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Olá a todos amigos Mochileiros!

 

Como prometido ao nosso novo e bom amigo Peter Tosh, segue relato de nossa nova aventura ao cume da Pedra da Mina.

 

Relato também em filme no youtube para os interessados:

 

TRIO COM DOIS SEXAGENÁRIOS NO CUME DA PEDRA DA MINA VIA PAIOLINHO

 

RELATO:

 

Como já sobejamente divulgado, a trilha do Paiolinho para a Pedra da Mina, é muito exigente, portanto requer preparo físico e psíquico em boa quantidade. O aspecto psíquico é tão importante quanto o físico, pois para se ter sucesso na empreitada é imprescindível ter consciência de que está mesmo determinado a lançar-se a um grande desafio de resistência física e emocional, haja vista as condições naturais da trilha, com obstáculos difíceis de serem transpostos, que associados ao grau de declividade oferecem muitas resistências à caminhada. As restrições impostas pela idade, como baixa velocidade e necessidade de períodos mais longos de descanso, requerem sobretudo um bom planejamento. Fizemos a trilha com sucesso, obedecendo a seguinte sequência planejada: 1) - Escolhemos 3 dias do período compreendido entre 15 de julho e 15 de agosto (período que nos pareceu promissor de tempo firme, sem chuva) e ficamos acompanhando a previsão meteorológica para os dias desse período, até que a sequência dos dias 29, 30, 31 de julho e 1º de agosto estavam dentro da previsão da Freemeteo, como dias ótimos, para nós, sem chuva. 2) – Preparamos individualmente uma mochila cargueira que pesou em média, 15 kgf, inclusos 4l d’água. 3) – Sempre iniciamos a caminhada, descansados e bem pela manhã. 4) – Nosso objetivo, sem alternativa era o topo da Pedra da Mina. Assim, no dia 29/07/2015 pernoitamos em Passa Quatro, na pousada Ponto 4 (boa pousada – tel.: (35) 3371 3007. No dia 30/07/2015, chegamos às 7h30min no início da trilha, P1(513.613m E – 7.523.742m N) na “Fazenda Serra Fina”. Deixamos o carro, pagamos a importância de R$ 20,00 para a Dona Maria, assinamos o livro de presença apresentado por ela e iniciamos a caminhada: eu João e o amigo Facco, sessentões e meu filho Gustavo na faixa ainda dos vinte. Já eram 07h40min e começamos a caminhar sem transportar água. Cada mochila tinha 2 garrafas pet de 2l vazias, pois até o acampamento base +/- 5 km se tem 3 travessias de água. Alcançamos a 1ª às 8h20min, ignoramos, pois em seguida já se tem a 2º P2(514.818m E – 7.523.318m N) – aqui é bom pegar um pouco d’água, pegamos pouco mais de 0,5l cada um. O acampamento base ainda está bem longe e a trilha até lá, já apresenta algumas exigências. Ás 11h40min, chegamos ao acampamento base P3(515.755m E – 7.521.920m N), onde nos alimentamos bem, descansamos bastante, abastecemos as garrafas com água, pois este é o último ponto de água e demos início às 15h10min à subida do “Deus me livre” é uma tarefa dura de se realizar, pois a trilha é muito agressiva, mas é o que há de bem razoável a ser feito, pernoitar no fim dessa subida, que tem +/- 01km e um desnível de 400m. Chegamos ao topo desse morro, às 18h20min, já no crepúsculo, frio de 3 graus, cansadíssimos, mas com um bom atenuante, tínhamos a noite inteira para descansar. Encontramos um bom espaço para armar nossas barracas (2) P4(515566 m E – 7521159 m N), apesar de ser topo de morro, há uma certa proteção do vento, oferecida pelo capim amarelo, ali abundante. Se julgar mais conveniente uma proteção maior, caminhando um pouco mais se encontra outros espaços fora do topo. Ressaltamos que no percurso do “Deus me livre”, não há um único espaço adequado para se armar barraca. Após as barracas armadas, fizemos uma refeição quente, apreciamos um indescritível luar, noite de lua cheia e por cima, lua azul, acontecimento raro. Nos recolhemos para o conforto das barracas e sacos de dormir e a noite transcorreu gelada, com o termômetro digital registrando a mínima de 0,5 graus. Deste ponto à Pedra da Mina, ainda faltam .....km. Pela manhã, dia 31/07/2015, não obstante o frio intenso, fomos comtemplados com um belíssimo nascer do sol, saboreamos um bom café quente, pegamos apenas 2l d’água cada um de nós e lanches para retomarmos a caminhada rumo à Pedra da Mina. Começamos a caminhar às 07h30min, num percurso composto de 7 cocurutos, incluso o famigerado morro conhecido como “Misericórdia” – é uma encosta que faz jus ao nome – meu Deus do Céu. Vencida essa encosta, se tem uma grande recompensa, o vale do Ruah se apresenta com suas formações de cursos d’água, ficando a Pedra da Mina, nesse trecho, à margem esquerda do curso d’água principal. Nesse trecho os cursos d’água são secos, apenas drenagens de águas pluviais. Seguindo a trilha, sempre atento aos totens que indicam seu local, começa uma longa descida até a base da Pedra da Mina, onde se encontram bons espaços para se armar barracas P5(515951 m E – 7520354 m N). Fizemos uma pausa para descanso e contemplação do vale que nesse local dá para se observar as formações de 2 bacias hidrográficas, uma em São Paulo (rio Claro) outra em Minas Gerais (rio Verde). Após, esse razoável descanso, iniciamos o ataque ao cume. Tarefa exaustiva, em meio a um sol calcinante e um vento gelado. Após +/- 45min chegamos nós ao destino estabelecido, às 11h20min. Grande alegria em sentir que nossos esforços foram compensados além do que esperávamos. É muito gratificante e indescritível a sensação de se estar no centro de uma imensa circunferência que dali se avista como horizonte. É um visual único, uma vista de volta completa impossível de ser registrada com instrumentos. Bom! Feitas as devidas contemplações, registradas as presenças no livro de cume (caderno guardado com canetas em uma caixinha feita com chapa de inox), tomadas fotográficas, gravação de vídeo etc., retomamos a caminhada de volta, às 12h40min. Reiniciamos a caminhada de volta com uma expectativa mais animadora devido a velocidade de deslocamento ser bem maior. E às 15h30min, chegamos ao local em que ficaram nossas barracas. Cansados, já no prenúncio do crepúsculo, mas com a confortável expectativa de se poder descansar a noite toda. Fizemos um lanche reforçado, ficamos observando o adejar da imensa lua cheia e por fim nos recolhemos, para aguardar o transcorrer de mais uma noite gelada. Acordamos na manhã do dia 1º de agosto de 2015, com as barracas salpicadas de gelo e um sol grandioso rasgando a neblina a nos aquecer. Tomamos um café bem quente, alçamos às mochilas às costas e pernas pra que te queremos encosta abaixo. Encontramos vários montanhistas à caminho da Pedra e às 10h20min, chegamos ao acampamento base. Ali estavam várias pessoas com a pretensão de chegar à Pedra da Mina. Umas alegres dispostas e outras tristonhas e desacorçoadas. Fizemos um descanso e retomamos a trilha até a Fazenda Serra Fina, onde estava nosso carro. Chegamos lá às 13h45min, cansados mas muito satisfeitos pelo êxito alcançado na atrevida aventura que a despeito de nossa idade encaramos com naturalidade.

 

Espero que tenham gostado!

 

Um grande abraço e até o próximo relato!

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  • 2 semanas depois...
  • 1 mês depois...
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Parabéns pela investida...Essa trilha não é para qualquer um mesmo. Subi ela 2 vezes e nas 2 vezes, levei 6 horas para ir e 4 horas para voltar. Mas fui de uma vez só, subindo no sabado e descendo no domingo, acampando no cume. A subida do Deus que me livre e da misericórdia são os maiores desafios, afinal, se vence um desnível absurdo de 1.300 metros em poucas horas.... ::mmm:

 

O ideal é começar a subida ainda no escuro, se possivel, para evitar o sol do meio dia nos trechos mais puxados da subida.

 

Depois só passei pela Pedra da Mina pela travessia da Serra fina (vindo da toca do lobo) ::mmm:

 

Escrevi um relato bem detalhado com fotos sobre como foi minha experiência.....a quem quiser ler, es o link:

 

pico-pedra-da-mina-2-797metros-de-altitude-t86409.html#p877334

 

Abs

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  • 1 ano depois...

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