e que “dá pra vir de fusca tranquilamente”... mas é claro que mordemos a língua e os últimos 200 metros tinham atoleiros profundos que freavam a Toyota muito melhor que seu próprio freio e exigiram alguma perícia no 4x4 para sairmos ilesos do outro lado. Agora sim, em terreno firme, achamos uma sombrinha de pedra e cozinhamos um strogonoff pra comemorar! Próxima parada seria a noite para dormir no alojamento da Laguna Hedionda, para onde íamos seguindo um track do Wikiloc que passava por dentro um outro extenso Salar (de Chiguana), paralelamente a um trilho de trem. De fato, precisávamos cruzar o trilho mas ele estava em um morro muito alto, até que achamos um ponto onde os locais ajeitaram o morro para poder passar de carro. Cruzamos o trilho e voltamos pro track do Wikiloc, porém o terreno já não estava tão rígido e a Toyota ia dando o melhor de si de atoleiro em atoleiro, até que entramos em um trecho onde o sal simplesmente quebrava e dava lugar a um lodo super mole que foi freando, freando, freando até que freou completamente nossa pesada Bandeirante. Atolamos! Bom, nem deu tempo de lembrar daqueles relatos macabros de viajantes que passaram 3 dias atolados e isolados, morrendo de frio nas noites do deserto... pegamos a pá e começamos a tirar os toletes de barro que bloqueavam nossos diferenciais, jumelos, sapatas, etc. Coletamos uns pedaços rígidos de areia e fomos colocando junto aos pneus, além de pequenas tábuas que carregávamos conosco. Tudo parecia ok, “vamos tentar sair?” mas o jipe apenas patinava as 4 rodas de uma vez sem se mexer sequer 1 cm. Já passava das 17hs e logo cairia a gélida noite. Não havia a menor possibilidade de encontrar alguém por ali, e a cidade mais próxima estava a dezenas de quilômetros, então o jeito era continuar trabalhando sem dar menor atenção ao Soroche que provavelmente nos tentava assolar. Enquanto Seu Joel retirava meia tonelada de barro de baixo da Band, Dona Eli rodou o perímetro a pé e encontrou uma carcaça de pneu estourado que serviria para calçar uma das rodas traseiras. Na outra roda, usaríamos nossa esteira de desatolagem. Para levantar a traseira e desenterrar o diferencial, usamos o macaco Hi-lift. Baixamos o macaco e a situação parecia melhor: com as rodas traseiras agora apoiadas, havia menos coisas presas no barro. O terreno a frente já começava a ficar mais rígido, então bastava vencer uns 2 metros de atoleiro. Porém pouco conseguimos avançar, ainda patinavam as 4 rodas repletas de barro. Repetimos a operação. O pouco progresso, no entanto, já permitia andar um pouco de ré para pegar embalo, avançando uns centímetros a cada iteração. O incansável trabalho com a pá continuava abrindo espaço para o jipe se movimentar para frente, até que as 18 hs nós conseguimos sair do buraco! Gritei um milhão de palavrões e xinguei muito “Cochabamba” (não sei da onde me surgiu essa palavra na hora) pra comemorar. Decidimos voltar para o outro lado do trilho e seguir no caminho mais seguro (e longo) que levaria a uma cidadezinha chamada Avaroa, e de lá iríamos no dia seguinte para as Lagunas. Ainda dirigimos pela parte traiçoeira novamente no caminho de volta, quaaaase atolando. Já que não dava mais pra chegar no alojamento em prazo razoável, pesquisei no maps.me e vi 4 hotéis perto de Alvaroa com boa avaliação. Chegamos lá as 19h15 e encontramos uma baita placa de "ADUANA": a bendita cidade com 4 hotéis ficava no Chile, aquilo era - inesperadamente - uma fronteira! Estávamos em um vilarejo Boliviano que basicamente só tinha os containers da imigração e aduana, mais nada. Era desolador pensar em passar a noite ali, resolvemos tentar a todo custo atravessar a fronteira apenas para dormir bem do outro lado e voltar na manhã seguinte. Bati no container e um oficial boliviano me confirmou que já estava tudo fechado. Chorei um pouco alegando que não tinha onde dormir, que ia fazer muito frio a noite, e que eu sabia que do outro lado haveria hotéis, e o oficial simpaticamente fez uma exceção e nos recebeu. Após cancelar nossa declaração juradae cancelar os papéis que ganhamos na fronteira de La Quiaca, ele carimbou os passaportes saindo da Bolivia e mandou seguir. Sucesso!! Quer dizer, mais ou menos. Andamos 3 km e nos deparamos com a imigração Chilena fechada. Bem fechada, aliás, pois lá já eram 20h30 no horário deles. Encontrei um moço da Interpol e outro chileno que disseram que não havia a menor possibilidade de entrarmos na cidade para dormir e que seríamos presos imediatamente se não retornássemos. Ou seja, ficamos largados entre os dois países em um verdadeiro limbo, no meio de uma noite que já estava esfriando muito rápido. Me arrependi profundamente de ter tentando cruzar para o Chile, pois agora estava sem declaração juradae ia ter que me explicar mil vezes pra conseguir retornar oficialmente para a Bolívia no outro dia, sendo que poderia simplesmente ter estacionado em qualquer lugar e dormido sem nada dessa loucura. Como não tinha nada a perder, voltei para os containers bolivianos tentar fazer imigração novamente no meio da noite. Me informaram que eu só ia poder voltar pra Bolívia depois de entrar no Chile, pois já tinha dado baixa da Bolívia. Só que no dia seguinte já não me adiantava nada entrar no Chile, pois o caminho continuava pela Bolívia. Sei lá qual foi o chororô que funcionou, mas o pessoal começou gentilmente a me ajudar... refizeram a declaração juradapra eu entrar de novo, mas só iam me dar quando eu apresentasse carimbo de entrada no passaporte. Isso era no outro container onde ninguém me atendia. Já estava muito frio e tarde, e algum dos caras da aduana foi gentil ao ponto de ir buscar o oficial de imigração no alojamento dele no meio da noite e convencer ele a fazer nossa papelada. Esse cara apareceu fora de controle querendo me matar, batendo na mesa e gritando loucamente comigo... mas acalmaram ele, – como num passe de mágica – desfizemos toda a cagada e voltamos a estaca zero! Eram umas 21hs quando voltei pro lado Boliviano, parei o carro atrás de uma mureta (pra parcialmente abrigar dos fortes ventos), e dormimos o três dentro da Toyota como se fosse o melhor hotel do mundo – e, naquela situação, era!!! Parte D – Lagunas, Deserto de Siloli, Reserva Andina Eduardo Avaroa Acordamos enrolados em todas nossas roupas, saco de dormir e cobertor de emergência. Temperatura era negativa, mas por alguma razão nós dávamos muita risada e fazíamos piada da situação. Bora seguir caminho, pois este dia era talvez o mais lindo da viagem: primeiro, as lindíssimas Lagunas Cañapa, Hedionda, Chiar Kkota, Honda. Então cruzar o deserto de Siloli por um trajeto espetacular, seguindo uns fios de água (as vezes congelados) com vistas de tirar o fôlego (ou seriam os 4.950 metros que atingimos nesse dia?), e chegar na esplêndida Laguna Colorada. Na Colorada, fizemos nosso almoço com uma vista indescritível e nos ajeitamos no pobríssimo alojamento. Para o banho, tínhamos que ficar pelados primeiro, aí gritar “listoooooo”para que o antipático senhor abrisse a água. Só o cup noodlesque cozinhamos no fogareiro salvou do frio que senti depois do banho gelado que o véio me concedeu!! Dia seguinte acordamos sem pressa e fomos conhecer os Geiser Sol de la Mañana, uma cena realmente de outro planeta: Toda água mineral que levamos para os 3 dias fora da civilização tinham acabado e estávamos usando pastilhas de Clorin para purificar o que íamos beber. Na rota para San Pedro de Atacama, ainda tomamos banho em piscina termal (Thermes de Polques) na laguna Chilviri e passamos pelas belas lagunas Blanca e Verde. Chegando a fronteira com o Chile, nova supresa: “a aduana boliviana foi embora naquela Hilux senhor, eles não voltam mais hoje. Você precisará ir a Pachaca a 70km (ou 170, não lembro) fazer documentação de saída do seu veículo então retornar aqui”. Esse foi o anti-climax total.. eram 13hs, já tínhamos usado nosso galão reserva de 25L, e aquelas estradas péssimas iam comer horas e horas. Decidimos ignorar o conselho e seguir para o próximo checkpoint boliviano, onde encontramos um casebre de imigração fechado para almoço. Como mágica, seu Joel enfiou a cara numa janela e viu alguém lá dentro que, muito gentilmente, nos atendeu e carimbou os passaportes. Partimos sem o processo aduaneiro, agora em rodovia extremamente bem asfaltada e sinalizada assim que o território virou chileno. No Chile, fomos tratados com muito profissionalismo nos procedimentos e verificaram bem o conteúdo das nossas bagagens (por segurança alimentar/agrícola). Pegamos então a descida incrível que vai do Hito Cajon até San Pedro do Atacama. Parte E – San Pedro de Atacama, Paso Sico, Cafayate-ARG Foi muito bom chegar em San Pedro do Atacama e comer uma boa refeição, tomar um bom banho, dormir em uma boa cama. Passamos 4 dias excelentes em SPA fazendo os passeios tradicionais que nem vou detalhar pois são bem documentados no site, mas reforço que gostamos muito das Lagunas Escondidas de Baltinache e achamos caríssimo o Geiser del Tatio (15000 pesos por pessoa). Por sina, preços no Atacama foram bem maiores que no restante da viagem. Nosso retorno para Argentina foi pelo Paso Sico onde as paisagens são absolutamente incríveis! No caminho, estão as lagunas Miñique e Miscanti, de tirar o fôlego. O trâmite aduaneiro costumava ser feito em SPA antes de pegar estrada, porém informaram que agora se faz tudo no próprio Paso Sico. Aduana integrada (CHI/ARG) onde fomos bem tratados. Falaram que só passam uns 4 carros por dia ali. Estrada no lado argentino estava muito pior porém igualmente linda e interessante. Chegamos em San Antonio de los Cobres para dormir (cidade de pior custo benefício da viagem), e no dia seguinte pegamos a Ruta 40 rumo a Cafayate para passar uns dias de qualidade relaxando por lá. A Ruta 40 neste trecho é inteirinha de costelas de vaca e despenhadeiros. Paisagens surpreendentes que nos faziam parar fotografar de 10 em 10 minutos, mas ao final do dia os 380km de costela de vaca já tinham acabado com nosso humor (e quebrado um amortecedor dianteiro). Demos carona para 3 locais no pouco espaço que tínhamos, foi divertido! Fizemos uma feijoada Vapsa em uma sombra de árvore, vimos senhoras locais pastoreando ovelhas, chegamos a maior altitude da viagem (4.992m) e começamos a ver paisagens verdes após muito tempo de secura. Por fim, chegamos em Cafayate que foi um oásis de conforto perfeito por duas noites para concluir esta aventura. Preços excelente de acomodação e alimentação, pratos deliciosos, vinícolas abundantes, e um estilo muito charmoso. . Visitamos a quebrada e ainda pegamos uma bela cena por cima das nuvens no caminho para Tafi del Vale. Fizemos a volta em três pernas: Cafayate – Resistência – Pato Branco – Curitiba. Fechamento Não tivemos nenhum problema de saúde nem mecânico, embora as condições do ambiente e da estrada sejam extremas, e por isso muito gratos. Mais fotos no instagram @botija4x4. Agradeço aos viajantes que deixam relatos inspiradores, em particular ao toyoteiro Guilherme Adolf cujas histórias foram o embrião dessas nossas expedições. Resumo dia-a-dia Origem Destino Kms Dia 1 Curitiba Posadas 923 Dia 2 Posadas San Salvador de Jujuy 1205 Dia 3 San Salvador de Jujuy Humahuaca 195 Dia 4 Humahuaca Uyuni 481 Dia 5 Uyuni Avaroa (não há alojamento) 272 Dia 6 Avaroa Laguna Colorada 165 Dia 7 Laguna Colorada San Pedro de Atacama 166 Dia 8 San Pedro de Atacama SPA 146 Dia 9 SPA SPA 212 Dia 10 SPA Santo Antônio de lós Cobres 381 Dia 11 Santo Antônio de lós Cobres Cafayate 312 Dia 12 Cafayate Cafayate 130 Dia 13 Cafayate Resistência 991 Dia 14 Resistência Pato Branco-PR 801 Dia 15 Pato Branco-PR Curitiba 475 Total 6854
  7. Olá, pessoal! Alguém que tenha ido para Jujuy partindo de Foz do Iguaçu de ônibus pode me informar a viabilidade do Seguinte roteiro? 19/06 - 23h (Véspera de Corpus Christi) ✈️Chegada a Foz do Iguaçu para dormir; 20/06 - Cataratas Brasil; 21/06 - Cataratas Argentina; 22/06 - Parque das Aves e outro passeio não definido; 23/06 - partindo de CDE para Encarnación (Ruínas San Ignacio); 24/06 - Encarnación x Asunción (aproveitar o entardecer; 25/06 - Asunción; 26/06 - Rumo à fronteira da Argentina e depois Corrientes. 15h 🚍; 27/06 - Corrientes x Jujuy 🚆; 28/06 - Jujuy x Tilcara, curtir o vilarejo; 29/06 - passeio para Salina Grande; 30/06 - Passeio para Montanha de Siete Colores; 01/07 - Passeio para Quebrada; 02/07 - passeio para Salta; 03/07 - Saída cedo para Puerto Iguazu 30h de Viagem 🚌 04/07 - Retorno para Foz do Iguaçu e partida para o Rio ✈️ Sei que não é o suficiente e que faltaria muitas coisas, mas gostaria de saber se o essencial já atende. Foto para chamar a atenção e interessados 😂😂😂
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