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  1. Oi, gente! Tudo bem? Perdi minha senha de uns dois perfis e criei um novo (espero não perder mais!!!) para trazer meu relato! kkkkk Esse é meu relato de viagem de 15 dias na Bolívia e Chile, que fiz sozinha agora em outubro de 2025! Li muuuuitos relatos aqui no Mochileiros mas senti falta de encontrar algumas informações com valores atualizados, então eu espero que meu relato seja útil para alguém ou alguéns! 🙂 Vou tentar ser direta para falar mais de trajetos e valores. Já adianto que fiz uma viagem confortável, não foi nem cara nem super econômica. Então é possível gastar menos do que eu e também é possível gastar muito mais, depende do que você busca. Nessa primeira parte vou falar só da Bolívia e nos próximos dias trago o relato do Chile. Meu trajeto completo foi: La Paz (3 dias) - Uyuni (passeio do Salar de 3 dias) - San Pedro de Atacama (7 dias) - Santiago (4 dias) Conversão que eu peguei: R$ 1,00 = 2,20 bolivianos R$ 1,00 = 176 pesos chilenos Considerem que esses valores mudam bastante, eu vi que o câmbio mudou inclusive durante minha viagem! Eu usei muito mais moeda física mesmo, mas especialmente no Chile era bem tranquilo usar Wise. 10/10 (dia 1): chegada em La Paz Cheguei em La Paz no começo da noite. Saí do aeroporto de minibus, que é uma van que faz os trajetos de linha de ônibus. Pra mim que nasci nos anos 90 em São Paulo, é tipo uma lotação kkkkk mas vai todo mundo sentado. Custa 5bs e tem várias saindo do aeroporto, é bem tranquilo. Todas que saem do aeroporto são da mesma linha e vão para o centro, que era onde eu precisava chegar. Fiquei hospedada na Posada de La Abuela Obdulila, no centro histórico. Peguei a recomendação em algum relato (ou vários?) aqui e também recomendo muito! Paguei 180 bs por noite, para um quarto com banheiro privativo. Eu chorei um pouco no valor pois originalmente eram 200 bs para um quarto de casal, e como eu estava sozinha, pedi um desconto. Esse valor inclui um café da manhã bem servido, com pão, frutas, frios, geleia, iogurte, suco, leite e aveias. Você pode complementar o café da manhã com ovos por 6 bs. Eu fiz minha reserva diretamente com a pousada com 2 meses de antecedência e indico que façam o mesmo, sem deixar para muito em cima pois ela estava sempre lotada. Vou deixar o contato deles: +591 78832848 Saguão da pousada 🙂 Na chegada, troquei um pouco de dinheiro no aeroporto só para ter para o transporte e janta. Vi duas casas de câmbio lá com valores bem diferentes (uma a 1,5 e outra a 2,1) e depois andando pelo centro histórico foi até difícil achar um câmbio melhor que 1,9. Vou falar mais disso depois. Nessa noite jantei em um restaurante oriental que encontrei próximo à pousada, ali no centro histórico mesmo. Paguei 42 bs num ramen e suco. PS: eu não tenho problema com altitude, então passei bem. só é mesmo cansativo subir ladeiras - que tem muitas! kkk. mas para quem tem problema (ou medo de ter, se for a primeira vez), é legal prever uns dois dias para se aclimatar porque La Paz é muito alta. 11/10 (dia 2): La Paz Consegui fazer o câmbio a 2,20 negociando, pois no aeroporto estava melhor que em vários cambistas do centro. Percebi que os melhores lugares para fazer câmbio são perto da Igreja San Francisco, se atravessar a avenida sentido onde ficam os museus também tem alguns cambistas e lá eles fazem um valor melhor do que no miolo do centro (únicos que vi fazendo a 2,20 direto). Muitos cambistas não aceitam nota rasgada, rasurada etc. Então cuidado com isso 🙂 Visita ao Museu de Etnografia e Folclore. Entrada: 30 bs. Recomendo muito para quem se interessa em conhecer a cultura dos lugares que visita! Ida à rodoviária para comprar passagem para o dia seguinte, para Uyuni. Comprei pela Panasur e paguei 100 bs. Não achei que havia a abertura para negociação que vi muita gente comentando. Também achei o preço bem barato… Dá cerca de 50 reais para uma viagem de quase 10h, num ônibus leito! Mas meu ônibus não tinha cinto de segurança, rs. Conversei com uns argentinos que viajaram pela Titicaca, que é quase o dobro do preço e muita gente recomenda, mas o deles também não tinha cinto, então sei lá! Aproveitei o resto da manhã para comprar lembrancinhas pois sabia que no Chile seria muito mais caro. As blusas de lã e outros souvenirs são muito baratos em La Paz! Caso você ame artesanatos e blusas como eu, vá com espaço na mala kkkk Almocei no centro mesmo, no Sabor Urbano. Comida típica maravilhosa, muito bem servida, e muito econômica! Se eu não me engano paguei por volta de 23bs no menú completo (entrada, prato principal e sobremesa). Mas eles só servem almoço, por isso não jantei lá também rs. Walking Tour pelo centro histórico - 40 bs (preço sugerido). Recomendo muito também. Não foi o melhor walking tour que já fiz, mas foi ótimo para ver algumas coisas e aprender um pouco sobre a cidade que eu jamais veria ou saberia sozinha Reservei pelo Guru Walk: https://www.guruwalk.com/es/walks/48348-un-viaje-en-el-tiempo-free-tour-por-la-paz-historica Depois do walking tour, passeei de teleférico. Andei por praticamente todas as linhas de teleférico, para dar a volta na cidade. Recomendo muito fazer isso e não é necessário guia! A cada vez que você troca de linha, precisa comprar novo bilhete e cada bilhete custa 2 ou 3 bs. Acho que gastei uns 15 bs nesse passeio, mas não tenho certeza. Fiquei com medo de fazer à tarde e não ser tão legal, mas foi perfeito, pois peguei dia, pôr-do-sol e noite! Passeio de teleférico no final da tarde Passeio de teleférico já à noite! Jantei em um restaurante maravilhoso no centro, chamado Olivia. Recomendo demais! Provei um risoto com carne de lhama, banana da terra e ovo frito. O prato principal, com uma sobremesa toda chique e suco, saiu uns 100 bs… 12/10 (dia 3): La Paz - Sítio Arqueológico Tiwanaku Tiwanaku não é um destino muito conhecido pelas pessoas que vão para La Paz, mas eu amei ter ido e recomendo para quem se interessa por história! É possível fazer o passeio com agência e nesse caso não tenho ideia de valores. Eu resolvi ir por conta e contratar guia na entrada do sítio, o que eu realmente acho a melhor coisa, pois lá dentro não tem nenhuma informação - só nos museus. Na pousada me recomendaram ir até o cemitério e lá pegar um ônibus que supostamente passa sempre para Tiwanaku. Mas cheguei lá (fui do centro até o cemitério de minibus) e não tinha o tal ônibus, ninguém sabia dizer exatamente se por ser final de semana ou se são ônibus meio inconstantes… Enfim, entendi que a melhor maneira para ir para Tiwanaku é pegar o teleférico até El Alto (outro município, onde fica o aeroporto), de lá ir andando até a rodoviária que fica ao lado e na rodoviária pegar o ônibus que deixa na frente do sítio arqueológico. Como eu fui de domingo, não tinha ônibus e eu peguei um minibus que passava a algumas quadras da rodoviária. Custou 10 bs e a viagem é de 1h30. Acho que a entrada era 100 bs. Assim que cheguei, duas turistas francesas também estavam chegando e logo um guia nos ofereceu o tour guiado por 200 bs para o grupo. Como acrescentamos uma parada no tour, ficou 300 bs ao todo - 100 bs para cada uma. Para voltar fomos até o centrinho (bem perto andando), pegamos o minibus de 10 bs que deixa no teleférico de El Alto. De volta a La Paz, almojantei um chilli com carne em um bar/restaurante, foi bem barato - acho que algo por volta de 30 ou 40bs no máximo. Esperei na pousada até a hora de ir para a rodoviária e peguei um taxi por 25bs. O ônibus era um leito bem confortável, apesar de não ter cinto rs. E tinha uma mantinha, que foi bem útil porque às vezes sentia que a calefação era desligada rs mas não teve perrengue não! Foi tranquilo. Esperando o busão na rodoviária 13/10 (dia 4): Chegada em Uyuni e 1º dia de tour do Salar do Uyuni Cheguei em Uyuni por volta das 6h da manhã e fui tomar café da manhã onde vão todos os turistas, na Noni (ou Nonis?). Não anotei o valor exato mas é tudo bem barato… Dá pra tomar um bom café da manhã com uns 20 reais ou menos. Conversei com uns dois guias, fui em duas agências e não quis ficar rodando muito com meu mochilão que já estava bem grande. Eu já tinha conversado no whatsapp com um guia que indicaram aqui, então fui na agência dele, próximo à rodoviária e fechei por 1100 bs o passeio do Uyuni de 3 dias, chegando em San Pedro de Atacama. Lembrando que esse valor inclui hospedagem, todas as refeições do dia e o transfer para San Pedro. IMPORTANTE: Recomendo se certificar que o valor do passeio já inclui a passagem para San Pedro Esse é o valor médio mesmo dos passeios, entendi que a galera paga entre 1000 e 1300 bs, talvez mais às vezes. Depois de fechar o passeio, fui no mercado da cidade comprar frutas, água e bolachas para petiscar durante os 3 dias. Pessoalmente eu estava muito preocupada em ir com uma agência legal, um motorista que soubesse um pouco para explicar, mas vi que isso é realmente muito aleatório. Pelo o que entendi, nem adianta muito ir na agência x ou y, porque eles acabam te jogando para outras agências que estão com vaga no tour. Eu mesma fechei o passeio na agência Ollantaypuna, mas viajei com a Expediciones Perla de Bolivia e não era exatamente o mesmo passeio que estava no PDF que o guia tinha me mostrado uns meses antes kkkkk Mas meu tour foi ótimo, melhor que o do pdf, e o motorista era super gente boa. Dava pra ver que ele não tinha conhecimentos técnicos como os guias do Atacama, por exemplo, mas tudo o que ele sabia, ele contava, e ele que sugeria aquelas fotos que todo mundo gosta de tirar no salar. Os passeios do Salar do Uyuni são bem padronizados, então acredito que não preciso entrar em muitos detalhes aqui a não ser que é tudo MARAVILHOSO! Fiquei realmente muito impressionada, porque meu objetivo 1 era o Atacama e acabei incluindo o Salar de Uyuni no roteiro. E que bom, porque é incrível!!!! No primeiro dia vamos no cemitério de trens que, pra mim, é a parte menos interessante. Almoçamos em Colchani, onde tem uma feirinha de artesanato que tem os mesmos ou melhores preços que La Paz. Visitamos o hotel de sal, que para mim também não é a melhor parte. De lá fomos para o Salar onde fizemos várias fotos e vídeos bem divertidos. Eu nem sou a pessoa que gosta de ser fotografada e que pira nessas fotos, mas foi engraçado e foi um jeito de descontrair com o resto do grupo! Fomos na Isla Incahuasi, que tem cactus gigantes. Tem que pagar para entrar (30bs) e é muito legal mesmo, tem uma vista linda e os cactus são impressionantes! Por causa da altitude é um pouco cansativo subir. É só ir com calma e vai dar tudo certo 🙂 14/10 (dia 5): 2º dia de tour do Salar do Uyuni Para mim, o dia mais lindo! É o dia que visitamos várias lagoas, vemos flamingos, vulcões e muitas vicuñas no caminho… Não vou nem entrar em detalhes porque as palavras são insuficientes! Algumas das vistas maravilhosas do segundo dia. Com vulcão, lagoas, flamingos... Um espetáculo! 15/10 (dia 6): 3º dia de tour do Salar do Uyuni e chegada a San Pedro de Atacama Nesse último dia, para quem vai para San Pedro de Atacama, o tour é bem curto. Começa muito cedo nos geysers e depois nas águas termais (que eu não tive coragem de entrar!). De lá passamos pelo deserto de Dalí - mas só passamos, não paramos em nada - e visitamos a Lagoa Verde e a Lagoa Branca, que ficam lado a lado muito próximo à fronteira com o Chile. Continuarei sobre a chegada em San Pedro num próximo post aqui, nos próximos dias! Algumas coisas que acho importante dizer sobre os 3 dias de tour: - leve uns trocados para pagar a entrada nos banheiros, cada um é 5bs e considere pelo menos uns 2 ou 3 por dia (por precaução). leve também dinheiro para entradas nos parques, a agência informa mas o total costuma ser 180 bs + 15bs caso queira entrar nas águas termais do último dia. NADA disso pode ser pago em cartão ou transferência; - leve papel higiênico pois não tem nas hospedagens; - nas hospedagens que eu fiquei tinha chuveiro quente e não era necessário pagar, mas acredito que se é pago ou não é algo que pode variar. não tem como prever porque você não sabe onde vai ficar até chegar... o preço que avisam é 10bs por banho (então total 20bs, para primeira e segunda hospedagem); - eu fiquei muito preocupada em levar garrafas de água e petiscos para comer no trajeto, mas no pior dos casos sempre vendem água nas hospedagens; - wifi nas hospedagens é pago (20 bs por hospedagem); - a primeira hospedagem é mais estruturada que a segunda. no meu caso a segunda era simples, mas arrumada e limpa. na primeira eu dividi quarto só com uma moça do meu tour e tínhamos banheiro privativo. a segunda também dividi o quarto só com ela mas o banheiro era compartilhado e muito simples. conheci uma brasileira que achou a segunda hospedagem onde ficou muito ruim, com banheiro mofado etc. recomendo carregar o celular na primeira hospedagem porque na segunda a energia elétrica e acesso a tomadas é super limitada - a energia é desligada às 22h. - a segunda hospedagem fica numa altitude bem grande e faz bastante frio, mas tinha cobertores suficientes. eu sou bem friorenta para dormir e dormi bem. se você for uma pessoa muito friorenta ou for no inverno, durma com suas roupas mais quentinhas. se tiver muito medo de passar frio, tente alugar um saco de dormir com a sua agência, mas no meu caso achei desnecessário (eu não aluguei, mas meus companheiros de tour sim). - eu fui na metade de outubro, já é primavera, então as temperaturas não são tão baixas e mesmo assim é bem frio! todos os dias usei segunda pele (calça e blusa), meia térmica, fleece ou moletom e corta vento. dependendo do momento do tour, luvas, gorro e cachecol são indispensáveis! - óculos de sol, boné ou chapéu, creme hidratante, protetor solar, soro (ou rinosoro se você preferir, mas eu levei soro mesmo que é mais barato e é a mesma coisa rs), boné e hidratante labial são INDISPENSÁVEIS! para mim, o melhor hidratante labial é hipogloss kkkkkkkkk vi muita gente falando que voltou com os lábios muito estourados do Uyuni e do Atacama, e eu voltei plena. Fica a dica! Dicas sobre roupas, que eram uma super preocupação para mim (e valem para o atacama também): Eu levei cachecol e me arrependi, levaria esses protetores de frio para pescoço porque ocupam muito menos espaço na mala. Também levei duas blusas térmicas e me arrependi, poderia ter levado só uma para poupar espaço na mala, mas eu transpiro muito pouco, tipo quase nada, então isso vai depender de você.
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  2. Em 07/09/2025 iniciei uma viagem de 21 dias pela Itália com minha namorada (que virou noiva logo no primeiro dia). Nossa primeira cidade foi Roma. Voamos com a ITA Airways, saindo de São Paulo - GRU e chegando em Roma Fiumicino. Nosso roteiro foi esse: Roma (Vaticano) - Florença - San Gimignano - Volterra - Monteriggione - Siena - Pisa - Pietrasanta - La Spezia - Cinque Terre (Riomaggiore, Manarola, Volastra (visita acidental), Corniglia, Vernazza) - Sirmione - Verona - Pádua - Veneza - Ravenna - San Marino - Gubbio - Assisi - Arezzo. Somente Roma - Florença fizemos de trem. O restante foi de carro alugado. Calculamos gastar €120 por dia (€60 por pessoa), excluindo hospedagem. Peguei muita coisa dos relatos do @Rezzende e da @Juliana Champi . Valeu pelas dicas! ROMA: de 07 a 11 de Setembro de 2025 Estada: AirBNB - €704 para 4 noites. Achei caro mas no apto ficava no centro da cidade, 250m do Castelo de Sant’Angelo. Então valeu! Dia #01 - Roma. Domingo, 07 de Setembro de 2025 Nosso voo chegou às 6h50 da manhã. O oficial da imigração pediu o passaporte e perguntou o motivo da viagem. E só. Não pediu pra ver comprovantes de estadia, seguro viagem, nada. Pegamos as malas e fomos procurar onde comprar um chip local. Saindo do terminal 3 e pegando a direita tem o guichê da TIM. Paguei €35 num chip com 150GB de dados, o que foi mais que o suficiente. Tb tinha ligação ilimitada na Itália. Seguimos andando a direita e logo na saída do aeroporto tem umas plataformas de ônibus. Fomos até a do ônibus Terravision que nos deixou em Roma Termini. A passagem custou €7 cada (comprada antecipadamente no www.terravision.eu ). Era 7h40 e nossa passagem estava marcada para às 9h10, mas deixaram a gente embarcar. Depois de uns 40 min chegamos em Roma Termini. Ficamos fazendo uma hora pq nosso AirBNB só estaria disponível 11h (era 8h30). Tem um mercado no terminal e fomos lá pra tomar um café e um cappuccino. O café não tinha 5ml, sério. Em um pequeno gole já se foi. Foram os €1,50 mais mal pagos da viagem. Logo no início da trip já decidimos que nunca mais pediríamos café! O cappuccino custou €3 mas veio uma quantidade decente. "Cheiro" de café por €1,50 Deu nosso horário e pegamos um Uber (que era um táxi) até o apto. A corrida ficou €20 e levou uns 15 minutos. O anfitrião estava no local mas ainda estavam limpando. Deixamos nossas malas e saímos. Era o primeiro domingo do mês então havia muitas atrações com entrada gratuita. Fomos ao Castelo de Sant’Angelo que ficava 250m do nosso apto. Era por volta do meio-dia e o sol estava MUITO forte. Ficamos alguns minutos na fila do castelo mas desistimos. Seguimos andando pelo leito do rio e passamos em frente à Suprema Corte. Cruzamos o rio pela Ponte Umberto I e entramos na BASÍLICA DE SANTO AGOSTINHO. A basílica tinha poucas pessoas mas era muito bonita. Basílica de Santo Agostinho De lá fomos até a PIAZZA NAVONA e entramos na IGREJA DE SANT' AGNESE IN AGONE. A igreja tem altares para vários santos: São Sebastião, Santa Cecília, entre outros. Essa estava mais cheia de gente e tb é muito bonita. Piazza Navona IGREJA DE SANT' AGNESE IN AGONE Voltamos ao apto que já estava limpo e arrumado. Tomamos um banho, pegamos uma sombrinha e resolvemos encarar a fila do castelo. Por incrível que pareça a fila havia diminuído um pouco e a sombrinha foi crucial para aguentarmos ficar uns 15 minutos sob o sol escaldante, até conseguir entrar. CASTELO SANT’ANGELO (grátis no 1º domingo do mês) Logo de cara há uma rampa em espiral gigantesca que te leva para o topo do castelo. Lá dá pra visitar uns salões muito bem decorados e um “mini museu” sobre o Papa João Paulo II. No topo do castelo encontra-se uma estátua de São Miguel Arcanjo, toda feita de bronze. As vistas das torres também são incríveis! Chegada ao Castelo Maquete do Castelo Roupa do Papa João Paulo II Quadro Uma das salas do castelo Vista do Castelo Estátua de São Miguel Arcanjo Deixamos o castelo e paramos para comer um panini (lanche típico italiano) de presunto cru e queijo e tomamos um refrigerante. O local se chama “Salami Dolci”.Estava muito bom e pagamos €10 cada lanche. Mas mal sabíamos que mais pra frente iríamos comer lanches muito melhores. Panini Passamos em um Carrefour Express e compramos coisas para comer e beber (€43). ***DICA: Deixava uma “ecobag” na mochila de ataque para as compras. Os mercados da europa cobram por sacolas plásticas. ***ATENÇÃO: Um dos itens que compramos estava com uma etiqueta de 50% de desconto. Quando cheguei ao apto fui conferir os valores no comprovante e o desconto não foi dado! Então fiquem espertos e confiram os valores conforme os itens forem passando no caixa. Voltamos ao apto e descansamos até o começo da noite. Saímos novamente e passamos pra ver o castelo de Sant’Angelo iluminado. Castelo iluminado Passamos em uma farmácia e compramos 2 potes de álcool gel (€2 cada) ***DICA: Fizemos muitos almoços rápidos, comendo lanche que preparávamos antes de sair do apto. Então o álcool gel foi essencial para limparmos as mãos antes de comer. Passamos em frente ao TEMPLO DE ADRIANO, que tem umas enormes colunas em sua fachada, mas não pode entrar. Seguimos caminhando até a FONTANA DE TREVI. Havia muita gente e uns seguranças controlavam o acesso à fonte, liberando grupos de pessoas aos poucos. Conseguimos entrar, mas é impossível tirar uma foto sua na fonte sem algum turista aparecer nela. Fontana di Trevi Voltamos para o apto e preparamos um macarrão. Jantamos, tomamos uma garrafa de vinho branco e fomos dormir umas 23h. Distância percorrida: 3,63km Gastos: €142,50 (continua)
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  3. Outubro/2025 - Encerrei uma viagem de três semanas pela Argentina, de ônibus e mochila nas costas. Passei por Paso de los Libres, Paraná, Santa Fé, Córdoba, Cosquin, Mina Clavero, Mendoza, Villa Mercedes e Rosário. Gasto total: cerca de 3 mil reais. Quero aqui colocar algumas percepções sobre viajar no país vizinho, que - quase - ninguém fala. Sempre que viajo faço antes uma pesquisa completa pelos lugares onde vou e para isso leio relatos de viajantes e preciso alertar para algumas coisas que são ditas e nem sempre condizem com a realidade. Minha ideia é sempre viajar sem passar necessidade, mas economizando no supérfluo para aproveitar no essencial. Existem muitos blogues, páginas e relatos em páginas especificas da internet, como a boa "mochileiros.com", mas muita gente - influencers - comentam propositalmente situações que não podem ser consideradas reais. A maioria escreve comentando a viagem e indicando hotéis, passeios e lugares muito caros, colocando "links" para seguros, cartões e agências que, suponho, financiam, as viagens dessas pessoas. Até mesmo se procurar na AI algo sobre alguma situação, a resposta é negativa ou vaga. Exemplo: procure viagem entre Paraná e San Fé e a internet vai dizer que não existe ônibus urbano e só linhas de longo curso; mas é só ir no terminal rodoviario que sai ônibus urbano a toda hora; empresa ETACER e custa o equivalente a reais. Ou que em determinado terminal rodoviário existem lockers (armários) para bagagem e na real não existem ou, ao contrário, que existe e você chega lá e verifica que não é verdade. Aliás, se precisar de lockers, procure os sanitários; as pessoas que administram os sanitários também cuidam dos lockers. Em MIna Clavero não existem lockers, mas pode-se negociar com o pessoal da lancheria. Sobre hotéis, acredito que a melhor forma é alugar um apartamento, um flat, por pagar bem menos que um hotel, ter muito mais privacidade e poder cozinhar suas próprias refeições, sem depender de pagar restaurantes. Advirto: na Argentina refeições são muito caras, se comparadas ao Brasil. Exceto se você quer aproveitar a gastronomia local e tem dinheiro disponível, o melhor ainda é comprar no mercado, como no Carrefour que tem muitas lojas em todas as cidades do país vizinho. Como exemplo, uma diária em hotel no centro de Mendoza custa entre $ 200 e até $ 5.000. Fiquei uma semana em um flat maravilhoso, bem no centro, com diárias de $ 80 (reais). Refeições do dia-a-dia são caras; um almoço simples em restaurante comum varia entre 35 e 60 reais. Sobre seguro de viagem, existem muitas seguradoras, mas vale a pena fazer uma pesquisa pois as vezes sai caro porque incluem situações desnecessárias. No meu caso comprei da Kovr, através da plataforma Segurospromo, barato e bastante abrangente em relação à cobertura. Em relação à comunicação, nada de entrar em chip internacional. Hoje um chip de celular internacional para três semanas na Argentina custa cerca de 80 dólares - 430 reais. Chegando na Argentina, comprei um chip pré-pago da Claro com redes sociais ilimitadas, validade de trinta dia e paguei apenas 20 reais. E saí da loja já conectado. Mas nas lojas da Claro não é feito isso; precisa procurar uma loja (kiosco) que venda chip. Geralmente nos terminais tem, as vezes mais de uma loja. Os ônibus na Argentina têm tarifas muito mais baratas, proporcionalmente, que aqui. Fazendo um parâmetro, aqui uma viagem de 500 km custa cerca de 250 reais no chamado pinga-pinga, 320 no "executivo" e mais de 400 reais no modo "leito". Na Argentina uma linha na mesma distância custa 165 reais no conforto de poltronas que eles chamam "cama individual". Muito importante é como levar dinheiro: na Argentina não é possível usar o cartão Wise, exceto se quiser pagar em dólar, que é aceito em hotéis e restaurantes caros. Levar reais ou dólares e trocar lá também não vale a pena porque na hora da conversão sempre a gente sai perdendo. A melhor maneira é baixar o aplicativo do Western Union e ir transferindo, via Pix, da sua conta para o Western e retirar lá em moeda local. A taxa é vantajosa. E nunca esqueça de liberar o cartão de seu banco aqui, antes de viajar. Para deslocamentos nas cidades o melhor ainda é caminhar, descobrindo lugares que normalmente as empresas de turismo não falam. Mas se for longe, cheguei à conclusão de que o Cabify é melhor que Uber; então antes de chegar lá já baixe o aplicativo. Muito se fala no "remis", que são carros alugados, mas ainda credito que Uber é mais em conta e, mesmo que seja longe e queira retornar breve, dá para negociar com o motorista para aguardar. Interessante ao chegar lá é comprar um cartão SUBE e adicionar créditos; coloquei cerca de 60 reais de crédito e utilizei toda a viagem e ainda sobrou créditos. E o SUBE é aceito em quase todos os serviços de transporte em todas as cidades do país. Em Mendoza, onde fiquei maior parte da viagem (cerca de uma semana), algumas considerações interessantes: procure não comprar lembrancinhas nas áreas turísticas, como as ruas San Martin, Las Heras e redondezas. Tudo ali é mais caro; tem muito pega-turista. Os passeios mais cobiçados em Mendoza, que todos fazem, visita às vinícolas e alta montanha, também merecem comentários. A não ser que você queria ostentar para depois se mostrar nas redes sociais, não é necessário contratar passeio às vinícolas, que custam acima de 800 reais. Para a região de Maipú, mais perto, vale a pena utilizar o metrô (Tranvia), que custa 4 reais e leva até a estação Gutierrez. Dali pode-se caminhar até algumas vinícolas famosas e, para as mais distantes, existem linhas de ônibus que geralmente deixam no portão. E sempre existe a opção do Uber. Em Maipú, vinícolas famosas como Bodegas Lopez ( a 300 metros da estação e nao cobra visita), Bodega Argentia e Bodega Trapiche ficam muito perto. Também ali perto fica o Museu Nacional do Vinho. A diferença é que quando se paga 800 reais para visitar uma vinícola está incluido degustação de uma taça de vinho; eu ainda acho mais prático passar no mercado, comprar uma garrafa e beber no hotel. E vinho é algo barato lá; exemplo é um premiado DV Catena, da Catena Zapata (simplesmente considerada a melhor vinícola do mundo) que aqui vais pagar cerca de 250 reais e lá custa $ 50. Já para Luján de Cuyo, as vinícolas ficam mais distantes, mas pode-se ir de ônibus do centro de Mendoza até a cidade de Luján de Cuyo e lá pegar outro ônibus ou, mais prático, chamar Uber ou Cabify. Sobre visitas, a maioria das vinícolas não vão cobrar se você vai apenas conhecer; algumas cobram cerca de 30 reais. O interessante é que a maioria das vinícolas abre para visitas apenas as 10 ou 11 da manhã, exatamente porque eles priorizam as pessoas que vão almoçar lá (e pagar caro). Mas fica claro que não precisa ser burguês, ter dinheiro, para fazer passeios maravilhosos. Em Luján pode-se chegar de ônibus em vinícolas famosas, como Belasco de Baquedano (linha 720), Chandon e Norton (linha 760). Já para a Catena Zapata o ônibus é o 710, do centro de Mendoza até o terminal de Luján de Cuyo e depois ônibus 714, mas tem horários muito espaçados que vale a pena um Uber (cerca de 40 reais). Sobre o passeio "Alta Montanha", existem muitas opções, desde 250 até 1200 reais. Mas quase todas as empresas oferecem o mesmo itinerário: parada rápida em Potrerillos, parada em Uspallata para café, parada na Puente del Inca, parada muito rápida no Parque Aconcágua e Las Cuevas. Mas vale o passeio, são paisagens deslumbrantes e , mesmo indo agora em outubro, ainda tinha neve até mesmo na beira da estrada. Mesmo que saia de Mendoza com 25 graus, sempre leve casaquinho pois na alta montanha sempre é frio e principalmente o vento é forte e gelado. Eu contratei pelo Tourclube - https://www.tourclub.com.ar/ - que foi muito profissional e principalmente é o mais barato. E o serviço foi prestado, com excelencia, por Grupo Sur (info@gruposur.tur.ar), Dicas: Em Paraná, um passeio interessante é o Parque Urquiza, onde tem o letreiro para fotos, mas não esqueça de levar repelente porque os mosquitos são infernais. Na cidade de Santa Fé existe um shopping bem próximo do terminal rodoviario, no antigo porto que foi revitalizado. O letreiro da cidade, foto obrigatória, fica junto à ponte suspensa. Córdoba tem o maior terminal rodoviário que já vi; são dois terminais -o antigo e o novo - lado a lado. E ali peto fica a estação ferroviária, de onde parte o "Trem de las Sierras", passeio que recomendo. Apenas chegue cedo porque geralmente tem fila para compra de passagens e é demorado. Sugiro pegar o trem das 7 da manhã, que chegará em Cosquin próximo de 9:50. Para ir até Capilla del Monte demora muito tempo e precisa trocar de trem. A viagem atravessa a serra e vale a pena chegar lá e visitar o Balneário Piedras Azules, que fica cerca de um quilometro da estação e é muito bonito. Eu fui de trem e retornei de ônibus. O terminal rodoviario fica junto à estação ferroviária. O ônibus, na volta, passa por Villa Carlos Paz (cidade do Che Guevara) e é um lugar aprazível, junto ao lago. Mina Clavero é um destino procurado pelos moradores de Córdoba e região, principalmente no verão, mas não tem muita atração turística - exceto os balneários - mas a viagem de Córdoba até lá, pela Serra dos Condoritos é sensacional. Em Rosario, terceira maior cidade da Argentina, não é muito turística, mas tem dois pontos bastante interessantes que são o Parque Independência e a Costaneira, que está sendo remodelada e modernizada. Se alguém pensa em fazer uma viagem semelhante, não precisa carregar peso na mochila com garrafas de vinho. Quando chegar em Paso de los Libres, vá até a Vinoteca Bodega 901 ou a Sabores de Mendoza, que ficam a 800 metros do terminal rodoviario e tem bons preços. Tem ônibus do terminal até o centro a mil pesos. Nao tem locker no terminal para guardar bagagem, mas pode-se deixar na bilheteria da ERSA. Um táxi da rodoviaria de Uruguaiana até a migração, em Libres, custa hoje cerca de 30 reais e para retornar os táxis argentinos custam entre 25 e 30 mil pesos ou cem reais. Se alguem precisar de informação, entre em contato.
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  4. Chegamos em Chalten domingo, dia 12/10, ficamos em Calafate nos dias 10, 11 e no dia 12, domingo pela manha, pegamos um bus fomos pra Chalten (45 mil pesos cada + 2 mil de taxa). Esperamos 5 dias por uma janela para fazer a Laguna, subimos na sexta-feira apenas. Domingo, segunda e terça só chuva, neve e vento absurdo, a partir de quarta a tarde, dia 15/10, já parou de chover e estava parcialmente nublado com aberturas de sol, daí fizemos os Miradores de Los Condores e Aguilas (bom que anoitece lá pelas 20:30, 21 hrs, dias longos). Dia 16/10, quinta, tb estava ok e fizemos o Mirador Cerro Torre. Acompanhando o windguru sabíamos que abriria na sexta e nao deu outra, nos preparamos pra esse dia e deu bom! Dia fantástico, subimos, muito gelo e neve na reta final, grampos e bastones obrigatórios, alugamos lá na vila mesmo. Total da trilha: 12 horas e 30 mins, começamos as 6.30 e voltamos às 19, parando muito, mas só a última subida levou 2hrs por conta do gelo. Valeu cada segundo. Nao recomendo ir nessa época do ano, tem que contar com a sorte, já havíamos ido no verão e nao chove. Boatos lá dizem que, em breve, irão limitar o número de pessoas por dia na trilha. Enfim, tudo preço de Europa, caro demais, qq coisa é caro, relaxa e gasta, nem pensa, tudo custa um absurdo, gastamos uma média de 600 reais por dia só nos rolezinhos de ingressos, almoço fora, bar, mercado, café e jantando em casa, isso sem contar a hospedagem, que na vdd foi até ok o valor que pagamos. Valeu rapaziada, fica o relato pra, quem sabe, ajudar alguém na caminhada! Abs!
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  5. Buenas! Segue o relato da viagem de carro que fizemos em 23/24 em um Kwid 2020 até San Pedro de Atacama atravessando os Andes pelo Paso Jama. Nos destaques do meu Instagram tem o resumo da viagem: https://www.instagram.com/eu.ando.porai/ Link do trajeto que fizemos: https://www.google.com/maps/d/u/1/edit?mid=1qkj4JE96doarzWs5yQXu8tBNK9IWTxs&usp=sharing 22/12/2023 - Porto Alegre -> Santa Maria / 290km Saímos de Porto Alegre lá pelas 10 da manhã e chegamos em Santa Maria perto do meio dia, foi um dia de deslocamento bem curto. Daria para ir direto até São Borja, mas resolvemos parar em Santa Maria para podermos visitar uma gruta no dia seguinte que estava na nossa wishlist há muito tempo... Pela tarde aproveitamos para visitar um pouco da cidade e dormimos em um apartamento que alugamos pelo Booking 23/12/2023 - Santa Maria -> São Borja / 295km Carro abastecido, saímos cedo em direção a nossa primeira parada: Nova Esperança do Sul onde fica uma gruta no estilo cenote ( https://maps.app.goo.gl/HWXZxKfK3fVaHZTw8 ). Visitamos a gruta e a cachoeira que fica no final da gruta e seguimos viagem até São Borja. Chegamos a tarde na cidade e visitamos as principais atrações da cidade. 24/12/2023 - São Borja -> Posadas / 160km Acordamos super cedo, abastecemos o carro do lado brasileiro e fomos para a ponte BR -> ARG fazer a imigração que foi super tranquilo e sem fila ( talvez por ser 24/12 ), mas o câmbio que fica junto a imigração estava fechado e como não tínhamos nenhum peso no bolso fomos até a primeira cidade do lado Argentino para fazer um pouco de câmbio para podermos pagar os pedágios até Posadas. Em Santo Tomé tem um posto 24h da Puma ( https://maps.app.goo.gl/rYq6WsaWXge1Xra7A ) que faz câmbio na lojinha de conveniência, inclusive tem uma placa na porta com a cotação que não é das melhores, mas serviu de quebra galho até chegar em Posadas. O caminho entre São Borja e Posadas foi tranquilo, asfalto razoavelmente bom, 2 pedágios e poucos carros / caminhões. Fomos parados 2x pelos carabineiros, mas foi tudo protocolar, pediram documentos e deram uma olhada para dentro do carro e boa viagem. Chegamos ainda pela manhã em Posadas, fomos direto para o AirBnb que tínhamos reservado e à tarde passeamos um pouco pela cidade, fomos até o Carrefour para comprar mantimentos para viagem e a janta e abastecer o carro. Dia 24 o WU / Pagofacil tava fechado, o jeito foi pagar as taxas e sacar no caixa automático usando o Wise… 25/12/2023 - Posadas -> Presidencia Roque Sáenz Peña / 500km Saímos cedo debaixo de muita chuva ( que para nossa sorte parou logo em seguida ), esse dia também foi de deslocamento até Presidencia Roque Sáenz Peña. Paramos em um posto aleatorio para almoçar e chegamos na cidade no meio da tarde. Nesse dia surgiu o primeiro perrengue, o Airbnb que tínhamos reservado, simplesmente disse que não iria mais alugar, saímos pela cidade atrás de um hotel e por sorte achamos o hotel Orel e pelos adesivos na porta do hotel ( inclusive deixamos o nosso lá também ) muito viajante se hospeda por lá. Jantamos no quarto do hotel mesmo com o nosso kit cozinha portátil. Nesse dia fiz a primeira média de consumo com a gasolina Argentina, no Brasil o Kwid faz 18 ~ 20km/l na estrada a 100km/h, com a gasolina comum argentina fez 27km/l 26/12/2023 - Presidencia Roque Sáenz Peña -> San Miguel de Tucumán / 606km Tomamos café da manhã e abastecemos no posto YPF que fica na saída da cidade em direção a San Miguel de Tucumán, foi um dia de deslocamento de 600km, a estrada não era das melhores com trechos com muitos buracos e kilometros e kilometros com a mesma paisagem. Paramos em um posto YPF perto de Termas de Rio Hondo para almoçar e seguimos viagem até San Miguel de Tucumán. Chegamos a tarde na cidade, depois de fazer o checkin no hotel saímos para dar uma volta pela cidade. O nosso hotel ficava perto da Plaza Independencia, então saímos pelas ruas sem rumo. Visitamos o Museu de Arte Sacra e Museu Histórico Provincial, ambos ficam no entorno da Plaza Independencia. Um fato curioso é que existem galerias que ligam os prédios, são muitos quilômetros de um labirinto sem fim de galerias e lojinhas, ficamos horas rodando pelas galerias e no final achamos uma sorveteria excelente chamado Blue Bell ( https://maps.app.goo.gl/PF9dcfBjshif8YDk9 ), vale a pena experimente, achamos melhor que a hypada Lucciano’s 27/12/2023 - San Miguel de Tucumán -> Cafayate / 225km Dia de cruzar o Tafi del Valle. Como de costume acordamos cedo e partimos em direção a Tafi del Valle. Saindo de Tucuma o inicio da subida é super perto, acho que em menos de 1 hora se chega lá. Começamos subindo o trecho da floresta margeando o rio, tem paisagens lindas, mas como a estrada não tem acostamento é muito difícil parar o carro para olhar uma cachoeira por exemplo. Mais ou menos na metade da subida tem a estatua do Indio e algumas vendas de artesanato e banheiros também ( pagos ). Chegando no topo a paisagem muda pra deserto com lhamas e tudo mais. Tem um paradouro junto ao lago Angostura e outro um pouco mais adiante chamado El Infiernillo que é o ponto mais alto da travessia. Até chegar na Ruta 40 tem so um trecho de aproximadamente 10km de ripio de boa qualidade. Chegando na Ruta 40 passamos pelas Ruínas Quilmes que foi uma grande surpresa positiva. Além da visita às ruínas tem um museu super moderno. Depois seguimos até Cafayate. A cidade fora as vinícolas não tem muito o que fazer. Comemos e fizemos câmbio na farmácia ( o único lugar estava aberto, o WU tava sem sistema ) 28/12/2023 - Cafayate -> Jujuy / 310km Saímos de Cafayate às 7 da manhã pela Ruta 68 para conhecer o Quebrada de las Conchas. Passamos pelos clássicos Anfiteatro e a Garganta del Diablo e muitos outros pontos da ruta. todos vazios praticamente sem turista nenhum. Então saia cedo de Cafayate! Isso acontece pq a maioria das vans de turista vem de Salta e as principais atrações da ruta fica mais perto de Cafayate que Salta. La pelas 10 da manhã começamos a cruzar com dezenas de vans de turismo no contrafluxo indo para as atrações. Passamos em Salta para almoçar e sacar dinheiro no WU ( tem uma agência grande dentro do Paseo Libertad ( https://maps.app.goo.gl/gKJFhnuVd2S1XgTq7 ) que fica na entrada de Salta. Seguimos viagem até Jujuy, a estrada até lá foi super tranquila, como de costume fomos em um Carrefour fazer comprar e preparar a janta no AirBnb. 29/12/2023 - Jujuy -> San Pedro de Atacama / 480km Abastecemos o carro e saímos em direção a San Pedro de Atacama pelo Paso Jama, a estrada é boa e a nossa primeira parada foi em Purmamarca para visitar o banheiro e seguimos viagem. A subida mesmo começa na Cuesta de Lipán e mesmo pra um Kwid foi tranquilo. Depois que passa a Cuesta de Lipán vem um trecho plano passando pelos salares ( que resolvemos deixar para passar na volta ) até chegar na fronteira ARG -> CHL o Paso Jama, mas antes paramos em Susques para almoçar no lendário Hotel Kactus. A fronteira foi tranquila apesar de ser meio confusa. Depois de passar pela fronteira tem mais uma subida até os 5mil metros e começa a descida até os 3mil metros até San Pedro de Atacama. No trecho mais alto o motor 1.0 do Kwid sofreu um pouco, mas foi tranquilo. Levamos aproximadamente 10 horas para fazer os 480km e chegamos sem maiores problemas em San Pedro de Atacama. Continua na parte 2 --> ( em breve )
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  6. Tentei resumir ao máximo para não ficar muito longo, mas é quase impossível hahaha! Foram muitos dias e experiências incríveis! Vou preparar um outro texto só com as principais informações e dicas da viagem. Neste aqui, preferi relatar todos os dias do nosso roteiro de forma bem completa. Achei legal compartilhar os detalhes porque, quando fomos planejar essa viagem, especialmente a parte da Namíbia, foi bem difícil encontrar informações. Cronograma Geral: Dia 1: São Paulo - Joanesburgo Dia 2: Joanesburgo (Ukutula Lion Lodge) Dia 3: Joanesburgo - Kruger National Park Dia 4: Kruger National Park Dia 5: Kruger National Park Dia 6: Kruger National Park - Joanesburgo Dia 7: Joanesburgo - Cape Town Dia 8: Cape Town - Stellenbosch (Rota Cabo da Boa Esperança) Dia 9: Stellenbosch Dia 10: Stellenbosch - Cape Town Dia 11: Cape Town Dia 12: Cape Town Dia 13: Cape Town Dia 14: Cape Town - Windhoek - Etosha National Park Dia 15: Etosha National Park Dia 16: Etosha National Park Dia 17: Etosha National Park - Spitzkoppe Dia 18: Spitzkoppe - Cape Cross - Swakopmund Dia 19: Swakopmund (Sandwich Harbour) Dia 20: Swakopmund - Sossusvlei Dia 21: Sossusvlei Dia 22: Sossusvlei - Luderitz Dia 23: Luderitz (Kolmanskop) - Solitaire - Windhoek Dia 24: Windhoek - Joanesburgo Dia 25: Joanesburgo - São Paulo Tem muitas coisas além disso para fazer nesses dois países, mas conseguimos encaixar somente isso nesses 25 dias pois as coisas são um pouco longe uma da outra, principalmente na Namíbia. Então vamos para o roteiro detalhado: Dia 1: São Paulo - Joanesburgo Foi praticamente só a ida pra lá! Pegamos o vôo da Latam em Guarulhos, São Paulo e viajamos direto para Joanesburgo. Dia 2: Joanesburgo (Ukutula Lion Lodge) Chegamos em Joanesburgo, trocamos dinheiro no aeroporto mesmo, compramos um chip na MTN Store e depois retiramos nosso carro alugado na Hertz. Então seguimos para o Ukutula Lion Lodge, uma reserva e centro de conservação de animais onde faríamos alguns passeios. Logo que chegamos, já fomos surpreendidos! Entre a entrada do Ukutula até os chalés tem uma estradinha e durante esse trajeto vimos o primeiro animal: uma girafa! Almoçamos por lá mesmo e depois fomos para os passeios: Predator Tour: Fizemos um tour pela reserva, onde vimos leões, leoas, hienas e tigres. Visitamos também o centro de conservação e interagimos com dois mini leões e um guepardo. Apesar de estarmos tensos, a interação foi bem tranquila, com os guias sempre por perto. Amamos o passeio!! Bush Walk with Lions: O segundo passeio foi uma caminhada com os leões. Fomos acompanhados por 4 guias até a área dos leões, então abriram o recinto e eles passaram na nossa frente. Nessa hora o coração até para kkkkkkkk Andamos atrás deles junto com o grupo e paramos duas vezes embaixo de uma árvore para tirar fotos e gravar vídeos. O passeio durou mais ou menos 1 hora e valeu super a pena. É um misto de sensações! Depois dos passeios, estávamos bem cansados. Fizemos a escolha certa de nos hospedar por lá. Alugamos um chalé para 4 pessoas e o jantar já estava incluso, então foi só comer e descansar. Algumas considerações: Os animais são extremamente bem cuidados e não são dopados, porém eles ficam dentro de recintos. Então se você é do tipo que não gosta de animais presos, esse passeio não é para você. Os passeios que fizemos não são permitidos para menores de 12 anos. Dia 3: Joanesburgo - Kruger National Park Acordamos bem cedo e pegamos a estrada rumo ao Kruger Park, um trajeto de cerca de 6 horas. As estradas eram ótimas e fomos admirando as paisagens. Por volta das 13h, paramos no The Crossing que é tipo um shopping aberto em Nelspruit. Exploramos algumas lojinhas e almoçamos no restaurante Turn 'n Tender Steakhouse. Muito bom! Não é dos mais baratos, mas tem outras opções para comer nesse shopping se quiser. Dirigimos por mais 1 hora e meia até o Hotel Crocodile Bridge. Esse hotel fica fora do Kruger, mas bem pertinho do portão do crocodilo e de frente para um rio onde os animais vão para beber água. Amamos o hotel! Você se sentia em casa! O quarto era bem bonito, espaçoso e limpo. A área externa era super aconchegante. Tinha um terraço com vários sofazinhos, de frente para o rio para observar os animais. Os proprietários do hotel foram super atenciosos e sempre estavam se preocupando se tudo estava correndo bem. Os jantares não tinham tanta variedade, mas a comida era deliciosa. Toda noite recebíamos uma caixa térmica com o café da manhã para levarmos para o safári, era tão bem servido que dava até para o almoço. Nesse dia nos acomodamos no hotel, jantamos e fomos descansar! Dia 4: Kruger National Park Acordamos muito cedo pois teríamos um safári full day com o hotel. Às 5h20 da manhã já estávamos prontos e indo nos encontrar com o nosso guia, Derek. Ele nos entregou capas para nos proteger do frio, já que o carro era aberto e a temperatura estava lá embaixo. No começo achamos que era um exagero, mas logo que o carro começou a andar agradecemos por ter aquela capa. Ficamos na fila para entrar no portão e fomos um dos primeiros a chegar, quando entramos no parque ainda estava escuro. O Derek nos explicou que veríamos alguns animais pelo caminho, mas não pararíamos, pois o foco inicial era procurar os “cats” já que o amanhecer é o melhor momento para isso. Nosso guia era ótimo e se empenhou muito para nos mostrar o melhor. Vimos impalas, zebras, girafas, elefantes, leões, macaquinhos, várias aves diferentes, hipopótamos. E fizemos algumas paradas durante o passeio todo: 1º - paramos no Park Shop Crocodile Bridge para comprar café. 2º - paramos em um waterhole para tomar café olhando os animais. Foi demais! 3º - paramos no Ntandanyathi Game Viewing Hide que é uma área de observação. 4º - paramos no Lower Sabie Rest Camp que é um camping bem estruturado com lojinha e restaurante. Ótima opção para comprar souvenir e comida. 5° - paramos no waterhole que fica ao lado do Lower Sabie para almoçar e observar os animais. Vimos vários hipopótamos nadando. Dica: nas lojinhas do Kruger tem várias opções de mapas para vender. Alguns tem um check-list dos animais para você ir marcando conforme vai encontrando. Além de ser útil na localização, é divertido ficar encontrando os animais e uma ótima lembrança do parque. Voltamos para o hotel mais ou menos 15h30 e foi uma experiência incrível e inesquecível! De tarde ficamos observando o rio, avistamos um búfalo (o único da viagem inteira) e depois comemos o famoso Braai (como se fosse um churrasco), uma delícia! Dia 5: Kruger National Park Nesse dia resolvemos fazer o safari sozinhos. Acordamos às 5h e fomos direto para o portão do Kruger, pois a fila é bem grande. Às 6h o portão abriu, pagamos o ingresso ali no portão mesmo e entramos. Já tivemos uma super experiência de manhã: assim que entramos o trânsito começou a parar e não estávamos entendendo o motivo. Olhamos no grupo do whatsapp do Kruger em que as pessoas compartilhavam as localizações dos animais que encontravam e descobrimos que tinha um leão ali!! Nesse momento, o Leo, que estava dirigindo, conseguiu cortar o caminho e chegar pertinho deles! Eram dois leões que estavam parados no meio da estrada e tinham acabado de caçar e se alimentar, pois tinha uma carcaça ali perto. Logo os leões se dispersaram e nós seguimos nosso caminho. Tínhamos montado um roteiro para nos guiar. A ideia era subir até a região do Skukuza, pois ouvimos falar que era boa pra ver animais e depois voltar passando pela região de Malalane pois a moça do hotel comentou que era a melhor região para ver cheetah. O início do nosso safári foi ótimo, subimos até a região do Skukuza e conseguimos ver vários animais. Paramos ali no camping, que é bem estruturado e bonito, e aproveitamos para fazer algumas comprinhas e tomar um milk shake. Fomos para o Mathekenyane Hill (Koppie) View Point, que é onde possui uma vista bem bonita e geral do Kruger. A grande desvantagem de fazer safari sozinho é porque não conhecemos a região e nem como funciona a natureza e o comportamento dos animais. Sentimos isso na pele quando estávamos voltando pela rota que passa por Malalane, foi uma péssima escolha. O inverno na África do Sul não tem muita chuva e essa região em especial estava muito seca, tão seca que não tinha nenhuma alma viva! Ficamos andando com o carro por horas sem ver nenhum animal! Foi uma experiência bem legal fazer o safári sozinho, mas se você quiser aproveitar o máximo sem se preocupar com nada, opte por fazer o safári com um guia. Mas é claro que tudo tem um lado positivo! Apesar de ficarmos horas sem ver animais, vimos paisagens muito bonitas e no finalzinho vimos um hipopótamo de pertinho e uma família de javalis! Algumas dicas: Sempre fique atento aos outros carros e aos guias de safári, se ver alguma aglomeração, vai atrás porque provavelmente tem algo interessante. Procure os waterholes. Os animais vão para beber água e acabam sendo os lugares mais fáceis de encontrá-los. Respeite os animais! Vimos uma cena linda de um elefante “tomando banho” e quando ele nos viu, levantou e foi se aproximando do carro, abanando as orelhas. Nosso guia nos explicou que isso era um sinal de que o elefante se sentia ameaçado e que, se não saíssemos, ele poderia atacar. Aproveite as paradas para ir ao banheiro! Parece uma dica boba, mas passamos aperto segurando xixi porque não tinha onde e nem como parar no meio do caminho kkkkk Entre no grupo do WhatsApp do Kruger: https://tr.ee/pnUpSN9Lpt e acesse o Instagram https://www.instagram.com/latestkruger para ter informações em tempo real. Dia 6: Kruger National Park - Joanesburgo Acordamos cedo e seguimos viagem de volta a Joanesburgo. Por ser considerada uma cidade grande e perigosa, optamos por nos hospedar no bairro Sandton, conhecido por ser um dos melhores e mais seguros. Ficamos no Hotel Sky, que nos surpreendeu positivamente! O hotel era bem sofisticado, espaçoso, bem decorado e tecnológico. Nos corredores, tinham máquinas de café à disposição, oferecendo algumas opções para aproveitar a qualquer hora. O hotel também contava com dois restaurantes muito interessantes, bem decorados e o café da manhã excelente e com muita variedade. À tarde, decidimos explorar a Nelson Mandela Square, que ficava pertinho do nosso hotel. No entanto, tivemos um pouco de dificuldade para encontrá-la. Entramos no shopping que fica ao lado e acabamos nos perdendo por lá, que era muito maior do que imaginávamos. Quando estava escurecendo, finalmente encontramos a praça com a estátua do Nelson Mandela e tiramos algumas fotos. A praça é linda, bem iluminada e repleta de opções de restaurantes. Acabamos escolhendo o La Parada para o nosso jantar e achamos OK! Foi nesse dia que descobrimos a Brutal Fruit, uma bebida deliciosa super frutada e levinha! Outra opção que tínhamos para esse dia era fazer um Tour no Soweto, que é um bairro super famoso na história do Apartheid e da segregação racial. Porém nosso tempo era muito curto e acabamos não fazendo. Dia 7: Joanesburgo - Cape Town Acordamos cedo e fomos direto para o aeroporto de Joanesburgo. Entregamos nosso carro na Hertz e depois pegamos o vôo que chegou em Cape Town às 12h30. ALERTA DE PERRENGUE: Depois do vôo estávamos tentando chamar um Uber para o hotel… o app mostrava R350 para ir de van. Naquele caos do desembarque, entre procurar o Uber e nos perder no aeroporto, passamos por uma área cheia de taxistas de colete neon, todos tentando nos abordar. Um deles se aproximou e logo ofereceu uma corrida por R1.000! Claro que achamos um absurdo e dissemos que não dava. Aí ele teve a “brilhante” ideia de passar o serviço para um amigo, que faria por R 400. O Leo confirmou duas vezes se esse preço era para as quatro pessoas e se cabiam as bagagens, e o cara garantiu que sim. Então, lá fomos nós! A viagem foi tranquila, mas, ao chegar no hotel, o taxista puxou a calculadora e começou a multiplicar R400 por 4, querendo cobrar R1.600! Ficamos em choque e o Leo que já estava bem irritado, argumentou que não era isso que tínhamos combinado. O taxista ficou bravo e tentou nos enrolar, mas no final só aceitou. Então, fica a dica: fuja dos taxistas de colete! Chegamos no hotel e já percebemos que a escolha não foi das melhores. Sorte que era para uma noite só! Era super bonitinho, limpo e arrumado. Porém, ficava em um lugar muito alto! Era impossível ir a pé para o centro! E já fica a outra dica: Cape Town é uma cidade enorme e com muitas montanhas, então, considere ter que usar muito uber. Antes de fechar um hotel, veja se ele não fica em uma montanha kkk Esse por exemplo era perto do centro, mas não nos atentamos que ficava no alto kkk Fomos para o V & A Waterfront, um dos pontos mais icônicos de Cape Town, repleto de lojas, restaurantes e atividades. Almoçamos no Santa Ana Spur Steak Ranch, que é uma franquia de fast food da África do Sul. Ficamos a tarde passeando por lá, mas estava com o tempo bem frio e chuvoso. Então quando chegou a noite fomos para o hotel descansar. Mas outras opções legais para fazer seriam passear nos mercadinhos: Green Market Square e Bay Harbour Market. Dia 8: Cape Town - Stellenbosch De manhãzinha, saímos para buscar nosso carro alugado e dirigimos rumo à Nederburg que levou cerca de 45 minutos. Não optamos por pegar o carro no dia anterior para economizarmos uma diária, mas se você prefere ter comodidade já pegue seu carro assim que chegar. Já tínhamos um piquenique reservado para às 10h. Mas como estava friozinho, iniciamos na parte de dentro com uma lareira e um ambiente super aconchegante e depois fomos lá pra fora. O dia estava lindo e o piquenique foi maravilhoso, parecia um almoço! Depois do piquenique, fizemos a degustação de vinhos, que também já está reservada. Maravilhoso! Aproveitamos para passear pela vinícola que tem paisagens lindas e depois seguimos para a vinícola Plaisir De Merle. Não tínhamos nada reservado, ainda bem! Estávamos super satisfeitos e não aguentaríamos fazer outra degustação kkkkk então passeamos por lá, conhecemos as lojinhas, as paisagens incríveis e depois fomos para o hotel. Ficamos no The Salene e acertamos em cheio! Que hotel incrível! Ambiente super chique, paisagem deslumbrante das montanhas, super reservado (tinha praticamente só a gente no hotel) e a vista do nosso quarto era de tirar o fôlego! Aproveitamos para descansar e depois fomos jantar no Bossa! Recomendamos bastante, super descontraído e comida ótima! Dia 9: Stellenbosch Começamos o dia tomando um café da manhã delicioso no hotel e depois seguimos para a Boschendal Farm Shop & Butchery. Que lugar! A Boschendal é uma vinícola enorme com vários ambientes: mercadinhos, lojinhas, degustação, exposição de arte, restaurante, sem contar as trilhas e passeios de bike. Começamos com a degustação de vinhos que já estava reservado (Cellar Door) e depois almoçamos no Restaurante Werf da Boschendal que também estava reservado. Achamos bem carinho, mas era divino! De tarde passeamos pela vinícola para explorar cada cantinho e todas as paisagens maravilhosas! Saindo de lá, passamos na Neethlingshof - 1692, mas infelizmente já estava fechada. Então fomos para o Root44 Market - é um mercado super bonito e diferenciado. É como se fosse um galpão enorme com várias barraquinhas expostas. Comidas de vários países, sobremesas, café, bebidas, artesanato, roupas, bijouterias, tem de tudo lá! Ele é todo cercado de gramado, onde as pessoas vão para se divertir em família e amigos olhando a paisagem maravilhosa das montanhas. Com certeza foi um lugar que nos surpreendeu muito! Depois de explorar o mercado, ficamos conversando no gramado por um tempinho e depois voltamos para o hotel. E para finalizar o dia saímos para jantar no Col'Cacchio, que é uma franquia de restaurantes italianos - achamos super delicioso e o preço é muito bom! Se você é amante de vinhos, vale super a pena investir mais um dia em Stellenbosch! Tem muitas vinícolas para conhecer, os vinhos são deliciosos e as paisagens surreais! Com certeza um dos nossos lugares preferidos da África do Sul!! Dia 10: Stellenbosch - Cape Town (Rota Cabo da Boa Esperança) Nesse dia voltamos para Cape Town fazendo a rota do cabo da boa esperança. Essa rota é muito conhecida e normalmente as agências de viagem começam pela Chapman 's Peak Drive e terminam na Muizenberg Beach. Nós optamos pelo caminho inverso porque ficaria mais fácil por estarmos em Stellenbosch e também para evitarmos muitos turistas. Foi a melhor escolha: os locais que visitamos estavam super tranquilos e o pôr-do-sol deixou a estrada da volta muito mais linda. Nosso Roteiro: Muizenberg Beach (Praia com casinhas coloridas) Boulders Beach (Praia dos pinguins) Cabo da Boa Esperança Cape Point (Farol) Chapman’s Peak Drive Praias Hout Bay até Camps Bay Observação: Prepare-se para pegar muito vento. Quando lemos sobre isso, achamos que era um pouco de exagero. Mas é surreal! Pegamos muito vento do início ao fim. É um vento que até te empurra kkkkkk Além de ser bem frio, o boné/chapéu voa e o cabelo fica todo embaraçado no final do dia. Mas é só se preparar que dá tudo certo! Saímos umas 8h40 em direção à Muizenberg Beach, que é uma praia que ficou famosa por ter umas casinhas coloridas - os vestiários dos surfistas. Paramos por uns 20 minutos para conhecer e tirar fotos. Depois seguimos para a Boulders Beach - a praia do pinguins! As pessoas têm muitas dúvidas de como faz pra acessar a praia e é muito difícil de encontrar essa informação, então vou contar o que fizemos: Logo depois do estacionamento vai ter como se fosse uma portaria. A moça vai indicar pra você seguir à esquerda e seguir o caminho. Seguindo esse caminho, você vai chegar no Boulders Visitor Centre que é onde você vai comprar o ingresso. Passando por essa entrada você vai conseguir acessar uma plataforma de madeira que é onde dá pra ver a praia e os pinguins de longe. Passeie por lá, explore as lojinhas… você pode encontrar também um bichinho fofinho chamado damão-do-cabo. Depois de passear nessa parte, você faz todo o caminho de volta até chegar naquela primeira portaria, perto do estacionamento. Vai ter uma portinha do lado direito. Entre por ela. Quando passamos a moça não estava lá, mas se ela tiver é só apresentar o ingresso. Andando um pouquinho você já vai estar na praia. Quando chegar na praia você vai precisar passar por algumas pedras para chegar nos pinguins. Mas fique tranquilo, porque é bem fácil de passar por elas. Depois disso você vai encontrar os pinguins. Dá pra chegar bem pertinho deles, mas não passe a mão porque eles podem morder e também para respeitar o espaço deles. Seguimos nossa rota para o Cabo da Boa Esperança e essa parte funciona assim: Você chega no portão do parque (Cape Point National Park Toll Gate), paga o ingresso para entrar e continua a rota de carro até chegar no cabo da boa esperança (Cape of Good Hope), que demora uns 20 minutos. Lá você pode tirar foto com a placa famosa e depois subir a montanha. É bem tranquilo e rápido de chegar no topo, mas dependendo do dia venta bastante. Depois disso, tem duas alternativas para ir ao Cape Point (Farol): Trilha: em cima da montanha vai ter uma placa indicando a direção de uma trilha que passa por vistas muito bonitas, pela Diaz Beach e depois chega no Cape Point. Carro: você pega o carro e faz o caminho de volta até encontrar a primeira oportunidade de virar à direita. Segue até o fim da estrada, em direção ao Cape Point (siga as placas de direção que não tem erro) Nós fomos de carro porque senão teríamos que ir e voltar pela trilha para buscar o carro. Na entrada do Cape Point, tem um estacionamento gratuito onde você pode deixar o carro. Lá tem banheiro, lojinha de souvenir e a bilheteria do funicular. Para comer, tem o restaurante Two Oceans que é super recomendado e com vista para o mar, porém não queríamos gastar muito então optamos por comer no food shop que tinha ao lado com opções mais em conta (porém achamos que não é tão bem serviço, os lanches são pequenos kkk). Para quem optar pelo food shop, tem algumas mesinhas do lado de fora para sentar, porém não temos muita paz por causa do vento que leva tudo embora e pelos animais (passarinhos e babuínos) que ficam tentando roubar a comida hahaha Para subir até o farol do Cape Point, você pode ir pela trilha ou pelo funicular. Para ir pelo funicular, você compra o ingresso na bilheteria e depois é só ir para a fila. Você pode subir e descer quando quiser. Fomos pelo funicular e chegando lá subimos mais uma escadaria para chegar ao farol. A vista é surreal de linda e venta bastante, então tomem cuidado para não deixar voar as coisas. Lá em cima também tem lojinha de souvenir e banheiro para quem precisar. Depois de finalizar nossa visita ao Cape Point fomos voltando em direção à Baía Hout pois queríamos passar pela Chapman's Peak Drive. É uma estrada lindíssima beirando o mar com várias paisagens de tirar o fôlego. Como estávamos no finalzinho da tarde, o pôr-do-sol deu um toque especial e as montanhas ficaram ainda mais lindas. Depois da Chapman's Peak Drive, fomos beirando as praias até chegar em nosso airbnb, foi uma paisagem mais deslumbrante que a outra e ficamos impressionados com as casas e carros de luxo que vimos no caminho. Esse foi o roteiro que fizemos e para nós foi excelente. Porém, se tiverem mais tempo e desejarem podem incluir alguns pontos: Kalk Bay, Fish Hoek, Simon’s Town, Mariner’s Wharf. Dia 11: Cape Town Devolvemos nosso carro de manhãzinha e como o tempo estava perfeito, já fomos garantir nossa ida à Table Mountain sem nuvens. Como já tínhamos comprado nossos ingressos pelo site, já fomos para lá e ficamos esperando na fila. Era mais ou menos 9h e já tinha bastante gente, mas não demorou muito. Logo entramos no teleférico, que é bem grande, e subimos. O teleférico vai girando e todo mundo fica em pé, a vista é incrível mas não é muito agradável para quem tem medo de altura kkkkk. É bem alto, mas logo ele chega e lá em cima é mais tranquilo. Ficamos bem impressionados, porque a montanha é bem grande e tem muitas coisas para explorar. Fomos seguindo o fluxo, olhando as paisagens, tirando fotos. É muito legal ir andando pela montanha e ir observando cada paisagem, uma diferente da outra. Lá também tem lojinha de souvenir, um pequeno café com algumas opções para comer e banheiro. Andamos por toda a Table Mountain, ficamos sentados observando um pouco e quando foi mais ou menos 11h50 descemos pelo teleférico. Foram mais ou menos 3 horas que passaram voando. Observação: Também tem a opção de subir e descer por trilha. Fomos para o The Old Biscuit Mill. Esse local possui algumas lojinhas e restaurantes, mas o mais forte é a feirinha que ocorre de sábado (09h - 17h) e domingo (10h - 17h), chamada Neighbourgoods Market. Era uma terça-feira e sabíamos que a feirinha estaria fechada, mas decidimos ir mesmo assim para conhecer. Achamos que não vale muito a pena sem a feirinha, porque o local é bem pequeno, com poucas lojas e fica mais afastado dos outros pontos turísticos. Almoçamos em um restaurante de pizza e depois já partimos para o próximo ponto - Jardim Botânico Kirstenbosch. Observação: Todos esses deslocamentos fizemos de Uber pois em Cape Town é tudo bem longe. Então é bom considerar isso no planejamento da viagem. Chegando no Kirstenbosch, compramos os ingressos, pegamos um café na Cafeteria Vida e Caffè que tem ali na entrada e fomos andando pelo parque. Junto com o ingresso você recebe um mapa que ajuda bastante a entender e andar por lá. O lugar é lindo e o passeio é super gostoso de fazer. Nós queríamos muito chegar naquela famosa ponte que aparece nas fotos, mas foi bem difícil kkkk só conseguimos depois de colocar esse nome no GPS -> Boomslang Canopy Trail (Kirstenbosch Tree Canopy Walkway) então fica a dica. Tem realmente bastante coisa para fazer lá, ficamos mais ou menos 2 horas. No final fomos na lojinha de souvenirs que tem muitas coisas lindas, bem floridas. Dica: Lá tem várias opções de lenços e é uma ótima opção para dar de presente porque não pesa na mala e não ocupa muito espaço. Saindo de lá, pegamos um uber para o Signal Hill pois tínhamos programado de ver o pôr-do-sol lá. Conforme subíamos a montanha, uma nuvem começou a subir junto kkkkk Quando chegamos no topo, o lugar estava todo coberto pela nuvem. Não dava para enxergar nada hahaha Esperamos um pouco, mas não tinha nem sinal de melhorar, então resolvemos voltar. Voltamos com o mesmo Uber, que só estava esperando a gente decidir ir embora kkkkk Um dos desafios de Cape Town é essa rápida formação de nuvens, que ocorre devido aos fatores geográficos, correntes oceânicas e umidade. Embora isso possa interferir nos passeios, não temos como controlar o clima. Então o melhor é ir preparado e sabendo que que isso pode acontecer e encarar o momento com leveza e tranquilidade. Aproveite a experiência, independentemente das condições! De noite, aproveitamos o tempo no Victória & Alfred. Que lugar gostoso, tudo muito bonito e iluminado! Encontramos um grupo cantando músicas africanas ali na parte central do V&A, era mais ou menos 19h30. Foi demais ver eles cantando e dançando! Depois fomos jantar no Gibsons – Gourmet Burgers & Ribs. Muito Bom! Dia 12: Cape Town Tem uma série no Netflix que se chama Somebody Feed Phil em que o Phil Rosenthal roda o mundo explorando a cultura e a culinária de várias cidades. Eu e meu marido amamos essa série e sempre tentamos ir nos restaurantes que o Phil visita. Nesse dia tínhamos 3 lugares da série para visitar e começamos com o Truth Coffee, que é uma cafeteria super estilosa, diferentona e especialista em café. Chegamos lá às 8h30 e tomamos nosso café da manhã. O lugar é cheio de decorações, o cardápio era como se fosse um jornal e os garçons eram super atenciosos. Nos ajudaram com o pedido, porque você tem que pedir a bebida e o tipo do café. Cada café fica melhor com um certo tipo de bebida. Depois do café da manhã nós tínhamos uma degustação geek reservada: É uma sessão de 60 minutos que permite que você experimente e prepare até 4 cafés diferentes guiado por um barista da cafeteria. Além disso, ele mostra como preparar o café no gotejador Abid Clever e no V60. Essa degustação custa R300 por pessoa e pode ser feita em até 6 pessoas.Nós amamos a experiência! Degustamos vários sabores diferenciados e o Elson Ngulube, o barista que nos atendeu, era super gente boa e paciente, principalmente com nosso inglês péssimo kkkkk Aprendemos muito sobre café e super recomendamos a experiência! Depois disso fomos fazer um tour pelo centro de Cape Town a pé: Primeiro passamos na frente do Parlamento da República da África do Sul e depois fomos para o The Company's Garden. É um jardim muito bonito, mas a atração principal foram os esquilinhos. Quando chegamos lá, um esquilinho correu na nossa direção e chegou bem pertinho. Achamos aquilo engraçado porque normalmente eles fogem da pessoas, mas foi aí que descobrimos que eles estão acostumados a receber petiscos das pessoas. Tem um cafezinho em uma lojinha chamada Heritage Shop at The Company's Garden ali no jardim onde eles já vendem saquinhos prontos com castanhas, próprias para distribuir para os esquilinhos. Então fomos correndo comprar e depois saímos caçando os esquilinhos. Foi um dos momentos mais divertidos do dia, os esquilinhos vinham pegar na nossa mão e alguns chegaram até a subir na nossa perna. Depois de brincar muito com eles, fomos conhecer a St George 's Cathedral, uma igreja bem bonita. Entramos para ver como era por dentro, sem custo nenhum. Depois fomos para a Long Street em direção ao Bo-Kaap. Para quem não sabe, o Bo-Kaap é um bairro histórico conhecido por suas casas coloridas e uma rica herança cultural. Originalmente, era uma área habitada por muçulmanos, muitos dos quais eram escravizados trazidos de diversas partes do mundo, incluindo a Malásia e a Indonésia. Lá também tem um pequeno museu com mais informações sobre a história do local. Passeamos pelas ruas com as casinhas coloridas e depois fomos almoçar no Faeeza's Home Kitchen, outro lugar da série do netflix. Estávamos super ansiosos por esse lugar, porque além de termos assistido sobre ele, iríamos provar comidas típicas. Tem a opção de fazer reserva, mas nós não fizemos e fomos atendidos normalmente. Comemos: - Samoosas (como se fosse um pastelzinho) - Bobotie (Traditional Beef) servido com arroz, legumes e picles de beterraba. - Curry de frango servido com arroz, vinagrete e uma massa parecida com panqueca. - Para beber pedimos soda saborizada (ficou super parecido com uma Pink Lemonade) Que comida maravilhosa!! Nós amamos!! Para nós que não estamos acostumados, era tudo bem picante. Mas era muito saboroso e delicioso! Super recomendamos!! De lá fomos passeando pelo centro em direção ao próximo lugar que vimos na série, o Honest Chocolate Cafe. É uma cafeteria pequenininha e aconchegante com vários chocolates diferentes. Fizemos nosso pedido e sentamos em alguma mesinha para apreciar o chocolate e aproveitar para descansar um pouco. De lá, pegamos um uber e fomos para a Lion’s Head para fazer a trilha. O motorista nos deixou na base, onde começa a trilha e fomos subindo. A trilha vai contornando a montanha, porém ela não tem um fim. Chega uma hora que começa a ficar perigoso e meio que não tem mais para onde ir, então voltamos e decidimos seguir uma outra trilha que vai em direção ao signal hill e chega em uma mesquita. Veja o percurso que fizemos: Observação: O percurso é aberto e bem tranquilo, mas se você não curte trilha, talvez esse não seja um passeio legal. A primeira parte tem muita subida e a segunda é praticamente só descida com bastante pedra no caminho. Você pode optar por fazer só um pedacinho e ficar olhando a vista que é maravilhosa, ou pode ir para o signal hill assistir o pôr-do-sol. O segundo eu acho que vale mais a pena se não for para fazer trilha, porque pode ir de carro e é bem melhor para sentar. Nós gostamos muito da experiência de fazer a trilha, cansamos um pouco mas no final vimos um espetáculo de pôr-do-sol ali em frente a mesquita. De lá, pegamos um uber para o airbnb. Como estávamos bem cansados, de noite comemos um McDonalds que tinha ali perto e ficamos descansando. Uma opção seria conhecer o mercadinho Oranjezicht City Farm - só não esqueça de confirmar o horário de funcionamento. Dia 13: Cape Town Nesse dia fizemos um tour pelas praias de manhã: Clifton Beach - é dividida em 4 praias, separadas por pedras. Porém o que as pessoas não contam é que o acesso dessas praias é uma escadinha super íngreme entre algumas casas particulares (dá um medo de estar no lugar errado kkkk). Ou seja, para ir em todas as praias você tem que ficar subindo e descendo essas escadinhas. A nossa sorte é que o uber sem querer nos deixou já na segunda praia kkkk. Então nós descemos, conhecemos a praia e passamos para a terceira pelas pedras. Não foi super tranquilo, mas conseguimos passar kkkk. Da terceira em diante não dava pra passar, era bem mais perigoso, tivemos que subir. E como a praia não tinha nada demais, decidimos não ir na quarta, então fomos seguindo o caminho. Camps Bay Beach and Table Mountain View Point - esse é o lugar onde tem aquela famosa vista panorâmica dos 12 apóstolos. É perto da Glen Beach e se você colocar no google maps ele te guia certinho até lá. Fomos a pé mesmo, pela estradinha. Tiramos bastante foto e ficamos um tempo observando. Camps Bay Beach - continuamos seguindo pela estradinha até a camps bay. Achamos essa a praia mais bonita, ela é bem extensa e tem uma calçada para andar. Chegamos até a Camps Bay Tidal Pool, que é como se fosse uma piscina natural. Ficamos um tempinho ali observando. Fomos também em um pequeno mall que tem ali na frente com algumas lojinhas para conhecer. Obs.: nessa praia costuma ter bastante gente abordando os turistas para vender artesanatos. Mas, é só agradecer e ir andando. De lá pegamos um uber até o V&A e aproveitamos para conhecer melhor de dia. Vimos a roda gigante, passeamos pela passarela que tem ali em frente e depois fomos almoçar no Col'Cacchio. Passeamos mais por lá e depois fomos para o Aquário Two Oceans. Do lado do aquário encontramos um lugar super legal chamado The Watershed, é um galpão enorme onde vários artesãos vendem seus trabalhos. As coisas não são baratas, mas são peças diferenciadas. Encontramos por acaso e gostamos muito! Compramos nosso ingresso do aquário na hora mesmo e fizemos a visita. O aquário não é tão grande, bem menor que o de São Paulo por exemplo, mas gostamos da experiência. Deu para conhecer e ver vários animais marinhos. No final tem uma lojinha com vários souvenirs. Para nós valeu a pena ter essa experiência. Tínhamos planejado conhecer o Green Point Stadium, porém o único jeito de entrar seria para assistir algum jogo. Então nem fomos para lá, conseguimos olhar de dentro do Uber que por acaso passou na frente. Nesse dia, estávamos bem cansados e precisávamos arrumar nossas coisas para ir para a Namíbia no dia seguinte. Então comemos McDonald 's de novo e ficamos de noite no Airbnb. Dia 14: Cape Town - Windhoek - Etosha National Park Acordamos cedo e fomos direto para o aeroporto de Cape Town. Pegamos nosso voo às 7:00 que chegou em Windhoek às 09:10. Assim que chegamos, o transfer da Namibia2Go (empresa que aluga carros) já estava nos esperando, ele nos esperou trocar o dinheiro no câmbio e depois já partimos. OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: tivemos uma grande dificuldade com a internet na Namíbia. Não levamos nenhum chip pois é muito difícil de encontrar na internet para comprar e quando chegamos lá também não conseguimos comprar. Tanto na loja do aeroporto quanto na loja do centro estavam com os chips esgotados. Sorte a nossa que tínhamos reservado internet com a Namíbia 2go, pois foi o único ponto de internet que tivemos durante toda a viagem na Namíbia. Fomos para a Namibia2go buscar nosso carro - alugamos uma Hilux 4x4 com 2 barracas em cima pois iríamos acampar por vários dias! Eles explicaram direitinho como funcionava cada coisa do carro e é super tranquilo de entender. De lá, fomos em um mercado que fica ali do lado, chamado Checkers para comprar comida e abastecer o carro. Então seguimos viagem pois precisaríamos ir para o Etosha National Park (+/- 5 horas). A estrada parecia que nunca iria acabar, é uma reta eterna. Bem fácil de dar sono, então tem que ter bastante cuidado. Apesar de difícil, você encontra posto de gasolina durante o caminho, mas nós decidimos seguir viagem direto. Chegamos no Onguma Tamboti Campsite mais ou menos 18h da tarde, fizemos o check-in e depois já fomos para o nosso espaço montar a barraca. Esse camping fica fora do parque e é bem estruturado, as áreas de camping ficam bem reservadas e isso foi bom por ter sido a nossa primeira experiência. Obs: Todos os campings nós planejamos e reservamos antes. Nenhum de nós 4 tinha experiência com camping, então ao mesmo tempo que estávamos ansiosos e animados, também estávamos um pouco apreensivos. Nesse primeiro dia ainda estávamos nos adaptando com tudo, mas foi bem tranquilo. Assim que terminamos de montar a barraca, escureceu. Então tivemos que cozinhar no escuro, mas deu super certo. O jantar foi macarrão à bolonhesa. Esse camping era bem legal, porque tinha banheiro e área privativa para lavar louça - não esqueçam de comprar detergente, bucha e um pano kkkk primeiro erro de quem nunca acampou!! Depois do jantar fomos observar um pequeno waterhole que tinha no camping. Infelizmente não vimos nada, então fomos dormir. A primeira experiência dormindo na barraca foi ótima, dormimos super bem. A barraca é enorme - só para ter uma ideia, o Leo mede 1,92m e ainda sobrava espaço para ele. Dia 15: Etosha National Park (Onguma para Okaukuejo) Acordamos bem cedo, 5h30 da manhã, fizemos o café da manhã (Café e ovo) e saímos para o safári no etosha. Passamos pelo portão às 7h30, pagamos e seguimos viagem. Primeira dica: compre um mapa do etosha e um mapa da Namíbia. Com certeza você vai usar, principalmente quando estiver sem internet kkkkk. Como no Etosha não tem app e nem grupo de whatsapp para ajudar na localização, nós pesquisamos os principais waterholes e fomos seguindo em direção ao Okaukuejo, que seria o nosso próximo camping: Fizemos todo esse trajeto e chegamos no Okaukuejo às 15h da tarde. Já vou adiantar nossas impressões sobre o Etosha. Não é que o safári de lá foi ruim, mas como nós fomos com a visão de que seria igual ao Kruger, foi meio que uma expectativa quebrada. O Etosha é totalmente diferente do Kruger em vários aspectos: - O solo é bem mais seco; - Vimos os animais mais em bando - enquanto no Kruger nós vimos eles mais sozinhos; - Os waterholes estavam quase todos secos; - Muito mais difícil de encontrar os animais; - A estrada é horrível, muito muito horrível kkkk mesmo com 4x4. A experiência foi incrível e valeu a pena porque foram safáris bem diferentes. Vimos vários animais diferentes e a experiência do camping é bem legal. Porém nós não imaginávamos que seria tão difícil de encontrar os animais, às vezes ficávamos horas sem ver nada, na estrada infinita, sem internet, sem música kkkkkkk Se eu fosse novamente, acho que faria os dois safáris do Etosha com guias. Até tentamos pegar um passeio para o dia seguinte, mas já estava lotado, então é bom reservar antes. O Okaukuejo é diferente do outro camping, ele fica dentro do parque e é enorme. Tem várias áreas de camping, chalé, piscina, restaurante, mercadinho. Mas o mais incrível de lá (e por isso bem concorrido - Fica esperto porque quase não conseguimos ficar lá) é que ele fica do lado de um waterhole que lota de animais a noite. Logo que chegamos, já fomos direto para o posto de gasolina pois estávamos com pouquíssimo combustível. Quando chegamos lá, o frentista nos disse que o diesel tinha acabado. Ficamos desesperados, porque estávamos contando com esse posto para abastecer o carro. Tentamos conversar, mas ele não colocou. Nos acomodamos, montamos nossa barraca e fomos lá observar o waterhole. É bem legal, porque tem vários lugares para sentar e as pessoas ficam todas quietinhas observando hahaha. Assistimos ao pôr-do-sol junto com um elefante bebendo água. Coisa mais linda! Depois fizemos nosso jantar: Arroz, feijão (era enlatado, mas estava bom), ovo frito, batata e milho. E voltamos no waterhole - Foi outro espetáculo de noite, ficamos até +/- 22h30 olhando os elefantes e as girafas e quando estávamos quase indo embora apareceram 3 rinocerontes!!! Na nossa opinião, essa experiência no Okaukuejo foi uma das melhores do Etosha, os animais vão se aproximando, a gente fica naquela expectativa tentando descobrir o que é, naquele silêncio ouvindo só o som da natureza. É literalmente como se estivéssemos assistindo um pouquinho da vida noturna dos animais! Dia 16: Etosha National Park (Okaukuejo) Acordamos cedinho, preparamos nosso café da manhã e fomos novamente tentar colocar combustível no carro. O Leo ficou conversando e insistindo com o frentista, falando que tínhamos viajado até aqui e que precisávamos de diesel. Então ele colocou só um pouquinho e disse que dava para chegar no posto de Halali. Ficamos bem tensos, mas não tinha muito o que fazer, então partimos para nosso segundo safári e fizemos essa rota: Chegamos em Halali e adivinhem kkkkk sem diesel também e pra ajudar também estava sem água. Aproveitando o contexto, essa é uma dica que gostaríamos de ter recebido antes: Levar muito hidratante de corpo, de rosto e de lábios. Além disso, sempre ter um estoque de água no carro. A Namíbia é absurdamente seca! Nós que não temos o hábito de passar muito creme no corpo, usamos meio pote de creme logo nos primeiros dias. E no rosto nós passávamos bepantol de neném que era a única coisa que hidratava (detalhe: nossa pele é mista a oleosa). Compramos um sorvete, fomos ao banheiro e voltamos para o Okaukuejo. Graças a Deus a gasolina foi suficiente! Chegando no camping um gringo veio conversar com a gente para trocar informações sobre o safári, pois ele também estava com dificuldade de encontrar os animais. Comentamos sobre a dificuldade de encontrar combustível e então ele nos informou sobre o posto Petrosol - Taleni Etosha Outpost. É um posto que fica fora do parque, a uns 25km do Okaukuejo, mas ele nos garantiu que lá tinha diesel. Então resolvemos arriscar pois era a nossa única opção. Fomos até lá e finalmente conseguimos abastecer, completamos o tanque! Além disso, o frentista nos ofereceu o conserto da placa do carro que tinha soltado durante o safári. Foi bem rápido e ele nos deixou livres para decidir o quanto pagar. Neste posto tem também um restaurante e um mercadinho bem legal, então fomos conhecer e aproveitamos para almoçar. É um lugar bem gostosinho para comer! Voltamos para o parque e fizemos mais um safári de tarde. Seguimos essa rota: Conseguimos ver: girafa, zebra, orix, impala e uns esquilinhos muito fofos. Chegamos no camping de tardezinha, montamos a barraca e fomos para o waterhole assistir o pôr do sol. Foi um espetáculo! Tinham vários animais bebendo água, ficamos observando eles por um tempo. De repente os animais começaram a sair e ir embora.. Descobrimos o motivo depois de um tempo: Era uma família de leões que chegou para beber água!! Foi incrível!! Ficamos lá até 19h30 e depois fomos cozinhar. Nesse dia jantamos macarrão ao molho sugo e ovo cozido. Depois voltamos para o waterhole para ver os animais. Logo que chegamos, tinha uma manada de elefantes!! Ficamos admirados!! Depois começou a chegar alguns rinocerontes e até presenciamos um pequena briga entre eles kkkkk Ficamos lá até umas 22h30 e depois fomos descansar para o próximo dia! Dia 17: Etosha National Park - Spitzkoppe Saímos mais ou menos 7h20 do Okaukuejo em direção ao Twyfelfontein, que é um sítio arqueológico com várias pinturas rupestres. O caminho até lá é longo, mais ou menos 3h40, mas parece ser mais longo ainda por 3 motivos: Vários pedaços da estrada são péssimos Estávamos sem internet Não tinha música no carro Se você for fazer essa roadtrip pela Namíbia, não esqueça de pensar em algum entretenimento. Algum livro, algum jogo que dê para jogar no carro, pen-drive com música, comidinhas… Seja criativo, mas lembre-se que o negócio na Namíbia é roots - Nosso carro era ótimo, mas só tinha uma entrada USB que usávamos para conectar o roteador da internet, que mal funcionava kkkkk Não podíamos usar muito o celular, pois ficávamos com medo da bateria acabar. Levamos 2 power banks muito bons, mas nos campings tinham poucas tomadas para carregar tanta coisa. Eu não levei livro para não ocupar espaço na mala, mas confesso que eu (Nati) me arrependi muito. Apesar das paisagens serem lindas e muito diferentes, a estrada acaba cansando bastante porque é uma reta infinita. Complicado também para quem está dirigindo, pode dar bastante sono. Chegamos no Twyfelfontein por volta das 11h40. Para quem tem dúvidas de como chegar até lá, é só colocar no GPS: Twyfelfontein or /Ui-//aes. Chegando lá, paramos no estacionamento e seguimos um caminho a pé até a bilheteria. Estava um calor insuportável! Pagamos o ingresso e seguimos o guia que estava esperando para nos atender. O caminho é curto com algumas paradas, mas naquele calor acabamos cansando e desidratando rapidinho. Nosso guia nos falou que fazia 2 anos que não chovia naquela região e dava para perceber pelo clima totalmente seco. Nosso guia era muito simpático e foi nos explicando todos os detalhes. É uma sensação inexplicável ver as pinturas pessoalmente, lembramos muito das fotos das apostilas da escola. O tour durou mais ou menos 1 hora. O final foi sofrido porque não estávamos aguentando de calor e sede. Chegamos no carro e bebemos muita água! Saindo de lá, fomos abastecer o carro em um posto que ficava no meio do nada kkkkkkk chama Petrosol - Twyfelfontein Country Lodge - Fuel station. Depois seguimos para Spitzkoppe Community Rest Camp, mais 3 horas e meia de estrada. Que estrada linda, parecia que estávamos em outro mundo! Quanto mais perto de spitzkoppe, mais montanhas de pedra apareciam no caminho. Uma mais linda que a outra! Esse camping era um desafio para nós kkkk não tinha energia elétrica e acamparíamos bem no pé da montanha. Estávamos ansiosos para ter essa experiência! Chegamos, fizemos nosso check-in e a moça nos entregou um mapa do camping (que era gigante). Nos explicou rapidamente sobre cada lugar e disse que era só escolhermos o local que queríamos e nos instalar. Logo na entrada, tem 2 banheiros com portas. Um pouco para frente tem a área dos chuveiros (Alguns são aquecidos) e pia para lavar louça. Andando um pouco mais tem um estacionamento, seguido de um pequeno restaurante (aberto das 9h às 19h) e mais dois banheiros. Esse banheiros não possuem portas, somente paredes fechadas por correntes para sinalizar que está ocupado kkkkkk As áreas de camping são bem longe umas das outras e cada uma tem um lugar para fazer xixi, mas é bem nojento - é simplesmente um buraco com uma cerquinha de bambu. Como já era tarde, paramos ali do lado dos chuveiros para garantir o banho no claro e depois fomos até o restaurante para comer um lanche. Enquanto esperávamos, andamos um pouquinho por lá para ver a paisagem. Tem uma balança ali do lado bem de frente para a montanha. Jantamos e depois fomos montar nossa barraca, decidimos ficar em uma das primeiras áreas de camping, bem no pé da montanha. Apesar de não ter energia, o ambiente não estava tão escuro porque estava com uma super lua cheia brilhante iluminando o camping. Sentamos ali e ficamos um tempão conversando e jogando aqueles famosos joguinhos que não precisam nem de cartas e nem de tabuleiro. Terminamos nossa noite ali e depois fomos descansar. Foi uma delícia ter esse tempo, sem distrações de internet e em um dos ambientes mais diferentes que já fomos!! Dia 18: Spitzkoppe - Cape Cross - Swakopmund Acordamos cedinho, fizemos nosso café e fomos conhecer o Natural Arch ou The Bridge, não sei exatamente o nome correto. A localização é bem confusa, mas fomos nos encontrando. Seguimos de carro o GPS até o Natural Arch, paramos ali e depois fomos tentando encontrar um caminho a pé kkkk tem que ir andando pelas pedras e subindo até chegar na pedra que parece que tem um buraco no meio. É lindo demais! Tiramos várias fotos e depois, seguindo um pouco mais, tem a vista panorâmica da montanha de pedra!! É uma disputa de qual paisagem é mais bonita! Saindo de lá, pegamos o carro e paramos em uma área para fazermos o almoço. O legal deste camping é que é enorme, então tem muitas áreas disponíveis e não tem ninguém. Então você fica super livre e a vontade para parar onde quiser e em qualquer hora do dia. Comemos nosso almoço: arroz, ovo mexido, batata e feijão (enlatado). Foi uma delícia cozinhar e comer ali, no meio das árvores e da paisagem linda. De lá, fomos até a pia (perto da recepção) para lavar a louça, usarmos o banheiro e depois seguimos viagem em direção ao Cape Cross. Vamos expor aqui os principais pontos negativos e positivos que achamos sobre o camping: Positivos: Paisagens lindíssimas Você consegue se desligar totalmente da tecnologia e se conectar com a natureza. Silêncio e paz Você vai viver uma experiência totalmente única e inexplicável Apesar de não ter energia, tem chuveiro quente e restaurante (9h às 19h) Parece que tem só você no camping, então você fica muito livre por lá. Negativos: Banheiro: os únicos banheiros “usáveis” são da recepção, longe das áreas de camping. Então se precisar ir ao banheiro durante terá que ir atrás de alguma pedra, que é melhor do que usar aquele buraco. Banheiros sem porta. A pia e os chuveiros também ficam perto da recepção, então precisa ir de carro até lá. Para mulheres: não tem espelho e não tem como usar secador/chapinha. Não tem como carregar o celular e outros equipamentos. As coisas ficam bem longe uma da outra, tem que ir de carro (consequentemente tem que desmontar a barraca também) Apesar dos pontos negativos, nós amamos a experiência no camping e com certeza voltaríamos! Pode ter alguns perrengues, sim! Mas se posso te dar um conselho, não se apegue às coisas supérfluas (energia, celular, internet, secador de cabelo), aproveite o momento! A energia não fez falta nenhuma para nós enquanto estávamos lá e por outro lado, tivemos uma das experiências mais diferentes e incríveis das nossas vidas. Saímos mais ou menos às 13h de Spitzkoppe e chegamos às 15h em Cape Cross Gate, onde tem a colônia de focas. Você para nesse portão e faz o pagamento das entradas na bilheteria. Feito isso, você pega o carro novamente, entra pelo portão, vira à esquerda até chegar na colônia de focas (Cape Cross Seal Reserve). Chegamos na reserva de focas, paramos no estacionamento que tem ali e já ficamos impressionados com a quantidade de focas. Muitas!!! Na frente do estacionamento tem uma passarela de madeira fechada que contorna a praia, onde os turistas podem ir andando para observar as focas. Quando chegamos, as focas tinham invadido uma parte do estacionamento e uma delas estava deitada na frente do portão da passarela kkkkk fomos com cuidado entre elas (elas são bem bravas) e pulamos a passarela. Fomos andando pela passarela, observando as focas! Algumas partes da passarela estavam destruídas e as focas conseguiam entrar nela, não achamos isso tão seguro, mas era só começar a bater o pé que elas saíam do caminho. Muitas pessoas falam um pouco mal de lá, então aqui vão nossas considerações e opiniões: O cheiro é horrível sim!! Muito forte e insuportável! Levamos máscaras e usamos o tempo todo. Depois do passeio, ficamos fedendo foca kkkk o corpo, o cabelo, a roupa. Tudo hahaha! Achamos a parte da passarela descuidada, porque tem vários buracos. Vimos somente uma foca morta, logo no comecinho. Mas há relatos de pessoas que viram bastante focas mortas, acho que depende da época. Apesar de todos os pontos negativos, para nós foi uma parada que valeu a pena. Gostamos bastante de ver as focas, conhecer o som delas e ver um pouquinho como elas vivem em comunidade. Saindo de lá, fomos direto para Swakopmund. Obs: Na estrada perto de Cape Cross, vimos várias pedras rosas expostas para venda sem nenhum vendedor. Ficamos super animados achando que era alguma pedra preciosa e paramos para comprar kkkkk estávamos escolhendo a mais bonita quando caiu nossa ficha, eram pedras de sal! Eram muito bonitas e legais, mas acabamos desistindo de comprar porque não teria muita utilidade para nós. Chegamos em Swakopmund por volta de 18h, uma cidade de praia bem bonitinha, mas quando saímos do carro, assustamos com o cheiro. Não era tão ruim igual o das focas, mas era bem forte. Um cheiro de maresia misturado com peixe kkkkk! Ficamos hospedados em um ótimo airbnb, um apartamento bem grande e super bonito. Nos acomodamos, tomamos um banho pra tirar o cheiro de foca kkkk e depois fomos jantar no Kücki's Pub, um lugar bem legal e com uma comida excelente. Aproveitamos para experimentar as carnes de game e de orix! Estavam incríveis!! Depois do jantar, estávamos cansados e já estava tarde, então fomos descansar. Dia 19: Swakopmund (Sandwich Harbour) Acordamos cedo e fomos tomar café da manhã no Slowtown Coffee Roasters, que é uma cafeteria que amamos. Ambiente super gostoso e a comida estava uma delícia. De lá fomos para o Super Spar fazer mais uma compra de comida, pois passaríamos os próximos dias em camping. Deixamos as compras no airbnb e fomos fazer um tour pela cidade. Lá é bem pequeno e não tem tantas coisas para fazer, mas é super bonitinho e gostoso de passear. As construções da cidade tem um estilo alemão! Fizemos esse tour todo a pé: Saímos do nosso airbnb e fomos andando pela praia. Passamos pela praça super arborizada e bonita chamada Arnold Schad Promenade até chegar no Swakopmund Mole e no Aussichtpunkt Swakopmund Meerblick. Essa parte é como se fosse uma pequena península com vista para o mar. Fomos em direção ao farol (Swakopmund Lighthouse), que passamos só na frente, mas tem como entrar e subir nele. Passamos na frente do Woermannhaus, que é um edifício histórico bem bonito e depois fomos voltando para o apartamento por dentro da cidade, passeando pelas lojinhas, pois infelizmente nosso tempo era curto. Alerta de perrengue: passamos um super sufoco para conseguir trocar dinheiro. Nesse dia tínhamos um tour para o Sandwich Harbour reservado e a agência nos informou que aceitaria apenas dinheiro como pagamento. O Leo já tinha separado esse dinheiro desde o primeiro dia na Namíbia, mas quando chegamos no apartamento e fomos contar, percebemos que estava faltando. Não tínhamos mais dinheiro e nossos amigos também não. Estávamos em cima da hora, então saímos desesperados para tentar trocar em algum lugar. Depois de muitos perrengues kkkkk conseguimos finalmente trocar (sorte que tínhamos uma nota de dólar, porque o câmbio não aceitava cartão). Fomos voando para a agência do tour, que ficava em Walvis Bay, e chegando lá não conseguíamos encontrar o lugar. Era tudo muito confuso e tivemos que pedir ajuda para uma moça, que viu nosso desespero e nos ajudou kkkkkk depois de todo esse desespero, chegamos lá e adivinhem: a agência aceitava cartão!!!!! Que sufocooo!! Após todo esse perrengue, nos encontramos com nosso guia, Dino (Bernardino), e começamos o tour. Fizemos uma breve parada na Lagoa Walvis Bay para observar os grupos de flamingos e outras aves que habitam a região. Normalmente, o tour segue pela praia, mas como a maré não estava favorável, tivemos que seguir por um caminho alternativo por dentro. Passamos por um lago rosa, onde há uma fábrica de sal, algo realmente impressionante. Curiosidade: os flamingos nascem com penas cinzas e, conforme se alimentam das algas pigmentadas nos lagos, suas penas vão adquirindo a cor rosa. Seguimos para a duna principal do Sandwich Harbour. A viagem até lá demora um pouco, mas a diversão de atravessar dunas, cada vez mais altas, torna a experiência ainda mais emocionante. Como estávamos sozinhos no carro, o tour foi bem exclusivo, e o guia, percebendo que gostávamos de uma adrenalina, desceu por dunas enormes que davam um friozinho na barriga hahaha. Chegamos ao local onde a vista do deserto se encontra com o mar, e a paisagem é simplesmente deslumbrante! O guia fez uma pausa ali, e tivemos a oportunidade de descer e caminhar um pouco. Uma mesa de almoço foi montada com várias opções de comidas e bebidas, e ficamos um bom tempo ali, aproveitando a vista, antes de retornar. A volta foi ainda mais cheia de adrenalina, principalmente porque o guia acelerou em algumas dunas, o que foi super divertido kkkkk. Seguimos o caminho de volta até a agência, e no percurso, avistamos alguns orix e uma raposinha. Chegamos na agência ao final da tarde e, em seguida, fomos para o Airbnb. Sobre o tour: adoramos e achamos que valeu cada centavo! É essencial contratar um guia especializado para esse tipo de tour, pois dirigir na areia, especialmente nas dunas, é bem difícil e é fácil ficar atolado. Além disso, os guias sabem exatamente o momento certo para seguir pela praia ou mudar a rota, dependendo da maré. Quando é necessário seguir por dentro, não há caminho definido, então é preciso conhecer muito bem o local. https://www.sandwich-harbour.com/activities/half-day-sandwich-harbour-4x4-excursion/ De noite fomos jantar no Jetty 1905 Restaurant, onde tínhamos uma reserva. Esse restaurante é mais chiquezinho e fica em cima de um píer. O preço é caro, mas não é absurdo. Gostamos de lá, porém acho que é mais interessante ir de dia por ser no pier. Dia 20: Swakopmund - Sossusvlei Acordamos cedo e, por volta das 7h00, já estávamos a caminho de Sossusvlei, a principal atração do deserto do Namibe. Inicialmente, planejamos parar na Duna 7, mas o caminho estava fechado, então seguimos viagem. Por volta das 9h30, fizemos uma breve parada no famoso Trópico de Capricórnio, onde ficamos cerca de 20 minutos tirando algumas fotos. Seguimos para Solitaire, uma mini-cidade que é parada obrigatória para quem viaja pela região. Além de ser um lugar super charmoso e interessante para explorar, é o único posto de gasolina até Sossusvlei. Solitaire tem um mercadinho, restaurante e uma padaria famosa pela "apple pie". O lugar tem um clima único, com cenários de deserto e vários carros abandonados. De acordo com o nosso roteiro, chegaríamos mais tarde, já que a ideia era parar na Duna 7, então tivemos que fazer hora até o restaurante abrir. Aproveitamos para passear um pouco por lá antes de almoçarmos no restaurante local. Depois, decidimos tomar um café e experimentar a famosa torta de maçã. Achamos muito boa, porém nada demais kkk acho que as pessoas fizeram tanta propaganda que nossas expectativas estavam altas demais hahaha. Após abastecer o carro, por volta das 13h, seguimos para o Sesriem Campsite. Fizemos o check-in, entendemos como o local funcionava e logo partimos para explorar o Sesriem Canyon, onde passamos cerca de uma hora apreciando as formações rochosas e a vista incrível. Antes disso, fomos ao escritório do parque para garantir as autorizações de entrada para aquele dia e o seguinte. Isso é importante, pois se quiser sair cedinho, já é bom ter a autorização. Às 16h, decidimos dar uma passada na Duna 45, para conhecer o caminho e ver o cenário, já que no dia seguinte planejávamos ir bem cedinho para assistir ao pôr do sol. O trajeto é tranquilo, é só seguir a rota. Quando chegamos, a paisagem era tão surreal que ficamos empolgados e subimos um pedaço da duna, mas sem chegar até o topo, já que a ideia era deixar isso para o dia seguinte. Voltamos para o camping antes do pôr do sol para montar nossas coisas. Depois foi hora de descansar, cozinhar o jantar, bater um papo e nos preparar para o dia seguinte. Dia 21: Sossusvlei Acordamos bem cedinho e saímos por volta das 6h20, chegamos na base da Duna 45 às 7h e começamos a subir. Esse horário não tinha muita gente e estava bem frio, mas conforme fomos subindo o corpo foi esquentando. Demoramos 30 minutos para subir e achamos tranquilo. Cansa sim, mas o segredo é ir parando e seguir o seu ritmo. O horário ajudou bastante também por não ter sol. Assim que chegamos lá em cima, sentamos na duna e ficamos esperando o nascer do sol. E logo, vimos o sol aparecendo e colorindo o deserto com tons dourados e alaranjados – um espetáculo indescritível. Só vendo pessoalmente para entender a emoção de assistir! Depois de apreciar o amanhecer, seguimos para a temida Big Daddy. Algumas informações importantes: Para chegar até a base dessa duna você pode ir de carro em rota asfaltada, porém os últimos 5km são de areia bem fofa, ou seja facinho de atolar. Você pode arriscar ir com um 4x4? Sim, mas não recomendamos. Só se você tiver muita experiência em dirigir nesses locais. Então para passar por essa parte, nossa recomendação é pegar um caminhãozinho que vai saindo a cada 15 minutos para levar o pessoal. É bem fácil de encontrar e é só pagar ali na hora mesmo. Chegando na base da Big Daddy tem duas opções: Quer escalar a duna? Siga pela esquerda. Nesse caminho você vai subir toda a duna e de lá de cima vai descer escorregando até chegar no Deadvlei. Não quer escalar a duna? Siga pela direita. Nesse caminho você vai cortar a subida e ir direto para o Deadvlei. O que nós fizemos? Pegamos o caminhãozinho, chegamos na base da duna e seguimos pela esquerda para escalar a duna. É realmente um caminho bem longo. Começa bem plano até começar a subir, aí você vai subindo, subindo, subindo… O sol estava matando kkkk então isso deu mais sofrimento ainda para subir. Íamos subindo, parando um pouco, bebendo água, subindo de novo, parando… e depois de muito esforço chegamos no topo. Pensamos em desistir? Sim kkkkk mas a mente positiva estava tão forte que conseguimos chegar até lá. Que sensação incrível! Chegar no topo e olhar aquela vista surreal! Valeu cada esforço. Descansamos um pouco e depois fomos para a parte mais divertida - descer escorregando pela areia até o Deadvlei. Parece que é rapidinho para descer, mas é muito longe e ficamos um tempinho descendo hahaha mas é a melhor parte! Chegamos ao DeadVlei por volta das 10h30 e ficamos impressionados com a paisagem surreal: o solo branco petrificado, as árvores secas contrastando com as dunas alaranjadas e o céu azul intenso!! Ficamos andando e tirando fotos por ali, o sol estava muito forte e não aguentamos ficar muito tempo. Não esqueça que depois de tudo isso, ainda tem que atravessar o DeadVlei inteiro para pegar o caminhãozinho de volta hahahah E foi o que fizemos. Chegamos no camping, comemos hambúrguer no restaurante de lá mesmo e no resto do dia, como estávamos muito exaustos, aproveitamos para descansar, tomar banho com calma e organizar as coisas. Até tentamos entrar na piscina, mas estava muito gelada hahaha Obs: Nesse dia a noite eu e o Leo começamos a passar mal kkkk outro perrengue! Temos quase certeza que foi tipo uma insolação que pegamos no passeio das dunas porque nossos amigos ficaram bem e não subiram junto com a gente. Passamos muito mal e eu tive que ir no banheiro no meio da noite no escuro kkkk Dia 22: Sossusvlei - Luderitz Nesse dia tivemos um grande dilema. O plano inicial era seguir para Luderitz e, no dia seguinte, visitar Kolmanskop, mas o parque só abre pela manhã, e no dia seguinte precisávamos sair cedo para devolver o carro em Windhoek até as 17h (informação que só descobrimos depois, o que complicou um pouco o roteiro). Então o problema era: não conseguiríamos chegar a tempo para o tour no mesmo dia, e no dia seguinte não haveria tempo para nada. Porém, como já tínhamos incluído Kolmanskop na programação, decidimos arriscar e ver o que aconteceria. Então, nós voamos com o carro até Kolmanskop - não recomendamos fazer isso kkkkkk. Chegamos lá cinco minutos antes do horário de fechamento, e por sorte, o segurança nos deixou entrar. O lugar estava completamente vazio – só estávamos nós! Kolmanskop é uma cidade fantasma, marcada pela história das minas de diamantes e do tempo em que a cidade prosperava. Hoje ela está totalmente abandonada e coberta pela areia do deserto. É incrível caminhar pelas ruas desertas e imaginar a história desse lugar que um dia foi vibrante e cheio de atividade. Infelizmente, eu não estava nada bem. Eu andei um pouco por lá, mas não conseguia ficar em pé, então voltei para o carro enquanto ele exploravam mais um pouco. Fiquei muito triste de não conseguir ver muita coisa, mas mesmo assim, já foi incrível. O lugar é gigantesco, com muitas construções e detalhes históricos para descobrir. Após a visita, seguimos para o hotel em Luderitz, onde pudemos descansar um pouco e beber bastante isotônico que tínhamos comprado nos postos de gasolina no meio do caminho. Depois aproveitamos para dar um passeio na beira do mar, perto da Shark Island, apreciar a paisagem e assistir ao pôr do sol. À noite, jantamos no Penguin Restaurant, um restaurante charmoso dentro de um hotel. A comida era excelente e o ambiente muito agradável – super recomendamos! Dia 23: Luderitz (Kolmanskop) - Solitaire - Windhoek Eu acordei bem melhor nesse dia, então tomamos café e saímos de Luderitz às 7h40 e seguimos viagem para Windhoek, uma jornada bem longa de cerca de 7 horas e meia. Durante o percurso, fizemos algumas paradas nos postos de gasolina para descansar as pernas, usar o banheiro, abastecer o carro e revezar o volante quando necessário. Chegamos na Namibia 2go por volta das 16h, devolvemos o carro e, em seguida, fomos para o hotel. À noite, tínhamos uma reserva no Joe’s Beer House, que é imperdível em Windhoek. Tem uma variedade de carnes exóticas para quem quiser experimentar algo diferente. Optamos pelo Bushman’s Sosatie, que é um espetinho com carne de zebra, kudu, oryx, springbok e crocodilo. Foi uma experiência sensacional! O que achamos das carnes: Quanto ao sabor das carnes, não achamos que nenhuma delas tinha um gosto muito forte tipo de cordeiro. A mais forte foi o kudu, seguida do oryx. O crocodilo lembra muito o sabor do frango, e as demais carnes são bem parecidas com carne de vaca. Em termos de maciez, todas estavam boas, e a zebra foi a mais dura. O ambiente do restaurante é super agradável e aconchegante. Escolhemos um lugar no garden e adoramos! Vale muito a pena, especialmente para quem quer experimentar carnes exóticas. Porém, mesmo se você não for tão aventureiro com a comida, o local também é ótimo. Nossa dica é fazer a reserva antecipada, pois o restaurante costuma ficar bem cheio! De lá voltamos para o hotel para descansar - como estávamos sem carro, na ida nós pedimos para o recepcionista do hotel pedir um táxi. Então pegamos o contato desse taxista e na volta pedimos para ele nos buscar. Deu super certo. Obs: Nosso roteiro estava bem apertado, então não conseguimos conhecer Windhoek, mas tem alguns lugares que você pode conhecer, se tiver tempo: Christ Church Museu Memorial da Independência Centro de Artesanato da Namíbia Dia 24: Windhoek - Joanesburgo Saímos cedinho, fomos até o aeroporto para pegar o avião até Joanesburgo. O voo saiu às 9h15 e chegou ao destino às 11h15. Fomos para o Hotel Sky, chegamos lá por volta de 14h e fomos almoçar no restaurante de lá mesmo (Eclipse Restaurant). A tarde, fomos passear na Nelson Mandela Square e depois descansamos um pouco no hotel (acho que foi um dos únicos períodos de descanso da viagem kkkkk) À noite, fomos jantar no The Big Mouth e pedimos comida japonesa. Foi incrível e fechamos a viagem com chave de ouro! Dia 25: Joanesburgo - São Paulo Acordamos, tomamos café e saímos umas 9h para o aeroporto (fomos com uma Van que o próprio hotel pediu para nós). Na hora de fazer o check-in passamos um super perrengue com as malas, e o problema foi que no aeroporto de Joanesburgo, existe uma regra rígida: nenhuma mala pode ultrapassar 30kg, mesmo que você esteja disposto a pagar o excedente. A nossa tinha passado só um pouquinho disso, mas foi o suficiente para barrar nossa mala e causar uma correria. Tivemos que comprar uma mala, distribuir as coisas no meio do aeroporto. E depois disso, a moça do check-in ainda nos enganou dizendo que não aceitava o pagamento do excedente no cartão, só dinheiro. Depois, quando conversamos com nossos amigos (que já tinham passado há um tempão), descobrimos que eles pagaram o excesso no cartão tranquilamente. Ou seja, muito provavelmente a funcionária ficou com o dinheiro para ela. Foi um dos maiores perrengues da viagem, ficamos muito tensos, principalmente depois de saber desse detalhe. Mas no final deu tudo certo, tivemos um ótimo voo e chegamos no Brasil por volta das 18h15 e nossas malas estavam lá kkkkk. Mas fica a dica para tomarem cuidado com isso! Essa foi nossa viagem de 25 dias e aqui vão nossas considerações sobre tudo isso: Foi simplesmente incrível!! Uma viagem que vai ficar marcada para sempre na alma. Mas é importante dizer: não é uma viagem para qualquer um. Não pelo destino em si, mas pela intensidade. Foram quase 25 dias sem parar, vivendo cada segundo ao máximo. O cansaço físico existe, sim, mas ele é pequeno perto da imensidão do que se vive e se sente. É uma viagem para quem gosta de movimento, de experiências intensas, de sair cedo e voltar tarde com o coração cheio de memórias. Se você prefere tranquilidade, roteiros leves e tempo para descansar, talvez esse estilo não seja o ideal. Mas, sinceramente? Acredito que, de vez em quando, a gente precisa sair da zona de conforto, se permitir o novo, o inesperado. Nós vivemos momentos que jamais imaginaríamos, superamos desafios que pareciam impossíveis, acampamos por vários dias sem nunca ter acampado antes e, no fim, amamos cada segundo. Quando começamos a pesquisar sobre essa viagem, principalmente a Namíbia, nos causava um certo medo... por não ter muita informação, não ter tanta estrutura. E foi justamente por isso que quis escrever este relato, para encorajar outras pessoas a descobrirem esse país incrível! A Namíbia realmente não tem estrutura igual a África do Sul por exemplo, mas não é um bicho de sete cabeças. É um país fascinante, repleto de belezas naturais que impressionam a cada curva da estrada. Fazer uma roadtrip por lá é algo que não dá para explicar, só quem vive entende. E hoje, olhando para trás, sentimos um orgulho imenso de tudo o que experimentamos. E essa sensação... é simplesmente uma das melhores do mundo.
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  7. No porão da Igreja Nossa Senhora da Glória, em Juiz de Fora (MG), funciona uma cervejaria artesanal mantida por religiosos: a Hofbauer. A pequena fábrica fica em um dos raros conventos produtores de cerveja ainda em funcionamento no Brasil, e que mantém viva uma tradição europeia de fé e fermentação. Leia mais: https://g1.globo.com/google/amp/mg/zona-da-mata/noticia/2025/10/11/conheca-a-cervejaria-artesanal-que-funciona-ha-130-anos-no-porao-de-igreja-catolica-em-mg.ghtml
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  8. Dia #03 - Roma e Vaticano. Terça-feira, 09 de Setembro de 2025 Acordamos 7h, tomamos café e saímos para ir aos MUSEUS DO VATICANO e CAPELA SISTINA. Tinha comprado antecipadamente os ingressos (https://tickets.museivaticani.va/home/calendar/visit/Biglietti-Musei) e pagamos €25 cada. Estávamos a menos de 2km de distância da entrada do museu, então fomos à pé. Uma forte chuva começou a cair e inocentemente pensei: “Ao menos a chuva deve espantar os turistas”. PFFFFFFF…. Tá bão! Chegamos lá às 8h30 e levamos uns 5 minutos para chegar ao FINAL da fila de entrada. Tinha tanta gente, mas tanta gente que pensei que não iríamos conseguir entrar. Mas até que a fila foi rápida e em menos de 15 min. estávamos lá dentro. Decidimos ir direto ver a CAPELA SISTINA, para não pegar ela tão cheia. Depois de uns 30 min. andando pelo museu chegamos nela. Realmente ela estava bem vazia, então pudemos curtir as belíssimas pinturas de Michelângelo com calma. Não é permitido tirar fotos e qualquer tentativa é impedida por seguranças espalhados por todas as partes. Corredores do Museu Uma das salas do museu Deixamos a capela e fomos ver a PINACOTECA, que já estava BEM lotada de turistas. Há vários quadros e esculturas e dá pra ver tudo bem rápido. Escada espiral Saímos por volta das 10h30 e fomos para a BASÍLICA DE SÃO PEDRO. E tome mais fila para passar pelos detectores de metal. Entramos pela lateral e já pegamos os corredores que levam até a TUMBA DE SÃO PEDRO, que fica debaixo do altar e é onde estão os restos mortais dele. De lá pegamos uma escada e já saímos no meio da basílica. Altar Voltamos à entrada da basílica (agora por cima) e saímos para entrar novamente pela PORTA SANTA, que abre apenas em anos do Jubileu, a cada 25 anos. Passamos pela porta e já demos de cara com a PIETÁ que, na minha opinião, é a escultura mais bonita do mundo. Porta Santa Pietá Passamos pela CAPELA DO SANTÍSSIMO que é linda mas não pode tirar fotos. Andamos mais um pouco lá dentro e por volta das 12h30 estávamos saindo. Praça em frente à basílica com cadeiras para a Audiência Papal no dia seguinte Fomos até a PINSA ‘MPÓ, um pequeno restaurante ali perto e que vende as “pinsas”, que são massas com recheio parecidas com pizzas. Pedimos uma de batata com panceta e outra de parmegiana (que era uma berinjela à parmegiana). As pinsas são divididas em 4 pedaços e as porções são bem generosas. Elas custam em média €6,50 e estavam uma delícia! Vale provar! Pinsas Passamos numa tabacaria e compramos 2 bilhetes de ônibus e pegamos o ônibus 490 para a GALERIA BORGHESE. Havia comprado antecipadamente (https://www.tosc.it/en/event/galleria-borghese-galleria-borghese-20251917/ ) para entrar às 15h. (€18 cada). A galeria fica no meio de um parque muito bonito. Chegamos lá às 14h15 mas tivemos que esperar até as 15h para entrar. O acervo é muito bonito, cheio de esculturas e quadros. São 2 andares e não são tão grandes. Dá pra ver tudo em 1h / 1h30. Parque Sala da galeria Escultura Outra sala Deixamos o local e pegamos o ônibus para a PIAZZA DEL POPOLO. Entramos na BASÍLICA DE SANTA MARIA IN MONTESANTO e a IGREJA DE NOSSA SENHORA DOS MILAGRES. Fica uma ao lado da outra e são bem bonitas. Piazza del Popolo Seguimos caminhando pela VIA DEL CORSO, uma rua para pedestres com várias lojas. Chegamos na PIAZZA DI SPAGNA e vimos que a IGREJA DA SANTÍSSIMA TRINDADE DE MONTI fica no alto de uma escadaria. Estávamos tão cansados que resolvemos não visitar essa. Piazza di Spagna Voltamos caminhando pra casa e no caminho passamos no supermercado. Chegamos no apto MORTOS de cansados. Comemos um queijo, tomamos umas cervejas e preparamos um macarrão pro jantar. 23h estávamos indo dormir. Distância percorrida: 15,20km Gastos: €81 (continua)
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  9. Isso, são caminhões adaptados. Ao inves onibus, para fazer esses tours q eles chamam de overlander, costumam usar caminhoes altos e 4x4. Tem um monte, vou deixar alguns links e uma foto aleatoria da internet. Eu não vi essas opções de onibus q vc comentou não, mas acredito q só devam ter onibus entre as cidades grandes, por exemplo, Windhoek -> Swakopmund... O problema é q alguns lugares da Namibia não tem cidade, por exemplo, o principal atrativo, sossusvlei, q fica na "cidade" de Sesriem, q nem é uma cidade, só tem a adm do parque e meia duzia de camping/lodges..... E para conhecer o parque, vai precisar de excursão, ou desses caminhoes overlander.... https://africanoverlandtours.com/ https://www.truckafrica.com/ https://www.absoluteafrica.com/ https://www.tourradar.com/i/africa-overland-truck?srsltid=AfmBOorXsHnjfsWkNV8_57__1iNcbqdHmRCdq9EFyBLLCc_uZiJnwWf_
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  10. @D FABIANO, sobre a parte da Namíbia, posso ajudar um pouco... Lá o mais comum é alugar carro sim, mas existem outras boas opções para quem não aluga carro. Existem caminhões/excursão q vão rodando a África (sul/leste), com opção de camping ou até hospedagens em lodges , e o preço individual não é tão caro. vc entra e sai qdo/aonde quiser. As rotas são variam um pouco, mas eu diria q um trajeto muito popular é a rota de atravessa da cidade do Cabo -> Namíbia -> Botswana-> victoria falls. É muito comum cruzar com esses caminhões na Namíbia. Além disso, tem transfer/excursoes na Namíbia, muitas saindo de windhoek, para os principais destinos do país. Como eu estava com família, pra 5 pessoas era muito mais barato alugar carro, mas o preço individual tanto do caminhão qto dos tours não eram muito caros, eu diria q dá para aproveitar bem a Namíbia sem carro alugado...
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  11. "Ando devagar porque já tive pressa E levo esse sorriso Porque já chorei demais Hoje me sinto mais forte Mais feliz, quem sabe Só levo a certeza De que muito pouco sei Ou nada sei..." (tocando em frente) Não penso em forma melhor de resumir essa experiência ímpar na minha vida (e com certeza na vida de muita gente que o fez) do que parafraseando uma letra tão bonita e reflexiva, cantada por tanta gente. O ano era aproximadamente 2018 ou 2019. Eis que nas minhas buscas por aventuras futuras, e como alguém que namora o famoso Santiago de Compostela há um tempo, descubro a versão brazuca da grande peregrinação. Anos passam, até que resolvo atender ao chamado do caminho em 2022. A época escolhida foi o mês de Agosto, quando o inverno está mais ameno e a primeira "alta temporada" do CF já passou (Julho é um mês muito forte de peregrinos e bicigrinos, juntamente com o mês de outubro, em virtude das festividades de Nossa Senhora Aparecida). Peguei uma via bastante tranquila, o que de certa forma foi uma coisa boa, já que não precisaria me preocupar com reservas nas pousadas, por exemplo. Apesar de alguns períodos de frente fria no sul/sudeste brasileiro, o clima se mostrou estável na maior parte do tempo. Mas, antes disso, aproveitando que iniciaria no ramal de Águas da prata, resolvi passar uns dias na vizinha, Poços de Caldas, e conhecer um pouco desta comentada cidade, em primeiro lugar. Dias 3-6/08: desvendando a terra das águas medicinais Após uma viagem de ônibus de quase 5 horas da grande São Paulo até Poços, eis que chego na tranquila cidade. Apesar do clima ameno e do frescor característico das cidades escondidas em elevações, o sol estava bem forte. A primeira coisa que percebi foi a pequena quantidade de ônibus disponíveis, sendo que nenhum aparecia para me retirar da rodoviária, um pouco afastada do centro turístico/comercial. Por motivos pessoais não uso uber, e o 99 não estava me ofertando valores muito justos para os 4km que me separavam do hotel, então, por que não botar as pernas para trabalhar e já exercitá-las para o que me esperava alguns dias depois? Da avenida Mansur Fraiha já era possível ver um projeto de monotrilho abandonado, dizem que a gestão local tem planos para recuperá-lo, o que seria bom para o turista. Lá em cima as torres de rádio do conhecido mirante da cidade. O bom destas andadas é que vamos conhecendo alguns pontos da cidade, e vendo onde dá para almoçar mais barato, comprar mantimentos, ou mesmo se há atrações turísticas que passam batido. Após uma horinha do "cooper vespertino", o relógio floral anuncia minha chegada ao centro turístico. Sim, ele funciona e é lindo, mas penso que deveria haver uma plataforma melhor para que as pessoas consigam tirar fotos mais bonitas. De drone, os registros devem sair espetaculares. Atrás deste, um monumento em homenagem aos poços-caldenses que fizeram parte da FEB durante a segunda guerra mundial. Minha hospedagem ficava convenientemente próxima ao Parque José Affonso Junqueira, o principal point do turismo de Poços, fato que tornaria a visita aos principais pontos turísticos fácil (e até repetitiva, caso eu gostasse de algo em particular). Poucos atrativos da cidade (também legais, diga-se de passagem) ficam afastados, então, para quem não dispõe de um carro próprio, e não quer ficar dependendo de bus/aplicativo, dá para curtir uns 70% da cidade só no centro #ficadica. Hospedagem acertada, só me restava andar pelas redondezas. Cidade interiorana, mas com o centro comercial fervoroso do seu jeito. Dei sorte de dar de cara com o letreiro de Poços com a fonte ligada, e o sol da tarde embelezando a mesma para belos registros. Simplesmente lindo Nesta região encontram-se: as Thermas Antônio Carlos, a principal casa de banhos termais da cidade, algumas fontes de água potável (com certificados atualizados e tudo mais, o que aumentou minha confiabilidade para beber água quando desse na telha), o Xadrez Gigante (apesar de ser péssimo enxadrista, pude me divertir com as fotos tiradas), a Praça do Imigrante (dedicada à contribuição e influência italiana na construção da cidade), o Calendário Floral (atualizado e igualmente bonito), o antigo Palace Cassino, entre outros pontos. Difícil não tirar um dia somente para este pedaço. A cidade é conhecida pelas suas águas medicinais para consumo e banho, fato que cativou e levou Dom Pedro II à cidade para a instalação de um projeto ferroviário. Não é preciso andar muito para dar de cara com uma fonte, com água fresca e própria para consumo. Comprar água mineral aqui? Teria que ser louco para tal. Antes do fim do dia, queria uma visão privilegiada da cidade. Atraído pelo pequeno Cristo no alto de um morro, corri para a trilha do Mirante do Cristo, onde é possível fazer várias coisas, mesmo afastado da parte urbana. A trilha começa na Fonte dos Amores, porém, não a visitei nesse dia. Trilha fácil, que exige apenas bons joelhos para aguentar as escadas naturais, pois o desnível é moderado. 20 minutos e você já está lá em cima. Por sorte, como era dia de semana, peguei a região bastante tranquila, o que permitiu uma melhor contemplação e contato com a natureza local. Lá em cima você ainda pode ir para o mirante das torres de rádio, visitar um observatório abandonado, cruzar com trilhas de MTB (o ciclismo é forte na região, até porque Poços faz parte da Rota do Vulcão, circuito ciclístico que pega as cidades da antiga "caldeira" vulcânica que formou a região), e ver o pôr do sol do outro lado do morro, onde é realizado vôo de parapente. Um charme. Local ideal para ensaios fotográficos, também. Um porém: o mirante não tem iluminação de postes, então se você subiu a pé, o recomendado é que você desça antes das 17:30 para não pegar a estrada de acesso "no breu" (a trilha do mirante fica perigosa no escuro e a fonte dos amores tem um portão que fecha, o que não torna a trilha uma opção de retorno). Há um serviço de bondinho que liga o parque José Affonso ao mirante, porém este se encontrava em reforma na ocasião. Por que falo isso? Simples, tive que descer tudo pela estrada no completo escuro em dois dias No dia seguinte, fui conhecer o que não tinha visitado no dia anterior. Para minha sorte, uma grande exposição de carros antigos iria acontecer na cidade, após 2 anos de cancelamentos em virtude da pandemia. Deu para ver todo tipo de auto, seja customizado ou conservado. Vi modelos que nem sabia que existiam. Ah, nosso antigo Elon Musk, o que o Brasil fez com o senhor.....? THAHEEEELLLLLL??????? Após 125 movimentos, o rei branco cai. Longa vida ao exército negro!!! Afastando-me um pouco do centro turístico, dou de cara com outra casa de banhos, o Balneário Dr. Mário Mourão. O prédio é menos belo do que o Thermas, porém, os serviços oferecidos no lugar são um pouco mais baratos. Neste local também fica a Fonte dos Macacos, com sua água fortemente sulfurosa (cheiro e gosto de ovo bem evidentes, arrisquei um gole e um arroto para dar a impressão de que estava "peidando pela boca". Não, não tive infância ) É um costume rotineiro lavar o rosto, mãos, pernas e pés na fonte dos macacos, os velhinhos adoram Para finalizar o dia, fui conhecer a fonte dos amores. O local é pequeno e belo, e a estátua do jovem casal é um detalhe naquele pedaço de natureza. Existem duas principais estórias a respeito do "casal" da estátua, e a crença de que se um solteiro beber daquela água, logo se casará. E se for casado, a Poços de Caldas sempre retornará. E esta profecia provavelmente atrai grande estima, porque rima. No terceiro e último dia em Poços, fui ao Mercado Municipal atrás de lembrancinhas. Em matéria de produtos coloniais, o mineiro não brinca em serviço, e dá para encontrar de quase tudo naquele pequeno espaço comercial. Adquiri as lembrancinhas, e quase 2kg de doce de leite (o que é quase loucura para quem vai fazer o caminho da fé e precisa do mínimo de coisas na mochila ). Nesse dia, queria conhecer a Pedra Balão e o Dedo de Deus, pedras de formatos curiosos visitáveis a uns poucos quilômetros da cidade. Mas como o sol estava forte demais, e não sabia se no local haveria internet para chamar um carro por aplicativo, pulei esta atração. Mas fica a dica. Por outro lado, visitei o Jardim japonês, que fica nas dependências da cidade. Fruto de uma colaboração de uma grande empresa de fertilizantes, o espaço possui uma caracterização oriental simples. É possível alugar kimonos e réplicas de wagasas e espadinhas (aquelas bem vagabundas pro peão pagar de samurai) para ficar caracterizado e fazer ensaios, por exemplo. A cereja do bolo do jardim, a casa de chá, foi destruída pela ação de vândalos, recentemente, e estava em fase de recuperação, o que tirou um pouco do brilho do lugar. Mas há a fonte dos três desejos, ponto tradicional para fotos. Por favor, traga-me amor, saúde e inteligência. Após esse passeio, fui atrás de um rango, e descansei no hotel. De tarde fui ao Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas, onde é contada parte da história da cidade (obviamente). Visita rápida. E para fechar, por que não experimentar a fama da cidade? Um banho nas místicas águas seria o gran finale para esta visita, o que fez eu retornar ao Balneário Dr. Mourão. Impressões de Poços: é o tipo de lugar que gosto, um contato tremendo com a natureza, boa arborização do centro, limpeza considerável das ruas, atrativos próximos, sensação de tranquilidade, e com várias opções de atividades. Algo que gostaria de ter tido a oportunidade de fazer era trilha de MTB, pois a cidade e seu entorno possui muitas trilhas para essa atividade. Também houveram lugares que não visitei, como a cachoeira véu das noivas, a represa Bortolan, a cachoeira das antas e seu entorno, o parque Walter World, além da pedra balão e dedo de Deus mencionados anteriormente, maaaaas, essas coisas sempre nos motivam a retornar. Voltaria, sem dúvidas.
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  12. Inveja boa do seu roteiro. Istambul é aquela cidade que você anda das 8 da manhã até as 10 da noite com gosto, e comendo bem. Referente a Grecia, considerou em incluir Kefalonia ? Alugar uma moto e andar por lá pode ser melhor que outras praias mais turisticas que ela.
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  13. Boas dicas... Só um detalhe: "Instambul" está incorreto; a grafia correta é Istambul em português. 😉
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  14. Desculpa, ficou meio confuso o que você escreveu, mas você chamou o Gabriel Garcia Marquez de fascista? Porque ele tava bem longe disso.
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  15. Eu acho bacana essa abordagem que tens @Davi Leichsenring. Apresentar os principais pontos e seus respectivos custos (com uma margem e breve explicação) é de grande valia para construir uma base de roteiro. Não que devemos planejar uma viagem pensando exclusivamente no valor que possivelmente será investido, mas ter um escopo inicial ajuda muito a construir um roteiro realista. Aproveitando, uma conhecida vai cerca de uma ou duas vezes por ano para a Europa (muda os destinos cada vez, mas concentra suas viagens na Alemanha, Itália, Suiça, Áustria e arredores). Diz ela que busca passagens promocionais (e como aposentada não tem muitas restrições de datas), e a partir daí organiza a viagem (costumeiramente com duração média de 14 dias, as vezes menos). A estratégia dela consiste em fazer essas viagens com mais pessoas (três a quatro), e aí alugar casas (AirBnB) ao invés de pegar hotéis, e por vezes alugar carros (quando a oferta de transporte público é limitada). Nesse cenário, ela quase sempre faz compras em mercado e faz sua comida em casa (as vezes de dá ao luxo de comer fora, mas aponta que aí que mora uma das maiores despesas). Sua próxima viagem (já marcada) será nas Dolomitas, e estão em um grupo com três pessoas por ora. Naturalmente vejo que ela deseja preservar o conforto de ter um espaço exclusivo, evitando assim quartos compartilhados com estranhos, mas fora isso, me parece ser interessante buscar casas para alugar (fugindo de hotéis).
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  16. Fala outra vezz, Venho trazer esse parque super interessante que uma amizade me levou esses dias. Fica em Santa Cruz do Sul, a umas 2h da capital Porto Alegre. O Parque da Gruta é uma área municipal com espaço de lazer e várias trilhas pra andar no meio da floresta, mas a parte principal do parque é, obviamente, a gruta. No passado chamavam de gruta dos índios por acharem que populações antigas tinham encontrado a caverna e moravam ali, mas depois se descobriu com pesquisas paleontológicas que é uma caverna escavada por preguiças gigantes, os megatérios, que habitavam a região até a última era glacial. A gruta é grandona, com várias salas e atualmente conta com iluminação pra poder circular melhor dentro. Uma pena que tá toda rabiscada. O parque me pareceu bem estruturado pra visitas, cheio de passarelas e corrimões, mas as trilhas precisam de manutenção porque foram bem afetadas (como todo o RS) pelas enchentes e coisarada de eventos climáticos. Pelo menos a trilha que eu segui (a trilha 6, provavelmente) meu amigo me disse que tá meio que naturalmente sendo fechada, já que é a mais longa e andou sofrendo uns danos. De fato tem umas partes bem bagual, com deslizamentos e árvores caídas, mas como ele conhece o lugar desde sempre, seguimos justamente por essa até o final, onde tem essa cascatinha. Foi esse meu rolê do finde, eu não diria pra ir especialmente pra lá visitar esse local, mas pra quem vive nas redondezas ou estiver passando por perto nos seus trajetos é um lugar bem massa! Pena que não pude recorrer mais, porque logo começou a chover e tive que vazar mas dale, bora pra próxima
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  17. Encarnación - 28/08/2023 1ª dia A ideia de conhecer o Paraguai surgiu da pergunta: Por onde retornar ao Brasil, depois da Argentina, já que não comprei aéreo de Buenos Aires e entrei na Argentina pelo Rio Grande do Sul (moro em Curitiba)? Para retornar, considerei Puerto Iguazu, porém, decidi estender a viagem e conhecer o Paraguai, país limite com o estado que eu vivo e que quase ninguém o visita e comenta o que viu por lá. A partir daí, tracei meu roteiro, entrando no Paraguai a partir da cidade de Posadas, na Argentina. Em Posadas você pode atravessar para o Paraguai pela ponte (de carro, ônibus) ou do jeito que eu escolhi, de trem. Na estação de trem, você faz a saída migratória da Argentina e já acessa a plataforma do trem. Confesso que não lembro o valor que paguei na passagem, ainda mais com a loucura do câmbio argentino no momento, mas é muito barato. A travessia dura em média 10 minutos ou menos. Ao descer do trem você já faz a entrada migratória no Paraguai. Foi tudo muito rápido e simples. Dizem que de carro ou ônibus, você pode levar até 2 horas para fazer a travessia. - Trem internacional - Posadas à Encarnación Já no lado Paraguaio, na cidade de Encarnación, peguei um táxi e me dirigi ao hotel que reservei via Booking. Achei as opções de hospedagem acessíveis, se considerar a hotelaria brasileira. Paguei o táxi com alguns pesos argentinos que me restavam. É possível também pagar com reais ou dólar. Depois de utilizar o táxi, me liguei que poderia usar o Uber, que sairia bem mais em conta. - Câmbio do dia Encarnación tem cara de cidade do interior, que de fato ela é. Os próprios moradores a consideram bem segura e eu também achei. Tem muito gringo na cidade. Depois fiquei sabendo que existem muitos alemães que se aposentaram e foram viver no Paraguai. - Vista do Shopping Costanera Encarnación tem uma Costanera belíssima e com boa estrutura. Ela é banhada pelo Rio Paraná e a margem é tão larga que você esquece que é um rio e pensa que está na praia. De fato, a cidade tem praia, praia fluvial, mas tá valendo.Também possui um sambódromo e me disseram que o Carnaval é muito animado. - Rio Paraná - Costanera - Sambódromo - Vista para Posadas, na outra margem do Rio Paraná Como estive em Agosto deste ano, a água estava um pouco gelada, ainda mais que havia feito um frio incomum uns dias antes. Mesmo assim, minha filha, que viajou comigo, aproveitou pra brincar na água. - Praia de San Jose A cidade possui bons restaurantes e redes conhecidas do mundo todo, como Mac Donalds, Burguer King, Pizza Hut. Neste nosso primeiro dia, aproveitamos para conhecer a Costanera, o shopping (para almoçar), fomos ao centro de informações aos visitantes tentar entender como visitar as missões jesuíticas, e, para assistir ao pôr do sol, escolhemos a Playa San Jose. Foi um pôr do sol lindíssimo. Aliás, todo pôr do sol paraguaio que vivenciamos nesta viagem foi de cair o queixo. Bate e volta em Trinidad - 28/08/2023 2ª dia No segundo dia, descansamos muito, porque estávamos acumulando quase 20 dias de viagem, e quase toda por via terrestre. Havia pesquisado anteriormente sobre Trinidad e suas missões jesuíticas e a ideia era ter ido cedo, mas como disse estávamos muito cansadas. No fim foi bom, porque novamente presenciamos um pôr do sol deslumbrante no Paraguai. Para fazer o bate e volta em Trinidad, fomos até a rodoviária e pegamos um ônibus da empresa El Tigre. Não sei dizer se outras empresas fazem o mesmo trajeto. É necessário avisar o cobrador onde você vai descer, porque a parada final é em Cidade del Leste. A distância de Encarnación até Trinidad é de aproximadamente 30 Km. O valor, confesso que não lembro, mas era algo em torno de 20 reais o trecho. No ônibus tem gente vendendo de tudo, comida, perfume. Uma loucura. O ônibus te deixa no portal da cidade de Trinidad, e a partir dali existem placas indicando o caminho até as ruínas. Não tem como se perder. A cidade é bem pequena, porém tem uma vibe muito gostosa, achei bem agradável. Já nas ruínas, você compra o ingresso (não lembro o preço, sorry, porém muito barato), paguei em Guarani, mas tinha a possibilidade de pagar com cartão. Logo no inicio você assiste a um filme explicativo e depois pode explorar as ruínas a vontade. - Portal da cidade de Trinidad - Rua da cidade de Trinidad Confesso que a ideia de catequizar indígenas não me agrada, entretanto, entendendo o contexto da época, onde os povos originários estavam sendo escravizados e mortos, foi uma alternativa interessante. O modo de vida era bastante utópico e funcionou por um tempo, até os jesuítas serem expulsos. - As ruínas Jesuíticas Achei o local muito bem cuidado e conservado e bastante integrado a comunidade. Haviam crianças jogando bola em um campinho anexo ao complexo e faz parte de um projeto com o dinheiro arrecado a partir do turismo. Bem bacana. Para voltar à Encarnación é necessário retornar ao portal da cidade e esperar o ônibus do outro lado. Quando chegamos no ponto estava noite e fiquei com medo de demorar até podermos embarcar. As informações sobre os horários diziam que era de hora em hora, porém de noite, fica mais escasso. Enfim, não demorou nem 10 minutos e uma moça parou o carro e nos ofereceu carona. Ela estava sozinha e por isso aceitei. Mais uma prova que Encarnación é muito segura. A motorista nos contou que tinha uma filha da mesma idade que a minha. Combinamos de mais tarde jantar. Trocamos redes sociais e nos falamos até hoje. Encarnación - Assunção 3º dia Dia de viajar para Assunção. Compramos passagem de ônibus leito e era realmente confortável. Porém, nas paradas, subiam pessoas vendendo comida, como as famosas Chipas. Após 6 horas chegamos na capital paraguaia. O percurso é muito bonito, pois o Paraguai é muito verde. Você vai vendo as fazendas, as plantações. Quando chegamos, confesso que me choquei um pouco com a vibe caótica da cidade. O trânsito é meio devagar. Entretanto, o bairro da nossa hospedagem era maravilhoso (Las Lomas). Muito tranquilo, casas bonitas, bons serviços. A ideia era chegar e explorar um pouco o centro, mas descobrimos que estávamos hospedadas bem longe. Deixamos pro dia seguinte. O detalhe é que reservei só um dia pra Assunção, acho que já não estava racionando direito a respeito da logística, depois de tantas cidades, hospedagens, transportes. Não dá pra conhecer Assunção em um dia só. O que valeu muito foi a hospedagem. Bem confortável, com piscina. Descansamos, curtimos. Assunção 4º dia Foi uma manhã alucinada para conhecer os principais pontos turísticos de Assunção. Pegamos um uber que levou 50 minutos até o centro e felizmente tudo é muito pertinho. Passamos voando pela Costanera, desta vez banhada pelo Rio Paraguai. Assunção tem os problemas das cidades grandes: trânsito, favelas. Quando chegamos ao centro, estava acontecendo uma manifestação, o que dificultava um pouco andar por lá. De qualquer forma, queria ter explorado mais. Não posso dizer que conheço Assunção o suficiente para opinar sobre a cidade. Antes de ir embora, passamos pelo Lido Bar, bar super tradicional, e compramos comidas típicas para o almoço e para levar na viagem até Foz do Iguaçu. O que provei de mais diferente foi a Chipaguaçu. Achei que se tratava de uma chipa, mas na verdade é como se fosse um bolo de milho muito úmido e com bastante queijo. Amei! - Uma das casas lindas do bairro em que me hospedei - Costanera banhada pelo Rio Paraguai - Palácio de Los López - O Panteón - - Ministério da Fazenda - Centro Cultural da República - El Cabildo - Comandancia de la Policia Nacional - Catedral Metropolitana - Último pôr do sol paraguaio E assim foi minha aventura no Paraguai. País bonito, barato e com povo acolhedor. Super recomendo. !
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  18. Passei alguns poucos dias no Paraguai no ano passado e também guardo um carinho grande por esse país. Povo extremamente acolhedor, Assunção é uma cidade muito legal. Muito massa sua experiência!
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  19. Excelente relato. Vou passar a virada do ano em Assunção e já vou incluir Encarnación no roteiro. Obrigado. Assunção estou planejando ficar dois dias inteiros e em Encarnación mais dois. Assim dá para aproveitar com um pouco mais de calma.
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  20. Dia #02 - Roma. Segunda-feira, 08 de Setembro de 2025 Acordamos às 7h10. Tomamos café e saímos para pegar o ônibus até o Coliseu. Andamos uns 500m até chegar ao ponto. Os passes podem ser comprados em tabacarias e quase sempre tem alguma perto dos pontos. Havia uma quase na frente e comprei 2 bilhetes (€1,50 cada). ***DICA: Os bilhetes devem ser validados assim que entrar no ônibus. Há 2 dispositivos: um para bilhetes digitais e outro para os bilhetes físicos. O bilhete vale por 90min. e chegamos ao Coliseu em cerca de 10min. COLISEU: €25 entrada + €49 guia. Havia comprado antecipadamente (via AirBNB) uma visita guiada. Pagamos €49 (cada) pelo guia. Ao final do tour tivemos que pagar para o guia a nossa entrada do Coliseu e custou mais €25 (cada). Foi muito caro, mas valeu demais! Vou explicar: Primeiro pq foi praticamente impossível comprar entradas para o Coliseu através do site oficial. Até achava por empresas “atravessadoras” mas não quis arriscar. Segundo que o horário do passeio foi perfeito pq começamos bem cedo. Isso evitou uma quantidade ainda maior de turistas (e olha que já estava bem cheio) e o calor ainda não estava tão intenso. Além do que nos deixou livre para conhecer outros lugares no restante do dia. Terceiro que visita guiada faz TOTAL diferença. Nosso guia, o Agostino, foi incrível! Explicou cada detalhe não só do Coliseu, mas também de como era Roma naquela época. Fomos para o ponto de encontro onde o guia havia determinado. Aguardamos alguns minutos até o grupo todo chegar. Éramos em 9 pessoas: apenas eu e minha noiva brasileiros, o restante era americano. Recebemos um aparelho e um fone de ouvido para escutar as (muitas vezes hilárias) explicações do Agostino. Foi tudo em inglês mas deu pra entender bem. O Coliseu é um passeio obrigatório para quem vai à Roma. Foi um dos lugares mais incríveis que visitamos em toda a viagem. Encerramos o tour por volta das 10h15 e seguimos para o FORUM ROMANO, que fica em frente. Havia uma fila considerável para entrar. O sol estava nos castigando, mas ao lado da fila havia fontes de água mineral. Bebemos muita água e ficamos, mais uma vez, debaixo da sombrinha para conseguir aguentar o calor. Ao entrar primeiro visitamos o MUSEU DO FÓRUM ROMANO que é bem pequeno mas tem umas coisas interessantes. Depois seguimos caminhando pelo fórum. Fazia um calor absurdo e enchemos nossas garrafas d’água umas 3x. Ainda bem que tem fontes de água lá também! Museu do Forum Romano Museu do Forum Romano Passamos também pelo MONTE PALATINO, onde tem uma vista bem legal do fórum e da cidade. Vista do Monte Palatino Deixamos o local e fomos até a BASÍLICA DE SAN CLEMENTE, uma igreja que ficava no sentido oposto do nosso itinerário. Mas estava fechada. Paramos para fazer nosso lanche ao lado dela, debaixo de uma árvore (com uma coca-cola 500ml comprada por €4,85). Voltamos até o Coliseu e seguimos nosso caminho. Passamos pela BASÍLICA SANTA MARIA NOVA (achamos sem querer), que é pequena mas bem bonita. Basílica da Santa Maria Nova Continuamos andando até o MONUMENTO A EMANUEL II, que é gigante e imponente. Subimos várias escadarias até chegar a um mirante que fica na parte de trás dele. Tem como subir ainda mais através de um elevador mas tem que pagar €18. Não subimos. A volta é feita por escadarias dentro do monumento. Tem algumas estátuas e um teto decorado, mas não achei nada de mais. Vista do monumento Atrás do monumento encontra-se a IGREJA DE SANTA MARIA ARACOELI. Pra chegar nela, mais escadarias! Agora encaramos 122 degraus! Mas valeu a pena porque ela é muito bonita. Escadaria IGREJA DE SANTA MARIA ARACOELI Deixamos a igreja e passamos na PIAZZA VENEZIA que estava em reforma. Pausa para a cerveja: compramos duas Ichnusa (450ml) por €1,85 cada. Passamos na BASÍLICA MARIA SOBRE MINERVA e ficamos descansando um pouco. Achei curioso a estátua de um elefante carregando um obelisco nas costas, que fica em frente à igreja. Frente da igreja BASÍLICA MARIA SOBRE MINERVA Ali ao lado encontra-se o PANTEÃO. A visitação era gratuita, mas agora tem que pagar €5. Havia comprado ingresso antecipadamente e com horário marcado para as 17h (era 16h mas nos deixaram entrar) (https://portale.museiitaliani.it/b2c/buyTicketless/33f77159-0acd-40c4-8524-701f33aae108 ) Assim que entramos eu notei que tinha esquecido minha máquina fotográfica na igreja que tínhamos acabado de visitar. Saí correndo e fui para a igreja. Felizmente a máquina estava no banco que tinha sentado. Voltei ao Panteão e expliquei a situação e nos deixaram entrar novamente. O local é bem interessante e estão enterrados lá Vittorio Emmanuel II (primeiro rei da Itália) Umberto I (segundo rei da Itália), o pintor Rafael, entre outros. Panteão por fora Panteão por dentro Fizemos uma visita rápida na BASÍLICA DE SAN ANDREA e paramos pra tomar um sorvete na GELATERIA LA ROMANA, que fica em frente. Pegamos um copo “grande” (entre aspas pq não era tão grande assim) com 2 sabores (€5 cada). Os sabores foram: pistache (que na Itália já era “cool” bem antes do Brasil), crema dal 1947, biscoito della nonna e caramelo salgado. Todos os sabores estavam excelentes! BASÍLICA DE SAN ANDREA Gelateria La Romana Começamos a voltar pro apto. No caminho paramos pra ver a IGREJA NUOVA E SANTA MARIA IN VALLICELLA. Estava acontecendo uma missa então vimos bem rápido e saímos. Paramos no Carrefour para fazer compras (€19,50). Chegamos no apto por volta das 18h e descansamos um pouco. Por volta das 20h fomos a uma pizzaria que foi sugestão do nosso anfitrião do AirBNB: PIZZARIA DE BAFFATO. Havia uma fila enorme e ficamos nela uns 10min, mas não saímos do lugar. Decidimos ir em outro restaurante ali do lado, o FATTO IN CASA. Pedimos de entrada bruschetta (€6). Pensávamos que viria uma pequena porção com ao menos umas 4, mas não: veio só UMA mesmo. Depois comemos um espaguete à carbonara (€12) e um macarrão paccheri com molho de brócolis (€14). Para beber, 1 litro de vinho da casa (€16) e uma água (€2,50). Estava tudo muito bom, tanto o ambiente quanto a comida. Iluminação do restaurante Terminamos de jantar e voltamos pra casa. Distância percorrida: 15,72km Gastos: €251 (continua)
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  21. 15º Dia - 25/07/2025 - Atacama - Rio de Janeiro Para finalizar esse relato... Ainda na madrugada, fiquei na dúvida se valeria a pena dormir por uma hora e meia ou simplesmente esperar o transfer chegar. Acabei optando por dormir, enquanto James preferiu ficar acordado. O transfer dele sairia um pouco antes do meu; acordei apenas para me despedir e, logo em seguida, embarquei. No aeroporto, ainda encontrei o James mais uma vez - a última. Segui viagem para Santiago, onde tive uma escala de seis horas. Aproveitei o tempo em uma sala VIP, onde pude me despedir tomando meus últimos pisco sour relaxando em um sofá antes de embarcar. Voltei ao Brasil cheio de memórias, experiências e amizades que levarei para a vida. Viajar vai muito além de conhecer destinos e lugares - é colecionar momentos e fragmentos de vida que nos transformam e nos tornam inteiros. É perceber que o mais valioso nunca foi o destino, e sim a jornada que nos conduz até ele. Viajar é abrir espaço para novas culturas, para enxergar o mundo com outros olhos e compreender que há beleza em cada forma de viver. É também acolher amizades inesperadas e lembranças tão intensas que palavras não conseguem traduzir. Aos leitores que chegaram até aqui, espero ter retribuído um pouco de tudo o que recebi nas vezes em que busquei ajuda por aqui. Até uma próxima.
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  22. Eu conheci a antiga Chapada dos Veadeiros por um pequeno lapso causado pela pandemia, e logo na sequencia a Chapada das Mesas. Me decepcionei demais com as Mesas, e que pena que Veadeiros tb tenha ido na mesma direção. Quando fui pra Veadeiros era tudo relativamente acessível, de 30 a 50 reais cada entrada. Os roles guiados saíram mais caros, a diária do guia foi pesada na época, mas pagável... alguns meses depois fui pras Mesas e era essas porras de complexos aí. Eu não queria piscina, bar, eu só queria nadar na cachoeira... e era tudo um absurdo... nem imagino como deva estar agora. Fico pensando onde vamos chegar com isso. Voltei de países africanos não muito convencionais há um mês e meodeos... qualquer coisa custava centenas de dólares. O mais triste de tudo, é que assim como aqui no Brasil, essa grana toda não é revertida pra comunidade... fica na mão da empresa e do dono da terra, o resto todo se lascando.
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  23. Mano, que brisa é essa? Quem em sã consciência vai fazer um arroz pra durar um mês??? Alimento morto, o arroz é um ótimo alimento para fungos, tanto que é utiizado na agrofloresta para fazer micro organismos eficientes. Quem seria maluco de fazer algo assim? É mais fácil comer frutas e pancs na beira da estrada do que guardar arroz kakakakak que viagem forte
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  24. Qualquer coisa que conseguir abaixo de R$ 5.500,00 round-trip para o Sudeste Asiático é um "preço justo". Procure por passagens para Hong-Kong, Bangkok, Jacarta, Kuala Lumpur ou Cingapura. Dessas cidades, pega qualquer low-fare para o Vietnã. É raro conseguir passagem neste valor para Hanoi ou Ho Chi Mihn.
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  25. É cilada, Bino! Por isso chama-se "espresso". É um crime inafiançável pedir um café e esperar um balde de água como os "americanos" (este inclusive é um dos motivos adicionais da parlamentar estar presa em Roma). Não seria já o preço da etiqueta? Pelo menos na Bélgica, quando colocam "X% de desconto", o valor da etiqueta já está com o desconto, EXCETO quando explícito que o desconto será dado no caixa (fica a dica). Continuo acompanhando... BTW, viu a cara do papa no quadro, não? Tipo, "pqp, de onde saiu tanta gente..."
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  26. BONITO, é sem dúvida um espetáculo, mas não dá para normalizar um valor de 400 reias por um passeio e olha que tem passeios que chegam a custar mais de mil reais. O absurdo é tão sureal, que uma entrada para Machu Pichu, um atração MUNDIAL, não custa 400 reais. Mas o Brasil está indo para um caminho sem volta, amigos estiveram na Chapada dos Veadeiros, onde uma cachoeira chegou a custas mais de 400 reais por pessoa , simplesmente porque as vendas são casada, vc é obrigado a comprar a cachoeira e um monte de outras coisas sem ter opção. Imagina uma família de 3 ou 4 pessoas, vão gastar um salário mínimo em apenas um passeio. Foi como eu disse, nenhuma atração natural no país deveria custar mais que uma entrada em um parque nacional. Por outro lado, a rede hoteleira vai no embalo e se hospedar e se alimentar nesses lugares, virou artigo para ricos. E talvez essa seja mesmo a intenção, atrair só quem tenha dinheiro, uma especie de apatartheid social.
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  27. @Davi LeichsenringNao precisa escrever muito por mimpouco também queria ver para ter uma ideia daquilo que enconta lá em português,pois na net só tem os vídeos do vou sem volta, que a Ju já disse serem mentirosos.Aproveitando para perguntar sobre essa história de VPN,como é?
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  28. CHOBE NATIONAL PARK (Botswana) DIA 4 - TERÇA (09/09): A aventura começa – WILD CAMPING Acordamos ansiosos, comemos alguma coisa comprada no mercado no dia anterior e 8h30 um guia foi nos buscar. Nos levou à sede da empresa que ia operar nosso tour, a Kalahari Tour, pra nos unirmos a outros viajantes. A sede era bem perto da nossa hospedagem e bem grandinha e organizada. Tinha várias pessoas ali que iam partir pra diferentes tours eu acho, a maioria (se não todos) europeus e estadunidenses... tb tinha café da manhã servido e um local pra deixar malas, onde fomos orientados colocar nossas mochilas maiores neste primeiro momento. Logo um rapaz da empresa se aproximou, Joe, e se apresentou como nosso guia para a parte do camping. Informou que de manhã faríamos o cruzeiro pelo Rio Chobe, depois voltaríamos ali pra almoçar, pegar as coisas e partir de vez. Enquanto vários outros guias se apresentavam pros seus guiados e acertavam pagamentos (o nosso rolê já estava integralmente pago) miramos dois homens ali perto, numa outra mesa, e eu disse pro Gui “eles tem cara de brasileiros” hahaha e eram mesmo. Logo ouvimos eles falando em português e como o Gui tava com uma camiseta do Palmeiras a identificação foi instantânea. Fábio e Rodrigo, dois irmãos ultra gente fina, de São Paulo, que acabariam sendo nossos parceiros nessa aventura toda! Mas seguimos pro cruzeiro! Fomos quase os primeiros a subir num catamarã de dois andares com cadeiras destas de bar dispostas em cima e embaixo, ficamos embaixo... por causa do sol e tb pela proximidade com a água. Além do capitão do barco e uns 2 ajudantes, tinha um guia a bordo, que ia explicando umas coisas no caminho. O catamarã contava com banheiro e bebidas (refri e água). Nossa navegação durou cerca de 3h aproximadamente, um pouco mais. A gente desce o Rio sentido Namíbia, circunda uma ilha e retorna. Digo no sentido Namíbia, mas na verdade o Rio Chobe divide Bots da Namíbia, então ali do outro lado já era outro país! Foi MUITO LEGAL! Nosso primeiro contato com animais em abundância! Mas muito mesmo... eu nunca tinha visto – até então – uma concentração tão grande de animais. Elefantes, crocodilos do Nilo (que não vimos tanto depois), impalas, búfalos, hipopótamos, girafas, outros tipos de antílopes, muitas espécies de aves, enfim, pra um primeiro contato foi realmente espetacular! Impalas, elefantes, crocodilos do Nilo, hipos! Mas faça esse rolê antes de qualquer safari por terra... pq por terra vc vai ver muito mais, e muito mais perto, a maioria deles, com exceção de hipopótamos e crocodilos! Voltamos pra sede da empresa, almoçamos e nos preparamos pra partir. Como estávamos com mochilas levamos todas as nossas coisas. Fabio e Rodrigo tb levaram suas malas, que eram pequenas. Se vc está com um volume muito grande eles orientam (e eventualmente obrigam, quando não há espaço) a deixar ali na sede da empresa. Fica trancado, parece bem seguro. E eles orientam sobre isso antes do rolê em si. Descobrimos neste momento que seríamos somente nós 5 no carro... o Joe, eu e Gui, Fabio e Rodrigo. Maravilha, lugares sobrando e parceiros do Brasil! Nos despedimos da civilização, da energia elétrica, do sinal de celular... e partimos! Essa primeira tarde de rolê foi bem divertida... os primeiros contatos de pertinho, o guia falava muito sobre as espécies, comportamento, curiosidades, o Joe foi 10 de 10! Novamente ficamos chocados com a abundância... eu vou poupar vcs de milhões de fotos, mas foi mesmo incrível. Nosso time e nosso carro! No Chobe, na temporada de seca, é permitido dirigir das 6h as 18h30. Além desse horário vc deve estar fora do parque ou nos pontos de acampamento. O parque é super grande e sei que há 6 pontos de “hospedagem” com alguma estrutura, tipo uma casa... mas não me aprofundei nesta opção... tem informações no site oficial do parque, vc aluga direto “do governo”. Para os campistas, feito a gente, com agência, ou pra quem está de camper, tem 18 pontos permitidos... mas tb não sei bem como funciona a distribuição destes pontos já que fomos com agência. Acredito que quem esteja de camper tb tenha que reservar com muita antecedência o seu “lugar” em determinado ponto. Estes pontos de camping são apenas locais pré-determinados. Não tem absolutamente nenhuma estrutura. Nada! A noite ia vindo, o por do sol foi espetacular... e nos aproximamos do nosso ponto de camping perto das 18h30. Chegando lá é que eu me toquei que não havia nada, nenhuma cerca, nenhuma proteção... nada! Havia 3 barracas num local, e uns há 5 passos atrás delas uma tenda de banho e uma de privada que já explico como funciona. Essas barracas eram de lona reforçada, altas o suficiente pra eu quase ficar em pé dentro, e tinha colchonetes, lençóis e um edredonzinho. Um pouco a frente tinha uma mesa e algumas cadeiras ao lado de uma fogueira já acesa... e depois dessa pequena estrutura estava o carro do nosso staff, que eram o cozinheiro e seu assistente, e as barracas deles e tb do nosso guia. Esse staff que mencionei faz a comida, fornece água para eventuais (muito eventuais) banhos e pra lavar o rosto e mãos, e arma e desarma o acampamento quando é necessário trocar. Nesta primeira noite estávamos apenas nós mesmo... os 4 brasileiros e os 3 da agência. Kudu, Impala, Girafa, Baobá, Zebra, nosso acamps, nossa janta. Nessa noite não teve banho, para minha imensa infelicidade. Eu sou viciada em tomar banho, estava suada e pura terra... apesar de ter tomado banho de manhã antes de vir, eu queria muito, haha, mas banhos só durante o dia e chegamos já estava anoitecendo. O guia apresenta o cozinheiro e o assistente, depois senta-se conosco ali em volta da fogueira e explica várias coisas... medidas de segurança principalmente, sobre como sair da barraca a noite numa emergência sanitária, o que fazer e não fazer diante de várias situações e etc... logo o rango fica pronto (MUITO BOM), comemos e conversamos, tomamos vinho... e 21h é nosso toque de recolher, até pq estávamos exaustos... vamos encarar a primeira noite! Que foi absolutamente maluca!!! Cansados como estávamos, não demoramos a dormir. Mas 1h da manhã eu acordei com vontade fazer xixi! Fabio e Rodrigo tinham levado garrafas pra barraca deles, mas eu não tinha muito essa opção, rs... a primeira regra pra sair da barraca é ouvir. Ouça o ambiente por alguns minutos, reconheça os barulhos... ERAM MUITOS BARULHOS, haha, não só dos mamíferos que estavam próximos roncando HAHAHA, mas de hienas, claramente. Tb de aves (eu imaginava belas corujas), vários outros não identificados e... passinhos. Muitos passinhos perto da barraca. Pelo menos pareciam de um bicho leve... mas era suficiente pra eu ficar em alerta... e pra não me permitir sair da barraca. Mas tava doendo de vontade fazer xixi, eu não conseguia dormir por isso e tb pq cada hora que estava quase dormindo algum barulho assustador me acordava, bem como aos demais. As barracas tinham tela nas laterais e a lona de cima estava aberta pq estava calor, mas eu tinha me coberto de medo, HAUAHAUAHA. Eu apontava a luz (lanternas de cabeça são essenciais) pra fora e não via nada, via as vezes os meninos ao lado fazendo o mesmo e nada... mas os barulhos eram constantes. Eu já tinha decidido que minha bexiga ia explodir mas que eu não saía dali por nada... eram quase 3h da manhã, fazia duas horas que eu estava semi acordada e então rolou um inconfundível GRRRAAAAAUUR de leão e na sequencia um som altíssimo igual de elefante... a esquerda da nossa barraca, não do lado, mas próximo. PUTAQUELPARIU O silêncio vindo da barraca dos meninos significava que eles tb estavam acordados... o Gui se limitou a sussurrar “caraaalho” e eu respirava curto de medo, hahaha! A gente tava no meio do nada na savana africana e tinha um leão caçando nas redondezas... um leão macho. Demorou bem pra essa adrenalina baixar e eu apenas dormitei até a hora de acordar, cerca de 5h30. Que alívio... estava amanhecendo e eu ia fazer xixi! (CONTINUA)
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  29. Moro no Mexico e faz uns 2 anos, fiz 15 dias na Guatemala com um 4x4 alugado. Sobre o Acatenango , eu sugiro ir ao Vulcano del Fuego, eh no mesmo local, mas a experiencia de ver larva jorrando a cada 10/15 minutos eh incrivel. O nivel de dificuldade, eh quase igual e as mesmas operadoras do Acatenango , fazem la tambem. Vale a pena!
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  30. 06-08/08: Rolezinho em Águas da Prata Após alguns dias em Poços, era hora de levantar acampamento e seguir para a base do ramal principal do Caminho da fé, Águas da Prata. Mas, chegar da maneira tradicional não teria graça, e só iria começar a jornada no dia 09/08, então, o que fazer? Nas minhas pesquisas prévias, tomei conhecimento de uma rota de ferrohiking entre o pequeno bairro de Cascata, na divisa do estado, até Águas, de aproximadamente 17km. Seria um bom exercício para as pernas, e um verdadeiro off the beaten path da região. Peguei os horários de ônibus, e saí pela parte da madrugada, de Poços para a divisa dos estados. Essa viatura circulou e parou bem pertinho enquanto eu fazia os registros, pensei que iria rolar um puta interrogatório suspeito e zikar meu passeio O bairro de cascata pertence a Águas da Prata, é bem isolado e meio largadinho, com aquele ar de periferia/bairro rural. Bateu receio de cruzar com nóia, mas graças a Deus, apesar de tudo fechado naquela hora da manhã, era somente eu cruzando as ruas. Eis que encontro a estação (aparentemente abandonada) de Cascata. Avisos de proibição de pedestres Ignorados #thuglife, mais umas olhadas para ver se estava sendo observado, horário de início memorizado, e começava a andar nos trilhos. Num primeiro momento a trilha é fechada, sem muito a observar a não ser a próxima curva. Pela quantidade de cascalho característico das vias ferroviárias, só poderia andar pelos dormentes do trilho, tornando o ritmo lento. Li que era comum encontrarem animais atropelados nesse trecho, entretanto não foi o caso na minha passagem. Após quase uma hora do cooper matinal, a paisagem começa a mudar, e a vegetação se dispersa do lado direito (sentido Águas), oferecendo as primeiras visões daquele sobe-desce característico da região. Avistava algumas fazendas, a SP-342, e um belo horizonte sendo acordado, aos poucos, pelo sol da manhã. Neste ponto, não demora muito e o mirante da Prata e a Ponte do Tajá são avistados, uma das partes "emocionantes" desta trilha. Isso porque a pequena ponte é "vazada", tem aproximadamente uns 150m de extensão, e 25m de altura. Comparado com um viaduto mula preta da vida (ferrovia do trigo), esta é uma brincadeira de criança, porém, com a possibilidade de se ouvir o apito do trem de carga chegando no momento da travessia (pois este não tem um horário definido), a pequena brincadeira ganha um belo tempero. Parei, contemplei o horizonte, tirei umas fotos e comecei a atravessar a ponte, atento a quaisquer sons atípicos. Sem problemas. Para quem tem problemas com pontes ou alturas, há uma trilha lateral segura. Ainda atravessei a ponte uma segunda vez. Após a travessia, notei que chegava no início da ponte um pequeno grupo feminino. Ótimo, alguma companhia para o caso de incidentes é sempre útil, mas não esperaria elas atravessarem a ponte, pois o sol estava começando a tomar conta de tudo, e o calor de um dia ensolarado logo iria incomodar, então tratei de seguir caminho. Passada mais uma hora, entro em um pequeno túnel de aprox. 60m. Acreditem ou não, escutei vozes lá dentro. Não sei se estava perto de uma fazenda, se haviam pessoas em cima da passagem, se algum efeito do eco levava vozes distantes para dentro da estrutura, ou se havia algo sobrenatural em curso. Não nego, deu um pequeno nervosismo, e logo tratei de deixá-lo para trás Após mais uma hora e meia aproximada, começo a escutar sons de água. Sabia que dos trilhos podia entrar na Trilha das Sete Quedas, ponto quase que obrigatório para quem está na região. Stan em dia ensolarado estava pedindo por um banho gelado, porém, não sabia a extensão da trilha, e quanto tempo gastaria aqui, então neste primeiro momento, decorei o local da entrada e segui meu caminho. É interessante memorizar esta curva após uma grande elevação, a trilha das sete quedas começa aqui. Era em torno de 11 da manhã quando cruzei com os primeiros transeuntes que vinham em sentido contrário, estes indo para as sete quedas. Um rapaz trazia um cachorro aparentemente feliz, e uma moça carregava um gato enjoado numa daquelas mochilas para pet. Senti pena do gato, trilha em dia ensolarado não é lugar para esses bichanos. Finalmente às 13 horas, alcançava meu destino, a estação de Águas da Prata (apesar de ter andado pela rua nos metros finais por medo de ser multado por sei lá, algum guardinha de passagem ) Comemorações feitas, restava agora procurar um almoço, a hospedagem, e informações sobre a peregrinação. Por ser sábado, a AACF - Associação dos Amigos do Caminho da Fé estava fechada, porém, havia feito a reserva prévia pelo booking na Casa do Fábio, que coincidentemente era parceira do caminho. Consegui as informações desejadas com o anfitrião (muito gente boa, diga-se de passagem) e a credencial do peregrino, obrigatório para a emissão do certificado mariano na basílica de Aparecida. Como as coisas acontecem, não? Com isso, só restava fazer as compras para as refeições dos próximos dias, e curtir o tempo disponível. Nesse período, conversei bastante com o Sr. Fábio sobre todo tipo de assunto, ouvi a história de vida dele, e pude compartilhar curiosidades sobre meu estado, Amazonas, que raramente chegam ao conhecimento do sulista. No domingo, esperava encontrar algum movimento no pequeno centro turístico de Águas da Prata que basicamente é um amontoado de quiosques próximos da Fonte Vilela, famosa por derramar a "água mais radioativa das américas". Nas dependências, os macacos-prego, mal-acostumados com os restos de comida dados pelos turistas, chegam pesado quando veem que o movimento está bom no local Aqui é um bom ponto para devorar os derivados de milho vendidos. Mais uma fonte de água de qualidade, fazia questão de andar meia hora da pousada até aqui para recarregar a garrafinha Já é da rotina das moças dos quiosques a pequena gangue exigindo "pedágio". Os peludos até possuem nomes. A água dança e anuncia a renovação da vida Em Águas da Prata tem e ao mesmo tempo não tem muita coisa para se fazer. Além dos quiosques, da fonte, e um mirante na cidade, há algumas cachoeiras no entorno, boa parte delas afastadas. Como ainda era de manhã, e o dia prometia sol forte, resolvi voltar aos trilhos de trem e fazer a trilha das sete quedas. No caminho, pude ver alguns carros antigos retornando do evento de Poços de Caldas para seus lares, oferecendo ao expectador um túnel do tempo. Foi lindo de ver =D A trilha das sete quedas tem uma dificuldade de fácil para intermediário. Sinalizada com tinta nas árvores, um pequeno esforço para subir em pedras e raízes de árvores se faz necessário, enquanto o visitante vai subindo o curso d'água. Apesar da região estar passando por um período de seca e as quedas estarem fraquinhas na ocasião, haviam pontos legais e bonitos para aquele banho gelado (do tipo entrar na água e sair com o corpo dormente ou dolorido de frio ). Não sei se é a segunda ou a terceira queda, só quem conhece saberia dizer com exatidão Após uma hora e meia, mais ou menos, consigo chegar na sétima queda. O esforço valeu a pena, pois a paisagem cativa A volta seria cansativa, porém, há o pulo do gato: da sétima queda há um ramal de acesso que termina quase que nas dependências da cidade. É possível chegar de carro na sétima queda, inclusive, porém há uma porteira onde é feita a cobrança dos visitantes no caminho. Era um "semi-alívio", pois meus joelhos reclamaram um pouco nessa trilha. Na volta, quase me perco na floresta de eucaliptos, vi umas trilhas de MTB super da hora, e tive que fazer uma bela descida de desnível acentuado no meio de plantações de café. Uma aventura e tanto. No terceiro dia, o clima estava dando sinais de uma mudança drástica: chuva fraca e tempo fechado na região. Por um lado era um alívio para a vida local, uma vez que havia meses que não chovia, e por outro eu precisaria me preparar para a possibilidade de começar a grande caminhada embaixo d'água. Isso não seria exatamente um problema, pois tinha capa de mochila e uma jaqueta impermeável. Nesse dia, em virtude da chuva, não pude fazer muita coisa, a não ser desejar boa viagem para os bicigrinos de saída, observar a tranquilidade da cidade em uma tarde de segunda, e refletir bastante sobre a jornada que começaria no dia seguinte.
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  31. Alguém vai ou tem planos para ir à Bolívia em janeiro de 2026 ?
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  32. @JotadeoliveiraNem lembro se lá o cartão SUBE é usado. Não vou a região desde 2014 e não pretendo ir mais. Ia devido a viver em Santiago e gostar de conhecer e,na época, a Argentina ser muito barato. Por isso conheço ela toda, menos 3 estados,lá chamados províncias.
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  33. Contratei agência para fazer os passeios lá pelo site Findlocaltrips.com para ir no Colca e também na Laguna Salinas. Também recomendo esse passeio.
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  34. Muito obrigada Luiz por compartilhar comigo sua experiência… eu ainda tenho medo de ir sozinha busco companhia mas é complicado tb encontrar pessoas pra fazer as mesmas loucuras… quem sabe eu encontro…
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  35. @Marcelo Manente É como baiano se refere a Salvador(SSA).No sul da Bahia e Norte do ES tem muito caminhão e em SC tráfego,apesar de estar duplicada, não comporta.Ontem,por exemplo, fiquei horas neste congestionamento.
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  36. HONDURAS Para atravessar a fronteira, fui por uma rota pouco divulgada para turistas atravessarem a Guatemala e Honduras. Fui de ônibus da companhia Litegua (+502 5200 1838) da capital da Guatemala até a fronteira por 120 quetzales e de lá tomei uma van de 1-2 dólares até o destino final. Minha primeira parada em Honduras foi Copán Ruínas, uma cidadezinha charmosa e tranquila. Na minha primeira hora no hostel já conheci uma australiana chamada Daniela, que mora na Europa. Descobrimos que estávamos fazendo rotas bem parecidas, só com alguns dias de diferença. No primeiro dia, demos uma volta pelo centro, conhecemos a pracinha e comemos um prato típico do México que vale muito a pena provar: os esquites ou elotes. No dia seguinte fomos juntas visitar as Ruínas de Copán, que ficam só 1,5 km do centro, então fomos andando mesmo. As ruínas não são tão grandiosas ou altas quanto outras cidades maias que já visitei, mas se destacam pelos detalhes nas esculturas e estelas. É um dos sítios arqueológicos maias mais artísticos e detalhados. Uma coisa que deixou o passeio ainda mais especial foram as araras , que ficam soltas por todo o sítio. A Dani estava um pouco apavorada com elas — engraçado ver ela se abaixando toda vez que uma voava por cima. O calor estava surreal. Assim como em El Salvador, o clima estava insuportável, aquele tipo de calor que te faz sentir mal, querer desmaiar. Tento não reclamar, porque era época de chuvas e ao menos estava fazendo sol. Depois de Copán, fui para o Lago Yojoa, o maior lago de Honduras. Fiquei na cidadezinha de Los Naranjos, uma vila bem simples e tranquila às margens de um canal que leva ao lago. O lugar tem um hostel bem famoso entre mochileiros chamado D&D Brewery, que fica no meio da natureza, todo rodeado por verde, passarinhos e borboletas. Percebi que em Honduras vem bem menos mochileiros comparado aos outros países da América Central — os hostels estavam bem vazios. A não ser em Utila, que é exceção total. O hostel era até bem legal, meio no estilo floresta, com chuveiros de teto aberto, mas a cidade em si tinha poucas opções pra comer. Passei dias indo no mesmo café, que parecia ser o único lugar decente. Mas até esse café me estressava: não tinha cardápio com preço nem na fachada nem no balcão e as atendentes não gostavam de atender e ficavam rindo umas com as outras. Parece ser algo cultural, em vários serviços (restaurantes e transportes) não me passavam o preço, ficavam me olhando como se eu tivesse que adivinhar quanto custava. Tentei achar um restaurante típico. Encontrei um de comida hondurenha e pedi uma baleada, que é tipo o pão na chapa deles — tortilha com feijão, queijo e ovos. Vi a mulher enfiar a mão na geladeira e pegar uma coisa suspeita, mas já estava lá, com fome, e comi assim mesmo. E claro… no outro dia passei mal. De passeio, aluguei um caiaque com a Dani e passamos algumas horas remando pelo lago. O lago em si é bem bonito, mas não tem muitos pontos pra descer e explorar, é mais pra relaxar e observar os pássaros. Descobri que é um destino renomado para isso. Também fiz uma trilha no Bio Parque Paradise, que fica pertinho do hostel. A entrada custava uns **US\$ 3** e foi uma ótima surpresa: poços pra nadar, rio, mirante, ruínas pequenas, várias trilhas… mas zero sinalização. Também visitei a Catarata Pulhapanzak, uma das maiores cachoeiras do país. Peguei um ônibus de 30 minutos, depois caminhei uns 15. A catarata é LINDA, super alta, com aquele visual de filme. Não dá pra nadar na queda principal, mas dá pra subir na parte de cima, onde tem poços com água cristalina. A estrutura é ótima, tem até redes pra descansar. De lá, fui pra San Pedro Sula, onde planejava pegar o ferry pra Utila no mesmo dia. Mas, surpresa, cancelaram o ferry. Tive que passar a noite na cidade, no único hostel que achei. E olha... que lugar esquisito. Era um hotel grande, mas com cara de que metade das pessoas moravam lá, incluindo algumas moças de programa. Dormi num dormitório só com uma cama além da minha — graças a Deus vazia — mas o clima era tenso, barulhos estranhos, gritaria no pátio… Não recomendo turistar em SPS e recomendo cuidado redobrado em relação a segurança em todo o país. No dia seguinte peguei um táxi até o porto. O motorista, mega estranho, ficou pedindo meu número, insistindo pra me levar pra conhecer a cidade, querendo que eu anotasse no telefone dele. Dei um número falso, ele tentou ligar na hora pra ver se tocava (óbvio que não tocou) e disfarcei dizendo que estava sem sinal. Ele ainda me cobrou mais caro do que o normal, mas preferi não discutir. Cheguei então em Utila, onde tudo mundo vai pra... mergulhar! Antes de viajar pela América Central, eu nem entendia o que era mergulho e nunca tinha pensado em fazer. Mas todo mundo que passa por aqui fala tanto que me convenci a tentar. E que decisão maravilhosa! Utila é um dos lugares mais baratos do mundo pra fazer o curso de mergulho e fica na segunda maior barreira de corais do planeta. Fiz o Open Water, um curso de três dias. No primeiro dia, tudo teórico. No segundo, aprendi a montar o equipamento, ajustar tanque, colete, regulador... Depois fomos pra água rasa, tipo 2 metros, pra começar os exercícios. Fizemos vários exercícios: tirar a máscara e colocar de volta (arde horrores o olho!), simular ficar sem ar, soltar o colete, praticar flutuação. Nos dois dias seguintes, foram quatro mergulhos em mar aberto. Vi arraias, tartarugas, tubarões, cardumes gigantes, corais lindos. Parecia estar no espaço, outro mundo. Só de estar lá embaixo, flutuando, ouvindo só a própria respiração, já é incrível. A partir de agora quero mergulhar em toda viagem que fizer! O clima em Utila, por outro lado, parecia episódio de Love Island. Gente pegando todo mundo, triângulos amorosos, tretas, muita festa e MUITA droga. Um cara de uns 50 anos (mas que dizia ter 35) que conheci no hostel fazia uns comentários mega esquisitos e, depois, descobri que ele estava vendendo uma experiência de velejar, levando uns mochileiros pra passar uns dias no barco. Resultado: a galera voltou revoltada — gastaram horrores, ficaram com tudo molhado, comeram mal, passaram a noite velejando sem dormir, e o cara simplesmente ficou chapado de cocaína o tempo todo. Quase nenhum mochileiro visita Roatán, a ilha vizinha, mais turística e cheia de cruzeiros dos EUA. Fui pra lá pra fazer uma pausa: só relaxar, curtir praia, não fazer absolutamente nada. E valeu MUITO. As praias, especialmente West Bay, são coisa de outro mundo: água cristalina, sem onda, cor de piscina, com vida marinha incrível. Na travessia de Utila pra Roatán, conheci um americano que veio pra Honduras passar férias, se apaixonou pelo lugar e decidiu largar tudo nos EUA pra viver aqui. Disse que fez muito dinheiro com sua empresa, se demitiu e agora ia viver uma vida simples na ilha. Conversamos muito sobre política, turismo predatório e como lugares como Roatán se transformam numa extensão dos EUA, com preços dolarizados, afastando a população local dos espaços turísticos. No porto, dispensei os táxis absurdos e parei na rodovia pra pegar um busão coletivo. Mas um taxista, todo trajado com bandeiras dos EUA, parou e ofereceu levar pelo mesmo preço. O cara passou a viagem inteira falando, misturando espanhol com inglês, declarando amor aos EUA, dizendo que a América Latina era cheia de comunistas e que só Roatán prestava porque era “gringolândia”. Meu hostel em Roatán era ótimo, bem familiar, com o dono super simpático que até fez jantar de graça pra gente. Fui andando pela praia até West Bay, parando de praia em praia, mergulhando, relaxando... delícia. No segundo dia, conheci um holandês chamado Angelo que chamou pra passear com ele. Alugou uma motinha e fomos explorar. O passeio, claro, teve emoção: um carro freou na frente, e ele demorou pra frear também e, por pouco, não batemos. Uns 10 minutos depois, um carro apareceu atrás de nós, acelerou e tentou jogar a moto pra fora da estrada. Paramos numa garagem, e começou uma discussão tensa: o homem dizia que tínhamos batido no carro dele e fugido. O Angelo jurava que não, que era um arranhão antigo. Eu, de garupa, não tinha como saber. A discussão ficou feia até que o Angelo ligou pro dono do nosso hostel, que, graças a Deus, conhecia o cara. Descobrimos que o tal motorista era um chefão do tráfico local, e só deixou barato porque viu que éramos hóspedes desse hostel. Depois desse estresse, seguimos pra praia, nadamos, aproveitamos um pouco. Meu último trecho em Honduras foi atravessar até a Nicarágua. Ao invés de pegar o shuttle direto de Roatán (15 horas, US\$ 80), fiz uma rota alternativa passando por Tegucigalpa, a capital que todos evitam. Uma das mais perigosas do mundo. Cheguei destruída, dormi num hostel onde, por milagre, me deixaram fazer check-in às 7h da manhã. No quarto só tinha eu e um homem, que logo se revelou uma das figuras mais bizarras que conheci na viagem. Com ele fui em um mirante e um museu na cidade. Assim terminou minha saga por Honduras: com muito calor, comida cara, vivendo de baleadas, poucos turistas, mas também experiências incríveis — especialmente em Utila, que foi definitivamente um dos pontos mais altos da minha viagem pela América Central.
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  37. Boa! Certeze que vc vai gostar e muito da região. Não deixe de escrever o relato, pois a região é pouco conhecida. Eu tive a sorte de pegar o Hornocal com neve em abril 2023 e foi sensacional !!!
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  38. De onde vem... o que comem... como copulam... como matá-los? @Silnei, está na hora de colocar um mecanismo para evitar a proliferação de ervas daninhas. Está começando a aparecer mais spam que post.
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  39. @anselmoportes Eu fui para o outro lado,o sul da Itália, mas passei na porta do Castelo Sant Angel.Achei que o calor já tinha passado nesta época,mas vejo que não.
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  40. Opa, cara, eu fui de ônibus de Salta até Tilcara onde fiquei hospedado, escolhi Tilcara por ficar entre Humauaca (Hornocal) e Purmamarca (Salinas Grandes) onde partem tour diariamente para esses lugares. Mas conversando nas agencias acho possível vc combinar e não retornar com eles.
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  41. Procuro uma companhia para viajar pelo mundo com pouco dinheiro , quem quiser se aventurar nessa aventura me chama no meu whats e vamos combinar como faremos. whats: 11-967241122
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  42. Sarajevo Uma cidade surpreendente e sensacional me deixou encantado.Cheguei ia dar 17h,a rodoviária é longe e não tinha quase ninguém lá.Demorou um pouco e apareceu um taxi que me cobrou 40 marcos até o hotel, no centro. Chegou lá, cometeu um erro. Não fala inglês,então disse em bósnio,para andar por um calçadao e não disse aonde entrar.No hotel não entra carro,mas ele me deixou próximo, porém não falou aonde era,ou seja,levou ao centro. Quem tem boca vai a Serajevo e,perguntando,cheguei, sem antes passar em uma doceria e me deliciar com uma baclava.Já era começo da noite quando cheguei e só deu tempo de sair para jantar no movimentado centro,contrariando a região da rodoviária internacional e conhecer o calçadao principal,aonde eu andaria naquela semana. Aproveitei e fui ao ótimo museu do Genocídio que fica aberto até às 21h.É sensacional. Na segunda, hora de conhecer e fui a um tour pela tarde ao túnel da resistência.Nunca pensei em conhecer o lugar que tanto apareceu na rede Globo nos anos 90.Esse túnel era a ligação do aeroporto com a cidade livre durante a guerra e ali tive explicações de um guia que participou da guerra e viveu anos escondido,segundo ele,após ter levado um tiro na perna.É a guerra,quase toda uma geração mutilada ou morta.Ao ir ao aeroporto,passei na avenida que o liga ao centro, com os prédios furados de tiros, dados pelos sniper que povoaram os tetos daqueles prédios e matavam moradores bosníacos.Pela manhã fui ao museu histórico que é pequeno com a história do assassinato de Francisco Ferdinando,ocorrido ali em frente,e desencadeou a I guerra mundial. No outro dia, fiz um city tour.Aqui também não há bus então o city é em uma kombi e engloba o túnel. A entrada custa 20 marcos, o que não interessa a minha pessoa.Mas,o resto do city é muito bom,vai desde o morro de onde ocorreram muitos conflitos e há muitos prédios destruídos lá e depois a montanha de Serajevo,onde foram disputados os jogos olímpicos de inverno de 1984,quando a Yugoslavia era um país poderoso.Vi o tubo do bobsland,um esporte pouco divulgado no Brasil, que é feito em um carrinho na neve. 4 dia-hora de walking tour.Uma menina linda com um belo espan̈ol mostrou o centro da cidade,com ênfase ao rio Bosna e suas margens que passam pelo centro. Fomos pelas mesquitas, a igreja católica e a prefeitura.Também tem a divisão da cidade entre Árabes e ortodoxos,que vivem como irmãos, mas cada um tem seu lado. Depois que acabou, fui sozinho conhecer o que ela tinha mostrado, sendo que a prefeitura se paga 20 marcos e se entra em um museu sensacional que é a recriação das salas de julgamento de assassinos como o tal de carniceiro da Bósnia e de um general que tomou veneno em Der Haggue por ter sido condenado a forca. As fotos abaixo respondem se eles mereceram ou não. 5 dia-O dia mais impressionante. Saí as 8h com um casal alemão e fomos ver o local do massacre de Srebrenica. Havia gente do mundo inteiro. Muito triste, mas aconteceu e tem menos de 30 anos. Nunca vi a guerra tão de perto, foram 7000 mortos. Mas,hoje,a cidade é pequena e tranquila, parece interiorzão,porém ali passou o maior massacre do pós guerra porque os inimigos do norte nada fizeram por ser em um local pobre,embora eles tivessem mandato da ONU. Como vi no museu, Berlim não, Sarajevo sim. 6 dia-Foi o dia dedicado a mergulhar profundamente na história. Fui a 2 museus de história da Bósnia, 1 ao lado do outro,paguei 20 marcos de entrada a cada e vi e,principalmente entendi, toda a história da Bósnia, desde os tempos da Pré História até a II Guerra ,não sei porque a da Bósnia não é citada nesses museus. No sábado, então, após a semana mais interessante da viagem, me dirigi a rodoviária nacional, mais perto que a outra,paguei 10 marcos ao taxi e fui a Mostar,próximo capítulo do relato.
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  43. Ainda quer ir? Tô pensando,mas não sei por onde começar. Qualquer coisa me chama no WhatsApp 9899733370
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  44. O motorista dizer que você está ilegal no Brasil, provavelmente foi uma piada, pois pra brasileiro não faz diferença nenhuma, tem seu direito de ir e vir com ou sem documento. Se você entrou em contato com o consulado e eles te responderam, não vejo motivos pra se preocupar, pois eles mesmo disseram que não tem nada. Eu iria viajar tranquilo.
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  45. 09/08/22 - 22/08/22 - A jornada Após uma noite mal dormida, preocupações acerca do peso da mochila (quando saí de Manaus ela pesava quase 8kg), e uma bela crise de ansiedade, eis que me despeço do seu Fábio na manhã nublada de terça. Passo na fonte Vilela para mais uma abastecida na água, realizo uma pequena oração na base da primeira ladeira que iniciaria os 30km que me separavam de uma cama quentinha em Andradas, e começo oficialmente a peregrinação. A chuva não cairia naquele dia. Partiu? Como muitos ciclistas haviam deixado a cidade no dia anterior, imaginava que o primeiro trecho seria bastante solitário. Entretanto, após o primeiro quilômetro, encontro um casal aparentando os 5.0 mais à frente. Alcanço eles e a boa e velha conversa de trilha inicia. O homem, Sr. Wilson, estava realizando pela sétima vez a jornada. Conseguiu convencer a esposa (Srta. Ângela) a acompanhá-lo dessa vez, o que achei o máximo. Os filhos não puderam vir. Apesar de o esposo estar em um ritmo mais lento para a sua senhora ir se acostumando, não demorou muito para que eles me deixassem para trás. Isso porque além de eu parar bastante para tirar fotos ou contemplar algum lugar, estava "moldando" meu fiel cajado. Achei bonito o simpático casal com o suporte de um ao outro (além do Divino, claro), fiquei me perguntando se teria esse prazer de refazer o caminho acompanhado no futuro... Um ponto interessante: em alguns lugares é comercializado o cajado de bambu (para quem não tem o bastão de trekking), mas por vários motivos, optei por arriscar em um dos vários bambuzais que surgem na estrada. Logo nos primeiros quilômetros vi um pedaço enrolado numas vinhas que chamou a atenção. Parecia lance de videogame, quando o item do herói surge cravado em uma pedra numa clareira escondida . O cajado/bastão é altamente recomendado, pois como o caminho possui MUITA subida/descida, o item dá um pequeno suporte ou alívio para as pernas, além de ajudar a espantar animais, medir profundidade de poças d'água, dar porrada em infiéis entre outros usos. Quase uma toalha! Esse trecho é marcado por muitos km em campos de fazendas, até que em determinado ponto, nas proximidades do Pico do Gavião, começamos a ganhar altitude. Com isso, surgem muitas oportunidades de observar os campos, morros e afins que compõem aquelas terras. Claro, é uma parte cansativa também, ainda mais para iniciantes. No meio da subida, encontro a Cachoeira Ponte de Pedra. Era um bom ponto para arriscar um banho, e o local é conveniente para camping, inclusive (coisa rara no caminho). Nessa altura, os ombros começavam a reclamar. Estava andando há 3 horas, e o erro do excesso de peso estava começando a se manifestar. Apesar da barrigueira estar bem firme na lombar, estava trazendo aproximadamente 10kg nas costas (porque resolvi comprar quase 2kg de doce de leite em Poços para a galera de Manaus, fora lembrancinhas, água, lanche de viagem extra, etc, e não, não deixo de comprar essas coisas nas minhas viagens ). Ainda tinha pensado em despachar pelo correios de Águas parte do volume, porém, tinha receio de extravio, e não podia me dar o luxo de pagar quase 200 reais inesperados para tal. Para vc ter ideia, o recomendado para carregar é no máximo 6kg. Cada vez que os ombros reclamavam, perguntava a mim mesmo qual era o peso da cruz de Cristo como forma de motivação, e dava uma pausa para descanso. Após a bifurcação que leva ao pico do gavião e os pontos de vôo de asa-delta, encontro a primeira capela/apoio da estrada. Estas são uma constante na via, alguns trechos possuem mais pontos, outros menos, porém, são um alívio para quem precisa descansar, carimbar a credencial, usar o banheiro, etc. Muita gente aproveita para deixar peças de roupa ou medicamentos para quem vier a precisar, também. Bem legal. Algumas possuem bica, o que é um alívio para quem está precisando de água. Após passar por mais uma floresta de eucaliptos, começo, aos poucos, a descer. Os terrenos de fazenda voltam a aparecer, dessa vez com algumas Seriemas como coadjuvantes. Após uma curva para o desvio de uma estrada, avisto Andradas entre dois morros (de uma forma bastante conveniente). A maioria dos pontos de descanso são assim, aparecendo de repente após uma curva ou ladeira. E a aparição engana, pois ainda faltariam umas 2 horinhas para descer a íngreme ladeira de pedras e barro até o ponto final. Chego às 16:20 nos limites urbanos de Andradas, após 9h10 de caminhada. A Pousada Dora Moia seria meu repouso do dia. A dona Dora, bondosa como se esperaria apenas de uma mãe, conversou bastante enquanto servia a janta e por vezes pedia para eu comer mais . Na pousada estavam somente eu e outra peregrina, Srta. Ana, nordestina guerreira na casa dos 7.0, e veterana no ramo, uma vez que já tinha feito o Santiago de Compostela. Pelo horário, infelizmente não teria como passear na terra do vinho mineiro. O dia seguinte começou com chuva fraca (não daquelas que impedem a saída, mas o suficiente para molhar). Resolvo sair juntamente com a dona Ana, após um breve registro e despedida. No meio da distração da conversa, acabamos errando uma rua e perdendo 30 minutos do dia após notar a ausência de setas mas no final deu tudo certo. Após 2 horas, já estávamos entrando em uma estrada de terra que na verdade estava um verdadeiro lamaçal com direito a atoleiro (o que pegou um fusquinha de passagem). Nesse trecho apareceram duas duplas de cachorros, aparentemente perdidos, o que me deixou triste, pois é comum eles seguirem peregrinos e se afastarem de seus locais de origem, o que me obrigava a espantá-los e torcer para que eles achassem um lugar seguro. De Andradas para a BR-319, só nortista vai entender essa referência O ritmo, que já era lento, teve que virar "a passo de tartaruga", em virtude do risco de escorregões. Muitos veículos passaram nesse trecho, alguns respeitavam nossa presença, outros passavam com velocidade desnecessária, resultando em banhos de lama, maaas, fatos da vida. Em um trecho de plantação de café, resolvo parar para esperar a dona Ana, que vinha no seu próprio ritmo, quando avisto mais duas figuras chegando. Era o casal simpático do primeiro dia, que tinha saído bem depois da gente, de outro hotel da cidade. Conversamos, e nos despedimos, uma vez que cada um precisava realizar sua jornada pessoal ao seu ritmo próprio. O primeiro e último registro dos únicos peregrinos do dia. Rostos e histórias de vida tão distintas, rumo a um objetivo comum. Após horas de chuva fraca, o céu começava a abrir bem no momento em que chegava no ladeirão da Serra dos Lima. Mais uma subida de 40 minutos que resultaria em um lindo mirante com direito à última vista de Andradas... Deus é bom o tempo todo... Apesar do sol, estava ventando bastante, o que dava aquele frio gostoso para a tarde. Não tardo a encontrar a pousada da Dona Natalina, uma das pioneiras do caminho da fé. Infelizmente era longe demais de Andradas para eu ter descansado aqui no dia anterior, e longe demais do bairro de Barra, onde queria concluir a caminhada do dia. Mas aproveitei para "almoçar" o velho pão com ovo do peregrino, e pude conversar com a anfitriã, que estava recolhida em sua cozinha do lado do forno à lenha para fugir do friozinho. A boa senhora ainda me ofereceu café e torresmo para animar a conversa. O coração deu uma apertada por não poder ficar. Mas há quem me diga que "se você não parou na dona Natalina, você não fez o caminho da fé direito", então, fica a recomendação. Dona Ana ficou por ali, cansada e com fome, o que significaria que eu andaria só novamente. Havia uma festa num barzinho adiante, com direito a som alto, motos barulhentas e a macharada assando churrasco e jogando cartas. De certa forma era cômico, pois lembravam aqueles esteriótipos de caipiras estadunidenses, só faltava a garrafa com 3 "xis" desenhados . Mas eram gente boa. Após uma grande descida, chego aos limites do escondido bairro de Barra, com uma paisagem natural de tirar o fôlego. Fiz alguns registros, e de tão lindas as fotos, me emocionei por um tempo, mal acreditando que estava naquele lugar. Chego na pousada João e Joelma às 17h00, após mais 9 horas de caminhada (o motivo, a estrada de lama mencionada anteriormente), com alguma luz do dia para brincar com os cachorros da pousada, mestiços de border collie super espertos e trabalhadores (um desejo de vida é criar um border, mas estes são raríssimos no norte). Para espantar o frio, a janta do dia seria um magnífico churrasco com a boa e velha comida de interior. Nessas horas queria ter dois estômagos Aquele interior onde viveríamos os últimos anos com mais saúde, fraternidade e ar puro, e menos problemas de cidade grande... No dia seguinte, levanto cedo para o café, o pagamento, e ainda ganho de uma das anfitriãs um imã do caminho da fé (que não encontrei em lugar nenhum para venda, diga-se de passagem). Muita gente para em Ouro Fino, terra do menino da porteira, porém, quis estender o trajeto até Inconfidentes, capital do crochê, o que me daria a distância aproximada do primeiro dia (+30km). Logo no início a gente coloca as perninhas para trabalhar no morro do sabão, deixando Barra para trás. Tive uma amostra da generosidade do mineiro (mais do que já havia visto) quando paro na pousada Santa Luzia para carimbar a credencial e o Sr. Zacarias, sem nenhuma obrigação, pausa seu trabalho para me oferecer água, café e queijo. Nós, pessoas da cidade, acostumadas com o que há de pior na humanidade, ficamos meio sem graça, nos perguntando se merecíamos aquele tratamento. Também notei que muitas pousadas estavam em reforma com a adição de quartos para atender a grande demanda de peregrinos e bicigrinos nos meses de alta temporada (o gentil senhor me informou que em Julho a pousada recebeu uma média de 100 pessoas diferentes por dia, só para carimbar a credencial). Já foi mais longe... Algum tempo depois, a estrada muda para uma bela paisagem do horizonte, de onde já é possível ver um pequeno pedaço de Crisólia, bairro vizinho de Ouro Fino. Mas faltaria bastante chão, ainda. O mais refinado "número 1" possível do caminho, que paisagem sensacional Parte da trilha agora acompanharia a estrada de asfalto que levava à Crisólia. Era só olhar para trás que dava para ter noção do "tanto" de chão percorrido. Aliás, o caminho é isso, no lembra da dimensão dos desafios e problemas que antes considerávamos gigantescos, agora deixados para trás, superados. Sem muitas surpresas na estrada, chego no perímetro urbano e dou de cara mais uma vez com os amigos Wilson e Ângela, que saíram depois de mim, mas conseguiram me alcançar. Aparentemente eles parariam para um descanso e almoço, enquanto que eu seguiria para Ouro fino, após os carimbos coletados. Em um dos pontos, conheço o pequeno Peregrino, um cão que, como tantos outros, se perdeu seguindo peregrinos, e acabou sendo adotado pela dona do mercadinho parceiro, agora vivendo dias tranquilos Em Crisólia, aparentemente não havia nada em particular para observar, então segui meu caminho para a terra do menino. Após mais uma horinha de estrada de terra, sou alcançado uma segunda vez pelo Wilson e Ângela (para uma senhora que nunca fez o caminho, estava muito bem), e alcançamos, juntos, a famosa porteira gigante. Ouro fino é mais urbano, comparando com vários outros pontos do caminho. Para quem está de passagem, é interessante procurar os monumentos que fazem referência à triste estória do boiadeiro, o menino, e o boi sem coração. Infelizmente esse foi o último dia em que vi o simpático casal, pois eles apertariam mais o passo, deixando-me bastante para trás. Será que pegar no ovo do boi sem coração daria alguma sorte nas escolhas do mercado? Deixando Ouro fino para trás, uma atração que por vezes passa batido é a Estrada dos Santos Negros. O nome é autoexplicativo, e é interessante conhecer histórias de santos, menores ou mais conhecidos, como São Benedito (sem contar a Nossa Senhora Aparecida em si). Nesse ponto do dia ensolarado e calorento, o primeiro carro de apoio passa por mim, oferecendo água, transporte de mochila, etc. Como estava bem naquele momento, recusei educadamente. Apesar das várias surpresas do dia, a caminhada foi bastante longa, e chego nas dependências de Inconfidentes às 17:30 (o maior tempo da viagem, apenas 11 horinhas) com ombros doloridos, pernas reclamando, e o friozinho da noite começando a se manifestar. Apesar dos apesares, a entrada da cidade, com suas indicações dos outros caminhos religiosos e o monumento ao peregrino tornam a chegada mágica. A capital do crochê chama a atenção pela decoração das árvores na rua principal do pequeno centro comercial. Não é muito difícil ver lojas de roupas e outros produtos têxteis. Por eu ter chegado praticamente no pôr do sol, não pude conhecer melhor o centro comercial, nem comer o lendário pastel de vento do Bar do Maurão, outro ponto obrigatório para quem está de passagem. Apesar disso, a cidade é bonita, limpa, e uma voltinha, mesmo pela parte da noite, para provar o tão comentado pastel de milho da região, valeu a pena. Todo tipo de itens de crochê, bordado, etc, se duvidar acharia até capa para mochila de crochê Vendo o forasteiro aparentemente perdido, um dono de uma barbearia me chama para oferecer ajudar e dar umas direções. O sr Célio coincidentemente era meu anfitrião para a noite, pois era na pousada dele, Santa Luzia, que tinha feito reserva. Engraçado como existem pessoas virtuosas que fazem o bem sem olhar a quem, ele nem estava imaginando que aquele peregrino perdido era seu hóspede. No dia seguinte, antes de sair, participo de um café animado com o Célio, onde ele me conta histórias do caminho, e de como ele, juntamente com outras pessoas, começaram a fazer essa rota antes mesmo da oficialização do caminho. Recebi 500 dicas de todo tipo no processo. Na saída, noto que não consegui comprar uma lembrancinha da cidade (meus vícios de viagem são imãs de geladeira e souvenirs, daqueles de mesa), e as poucas lojas abertas às 7 da matina vendiam coisas grandes demais para a já sobrecarregada mochila. Mas como o caminho, assim como o céu, opera de maneiras misteriosas, aconteceu uma coisa, no mínimo curiosa. Voltando para a estrada de terra que iria até a cidade de Borda da mata, sou parado por um carrinho vermelho de onde uma moça simpática sai com uma cestinha. Pensei que era mais um carro de apoio ou coisa do gênero, mas a moça estava vendendo...chaveiros artesanais (!) ela me falou que vende os chaveiros que a filha cria, e fica de olho nos peregrinos de passagem naquela hora do dia, pois alguns viajantes (assim como eu) não conseguem comprar lembrancinhas. Eu não sei como que a bendita dona teve essa ideia, mas a vida favorece os espertos. Admirado pela estratégia de venda, resolvo comprar dois chaveirinhos tricotados, que enfim seriam as lembrancinhas oficiais de Inconfidentes. A primeira parte deste trecho consiste de um pequeno bairro rural, até que chegamos na primeira capela, que devo admitir, é um dos apoios mais bonitos de todo o caminho. A capela de Nhá Chica é extremamente organizada, limpa, e dedicada a um descanso e reflexão matinal. Aliás, há também o caminho de Nhá Chica, que começa em Inconfidentes. Mesmo neste pedaço de terra batida, o local é impecavelmente limpo e bonito, vontade de dormir aqui. Após o breve descanso e contemplação, hora de seguir em frente. Passo pela Cachoeira/Corredeira da Onça, cujas águas estavam bem convidativas para aquela manhã ensolarada. Mas como não tinha ideia do tempo que faltava para a próxima cidade, e como teria todo o trabalho de me trocar na beira da estrada onde passavam vários carros, pulei essa tentação gelada. Fica para a próxima. Antes de chegar em Borda, um marco interessante que fiz questão de registrar foi os 100 primeiros quilômetros percorridos. Imagine só, alguém que sempre fez no máximo 8, 10 km de trilhas, completando toda uma distância nesses 3 dias! Bem que dizem que cada dia do caminho é diferente do outro, cada dia uma surpresa a mais, e que experiências assim apenas elevam nossos limites e nossa percepção pessoal. Às 14:20 chego nas dependências de Borda da Mata, cidade de importância na área têxtil, porém sem o mesmo charme de Inconfidentes. Realizo o check-in no Hotel Virgínia, bem colado ao pequeno centro comercial, e aproveito o horário para procurar um almoço e conhecer as dependências da praça central, também bonita e organizada. No final das contas cheguei à conclusão de que deveria ter tomado um banho de corredeira e chegado umas duas horinhas mais tarde na cidade, mas, devemos aceitar o que não pode mais ser mudado e seguir em frente. Aparentemente nessa região o frio aperta, comparando com outros lugares onde tinha passado (tirando Barra). Os termômetros já avisavam. E isso com dias de sol forte. Será que pegaria negativo em Campos do Jordão? Saindo no friozinho matutino de Borda, a pequena subida já seria um pequeno “esquenta” para um dos pontos mais belos e icônicos do caminho, a Porteira do Céu. Além disso, outro fator interessante deste trecho são as primeiras plantações de morango, característica da região produtora. Ver a geada matinal evaporando nos campos e os regadores dos morangos espirrando água em mim tornaram esse trecho maravilhoso... ...até começar o subidão até a porteira. A gente vai subindo, subindo, divide espaço com os ciclistas que precisam ir “na primeira”, e vai colocando esforço e fé a cada passo. No caminho, uma parada, a casa do Senhor Xavier, importante apoio para ciclistas e peregrinos, com um “café solidário”, onde há os itens e o seu coração determina o valor a ser pago por eles. Um teste de humildade e agradecimento. Depois de mais um tempo, chegamos ao ápice do morro, nas dependências da porteira. Fazendo companhia aos grupos de ciclistas, atualizando o zap zap pelo wi-fi ali presente, e contemplando a belíssima passagem dos campos e plantações mineiras, mal podia acreditar que estava naquele lugar, tão “namorado” em fotos de internet. E pensar que os cansaços passados sequer são vistos nessa altura do campeonato.... Fiquei aproximadamente 1 hora ali em cima. Saindo da porteira, e chegando na Capela de São Peregrino, uma surpresa: morangos, provavelmente deixados pelos fazendeiros locais, para o deleite dos peregrinos e bicigrinos de passagem. E nem estavam feios! Agradeci por aquele presente de generosidade, comi alguns, deixei outros num ponto favorável para os próximos transeuntes, e fui embora. Mais lá na frente, mal acreditei quando vi duas caixas de morangos com doce de leite e nutella (AAAAAAAAAAA!). A tentação de acabar aquela caixa e cochilar na sombra de uma árvore era grande, porém o bom senso de não arriscar uma "caganeira" e deixar o excesso para os que passarem depois falava mais alto Logo após parar em um apoio para almoçar pão com ovo, suco de morango e mais pastéis de milho, chego em Tocos do Moji às 13:40. A pequena "vila" estava em reforma na sua rua central, o que tirava um pouco da beleza local. O dono do hostel onde iria ficar estava ausente por motivos desconhecidos, então, para não ficar na rua, acabei fechando de última hora com a Pousada do Peregrino, para surpresa da dona, que não tinha visitantes. Após a roupa lavada, e um descanso de final de tarde, resolvo dar uma andada na cidade, com suas crianças brincando, barzinhos cheios de locais contando seus causos, e a segurança total de um lugar onde o crime mais hediondo deve ser o de roubo de galinhas. E isso é ótimo, para alguém acostumado com a maldade da cidade grande à espreita. Janto num restaurante/pousada parceiro do caminho chamado Beira Rio, onde a comidinha caseira estava "de morrer" nossa, Deus abençoe a comidinha de interior. Domingo, 14/08, dia dos pais. Levanto cedinho e saio da pequena vila adormecida rumo a Estiva, "terra do morango". Não tinha curumim em casa para me homenagear (um manauara que passou dos 30 e não teve filho é tão comum quanto um mineiro que não fala uai). Não tenho pai há mais de uma década, e a mãe fez parte desse trabalho. Atualmente não temos exatamente a relação mais amorosa do mundo. Mas, era oportunidade de reflexão e de agradecimento à criação que me foi dada. Fiquei me perguntando sobre o quão diferente seriam as coisas se não tivesse perdido meu pai para o vício em bebidas e um acidente de trânsito. O gosto dele por documentários de animais e balneários de certa forma influenciou esse meu espírito aventureiro da atualidade. Eu não sabia, mas estava prestes a fazer um dos percursos mais CHATOS da jornada chato em termos de cansaço, pois apesar de serem apenas 22km, uma coisa que não costumam contar por aí é que o Pântano dos Teodoros é um sobe-desce-sobe-desce morro com direito a desnível bem acentuado (a passo de tartaruga embaixo de sol forte). Depois da Luminosa, achei esse trecho particularmente punk. Mas é uma visão pessoal, claro. A primeira metade do caminho é bem tranquila, com bastante bairro/comunidade rural. Um dos pontos mais agradáveis foi a padaria recreio, aquele comércio BEEEEM raiz com direito a "sorvete" de suspiros que mais parecem isopor, teta de nega, broa de coco e biscoitos de polvilho gigantes, balinha bola de futebol, entre outros a prosa com o sr Afonso, balconista, e um ciclista que mora na região foi bem animadora. Logo após, cruzo com os primeiros andarilhos em dias, locais que estavam fazendo peregrinação para outro lugar do qual não me recordo. Desejo-lhes boa viagem, pois ficaria um tempinho na lanchonete Jack e Bruno, onde comprei uma lembrancinha super legal do caminho da fé, e a dona do lanche/pousada me ofereceu um suco de morango por conta da casa. O Luiz, garoto do campo esperto e bom de papo, ajudou a animar o ambiente. Como alegria de pobre dura pouco, deixei esses locais para começar a serra do pântano. Havia ali uma pousada com um belo mirante onde muita gente gosta de se hospedar. Talvez numa próxima. Apesar do esforço para cruzar esse trecho, há de se concordar que a vista é maravilhosa. Se criaram o azul-celeste, acredito que a origem seja no interior mineiro. O centro de Estiva fica escondido no outro lado. Aquela tarde de domingo na qual vc fica se perguntando "o que vim fazer aqui?!" Após umas duas horas aproximadas de travessia, chego na capela do Beato padre Donizetti reclamando, sem água, cansado e com a fome começando a se manifestar. Nessa hora, um carro com uma família passa na frente, oferecendo água. Na lista de prioridades do dia, água com certeza estava no topo, então fiquei pensativo se havia alguma força operando naquele lugar. Agradeci a Deus, à família gentil, desejei-lhes boa viagem, e parti para a descida longa que concluiria o trecho do dia. Cheguei em Estiva às 15:05, e apesar do horário, era domingo, logo não tinha praticamente nada aberto. A única coisa que iria abrir para janta era pizzaria, ou lanche, ou restaurante com os preços lá em cima, então coloquei na cabeça que seria o "dia da miséria" fiz o check-in na famosa Pousada Poka, e como janta, tive que devorar uns pães de queijo/salgados numa padaria próxima. Achei a praça de Estiva bonita, porém suja de lixo, e uma coisa curiosa é que presenciei um bando de adolescentes fazendo "rolezinho" na praça, ao melhor estilo "roupa de marca falsificada, óculos, boné e cordões brilhosos" sério, isso ainda existe? A segunda chegou, e com isso mais uma semana repleta de novas visões e aventuras. O destino seria Consolação, a 20km apenas. Mal deixo as dependências, e cruzo com um apoio muito elaborado, a Capela de São Bento. Com ferramentas para pequenos consertos de bike, uma música agradável de fundo e "frases do dia" para reflexão, achei o local muito agradável para ficar por uns minutos. Eis que então o Sr. Júnior Marques, responsável por tudo aquilo e projetos interessantes no Caminho da Fé como a instalação de placas motivacionais e pontos de apoio, surge e conversa comigo, presenteando-me com uma linda medalha de São Bento, de quem ele é devoto. Apesar de não ser católico, já tinha algum conhecimento das inscrições do objeto, e pessoalmente o acho bonito, com boas mensagens de fé e afastamento do mal. Além do mais, era um presente com a melhor das intenções, então resolvi que o guardaria com cuidado e carinho. Motivado, segui para a Serra do Caçador, o obstáculo que separa Estiva de Consolação. Já tinha lido que ele era difícil de atravessar e tudo mais, mas pessoalmente o achei bem tranquilo, com subidas leves e oportunidades de ter belas visões daquela vastidão mineira. Um dos melhores pontos do trecho é a capela de Santa Rita de Cássia. A recompensa por uma boa caminhada. Deus e a Mãe que me perdoem, mas essa vai pro Tinder Acredito que esse seja um dos trechos onde mais vi capelas (São Bento, Santa Rita, Santa Cruz e São Jorge), então achei esse espaço farto de locais para descanso. Decidi deixar em uma das capelas alguns medicamentos para quem precisasse, uma vez que minha saúde estava ótima durante todo aquele tempo. Antes de chegar em Consolação, bato a marca dos 159 km percorridos, ou seja, a metade do ramal principal. Cheio de orgulho e confiante, vou chegando na pequena e escondida cidade de Consolação. Esperava que minha fome e sede fossem consolados, isso sim. Chegando na Pousada e Rancho Caminho da Fé, fui convidado pelo anfitrião a dormir lá, mas educadamente recusei, pois já tinha intenção de dormir no centro da cidade. Faço essa menção pq o tratamento dado ali foi de gentileza tamanha. Mas não poderiam reclamar de espaço vazio, pois um grupo de romeiros estava no local, já me chamando para beber e bater um bom papo (impressão minha ou romeiro é cachaceiro por natureza? Alguns apoios para romeiros ficavam em bares ). Mas foi gostosa a conversa com aqueles senhores, com suas origens simples, bolhas nos pés, pouca coisa nas pequenas bolsas, a companhia um do outro, e um propósito tão nobre. Adorei contar coisas sobre meu estado e ver a reação deles, também. Eeeeeta povo guerreiro Chego em Consolação, de fato, às 14:30, e me acerto com uma funcionária da Pousada Casarão. Literalmente, aquele casarão de aspecto histórico foi adaptado para receber hóspedes, o que achei bem legal. Antes da noite chegar, resolvo subir sozinho num pequeno mirante, o Rochedo da Independência, onde supostamente foi realizada uma missa na época da independência do Brasil, e haviam inscrições gravadas cuja autoria é desconhecida. Tive um dos melhores pores do sol da viagem naquele dia, com uma bela visão da pequena cidade. A noite foi regada a mais comidinha caseira no forno à lenha, dando-me a certeza de que iria ter uma "depressão pós-viagem" habitual. No dia seguinte, o destino seria Paraisópolis, um dos últimos pontos de Minas Gerais, e o ponto de origem mínimo para quem quer garantir o certificado mariano da basílica. O trecho inicial é bastante plano, seguindo parte da estrada de asfalto, e finalmente nas estradas de terra que acompanham as pequenas fazendas locais. A ponte sobre o rio Capivari aparentemente marca uma divisa entre Consolação e Paraisópolis, um ponto bonito para descanso e contemplação. A segunda parte do trecho contempla uma subida gradual ao redor da Pedra Branca, que na verdade parece-me muito escura . Na região existem algumas pousadas e cachoeiras, o que sugere que é interessante a pessoa dar uma parada por aqui. Ficaria para a próxima. Dizem que a fé move montanhas. Aqui ela move o peregrino ao redor ou por cima dela, mesmo. O ponto mais bonito e tranquilo desse trecho, a meu ver, é a Capela de Santa Luzia, no alto de um campo de fazendas. Após esse ponto, segue uma longa e gradual descida até o destino do dia. Alguém colocou bastante amor nesse espaço... Conforme vamos nos aproximando de Paraisópolis, já conseguimos ver no horizonte alguns fragmentos da região da Serra da Luminosa, tão temida por ciclistas e peregrinos. Seria esse pesadelo todo? A partir do dia seguinte iria descobrir. Ao chegar na Seta Amarela, lanche e restaurante bem famoso, pude contemplar à distância a parte plana da conhecida Pedra do Baú, que planejava conhecer. Após esse breve momento de descanso, não ando muito e chego em Paraisópolis às 14:30. Reparo que meu corpo já estava condicionado para chegar quase sempre nessa faixa de horário, apesar das diferentes características dos trechos. As dificuldades moldam a gente e nos dão força. Pois bem. Mais uma vez chego na pousada almejada, e dou com o nariz na porta, sem resposta aos chamados e apertos de campainha. Mas, como sabia que estava andando em um mês tranquilo, não demoraria a encontrar outro lugar. E de fato, após andar um pouco na praça central da cidade, hospedo-me no Hotel Central, onde sou recebido muitíssimo bem. Com isso, só restava andar no centro comercial, almoçar, e descansar, pois não havia nas proximidades da cidade pontos de interesse. O dia seguinte marcaria o primeiro dia de Luminosa (de Paraisópolis até as dependências de Campos do Jordão, após concluir a serra, são um pouco mais de 40km, coisa que jamais faria de primeira). Iria parar no distrito de Luminosa propriamente dito. A partir daqui as hospedagens vão dando uma encarecida, então é bom se programar com antecedência e ver qual a que melhor te atende. O primeiro trecho acompanha parte da MG-295, até entrar novamente nas estradas de terra. Prepare a câmera e os olhos, pois este é um dos trechos mais belos do caminho. É nesse trecho também em que saímos brevemente de Minas e entramos em SP, num letreiro isolado no meio de um grande terreno descampado. Será que seria assaltado 500 metros mais à frente? Apesar disso, aqui era um ponto ideal para a pausa do segundo café da manhã (sim, eu sigo a dieta dos hobbits Merry e Pippin ) Um dos melhores apoios do peregrino é onde ele sente que nada mais é necessário naquele momento... Depois do marco da divisa SP-MG, vamos entrando para valer na Luminosa. E o desnível começa também. Essa primeira parte é "tranquila", pois as subidas eram acompanhadas de um pouco de reta, como uma escada. E isso até chegarmos no bairro de Cantagalo, pertencente a São Bento do Sapucaí. Gostei do Empório Sabor da Roça, pois o sanduíche do peregrino ali servido é um pouco mais consistente do que os pães com ovo servidos em muitos lugares (não desmerecendo os pãezinhos com ovo, também deliciosos). Abastecido, sigo em frente, e dou de cara com a plaquinha dos 118km restantes, o que marcaria meus 200km andados. Avançando e subindo mais um pouquinho, eis que encontramos novamente a divisa dos estados, ao passo que a trilha começa a descer, e temos a falsa sensação de estarmos finalizando a subida. De volta à terra do pão de queijo De volta a Minas, grazaDeus Mais um pouco e teria uma visão maravilhosa daquele "vale" no meio das grandes elevações, com Luminosa como uma pequena coadjvante. Com isso, atinjo minha meta diária novamente às 14:30, já me acomodando na pousada capela, uma casa adaptada para receber viajantes. Nossa, como não ficar feliz acordando com uma vista dessas? Quando a noite chega, avisto luzes nos pontos mais altos, onde aparentemente era o tal bairro do quilombo. Teria que subir mais aquilo, porém, era uma preocupação para o dia seguinte. Só me restava sintonizar uma rádio de músicas clássicas (o único momento em que me permiti ouvir música no caminho, e naquela região só consegui pegar 3 frequências ) e curtir o frio de inverno em uma cama quentinha naquele ponto no meio do breu. O próximo dia seria a despedida definitiva de Minas, mas não chegaria em Campos do Jordão propriamente dito, e sim no bairro de Campista, beeeem longe das mansões de luxo e do centro turístico. Mas ainda seriam cansativos 21km, e nesse trecho pude conhecer a fama da serra, com um desnível de quase 1 fucking km!! Mas primeiro, um cafezinho regado a muitos sorrisos, com aquilo que o interior tem de melhor. ...oh Minas Gerais.....quem te conhece não esquece jamais, oh Minas Gerais... A primeira parte é aquecimento, onde nos afastamos de Luminosa para a base de um dos morros, local de uma pequena cachoeira. A partir daí, segue um verdadeiro zigue-zague até pegarmos uma certa altitude. No caminho, passei pela conhecida pousada da dona Inês, onde um grupo de ciclistas nordestinos estavam se preparando para sair. A pousada é privilegiada pelo mirante que oferece. Entretanto, não é o melhor lugar para tirar fotos. A gente sobe, sobe, sobe, sobe mais um pouco, achamos que chegamos no cume, e adivinha? Mais subida. E isso é por algumas horinhas. Mas o visual é bonito, muito bonito. Não se engane, não é um passeio no parque: um pagamento de esforço e fé se faz necessário. Mas neste ponto, o cansaço some, as dores são ignoradas, e o tempo para por um instante... No meio de um trecho de floresta fechada, escuto um som incomum, e começo a olhar com mais frequência para trás, achando que viria um caminhão pesado. Mas percebo que é uma "tratociata", aparentemente rumo à Aparecida, a julgar pelas bandeiras e imagens de Nossa Senhora. Parecia aqueles comboios ciganos ou pioneiros, com as carruagens de crianças, móveis de dormir e senhoras/idosos sendo puxados pelos tratores. Uma cena e tanto! Mais um pouco de subida, e chegamos na terceira divisa dos estados, de onde despeço-me definitivamente de Minas. O sorrisinho era só para posar, pois o coração já estava pesando A partir daqui, a paisagem muda, pois já começo a dar de cara com os primeiros pinheiros, característicos desta região de altitude. Também nesse ponto, uma enorme ventania começa a se manifestar, dando o receio de chuva. Após mais um tempinho, chego em um ponto que me faria parar, refletir e sentir um misto de alegria, orgulho, e tristeza, junto e misturado. Se desse para colocar trilha sonora, seria aquela "musiquinha triste" do chaves. Enfim, os 100km finais... Ao me levantar, um carrão branco passa por mim, e uma simpática família pergunta se estou bem. Digo que sim e que só aceito um pouco de água, se eles tivessem. Lúcio, o motorista e filho da família, praticamente jogou água, isotônico e paçocas para mim . Agradeci grandemente e decorei seu nome, pois iria orar por todos com quem cruzei no final da jornada. Por pouco não vieram as lágrimas masculinas, após ter sido deixado a sós novamente. Mais um gesto de nobreza e empatia encontrado no caminho. Após a divisa dos estados, vem uma parte INCRIVELMENTE CHATA: ir para a estrada aberta e andar por mais 10km até Campista. Andar na estrada não é legal. Andar ao meio-dia com o sol nas alturas e o mormaço da pista de asfalto não é legal. Andar após uma belíssima subida não é legal. Sorte dos ciclistas, cujas bicicletas fariam todo o trabalho por eles! Passo pela entrada do parque da pedra do baú, que gostaria de visitar. Seriam mais 8km de estrada (ida e volta), mais as trilhas do parque. E a descida até Campista. Decidi que não o faria naquele dia. E dada a distância, não voltaria de Campista para fazê-lo no dia seguinte. São as dicotomias e decisões das nossas vidas. Felizmente algumas não são permanentes, uma vez que poderia voltar novamente à região e conhecer o parque. Já outros aspectos da vida são mais difíceis de voltar atrás. Um relacionamento finalizado, uma palavra proferida, ou erros que levam a acidentes. Em determinada parte da descida, resolvo sentar, cansado, e passo a olhar os carros de passagem. Os olhos pesam, mas não sei se seria prudente arriscar um cochilo ali, então trato de levantar e seguir caminho. Até que às 14:10 (o que achei muito cedo, a julgar pela dificuldade do trecho), chego nas dependências do bairro. Chego na pousada Refúgio Campista, e pela primeira vez na viagem encontro uma hospedagem lotada. Um grupo de ciclistas estava hospedado, ocupando todos os quartos disponíveis. Felizmente, a anfitriã tem uma irmã (dona Sônia) que também tem sua própria hospedagem. Iria ficar ali. E amigos, que hospedagem! Quartos belos, cama confortável demais, um cheiro delicioso de roupa lavada no ambiente, uma janta caseira MARAVILHOSA, E a receptividade da dona Sônia foram ingredientes para o que chamo de "o sono mais pesado que tive em toda a viagem". Nunca dormi tão bem naquele mês de agosto, ao ponto em que tive uma daquelas experiências em que estava lúcido no sonho, queria acordar, mas não acordava "de verdade", até tentar algumas vezes. Seria o corpo, não querendo sair de jeito nenhum daquele lugar? Ou seria um feitiço travestido de paraíso, como a casinha de doces de João e Maria? Seja como for, fica a menção honrosa da pousada da dona Sônia (na verdade ela tem outro nome, mas o ideal é que entre em contato com o refúgio campista para pegar este contato). Pois bem, sabe a ventania que estava dando quando chegava nas dependências de Campos? Então.... O dia iniciou com uma belíssima neblina/chuvisco, mas como eu tinha visto no pai dos burros que a previsão era esta, não cheguei a me assustar (e até agradeci, pois chegaria em Campos com uma vibe de inverno de verdade). Mais uma bela coincidência, até porque esse era o dia em que pretendia visitar a pedra do baú (e com essa neblina seria perda de tempo). O dia de caminhada deveria ser curto, pois de Campista até o Refúgio dos Peregrinos, meu próximo ponto de descanso, são apenas 14km. Com a neblina, que ficava mais espessa conforme eu ganhava altitude, e aquele frio matinal, esse foi o dia em que caminhei com mais vigor. Na metade do trecho há a Paradinha do Pita, ponto estratégico para um lanchinho e um descanso. Aliás, de Luminosa para cá o número de capelas no caminho praticamente zerou. Quando a neblina é espessa, o coração determinado vira farol (claro que é fácil falar isso com uma estrada a seu favor, né?) Chego às 09:50 no perímetro urbano de Campos, e pelo horário, considerei que poderia adiar por um tempo a chegada à pousada. Com isso, desloco-me ao Pórtico da cidade, um dos pontos mais registrados por quem está de passagem. Apesar da pequena briga por espaço com outros turistas, consigo meu querido registro. Após isso, resolvo seguir pela avenida Frei Orestes Girardi, conhecida também como avenida principal. Costumam dizer que Campos é uma cidade mercenária e cara, e queria analisar isso. Bom, a mesma coisa que observei quando estive em Gramado constatei aqui: tem algumas armadilhas para turista, porém, fique longe do centro turístico que fica tudo bem. Almocei bem e pagando pouco nas proximidades do mercado municipal da cidade, por exemplo. Com uma vontade de me livrar do peso nas costas, e tirar as roupas de peregrino para as roupas de "pseudorico", apresso-me para a pousada, onde sou muito bem recebido pela família que administra o lugar. E com isso, dedico 1 dia e meio de descanso em Campos para aproveitar o clima frio, as várias marcas de chocolate, a elegância das roupas de inverno, as folhas de plátano, o fondue, entre tantas outras coisas. Não entrarei muito a fundo nesta parte da viagem. Foi uma estadia curta e maravilhosa na cidade, apesar de ter faltado visitar muito lugar: ducha de prata, parque das cerejeiras, bosque do silêncio, ou mesmo o Pico Itapeva. Mas, tais lugares só motivam a voltar. Sim, voltarei. O legal é que conheci dois lugares serranos charmosos com fama de caro: Campos e Gramado. Agora faltaria Monte Verde, conhecida como a "Suiça mineira". Mas essa é outra história. Na manhã de domingo, continuo minha jornada. Importante destacar que há duas rotas a partir de Campos: o lado de Pindamonhangaba e o lado de Guaratinguetá. Optei por fazer o lado de Guaratinguetá (Gomeral), pois o caminho aparentemente é mais in natura, mais tranquilo e menos perigoso, uma vez que cheguei a ler episódios de assalto nas dependências de Pindamonhangaba. Resolvo pegar o ônibus que segue para o horto florestal/parque estadual de Campos do Jordão. Este trecho é polêmico, pois há quem acredite que "pular" parte do caminho da cidade não é uma "trapaça". Bom, tinha ido ao horto no dia anterior, então quis pegar novamente o ônibus para o ponto da trilha por uma questão de segurança, pois vi que a estrada para o horto é estreita demais, sem acostamento, e o ônibus de passagem ocupa quase que o espaço inteiro para um andarilho passar, enfim, por mais que não fosse problema para mim fazer aquele trecho, optei por começar do horto, que disponibiliza parte de seu espaço para a travessia. Com mais uma incrível coincidência, chego em Campos na neblina e saio embaixo de sol. Pegaria um tempo bom nesse dia. Por incrível que pareça, ainda é possível subir mais um pouquinho, atingindo os quase 2000m acima do nível do mar. De um dos mirantes, é possível ver parte de Campos, a vegetação de altitude, e mesmo algumas regiões encobertas por neblina e nuvens mais baixas. BOM DIA CAMPOS!!!! Esse dia foi bastante movimentado em termos de ciclistas, um grupo atrás do outro. Ganhei mimos em dois momentos dos carros de apoio, onde me deram bananas, água e coca-cola Sou agradecido a essas boas almas. Fiquei pensando como planejaria fazer o caminho em duas rodas também, embora o tempo de conclusão seja bem menor (de 4 a 6 dias dependendo do pique). Andando mais um pouco, o sol começa a sumir, enquanto sou pego pelas nuvens mais baixas. Era lindo de ver o "mar" de nuvens", tão comuns aos montanhistas. E assim começo a descida até Gomeral. Depois de uma grande subida, agora era a vez da grande descida, aquele zigue-zague cauteloso em um terreno super pedregoso. Porém, estava animado com os vários mirantes que apareciam. Às 14:15, chego no pequeno bairro rural, onde me deliciaria com uma bela truta à paulista. A pousada Aconchego seria meu local de descanso. Aparecida finalmente à vista (e o fim da jornada também...) A segunda veio, e como um aquecimento para o último dia da jornada, tomo um delicioso café da manhã ainda no escuro, no mirante de um restaurante que a anfitriã (dona Fran) administra, enquanto vejo as luzes das cidades sumindo, e a luz do sol abraçando o vale do Paraíba. Os últimos 21km foram marcados por uma estrada rural bem plana, o fim das grandes subidas/descidas, e curiosamente uma bela cólica intestinal após umas duas horinhas de provações, encontro um local santo (com banheiro) para um "pequeno exorcismo", e feliz, vou tocando em frente. Chego nos limites de Potim sem grandes novidades aqui a não ser uma grande estrada de terra, até chegar na parte urbana da cidade. Apesar dos menos de 10km, ainda faltariam umas duas retas para alcançar Aparecida, de fato. À distância, já conseguia ver o imponente templo. Atravessando a ponte do rio Paraíba, origem da história da Santa, dou de cara com um dos vários monumentos religiosos que enfeitam a cidade: o primeiro milagre de Nossa Senhora, a pesca. Haviam mais 4 monumentos dos milagres da santa espalhados nas principais rotatórias da cidade. Para quem está no caminho da fé, a pesca e o milagre da ceguinha são pontos de encontro certo. Por fim, a chegada e a conclusão desta jornada. Uma tarde ensolarada de segunda, sem movimento no estacionamento do grande templo. Uma figura solitária com seu cajado fixava o olhar à casa da imagem da Mãe. Dessa vez as lágrimas não queriam sair. Talvez elas já tivessem saído durante o caminho, em algumas ocasiões. Acredito que orgulho e uma sensação de que conseguirei superar quaisquer problemas daqui para frente definiam aqueles instantes. Após os procedimentos para a emissão do certificado mariano, só restava descansar no hotel reservado, e conhecer a cidade. Passei mais um dia em Aparecida para conhecer o templo, a cidade do romeiro, o porto Itaguaçu, o morro do cruzeiro, entre outros locais. A manhã do dia seguinte também foi dedicada à orações e agradecimentos a Deus pelas pessoas que apareceram no caminho (além de uma viagem segura). Como não poderia levar meu cajado para casa, e não queria descartá-lo, após tanto tempo me dando suporte, optei por deixá-lo "plantado" numa área de mata do morro do cruzeiro, esperando que ali ele ficasse até um retorno futuro... Considerações finais O caminho é uma experiência ímpar na vida de quem o faz. Acredito que não importa a crença (ou a suposta falta dela), ou o propósito real (esporte, turismo, pagamento de promessa, etc). De alguma forma ele toca no íntimo da pessoa, levando-a a refletir sobre a vida, passando por um relativo período de simplicidade. O conteúdo da sua mochila, que deveria ser pouco, é tudo o que você precisa. Pratique o desapego. Tem um relato do caminho no mochileiros que faz uma comparação muito boa do caminho com a vida em si, e vou referenciá-lo com outras palavras. No caminho, temos origens, gostos, sonhos e propósitos diferentes. Mas passamos "pelo mesmo barco", tal como é a vida. O final do caminho é a basílica, ao passo que o final comum a todos é outro. Alguns passam depressa, outros ficam por um tempo em nossa companhia. Todos marcam nossa vida de alguma forma. Assim como eles marcaram nossa passagem, também devemos descobrir o potencial de marcar a passagem de outras pessoas. Há dias bons e ruins, há dores, assim como há risadas e sorrisos. De alguma forma, durante os dias da peregrinação, a basílica é esquecida, pois viver é isso, aproveitar o caminho....viver é não pensar no fim, e sim aproveitar o presente que nos é dado a cada amanhecer. Sou agradecido a cada proprietário(a) de pousada, cada dono(a) de lanche, padaria, quiosque, etc, ao povo mineiro que tem uma receptividade tão gostosa, assim como os paulistas que também foram quase anjos, que contribuíram para uma experiência tão formidável. Claro, para muitos há a compensação financeira, pois não dormimos de graça na casa dos outros mas, a gente sente o acolhimento, a motivação, o espírito do "vou te oferecer isso sem compromisso", muitas vezes motivados pela fé e a energia transmitida por peregrinos e bicigrinos de passagem. Se fosse morador da região, viraria voluntário, sem pensar duas vezes. Voltarei a fazer o caminho. Anualmente não dá, por não ser morador da região. Mas quem sabe daqui a 3 ou 5 anos....o que será que vai ter mudado daqui para lá? A expectativa motiva o retorno, mas, como o objetivo está lá na frente, melhor deixá-lo, por ora, pra escanteio, e dar uma saidinha pela rua daqui de casa, onde a vida ocorre...
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  46. Bom dia vcircelli! Poderia compartilhar como foi a sua experiência ao voltar para a Argentina neste caso, por favor? Também levei uma multa, não retiveram meu documento e acabei saindo da Argentina sem conseguir pagar. Agora estou com receio de não conseguir entrar na Argentina novamente ou ter que pagar essa multa com valor mais caro no futuro.
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  47. Caminho da Fé – Pedra do Baú – Travessia da Serra Fina – Agulhas Negras e Prateleiras (PNI). Estou escrevendo este relato um ano depois que fiz esse passeio. Talvez eu esqueça alguma coisa. Eu estava precisando me desligar da vida que eu vinha levando. Estava precisando fazer o que eu mais gostava, caminhar bastante, travessias em trilhas, subir montanhas, me isolar do mundo “civilizado”. Tinha decidido que eu iria “largar tudo” e sair, sem saber até onde eu iria ou quando voltaria. Tinha uma grana guardada (cinco mil) e deveria ser suficiente para eu viver por pelo menos uns 3 meses. Falei com meu irmão que ele teria que se virar sozinho em nosso comércio. Falei com minha família que eu estava indo por não sei quanto tempo, mas que eu voltaria qualquer dia. Trabalhei até 31 de agosto, quase meia-noite. No dia 01 de setembro fui para um apartamento onde fiquei por 4 dias planejando lugares que queria conhecer, vendo preço de ônibus, tracklogs, etc. Na manhã de 4 de setembro parti para São Paulo e naquela noite para águas da Prata, onde minha jornada começaria. Como eu iria para vários lugares, diferentes um do outro, tive que levar muita coisa na mochila. Coisas que usaria em algum passeio, mas que seriam dispensáveis em outro. Ainda assim tentei levar o mínimo possível. Ítens que levei: - Mochila Osprey Kestrel 48 litros com Camel Back de 2 litros - Dois cantis de 900 ml. Um com caneca de alumínio. - Rede Amazon e tarp Amazon da Guepardo. - Saco de dormir Deuter 0º - 4 camisas dry fit - 2 blusas finas de fleece. - 2 calças quechua de secagem rápida - 6 cuecas - 3 pares de meia - 1 boné - 1 touca - 1 par de luvas (daquelas de pedreiro) - 1 par de sandálias Quechua - 1 par de botas La Sportiva - Kit Fogareiro + panela pequena - 2 isqueiros - 1 canivete - 1 colher plástica - 1 botija de gás Nautika pequena - GPS - Celular (para fotografias) - Caderneta e caneta - 1 Anorak - Corda e cordelete - Bolsa de nylon (para transportar a mochila no ônibus) Caminho da Fé. Águas da Prata até Aparecida. Caminho da Fé – 1º dia. 30Km 05-09-2018 Águas da Prata (SP) até Andradas (MG). Início 05:15 horas e chegada 12:55 horas Almoço : Pavilhão hamburgueria Jantar: bolachas e sanduba no hotel. Pernoite: Palace Hotel. Seguindo o conselho de um cara que desceu comigo e iria fazer o caminho de bike eu iniciei cedo para evitar o sol. Só que por esse motivo fui sem comida. Só comi uns pedacinhos de rapadura que ele me deu e uma banana que ganhei de um ciclista. Pelo longo tempo inativo, eu senti um pouco o peso dos 17Kg que estava levando na mochila. Caminho da Fé – 2º dia. 36 Km 06-09-2018. Andradas (MG) até Crisólia (MG). Partida às 08:00 horas e chegada às 17:40 horas. Almoço: salgadinho no Bar Constantino, comunidade da Barra. Jantar: miojo num banco ao lado da rede. Pernoite: rede Subidas cavernosas. Serra dos Lima, Barra, Taguá e Crisólia. Cheguei tarde, fui numa pousada carimbar a credencial e depois procurei duas árvores para esticar a rede, fazer o rango e dormir. Nesse dia não teve banho. Caminho da Fé – 3º dia. 38 Km 07-09-2018 Crisólia (MG) até Borda da Mata(MG). Partida às 07:30 e chegada às 18:00 horas. Almoço: pastel no Bar do Maurão em Inconfidentes Jantar: x-salada em lanchonete perto do hotel. Pernoite: Hotel Virgínia. Feriado da Independência. Fui acordado às 6 da manhã com queima de fogos e hinos. Passagem por Ouro Fino e Inconfidentes. Desfile cívico em todas as cidades. No hotel em borda da mata conheci um casal de cicloturistas que estava com um carro de apoio. Consegui que levassem um pouco das minhas coisas até Estiva. Foram 6 Kg a menos para carregar. Caminho da Fé – 4º dia. 17,5 Km. 08-09-2018. Borda da Mata(MG) até Tocos do Mogi (MG). Início às 08:00 horas e chegada às 12:40 horas. Almoço: um pouco de morangos colhidos no caminho. Jantar: Lanche na festa da padroeira. Pernoite: Pousada do Zé Dito. (muito boa e barata) Dia mais curto. A pousada ficava no calçadão principal, onde estava acontecendo a festa da padroeira. Estava difícil dormir. O jeito foi sair para a festa e tomar umas, apesar do frio que fazia de noite. Caminho da Fé – 5º dia. 21,5 Km 09-09-2018 Tocos do Mogi (MG) até Estiva (MG). Início às 09:00 horas e chegada às 14:20 horas. Almoço: moranguinhos (quase 1 Kg) e queijo fresco com caldo de cana. Jantar: Restaurante perto da pousada. Pernoite: Pousada Poka. Trecho muito bonito. Muitas plantações de morango. Muitos pássaros. Na pousada eu recuperei minhas coisas que haviam sido deixadas ali e já consegui ajeitar um novo transporte delas até Potim, já pertinho de Aparecida. Caminho da Fé – 6º dia. 20 Km 10-09-2018 Estiva (MG) até Consolação (MG). Partida às 07:30 e chegada às 12:45 horas. Almoço, jantar e pernoite: Pousada Casarão Destaques deste dia. Cervejinha gelada num bar onde um piá gordinho queria tirar uma selfie comigo. E também queria meu bastão de selfie de qualquer jeito. Também destaque para o canto da seriema, triste e ao mesmo tempo bonito, que se fez presente muitas vezes. Também tem a subida da serra do Caçador, cavernosa. Além disso, nesse trajeto é comum vermos carros de boi e também “canteiros”onde os agricultores esparramam o polvilho para secar. Caminho da Fé - 7ºdia. 22,5 Km 11-09-2018. Consolação (MG) até Paraisópolis (MG). Início às 07:00 e chegada às 12:30 horas. Almoço: Restaurante Sabor de Minas. Muito bom e barato. Comi pra danar. Janta: coxinha na praça. Pernoite: Hotel Central Foi um dia especialmente marcado pela presença dos pássaros ao longo do caminho, canários, sabiás, pássaros pretos, coleirinhas, gralhas, joões-de-barro, tucanos, maritacas. E aves maiores, como gaviões, seriemas e garças brancas. Também vale destacar a grande quantidade de flores, principalmente nos portões das casas dos sítios. Caminho da Fé – 8º dia. 28,5 Km. 12-09-2018 Paraisópolis (MG) até A pousada da Dona Inês, que fica 4 Km depois do distrito de Luminosa, município de Brazópolis. Início às 07:55 e chegada às 15:15 horas. Almoço: Salgadinho e coca numa mercearia em Brazópolis. Jantar e Pernoite: Pousada da Dona Inês. Foi o dia mais quente desde o início do caminho. Era meu aniversário de 52 anos e ficou marcado porque depois do jantar na Pousada, uma amiga de caminho, a Fabiana, puxou um parabéns a você, junto com as outras cerca de 20 pessoas que estavam ali. Fiquei bem emocionado. Caminho da Fé – 9º dia. 33 Km 13-09-2018 Pousada Dona Inês (Luminosa-MG) até Campos do Jordão (SP). Início às 05:45 e chegada às 18:45 horas. Almoço: Restaurante Araucária. Fica perto da placa que indica a entrada para a pousada da Dona Rose e da madeireira Marmelo. Comida muito boa. Jantar: Caldo de Mandioca com carne. NIX Caldos e lanches. Pernoite: Refúgio dos Peregrinos Na verdade, a quilometragem total desse dia foi de 51 Km porque no meio do caminho decidi que iria subir a Pedra do Baú. Isso me custou várias horas e me fez chegar em Campos do Jordão já de noite. Mas valeu muito a pena. O dia amanheceu lindo. Logo de cara a temida subida da Luminosa, mas que não é nada de tão difícil. Depois é asfalto até o fim do dia. A pousada Refúgio dos Peregrinos é bem diferente. Tem uma tabela de preços na parede. Você anota o que consumiu, faz as contas, paga e faz o troco. Tudo na base da confiança. Caminho da Fé - 10º dia. 52 Km 14-09-2018 Campos do Jordão(SP) até Pindamonhangaba(SP). Início às 06:00 horas e chegada às 17:45 horas. Almoço: Sanduíche em Piracuama. Jantar e pernoite: Pousada Chácara Dois Leões. Nesse dia todos os que estavam no refúgio dos peregrinos foram por Guaratinguetá, menos eu que fui por Pindamonhangaba. Descida pela linha do trem até próximo a Piracuama, com uma garoa fininha que de vez em quando virava um chuvisco. De tarde foi só asfalto e chuva. Cheguei na pousada já escurecendo. Foi o dia mais cansativo, pela quilometragem, pela chuva e principalmente pelo asfalto. Caminho da Fé - 11º dia. 24 Km. 15-09-2018. Pindamonhangaba(SP) até Aparecida(SP). Início às 09:00 horas e chegada às 15:15 horas. Almoço: Pesqueiro Potim. Comida muito boa. Comi feito um louco. Aqui eu recuperei o restante de minhas coisas que tinham vindo no carro de apoio de amigos. Pernoite: Hotel em Aparecida. Esse era o último dia no caminho. Um misto de ansiedade por chegar e de nostalgia antecipada das experiências vividas e das paisagens do caminho. A chegada na basílica é emocionante, não importa em que você acredita, ou se acredita em algo. Fica a saudade dos lugares. Dos amigos. Dos passarinhos. Fiquei em Aparecida até segunda-feira, quando fui ao correio e despachei para casa algumas lembrancinhas que tinha comprado e coisas que tinha levado e que vi que não ia usar. A calça jeans e a camisa de passeio. Umas cordas. Um dos fleeces e a bolsa de transporte. A Vida e o Caminho da Fé. Durante esse derradeiro dia de caminhada me veio à mente uma analogia entre a vida e o “caminho da fé”. O caminho da fé cada um começa de onde quiser, mas todos com o mesmo destino. No caminho o destino é a basílica de Aparecida, na vida a gente sabe o destino. No caminho as pessoas vão chegando, amizades vão sendo feitas. Uns mais lentos outros mais apressados. Uns madrugadores outros nem tanto. Uns alegres e comunicativos, outros mais quietos e introspectivos. Muitos de bike, passam pela gente voando, só dá tempo para um “bom dia”. Assim também é a vida e os amigos que vamos fazendo. Uns continuam por perto, outros se distanciam, mas continuam amigos No caminho não importa sua classe social, sua cor, opção sexual, grau de instrução ou idade. O destino é o mesmo para todos. Assim também é na vida. No caminho a jornada é longa, alguns dias são mais difíceis, parecendo que não vão terminar. Outros passam leves e agradáveis, a gente nem queria que terminassem. Igualzinho a nossa vida Temos que superar o cansaço, as bolhas, os pés inchados, joelhos e tornozelos doendo, a mochila pesada que nos deixa com os ombros marcados. Enfrentar as subidas, as descidas, os buracos, as pedras, a fome e a sede em alguns momentos. Por mais difíceis que sejam esses obstáculos, eles são superados. Ficam para trás. Igualzinho na vida. O caminho também nos oferece muitas coisas boas. Simples, mas inesquecíveis. Os pássaros cantando ao lado da estrada. A beleza e o perfume das flores. Os riachos que nos permitem um banho refrescante depois de uma subida cansativa. As conversas com os amigos. O pôr do sol por trás das montanhas. A janta e a cama quente que nos restabelecem para o dia seguinte. O nascer do sol de um novo dia, nos lembrando que sempre nos é dada uma nova chance de sermos felizes. Assim também acontece na nossa vida. Seja no caminho da fé, ou na vida, o destino a gente sabe qual é. O importante é deixar para trás o que para trás ficou. E aproveitar ao máximo a jornada. Pedra do Baú. Eu sempre gosto de planejar meus passeios, travessias. Mas sobre a Pedra do Baú eu não sabia nada. Só de ouvir falar, de ler alguma coisa de relance. Mesmo assim era uma coisa que eu tinha vontade de fazer algum dia, se desse certo. Era o dia 13-09-2018, meu nono dia no caminho da Fé. Era de manhã e eu caminhava pela rodovia, junto com um peregrino de nome Donizete, que eu conhecera na pousada da Dona Inez. Passamos por uma placa que indicava a entrada para o Parque Estadual da Pedra do Baú. Eu falei para ele: - Donizete, vai em frente que eu vou subir a Pedra do Baú. Ele disse: - Cara, isso vai demorar. Você só vai chegar em Campos do Jordão de noite. Isso se der tudo certo. Daí eu disse:- Tem que ser hoje. Não sei se vou ter outra chance. Quem sabe eu nunca mais passe por aqui. Me despedi dele e entrei na estradinha que levava ao parque. Escondi minha mochila e fui só de ataque, levando água, uma rapadura, uma paçoca, o GPS e o celular para tirar as fotografias. Depois de uns 4 Km cheguei onde começavam as trilhas e entrei na que indicava Pedra do Baú, face norte. Passei por uns caras que eram guias e estavam levando equipamentos de escalada. Depois de um tempo cheguei num local que tinha uma escada amarela grande, fixada na parede de pedra. Não pensei duas vezes. Subi aquela escada e depois continuei uma escalaminhada, com misto de escalada em alguns pontos, até que já estava bem alto e não tinha mais para onde subir. Estava pensando até em desistir e voltar embora, quando avistei uns caras no cume de um morro que eu julguei ser o Baú, mas acho que era o Bauzinho. Gritei para eles e eles responderam de volta. Perguntei como chegava na Pedra do Baú e eles me disseram para descer de novo e seguir mais em frente. Desci e estava chegando ao ponto em que tinha começado a subida quando vi eles vindo. Esperei por eles. Conversamos por um tempo e eles me deram as informações sobre como chegar até onde a subida começava realmente. Segui em frente pela trilha e pouco depois eu chegava na base da Pedra do Baú, onde um guia estava terminando os preparativos para iniciar a subida com um casal de clientes. Capacetes, corda, mosquetões, etc. Eu estava ali de bermuda, boné e botina. Eu vi aquela parede enorme e aquela sequência de grampos na pedra que eu não sabia onde terminaria. Pensei: - vou esperar ele começar a subida e assim pego uma carona. Se o negócio apertar eu peço arrego para ele. Foi quando ele virou pra mim e perguntou: - Vai subir? Falei que sim e ele disse:- Pode ir na frente então. A gente ainda vai demorar uns minutos. Eu pensei:- já era minha carona. Era uma parede de pedra quase vertical e muito exposta, que devia ter mais de 300 metros de altura. O jeito foi encher o peito de ar, mirar para cima e começar a subida. Subi meio que com medo no começo, mas também com muita confiança Parei algumas vezes no meio para tirar fotos. Passei por mais dois guias com clientes antes de chegar ao cume. Um deles foi bem legal e me deu umas dicas sobre o percurso que faltava. Muitos trechos com vento forte e eu pensava: - se eu parar agora eu travo. E ia em frente. Os últimos grampos, quando se está chegando no cume são especialmente complicados, porque você tem que abandonar a “segurança” que os grampos te dão para poder chegar no cume. Mas depois de uns 20 minutos de subida, lá estava eu no cume da Pedra do Baú. Foi um momento mágico. Bem mais do que eu esperava. O visual era incrível. Tirei foto de tudo que é jeito. Deitado sobre a beira do abismo, em pé, etc. Aqui vou abrir um parênteses. Apesar de estar no caminho da Fé, um caminho católico, onde se passa por muitas igrejas, as únicas vezes na vida que eu senti realmente uma presença muito forte, do que alguns podem chamar de Deus, foi quando estive no cume de alguma montanha ou embaixo de uma cachoeira. Nunca em uma igreja. Deixei de frequentá-las faz muito tempo. Me lembro de ter me encontrado com “Deus”, no cume do Alcobaça (2013), em Petrópolis. Embaixo da cachoeira do Tabuleiro, literalmente, em 2013 (e agora em 2019 de novo). Nos Portais de Hércules, Travessia Petro-Tere, em 2014. No cume do Pico Paraná em 2015 (não encontrei quando retornei em 2017). Na base das Torres e no Mirante Francês, no Parque Nacional Torres del Paine, em 2016. E agora, na Pedra do Baú. É uma sensação difícil de explicar. É como se você se sentisse realmente parte de um todo, de uma coisa muito maior. Se sentisse nada e tudo ao mesmo tempo. Uma paz muito grande torna conta da gente. E em todas essas vezes eu senti a presença do meu pai, já falecido. Restava agora a descida, que metia mais medo que a subida. Principalmente os primeiros grampos, onde tinha que se virar de costas para o abismo para alcançar os grampos. A Mesmo assim a descida foi rápida e durou cerca de 15 minutos. Cheguei na base e peguei o caminho de volta pela trilha. Pouco tempo depois quase pisei em uma jararaca de cerca de um metro de comprimento. Ela estava junto a uma pedra onde eu iria colocar meu pé. Ela se mexeu e eu a vi. Consegui dar um pulinho e evitei pisar nela. Foi por muito pouco. Segui rápido pela trilha e tempo depois eu já estava de volta à rodovia, rumo a Campos do Jordão. A Pedra do Baú foi muito gratificante. Mais do que eu esperava. Mais do que eu merecia. Serra Fina. Fiquei em Aparecida até na segunda-feira, 17-09-2018 e daí fui para Passa Quatro (MG), onde cheguei já escuro na rodoviária local. Peguei um ônibus circular e fui para o hostel Serra Fina, do Felipe, onde fiquei até na sexta-feira quando comecei a travessia. Choveu na terça, quarta e quinta, mas na sexta a previsão era de tempo limpo que duraria tempo mais que suficiente para a travessia e por isso decidi esperar e aproveitar para descansar e ler. Mesmo assim fui até a toca do lobo, pra passear e conhecer o Ingazeiro gigante. Também fui conhecer o centro da cidade. A região estava em alvoroço. Dois rapazes cariocas estavam perdidos em algum ponto da travessia e vários bombeiros, guias e montanhistas estavam à procura deles. Por sorte conseguiram um ponto onde tinha sinal de celular e conseguiram passar a localização e foram resgatados. Se bem que já estavam próximos de uma propriedade rural. Passa Quatro é uma cidadezinha linda e é um lugar onde eu moraria tranquilamente. O Hostel Serra Fina também é muito bom e o Felipe é um cara nota dez. Eu me senti em casa. Todas as travessias que eu faço eu vou sozinho. Não que não goste de pessoas. É que eu gosto de ir no meu rítmo. Gosto de ficar sozinho. Andar sozinho. Pensar na vida, etc. A intenção era fazer essa travessia também de modo solitário. Mas na quinta-feira de noite chegou ao hostel uma gaúcha baixinha, menor que eu até, que iria começar a travessia na sexta também, então decidimos começar juntos. A mochila dela era enorme e certamente tinha coisa que não precisava. Começamos o primeiro dia da travessia, 21-09-2018, uma sexta-feira, mais tarde do que eu queria. Saímos da toca do lobo já era meio-dia. Logo no começo da travessia, primeira subida, eu percebi que ela iria me atrasar, mas já que estávamos juntos, seguiríamos juntos. Foi quando ele me disse:- Vai na frente, você anda mais rápido. Eu disse que não, mas ela insistiu. Disse que ficaria bem. Eu então dei um até logo e disse que a reencontraria no Capim Amarelo..A subida é intensa e o ganho de altitude é rápido. Talvez pelo “treino” feito no Caminho da Fé eu não senti muito e passei por mais gente no caminho. Primeiro por 3 mineiros (que depois se tornariam grandes amigos) e depois por outros dois caras que pareciam ser militares. Cheguei ao cume do Capim Amarelo eram 15:15 horas. Praticamente 3 horas só de subida. Montei minha “barraca”, que era na verdade a minha rede estendida sob a lona que tinha sido disposta como se fosse uma barraca canadense. Fiz um rango e fiquei apreciando a paisagem. Como sabia da falta de água eu decidi que não levaria comida que precisasse de água no preparo, então comi basicamente tapioca de queijo, ou de nutella, ou de salaminho, paçoca, geléia de Mocotó e castanhas, durante toda a travessia. Os mineiros chegaram um pouco mais tarde e armaram suas tendas. Os militares chegaram quando já estava começando a escurecer. Eles não traziam barracas, dormiram de bivaque. Quando já estava quase escuro chegou um grupo que iria passar direto pelo Capim Amarelo e acampar no Maracanã. Perguntei pela gauchinha e me disseram que ela tinha montado acampamento em algum local no meio do caminho. Depois disso fiquei sabendo que ela desistiu e retornou para Passa Quatro. E que depois reiniciou a travessia na segunda-feira, tendo que ser resgatada de helicóptero no cume dos 3 Estados. E que depois disso voltou mais uma vez, acompanhada de um escoteiro, só que mais uma vez desistiram, abortando a travessia na Pedra da Mina, via Paiolinho. Estávamos a 2490 m de altitude e o pôr do sol e a noite foram lindos e gelados. Meu termômetro marcou a mínima de 3,5ºC. O dia 22-09-2018 era o segundo dia da travessia. A intenção era dormir no cume da Pedra da Mina. Depois do café da manhã, junto com os mineiros, desarmei e guardei toda a tralha e deixei o Capim Amarelo para trás às 10:20 horas. Logo no começo encontrei uma garrafa de uísque que tinha sido esquecida pelos militares. Voltei até onde os mineiros estavam e depois de bebermos uns goles eu retornei para a trilha, levando a garrafa para devolvê-la assim que encontrasse os rapazes. Não demorou muito para encontrá-los porque eles tinham pegado uma trilha errada logo na saída do Capim Amarelo. Depois de muito sobe e desce, mata fechada, bambuzal, escalaminhada, trepa pedra, cheguei na cachoeira vermelha e no ponto de abastecimento de água. Estava cedo e daria para pernoitar no cume. Foi o que fiz e cheguei ao cume eram 16:40 horas. Chegando ao cume estendi a minha lona fazendo um teto que ligava uma parede de pedras empilhadas até o chão Estendi ali embaixo o isolante e joguei o saco de dormir por cima. Essa noite não teria o mosquiteiro. Deixei a rede guardada. Comi meu jantar, assinei o livro de cume e fui apreciar o fim da tarde, o pôr do sol e as estrelas aparecendo. A noite estava bem fria. Os 3 mineiros chegaram quando a noite já tinha caído. Ajudei eles a montarem as barracas e depois ficamos conversando até altas horas. Os militares chegaram ainda mais tarde e no dia seguinte abandonariam a travessia, descendo pelo Paioloinho. Essa noite teve como temperatura mínima 3,7º C, mas a sensação foi de que era uma noite muito mais fria que a anterior. Talvez pela exposição ao vento, o que não tinha acontecido pela proteção que o capim elefante fornecera na noite anterior. A noite foi linda, repleta de estrelas e prometia um amanhecer incrível, fato que aconteceu. O único porém foi a grande quantidade de pessoas que estavam na Mina, quase todos fazendo bate-volta, o que trouxe muito barulho até algumas horas da noite. Apesar disso dormi muito bem e acordei bem disposto. A água até aqui não tinha sido problema. O dia 23-09-2018 era o terceiro dia da travessia e amanheceu espetacular, apesar de muito frio. Acordei antes do sol nascer e escolhi um bom lugar para apreciar o espetáculo. Depois disso o café da manhã (sem café) e desmontar acampamento. A surpresa foi quando levantei o saco de dormir e vi que uma aranha bem grande tinha vindo se aquecer embaixo dele. Peguei a bichinha com cuidado e a levei para perto de uma moitinha de capim. A travessia começou mesmo já eram 10:50 horas da manhã e daí para frente decidi caminhar junto com os 3 mineiros, afinal a gente combinava bastante. E assim saímos nós 4 da Pedra da Mina, eu , o Vinícius (Vini), o Daniel (boy) e o Nelson (Bozó). E assim passamos pelo Vale do Ruah, onde abastecemos os cantis pela última vez, com água que deveria ser suficiente até as 16 horas do dia seguinte. Daí foi uma grande sequência de morros até chegarmos ao Pico dos Três Estados às 17:20 horas. Mais uma vez montei a lona no estilo canadense, dispus a rede com mosquiteiro dentro e esparramei minhas coisas. De noite nos reunimos junto ao triângulo de ferro que representa a divisa dos 3 estados para a janta. Os caras já tinham pouca água. Eu ainda tinha meus dois cantis cheios e mais um bom tanto no camelback. Dessa maneira cedi um cantil para que eles fizessem a janta e bebessem o que sobrasse. Essa noite foi a mais fria, com o termômetro marcando 2,7º C, mas o capim elefante nos protegeu bem dos ventos e deu para dormir muito bem. No dia seguinte pela manhã, o Bozó sugeriu que fizéssemos café. Lá se foram mais 500 ml de água. Mas foi muito bom aquele cafezinho e aquela vista que se tinha lá de cima. De lá dava para ver Prateleiras e Agulhas Negras, minha próxima empreitada. Era o dia 24-09-2018, nosso quarto e último dia de travessia. Deixamos o 3 Estados às 09:40 da manhã. Esse foi um dia bem sofrido. Uma sequência de morros. Sobe e desce. Muitos trechos de mata, e bambuzal. Mas o principal obstáculo era a falta de água. Minha água era para dar tranquilamente, mas depois da janta, café e dividir com os amigos, eu tinha deixado o 3 Estados somente com a água que restava no camelback, que era pouco mais de meio litro. Fomos racionando, mas quando chegamos no Alto dos Ivos, todos bebemos o que nos restava de água. Foram mais 3 horas até encontrarmos água de novo. A falta de água aliada ao esforço físico fez com que o Vini começasse a passar mal. Mesmo assim tocamos em frente.Chegamos inclusive a beber água acumulada nas bromélias. Eu e o Bozó, que estávamos melhor, seguimos mais rápido enquanto Daniel ficou para trás acompanhando o Vini. Chegamos ao ponto de água e enchemos os cantis e o Bozó voltou correndo para encontrá-los e matar a sede dos amigos. Já eram 16:50 horas quando chegamos na rodovia BR-354, onde o resgate que eles tinham combinado estava esperando. A Patrícia, que era a dona da caminhonete de resgate me deu uma carona até Itamonte, onde seria meu pernoite. Por coincidência, a Patrícia era o resgate dos rapazes que estavam perdidos quando cheguei em Passa Quatro. Como eles não chegaram no ponto de resgate no dia combinado, ela entrou em contato com os bombeiros e com a família dos rapazes. Era o fim da travessia. Uma das mais puxadas e mais bonitas que já fiz. Foi também a última vez que vi os amigos Daniel e Vinícius. O Bozó eu encontrei de novo em Belo Horizonte agora em maio de 2019. Foi uma travessia que exigiu muito, mas que ofereceu muito mais em troca. Alvoradas e crepúsculos inesquecíveis. Paisagens sem igual, amizade, companheirismo. E que deixou uma vontade enorme de retornar e fazê-la novamente. Parque Nacional de Itatiaia. Agulhas Negras e Prateleiras. Desde que eu estava no hostel em Passa Quatro, eu já estava procurando um guia para o Parque Nacional de Itatiaia. Sabia que se tudo desse certo eu terminaria a travessia na segunda-feira 24-09 e na terça-feira 25-09 queria ir para o PNI, para subir o Agulhas Negras e o Prateleiras. Durante os telefonemas para casa, eu vi que teria que voltar logo. Dessa maneira, eu teria que fazer os dois cumes no mesmo dia. Entrei em contato com vários guias, mas ninguém queria fazer os dois cumes em um único dia. Uns disseram que não dava. Outros disseram que não era permitido. Até que encontrei um cara. Tudo isso pela internet e pelo tal de whats app, que eu nunca tinha usado antes disso. Deixamos mais ou menos combinado. Ele me cobraria 300 reais pela guiada. Eu sabia que o PNI exigia equipamentos para a subida aos cumes. Eu não tinha esses equipamentos. Após o PNI eu teria que voltar para casa, minha jornada terminaria ali, portanto não precisaria mais ficar regulando a grana. Durante a travessia da Serra Fina a gente ficou sem contato. No final da travessia, o resgate dos mineiros me deu uma carona. Eu tinha planejado ficar no Hostel Picus, ou no Yellow House, mas ambos estavam fechados. Dessa forma fui com eles até Itamonte, onde me deixaram e seguiram rumo a Passa Quatro. Saí procurando hotel ou pousada e acabei ficando no Hotel Thomaz. O Hotel era bom e tinha um restaurante onde eu jantei. Só que fica bem na rodovia e eu peguei um quarto de frente para a rodovia e o barulho dos caminhões e carros freando durante toda a noite incomodou um pouco e prejudicou o sono. Na manhã do dia 25-09-2018, terça-feira, acordei bem cedo, tomei banho, preparei as coisas que levaria para o Parque, entrei em contato com o guia e desci para tomar o café da manhã no Hotel. Por volta das 7 horas o guia chegava de carro para me pegar e seguirmos para o parque. Durante o caminho fomos conversando e falei pra ele sobre a travessia e sobre o caminho da fé e pedra do Baú, que tinha feito recentemente. Ele também é guia na travessia da Serra Fina. Chegamos ao parque fizemos os procedimentos de entrada, onde um guarda-parque alertou que caso não começássemos a subida do Prateleiras até as 14 horas, não deveríamos continuar. Desse modo, às 08:45 da manhã iniciamos nossa caminhada rumo a base do Agulhas Negras. Ele apertou o passo, acho que querendo me testar. Eu fui acompanhando de boa. Paramos num riozinho para abastecer a água e fazer um lanchinho, já próximo da base. A conversa ia progredindo e ele me falou que achava que eu era um cara que parecia estar preparado e que normalmente ele guiava por uma via conhecida como Via Normal ou Via Pontão, mas que se eu quisesse a gente poderia tentar uma via diferente, pra se divertir um pouco. Falei pra ele que ele é quem estava guiando e que por mim tudo bem. Dessa maneira subimos por uma via menos utilizada, que passa por dentro de uma espécie de chaminé que é conhecida como útero. Na verdade quando você emerge dessa “chaminé” é como se você estivesse nascendo. Não levamos capacete, nem cadeirinha, apenas uma corda e uma fita. Usamos a corda somente duas vezes, uma delas para rapelar e depois subir um lance de rocha que fica entre o falso cume e o cume verdadeiro onde fica o livro de cume. Atingimos o cume verdadeiro às 10:40 horas. Comemos, descansamos um pouco, apreciamos a paisagem, tiramos várias fotos e depois iniciamos a descida. Dessa vez por uma via diferente, a Via Bira. No início da descida um rapel de uns 40 metros por uma descida bem íngreme junto a uma fenda e uma parede. Bem legal. Foi uma descida bem bacana. Uma via bem mais interessante que a tradicional. Eram 12:40 quando chegamos de volta ao ponto onde tínhamos iniciado a caminhada. Fizemos um lanche rápido e às 13:00 horas partimos em direção ao Prateleiras. Desta vez sem mochila, sem corda, sem água. Só levamos uma fita de escalada, que foi usada uma única vez. Achei bem mais tenso que o Agulhas, apesar de mais rápido. Muita fenda, muito lance exposto, muito salto de uma pedra para outra com abismos logo embaixo. No ataque final, nos últimos 15 minutos, o cara me salvou por duas vezes. A primeira em um lance de escalada livre onde se tem que fazer uma força contrária. Como não tem "pega", a gente sobe com os pés numa face da fenda, empurrando a outra face para baixo. Complicado. Eu tava a abrindo o bico de cansaço aí ele me deu a mão e a puxada final. Depois disso, num paredão bem inclinado, tinha que começar a subir quase correndo agarrando na pedra para conseguir chegar ao fim. Faltando um meio metro para o fim dessa rampa minha bota começou a escorregar na pedra e eu fiquei sem força. Gritei ele e novamente me deu a mão ajudando a chegar. Muito tenso. Atingimos o cume às 13:50 e depois de alguns minutos começamos a descida. Paramos para comer uma bananinha e paçoca e descemos mais tranquilos. Às 14:58 estávamos de volta ao local onde tinha ficado o carro. Daí o cara olha pra mim e fala: - Agulhas e Prateleiras em 6 horas. Nada mal. E rachamos o bico de dar risada. Tinha acabado de subir dois cumes que sempre tinha sonhado. Agulhas Negras e Prateleiras. Os dois em cerca de 6 horas. Eu estava muito feliz. O visual de cima dessas montanhas é incrível. Mas a experiência da subida é demais. A adrenalina a mil. Saber que um escorregão e já era. Isso não tem preço que pague. Acabei ficando amigo do guia e ele me deu uma carona para Itanhandu no dia seguinte, onde pegaria o ônibus de volta pra minha terra. Dormi mais uma noite no mesmo hotel, dessa vez num quarto de fundos e o sono foi muito melhor. Desci para comer um sanduíche de pernil numa lanchonete próxima e bebi uma coca-cola de 1 litro. Depois de todo aquele esforço eu merecia. VID-20180925-WA0004.mp4 VID-20180928-WA0014.mp4 VID-20180928-WA0014.mp4 vidoutput.mp4 Na manhã da quarta-feira, 26-09, eu parti de volta para Maringá, com uma parada longa em São Paulo, de onde saí de noite e cheguei em casa na manhã de 27-09-2018. Decidi ir pra casa a pé. Pra caminhar um pouco. rsrsrs. Logo depois do almoço eu estava em casa e na manhã do dia seguinte tudo voltaria à mesma rotina de antes. Mas eu não era o mesmo cara que tinha saído 23 dias antes. Eu tinha caminhado mais de 420 Km. Tinha estado em 3 dos dez pontos mais altos do país. Tinha visto o sol nascer e se por proporcionando espetáculos inesquecíveis. Tinha conhecido gente da melhor qualidade, o povo bom e humilde do interior de Minas Gerais. Dá para aguentar essa rotina por mais um tempo, numa boa.
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  48. Concentre se em Maceió, esquece Maragogi que lá não tem nada.Pura propaganda da CVC para vender resort afastado de lá,prender a pessoa e fazer os passeios que fará também de Maceió. Mas,tudo é praia,até parece que alagoano não tem Cultura.Quis variar da última vez que estive,foi difícil,mas consegui passar 1 dia na Serra da Barriga,lugar do quilombo dos Palmares. Para quem gosta de atração cultural é demais, para a maioria Alagoas será sempre Gunga,Francês(que odeio pelos farofeiros) e Pajuçara.
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