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Bolívia + Chile + Peru (26 dias - abril/2015) TUDO por 1.600 dólares!


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  • Colaboradores

Capítulo 16: O Vale Sagrado dos Incas.

 

15/04/15

 

No capítulo de hoje, falaremos sobre o passeio do Valle Sagrado de los Incas, e também sobre uma pequena escolha minha que acabou trazendo consequências marcantes nessa viagem.

 

Acordamos cedo (ó, que novidade) e tomamos o desayuno (falar “desayuno” é mais legal que "café da manhã" rs) no próprio hostel. Aquela coisa de sempre: “pão de chola”, mantequilla, geleia e café solúvel. No Pariwana, há a opção de comprar coisas extras pro café da manhã, e eu estava de olho numa bela salada de frutas que tinha lá, mas acabei desistindo.

 

O mini ônibus passaria para nos pegar às 8h, então deu tempo de deixar uns 2 quilos de roupas na lavanderia (3 soles/kg). No horário marcado, duas mulheres vieram nos pegar. Na verdade, fomos andando com elas até onde o ônibus estava. Pegamos nossos lugares e a partir daí o motorista ficou dando milhares de voltas na praça e parando no mesmo lugar pra pegar mais pessoas. Depois fomos saber que não podia estacionar ali, então ele tinha que ficar rodando e parando apenas para que o pessoal entrasse até que todos já tivessem chegado.

 

Nossa primeira parada seria a cidade de Pisaq. Antes da cidade propriamente dita, paramos numa pequena feirinha de artesanato (bem simpática, mas pequena). Logo em seguida, paramos para apreciar a vista do vale que deu origem ao nome da região.

 

22535900910_519f7db6fe_k.jpg01_Valle_Sagrado by Rodrigo Alcure, no Flickr

Feirinha de artesanatos.

 

22102664493_6ef80d95da_k.jpg03_Valle_Sagrado by Rodrigo Alcure, no Flickr

El Valle Sagrado.

 

Aqui cabe uma observação. No nosso passeio ao Salar de Tara, no Atacama, conhecemos um grupo de brasileiros que já tinha passado por Cusco e nos alertado do que aconteceria aqui. Os guias poderão te falar que essa feirinha é a tal “Feira de Pisaq”, mas na verdade não é. Eles param ali com você por quase uma hora, depois te levam pra Pisaq, onde, de fato, há a feira, mas não te levam nela, e sim numa fábrica de prata, e dão apenas 15 minutos para isso.

 

Enfim, voltando ao passeio, demos uma olhada nos artesanatos daquela feirinha. Não quis comprar nada, a não ser uma foto com uma Lhama simpática (ou entediada) que tinha por lá (2 soles).

 

22102674843_312ad8a3fc_k.jpg02_Valle_Sagrado by Rodrigo Alcure, no Flickr

Sorria, lhaminha.

 

Seguimos rumo à cidade de Pisaq, propriamente dita, e paramos em frente à tal fábrica de prata. Eu não tinha o menor interesse em conhecer essa fábrica, tava na cara que era o típico momento pega-turísta-compre-minha-prata, mas quem tiver interesse, nada contra.

 

Ao invés de entrarmos com o grupo, saímos de fininho e fomos atrás da tal feira de Pisaq (só tínhamos 15 minutos e o motorista realmente deixa pra trás aqueles que se atrasam). Logo na primeira virada, achamos a tal feira. Dizem que ela só acontece nas terças, quintas e domingos, e nós estávamos ali numa quarta, então não sei se ela é a feirinha de Pisaq de fato ou se apenas uma versão mais “light” dela. Só sei que era bem maior do que a que tínhamos parado anteriormente. Os próprios locais nos informaram que ela seguia por muitas ruas, mas não tínhamos tempo pra isso. Demos uma olhada rápida e voltamos pro ônibus.

 

22734982361_14c89791dd_k.jpg04_Valle_Sagrado_Pisaq by Rodrigo Alcure, no Flickr

Feira de Artesanato de Pisaq - a legítima, recuse imitações rs.

 

Quem opta pagar mais caro por tours privados aproveita melhor os lugares, sem dúvidas. Essa é a parte chata de passeios econômicos com agências, estamos sempre submetidos ao roteiro deles.

 

Depois disso, seguimos para o sítio arqueológico de Pisaq. Eu não vou ficar aqui contando a história desses lugares porque acho que vocês devem ter essa experiência por conta própria, senão perde toda a graça. Mas adianto que essas visitas (ruínas de Pisaq e Ollantaytambo) levam cerca de 1 hora a 1 hora e meia, o guia vai explicando tudo pelo caminho e depois nos dá um tempo para explorarmos o local por conta própria.

 

22535854370_fee7223e34_k.jpg05_Valle_Sagrado_Pisaq by Rodrigo Alcure, no Flickr

Sítio Arqueológico de Pisaq.

 

22102630203_8e84925d7f_k.jpg06_Valle_Sagrado_Pisaq by Rodrigo Alcure, no Flickr

Sítio Arqueológico de Pisaq.

 

22734949251_439341661a_k.jpg07_Valle_Sagrado_Pisaq by Rodrigo Alcure, no Flickr

Sítio Arqueológico de Pisaq.

 

22710179232_86f32c88bd_k.jpg08_Valle_Sagrado_Pisaq by Rodrigo Alcure, no Flickr

Sítio Arqueológico de Pisaq.

 

A próxima parada foi o povoado de Urubanda, onde teríamos nosso almoço. O guia nos dividiu em grupos que ele lia numa lista, e cada grupo ficaria em um restaurante diferente. Disse ele que foi porque cada grupo tinha fechado o passeio numa agência diferente, mas eu achei que era uma forma de auxiliar todo o comércio local de forma mais igualitária, distribuindo os turistas. Nada mais justo.

 

Pagamos 25 soles pelo buffet (comida à vontade) mais 6 soles por um refrigerante. Identificamos uns brasileiros no grupo conosco porque a primeira coisa que ouvimos quando entramos no restaurante foi um “MEU DEUS, TEM FEIJÃO! FEIJÃO!!!”. Compartilhei da emoção e logo fiz contato. A saudade do feijão é capaz de criar novos laços de amizade hahaha. Não era óóóóó que feijão carioquinha maravilhoso da minha mãe, mas cara, sério, era feijão, eu tava com muita saudade de feijão.

 

Depois da comilança, seguimos viagem para o povoado de Ollantaytambo. Chegando lá, nosso guia nos explicou como seria a visita. Ele nos acompanharia pelas ruínas fazendo as devidas explicações, como de costume. Uma coisa bem organizada. Depois, nos daria a outra metade do tempo para explorarmos o local. Antes mesmo de descermos ele disse que aqueles que continuariam viagem para Chinchero deveriam retornar ao ônibus na hora marcada. Já aqueles que ficariam em Ollantaytambo para embarcar no trem rumo a Aguas Calientes deveriam ficar atentos ao seu horário de embarque e se dirigirem rumo à estação depois de conhecer as ruínas.

 

22710168692_ddaa611975_k.jpg09_Valle_Sagrado_Ollantaytambo by Rodrigo Alcure, no Flickr

Sítio Arqueológico de Ollantaytambo.

 

22734909941_9ccad1f81a_k.jpg10_Valle_Sagrado_Ollantaytambo by Rodrigo Alcure, no Flickr

Sítio Arqueológico de Ollantaytambo.

 

22723708815_4232fda87f_k.jpg11_Valle_Sagrado_Ollantaytambo by Rodrigo Alcure, no Flickr

Sítio Arqueológico de Ollantaytambo.

 

22734885651_7ef9254fbd_k.jpg12_Valle_Sagrado_Ollantaytambo by Rodrigo Alcure, no Flickr

Sítio Arqueológico de Ollantaytambo.

 

22710121442_04a8a51981_k.jpg13_Valle_Sagrado_Ollantaytambo by Rodrigo Alcure, no Flickr

Povoado de Ollantaytambo (com direito a arco-íris).

 

Seguimos para Chinchero, já anoitecendo. Lá a principal atração foi conhecer um grupo de mulheres quéchua que nos ensinou todo o processo de extração, limpeza e pintura das lãs das alpacas, vicuñas, etc. Tudo natural: sabonete, tintura, TUDO. Foi realmente muito interessante de ver. A menininha (adolescente) que dava as instruções era muito simpática e cheia de piadinhas prontas hehe. Depois, o nosso guia falou da realidade do turismo peruano, de como toda a renda ia pra Lima ou para os hotéis estrangeiros que dominavam o país, e que os locais sofriam para conseguir tirar algum sustento daquilo tudo.

 

Se foi um momento pega-turista, eu não sei (acredito que não tenha sido), mas foi bem marcante. Afinal, aquelas mulheres ali eram as verdadeiras descendentes dos quéchuas que ergueram Machu Picchu, e valorizar sua arte, trabalhosa e centenária, não era jogar dinheiro nenhum fora - muito pelo contrário, era contribuir com o turismo responsável, verdadeiro e sustentável.

 

Comprei uma cachecol de alpaca para minha mãe (20 soles) e, quando todos já tínhamos saído, voltei lá com mais 10 soles em moedas e pedi apenas uma foto com todas, que me atenderam prontamente. Foi bem legal!

 

22734863681_640d7a54a6_k.jpg14_Valle_Sagrado_Chinchero by Rodrigo Alcure, no Flickr

Mulheres Quéchuas em Chinchero.

 

22710101592_372c58c4ea_k.jpg15_Valle_Sagrado_Chinchero by Rodrigo Alcure, no Flickr

Mulheres Quéchuas em Chinchero.

 

22710085662_5130fdac69_k.jpg16_Valle_Sagrado_Chinchero by Rodrigo Alcure, no Flickr

Mulheres Quéchuas em Chinchero.

 

Já estava bem frio nessa hora, até porque Chinchero fica numa parte bem elevada. Nosso retorno a Cusco, tirando o trânsito na entrada da cidade, foi tranquilo. Chegamos por volta das 19h.

 

Decidimos parar em algum lugar pra jantar e voltar logo para o hostel. Afinal, o dia seguinte seria o grande dia, o dia de partir rumo a uma das sete maravilhas do mundo moderno: Machu Picchu. ::otemo::

 

Entramos numa dessas mil lanchonetes que vendiam o de sempre: pollo (frango) con papas (batatas) (13 soles com refrigerante). O cheiro já me enjoou na entrada, aquele ar gorduroso. Mas estávamos cansados e acabei concordando em comer aquilo mesmo.

 

Começamos a comer e até que estava gostosinho, mas nada demais. Já no final, eu tomei uma decisão, numa fração de segundo. Decidi comer um pouquinho de um molho que estava ali em cima da mesa, e que todos ao redor estavam comendo com tanto vigor. "Deve ser muito gostoso", pensei.

 

Sabe aqueles momentos na vida que alteram o rumo dos acontecimentos? Pois é, esse foi um deles. Aquele pollo con papas, depois de tantos outros na viagem. Aquele molho, depois de tantos outros na viagem. Aquele momento final, no último pedaço.

 

No próximo capítulo, contarei sobre como nossa ida de 7 horas numa van por estradas sinuosas rumo a Machupicchu Pueblo (Aguas Calientes) se transformou na pior, mais traumatizante e aterrorizante viagem da minha vida kkkkkk.

 

Ô, sofrência! ::xiu::

 

SALDO DO DIA:

s/2 foto com Lhama

s/25 buffet almoço

s/6 refrigerante

s/13 pollo, papas e refrigerante.

TOTAL: s/46 (US$ 14)

 

Próximo capítulo: O lindo – e traumatizante – caminho até Aguas Calientes.

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  • Colaboradores

Imagino o estrago do molho, rsrs ::ahhhh::

 

Realmente tem esse lado ruim dos passeios das agências, ficamos as vezes mais tempo nas feirinhas do que nas atrações. Lembro que ficamos mais de uma hora nessa feira perto de Pisac e quase duas horas pro almoço em Urubamba e nas ruinas de ollantaytambo, ficamos apenas 15 min ::bad:::?:(

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  • Colaboradores
Cara muito bom o relato parabéns, trip show, vou adicionar como um dos possíveis próximos roteiros.

Abraços. ::otemo::

 

Valeu, cara. Pode adicionar sem erro, vai se amarrar! :D

 

 

Muito bom!!!

 

Acompanhando, e adorando! Fiquei das 10:00 da manhã até agora lendo tudo.

 

É um dos melhores relatos que já li, da até pra publicar um livro. Parabéns!!! ::otemo::::otemo::::otemo::

 

Rapaz, isso que é elogio, ein?! hahaha Valeu mesmo.

 

 

Após ler tudo até aqui só tenho uma palavra pra dizer: magnífico. Na espera dos próximos capítulos.

 

Obrigado mesmo. Tô tentando acelerar ao máximo, mas nem sempre é possível rs.

 

 

Imagino o estrago do molho, rsrs ::ahhhh::

 

Realmente tem esse lado ruim dos passeios das agências, ficamos as vezes mais tempo nas feirinhas do que nas atrações. Lembro que ficamos mais de uma hora nessa feira perto de Pisac e quase duas horas pro almoço em Urubamba e nas ruinas de ollantaytambo, ficamos apenas 15 min ::bad:::?:(

 

Putz, 15 minutos é foda hein?! Dá pra fazer nada com esse tempo, nem pra subir direito. :/

 

Nem me fala desse molho... só de lembrar. ::xiu::

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