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Continuando a postar relatos antigos e que foram sonegados aos mochileiros segue a postagem sobre a minha viagem pela Carretera Austral pelo Chile. Como minha viagem anterior, sempre tem enroscos e problemas. Desta vez por poucos quilômetros eu quase não volto mais e quase ferrei o motor.

 

Como dá outra vez não é uma relato com detalhes sobre preços e tals. Gastei sempre o mínimo possível com alimentação e hospedagem. Devo ter almoçado em restaurantes umas 4 vezes a viagem toda. Portanto não posso dar muitas dicas sobre a alimentação na Carretera. O caso é que eu sempre perdia a hora de almoço e quando lembrava já tinha passado a cidade mais próxima. Ai tinha que lanchar o que tinha no carro mesmo. Aliás esta viagem foi um belo SPA pois de 98 Kg no início eu voltei com 92 apenas :-)

Levei de novo todo o equipamento de camping que acabou indo passear apenas. A Ranger se portou muito bem na estrada e se não fosse por negligência minha não teria dado problema com o arrefecimento e queimado a junta do cabeçote no final da viagem. Pura burrice.

 

Fui sozinho porque meu tio não pode me acompanhar aquele ano e também porque a outra pessoa que tinha me garantido que ia junto deu pra trás um mês antes. Assim achei melhor seguir sozinho do que esperar mais um ano para ver se conseguia companhia para a empreitada.

 

Mas vamos aos relatos.

 

1º DIA – 22/12/2013 – DOMINGO.

De Curitiba a Quarai - RS / Artigas – Uruguai – 1150 km

 

Saí de Curitiba as 5:25 h debaixo de uma garoa fina e chata que me acompanhou até União da Vitória mais ou menos. O calor começou a chegar e por volta das 8 ou 9 horas e pegou pesado. Acho que deve ter ficado uns 30 graus ou mais.

Como estava viajando sozinho fui dando paradas a cada 2 ou 3 horas para esticar o esqueleto.

A estrada pelo interior tem muitas curvas, mas tem trechos bem tranquilos em que se pode desenvolver 100 a 110 Km/h (GPS) numa boa.

Acabei não almoçando hoje, comi pão de queijo, amendoim japonês e frutas secas. Quando parei num posto para almoçar achei muito caro (era chique) R$ 21,00 o bufet livre.

Quando cheguei a Quarai estava iniciando a hora do agito de domingo na praça central. Os carros iam parando em volta da praça e deles saiam os jovens com cadeiras de praia, coolers de cerveja e se abancavam na grama esperando a galera ficar desfilando com seus carro e com o som alto. Coisas do interior do Brasil.

Mudei roteiro inicial e vou entrar no Uruguai pra fazer umas comprinhas básicas. Depois entro na Argentina por Salto UR / Concórdia AR.

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2º DIA – 23/12/2013 – SEGUNDA.

De Quarai - RS / Artigas – Uruguai a Viale / Maria Grande - 485 km

 

Dia da lembrança (ou lambança).

Acordei tarde em Quarai, tomei um café reforçado no Hotel Fênic e fui para Artigas pensando em pegar as lojas abertas as 8 h, todavia elas só abriam as 9.

Em Artigas tem umas 4 free shops apenas e nelas eu não encontrei o q queria: bateria extra pra minha câmera, um tripé e fogareiro de camping. Eu não quis trazer o meu fogareiro porque ele é muito grande.

Sai de lá 9:30 depois de carimbar meu passaporte. Segui pela estrada que leva a Salto e ela estava bem ruinzinha como da outra vez q passei por aqui em janeiro.

Passei para o lado argentino por cima da barragem de Salto Grande. Na Argentina tem uma aduana integrada com o Uruguai e ai é q começou o problema:

A moça da aduana tinha que ter me pedido o seguro Carta Verde e não o fez... Passei batido pela fronteira e segui viagem.

Até que tinha um bando de policiais na beira da estrada parando os carros. Eu por segurança já saquei dos documentos e ai que eu lembrei... não tinha feito o seguro... GELEI... ESQUECI DE FAZER A CARTA VERDE.

Com toda aquela agitação da semana q antecedeu a viagem eu esqueci. Até tinha cotado com o cara que faz seguro para a minha família a tempos e não fui buscar nem pagar...

Na primeira cidadezinha que achei eu parei, mas tinha q esperar a maldita siesta pois era 14.30 e esperei até as 16:30 para abrirem as portas. Falei com um corretor e ele me disse q só poderia resolver amanha (24/12). Beleza, tinha solução.

O que não tinha solução era a hospedagem pq aquela titica de cidade não tinha NENHUMA hospedagem. Tive de seguir, por estrada de terra, ate Maria Grande, uns 30 km de Viale.

Fiquei no hostal El Sossego 150 pesos, algo em torno de R$ 55. Quarto pequeno, limpo e bem gostoso. Tomei meia garrafa de um vinho marca Viejas Cepas, da uva Syrah e capotei na cama. Nota sobre o vinho: Um pouco mais amargo do que eu gosto.

 

Editado por Marcelo Manente
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3º DIA – 24/12/2013 – Terça (Martes).

De Viale / Maria Gorda a Villa Mercedes – 680 km

Acordei as 7 e fiquei vendo TV. Sai do hostal e segui para Viale (30 Km) novamente por estradas de terra.

Chegando lá, fui direto a seguradora que enrolou, cobrou mais caro, mas fez o seguro inclusive com assistência de guincho para até 200 Km (oba).

Terminado este tramite, segui viagem rumo a Santa Fé. Para chegar lá tem que se passar por um túnel por baixo do rio Paraná. Muito bacana. Parece que só desce, acho que deve descer a uns 50m, sei lá.

Passando A cidade é só asfaltão... O problema é que em certos lugares parece q tem uma micro cidade a cada 10 Km. Ai tem q diminuir a velocidade até 50/60 por hora.

Entrei no centro de Rio Cuarto para pegar dinheiro no banco. Peguei 1000 pesos. Até agora só troquei 120 dolares. 20 dolares me fizeram a cotação 8,40. 100 dolares fizeram 10 pesos por dólar.

 

4º DIA – 25/12/2013 – Quarta (Jueves).

De Villa Mercedes a Mendoza a Malargue – 760 km

 

O hotel que fiquei se chama Hostal Del Sol e vc percebe que ele já teve dias melhores, agora esta muito decadente, porém tem ótima estrutura se vc não ligar para as coisas serem velhas e feias da idade. A piscina como vcs perceberam é ótima.

Dia de estradão apenas. A autopista até Mendoza é um espetáculo. Quase sem falhas.

Porquê fui a Mendoza??? Pensava em trocar os dólares... só esqueci de um detalhe, é dia 25, feriado. Nada está aberto... Poderia ter diminuído 200 km. No entanto a pequena passagem pelo centro da cidade já deu para ver que esta é uma cidade a se conhecer. E olha que eu não sou muito de querer conhecer cidades. Sem comparar tamanho ela (é muiiiito maior) a cidade tem um q de Maringa muito melhorada.

Segui de Mendoza rumo a Malargue pela Ruta 40. Até pensava em seguir exclusivamente por ela, mas tinha um trecho de 116 Km de terra e eu não estava muito a fim. Optei por seguir a San Rafael e depois a Malargue somente pelo asfalto.

Até que foi bom, passei por um lugar chamado Cuesta Del Carneiro ou de La oveja (não Lembro). Um lugar com bons visuais para fotos.

As primeiras montanhas nevadas ficaram a vista. Altos visuais.

Fiquei no hotel Rioma, um pouco caro para meus planos, mas como era feriado até hotel estava difícil de achar. Um hotel muito bom, com tudo que se necessita e ainda piscina.

 

Editado por Marcelo Manente
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5º DIA – 26/12/2013 – Quinta (jueves).

Malargue e imediações– 200 km

Acordei meio tarde, tomei café (bommmm)no hotel Rioma e sai. Fui na secretaria de turismo para verificar se o q eu queria fazer podia dar certo. Infelizmente me cortaram o barato. Eu queria ir conhecer as termas do hotel abandonado, depois ir ao Valle Hermoso. Não dava, era muito mais longe um do outro do que eu achava. O rapaz da secretaria aconselhou a ir para o Valle Hermoso e depois a Cascada de Manquil-Malal.

 

Havia ainda os Castillos de Pincheira, uma formação rochosa muito imponente, porém não dava para ir a todos os lugares, por isso escolhi a cascada.

 

Bueno, sai da central do turista em direção a as Leñas 78 Km. No caminho temos a laguna de Lá Niña Encantada e o pozo de las animas.

A estrada para Las Leñas em seus últimos 40 Km estava um pouco esburacada. Chegando em Las Leñas é um pouco decepcionante, mas as fotos que eles tem lá do inverno são de uma beleza impressionante.

Perguntei como fazia para ir ao Valle Hermoso. Segundo o rapaz do centro de turistas, o caminho ao Valle Hermoso é somente para 4x4, mas na minha opinião os pseudo off Road que tem por ai dão conta. Mas tem que ir beeeeeeeemmmmmm devagar.

 

Saindo do centro de turistas são 27 Km de pura adrenalina. Eu simplesmente adorei e me arrependi de não ter colocado a máquina fotográfica para filmar uma parte do caminho. É simplesmente UM ESPETÁCULO. Curvas e mais curvas, zigue zagues para subir e para descer, a cominhonete tem horas que parece estar pendurada na beira de um abismo. E ESTÁ MESMO. As vezes tinham despenhadeiros de centenas de metros ao lado da roda...

 

E vc sobe, sobe, sobe, sobe e quando pensa que chegou, sobe mais um pouco. Ultrapassei todos os meus recordes de altura, seja a pé ou de carro. Cheguei a 2880 m de altura. E no meio da subida, dou de cara com um menino aparentando seus 7 anos mais ou menos, montado num cavalo e todo vestido de gaucho, sozinho no meio da montanha. Parei e pedi para tirar uma foto, ele deixou e acho que gostou pois sorriu. Fiquei impressionado. O que aquele carinha estava fazendo ali sozinho??? Nem lembrei de perguntar tão boquiaberto que estava.

 

Seguindo viagem chega-se ao mirante do Valle... :shock: É de ficar bobo com tanta beleza. As duas lagunas, a estrada serpenteando vale abaixo e aquela agulha de pedra encravada na entrada, como que colocada ali pela mão de Deus e entalhada em milhões de pedacinhos. Só faltou uma plaquinha dizendo: em obras...

 

Desci ao Valle e tirei muitas fotos, vcs não tem noção. Não coloquei tudo o q queria no face. Lanchei por lá, onde tem uma espécie de camping e depois de uns 45 minutos de descanso, segui viagem novamente em direção a Malargue novamente.

 

Passei novamente pelo centro de Malargue e segui 30 Km até a Cascada Manquil-Malal. Estava quase me arrependendo quando cheguei lá e me disseram que era uma caminhada curta, porém tinha de ser feita com guia$$$... Não me arrependi nem um pouco de ter ido. A cascata é um museu de paleontologia a céu aberto. O guia foi me explicando tin tin por tin tin, o porque de haverem tantos fósseis de conchas, ostras e outros animais pré-históricos ali. O mais incrível é que apesar de ele falar solamente espanhol, eu consegui entender quase que 95 % de tudo o que ele me falou, em olhe que não eram poucas informações. Quando eu não entendia, o contexto do que ele falava completava a compreensão. Outro espetáculo da natureza, em um espaço de poucas centenas de metros tantos fósseis assim espalhados a nossos pés.

 

Voltei pro hotel cansado, sujo e maravilhado. Dormi com os anjinhos me embalando.

 

Editado por Marcelo Manente
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6º DIA – 27/12/2013 – Sexta (Viernes).

Malargue a San Martin de Los Andes– 768 km

 

Acordei meio tarde, tomei café e sai. Tinha mais um booom trecho de estrada para cumprir, 770m km. É que, para cumprir os meus planos eu resolvi que não iria mais parar em Chos Malal para dormir. Resolvi seguir direto a princípio até Junin de Los Andes e depois de lá chegar resolvi esticar mais 40 km até San Martin de Los Andes.

Então não há muito a contar. Somente que peguei os meus primeiros 70 km de rípio (terra). Não tem muita coisa pra se ver no caminho. Uma ou outra formação rochosa, um montanha que me pareceu um vulcão, um vulcão de verdade (o vulcão Lanin), Um laguinho tbm e só. Teve ainda a passagem de um “bando” de cabras na estrada.

Além disso, para um cara que já teve uma amante russa (um Lada e não uma mulher), o Niva, vi uns russinhos em San Martin. Um estacionado, que eu tirei foto. Outro me seguiu dentro da cidade e outro estava vindo em sentido contrário ao meu por isso não tirei fotos.

Fiquei no hotel Cumelen, cuma? Isso mesmo, CUMELEN. Choveu no fim da tarde e não quis acampar ainda.

 

Editado por Marcelo Manente
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7º DIA – 28/12/2013 – Sábado (sábado).

Um problema, na hora de ir dormir ontem, as 22 h, mais ou menos, acabou a luz... Mas acabou em toda a cidade........... A Argentina esta vivendo com cortes de luz sem aviso por causa da onda de calor que está ocorrendo no país. O problema foi que não pude recarregar a bateria da Canon e ai vcs puderam ver a diferença de qualidade nas fotos deste dia que já postei. O preço da hospedagem aqui foi de $ 300 pesos.

De SM de Los Andes fui a Bariloche pela ruta dos siete lagos. A estrada até Villa La Angostura é um espetáculo, deu pra ver tudo o que eu perdi em janeiro deste ano quando decidi na última hora cortar este passeio por falta de tempo. São 120 km de florestas, montanhas e lagos de todos os tipos e tamanhos como vocês poderão ver nas fotos.

O tempo começou a virar e pela manhã tive de usar blusa. Mesmo assim fiquei com vontade de cair numa das inúmeras praias de lago que haviam. E tinha muiiita gente aproveitando pra fazer isso mesmo, cair na água, que apesar de gelada é transparente e linda.

Chegando a La Angostura resolvi fazer a minha primeira refeição direito. Fui a um restaurante e pedi um bife de chorizo e uma salada mista de tomates, alface e cebola. O bifão tinha um dedo e meio de altura. Estava muiiiiiito bom. Preço com refri: $ 140 pesos (50 reais). Por isso que eu digo q a comida aqui é cara. Com 50 reais no Brasil dá para comprar 2,5 kg de maminha na mostarda (2013).

De lá segui a Bariloche com intenção de ir ao cerro Oto de teleférico, mas veio a primeira decepção: só estava funcionando até as 15 h e já eram 16. Na hora nem lembrei do cerro Catedral, maior ainda. Depois fiquei sabendo que ele funcionava até as 19 h. Se arrependimento matasse. No dia seguinte eu iria ficar com uma raiva deste esquecimento...

Só por saudosismo (da viagem anterior) resolvi ficar novamente no hostel Marcopolo Inn, mas o preço foi o maior de todas as hospedagens até aqui $ 480,00 pesos (facada).

Editado por Marcelo Manente

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