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15 dias na Patagonia: El Calafate, TdP (Circuito W), El Chalten e Ushuaia - inclui custos - Jan/17


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  • Colaboradores

Saudações, galera!

 

Estamos aqui, meu marido Diego e eu, para compartilhar com vocês a nossa experiência pela Patagonia (Argentina e Chilena) no final de Janeiro/2017.

 

A viagem foi tomando forma uns 5 meses antes, aproximadamente, quando começamos a esboçar o que gostaríamos de conhecer. A vontade de conhecer a Patagonia vem de antes e, como para muitos, surgiu vendo as fotos das Torres del Paine :D. Depois de vários relatos e conversas empolgadas, decidimos que começaríamos com El Calafate, tentaríamos completar o Circuito W (TdP) e que estenderíamos a viagem por El Chalten e Ushuaia. Como tínhamos um limite de dias (e principalmente de orçamento! Hehehe!), tivemos que selecionar quais eram os passeios que iríamos priorizar e nosso roteiro ficou assim:

 

1º dia – 23/01: Voo Guarulhos – El Calafate. Tarde livre.

2º dia – 24/01: Mini Trekking no Perito Moreno.

3º dia – 25/01: Ônibus para Puerto Natales. Tarde livre.

4º dia – 26/01: TdP - 1º dia do Circuito W.

5º dia – 27/01: TdP - 2º dia do Circuito W.

6º dia – 28/01: TdP - 3º dia do Circuito W.

7º dia – 29/01: TdP - 4º dia do Circuito W.

8º dia – 30/01: TdP - 5º dia do Circuito W. Retorno para Puerto Natales.

9º dia – 31/01: Ônibus para El Calafate e, de lá, ônibus para El Chalten (*)

10º dia – 01/02: Fitz Roy

11º dia – 02/02: Laguna Torre. Ônibus para El Calafate.

12º dia – 03/02: Voo para Ushuaia. Tarde livre.

13º dia – 04/02: Navegação Canal Beagle + Caminhada na Pinguinera.

14º dia – 05/02: Parque Nacional Tierra del Fuego.

15º dia – 06/02: Voo Ushuaia – Guarulhos.

 

(*) No início nossa ideia era dormir em El Calafate e seguir para El Chalten no dia seguinte, mas a viagem ocuparia a manhã toda, inviabilizaria fazer o Fitz Roy nesse primeiro dia e, se o tempo não colaborasse no dia seguinte, a principal trilha de El Chalten iria pro brejo :(. Decidimos encarar duas viagens no mesmo dia e ganhar o dia seguinte inteirinho em El Chalten. E, como vocês verão mais pra frente, foi uma decisão excelente! :D

 

Roteiro definido, tínhamos duas grandes missões a seguir: fazer as reservas do que fosse necessário e pensar nos preparativos.

 

RESERVAS:

 

a) TORRES DEL PAINE – CIRCUITO W:

 

* O Circuito W, em Torres del Paine, oferece dois modos de alojamento: camping ou refúgio. Para quem tem o hábito de acampar, os equipamentos e o costume de carregá-los nas costas durante todo o caminho, é a opção mais barata. (Os campings alugam barraca, isolante térmico e saco de dormir, mas para alugar todos os equipamentos já não fica tããããão mais em conta...). Como não temos nenhum destes e seria nosso primeiro trekking longo com mochila nas costas, decidimos pelo nível easy e optamos pelos refúgios.

 

* É importante definir o sentido do circuito (fizemos o sentido normal: Torres → Grey), a quantidade de dias e fazer as reservas com muita antecedência. Geralmente as pessoas fazem o W em 04 dias/03 noites ou 05 dias/04 noites. Pelo mesmo motivo que escolhemos o refúgio, optamos pela segunda opção.

 

* Os campings e refúgios são administrados por 02 empresas: a Fantastico Sur (http://www.fantasticosur.com/pt/) e a Vertice Patagonia (http://www.verticepatagonia.com/es). No site de ambas, elas oferecem o “pacote” do W completo, mas vai sair mais caro do que fechar cada noite diretamente na empresa responsável por determinado refúgio! Ou seja, entrem nos dois sites, vejam se as datas de disponibilidade para cada refúgio/camping casam e economizem uma graninha :). Mais uma vez, façam isso com muita antecedência! Reservamos os refúgios em Setembro/16 e só conseguimos casar as datas em todos eles para o final de Janeiro/17!

 

* Você só pode iniciar o Circuito W se tiver todas as reservas feitas. Caso contrário, corre o risco de ser barrado na entrada da Parque.

 

* Preocupados com o peso da mochila e em dar conta de carregá-la sem sofrimento, fechamos a opção Full Board (jantar / café da manhã / box lunch). Nossas reservas, portanto, foram:

El Chileno (Fantastico Sur) (US$ 137 / pessoa)

Los Cuernos (Fantastico Sur) (US$ 137 / pessoa)

Paine Grande (Vertice) (US$ 110 / pessoa)

Grey (Vertice) (US$ 110 / pessoa)

 

b) PASSAGENS AÉREAS:

* Achamos a melhor opção pelas Aerolíneas Argentinas, comprando como múltiplos destinos: Guarulhos – El Calafate – Ushuaia – Guarulhos. (R$ 1.658,88/pessoa, com taxas).

 

* Ao contrário do que pensamos no início, voar de El Calafate para Ushuaia não aumentou muito o valor gasto com as passagens e economizou boas horas de estrada.

 

*Dica: Procure opções de passagens com tempo de escala considerável em Buenos Aires. Mais para frente falaremos sobre o câmbio e você entenderá o porquê isso é tão importante.

 

c) HOSPEDAGENS:

 

* A maior parte dos hostels que ficamos fechamos pelo Booking.com. Definitivamente, a hospedagem na Patagonia não é das mais baratas pelo que oferece, e quanto mais você enrolar para fechá-las mais caro e piores serão as opções (como foi o nosso caso). Mas já que quem está na chuva é pra se molhar…

Os valores a seguir se tratam de quartos (casal) com banheiro privativo:

El Calafate: Hostel Del Glaciar Pioneros (US$ 45 / diária)

Puerto Natales: Hostel Arkya (US$ 51 / diária)

El Chalten: Hotel Lago del Desierto (US$ 85 / diária)

 

* Quando fomos procurar hospedagem em Ushuaia foi ainda pior! Tudo absurdamente caro, oferecendo ainda menos comodidade. E os mais baratos (que não eram nada baratos!) eram longe do centro e do porto. Já quase desesperados descobrimos sem querer o AirBnb. É uma plataforma onde as pessoas oferecem quartos em suas casas ou casas/apartamento para aluguel. Fechamos um studio (tipo kitnet) com a Verônica, por R$ 240,00 a diária. (https://www.airbnb.com.br/rooms/11618009)

Nas próximas viagens com certeza usaremos mais o AirBnb!

 

d) PASSEIOS:

 

* Reservamos antes da viagem os dois passeios principais (Mini Trekking Perito Moreno e Pinguinera). Como teríamos o roteiro bastante apertado e iríamos na alta temporada, não quisemos correr o risco de perder a chance de fazê-los.

 

* Mini Trekking Perito Moreno: A única empresa que pode realizar esse passeio é a Hielo y Aventura (http://www.hieloyaventura.com/). Eles ofertam o Mini Trekking e o Big Ice, que é a versão mais longa. Fechamos o Mini por AR$ 1800/pessoa. Contando a conversão por dólar e as taxas do cartão de crédito, saiu R$ 456,99/pessoa.

 

* Pinguinera: Várias empresas oferecem duas opções diferentes de passeios: navegação no Canal Beagle ou Navegação Pinguinera (sem descer do barco). A única empresa autorizada a descer na Pinguinera é a PiraTour (http://www.piratour.com.ar/), que até algum tempo atrás também vendia esses dois passeios separados. A boa notícia é que a PiraTour agora juntou os dois passeios e você pode fazer a navegação no Canal Beagle (Isla de los Passaros, Isla de los Lobos e Farol Les Eclaireurs) junto com a caminhada na Pinguinera. Fizemos a reserva pela agência Brasileiros em Ushuaia (http://www.brasileirosemushuaia.com.br/), que revende o passeio da PiraTour pelo mesmo preço (fizemos contato com ambas!), mas com a comodidade de transferência em conta bancária da empresa no Brasil, em reais. Ok, a cotação que eles praticam para o Real é menor do que a oficial pelo Banco de La Nación Argentina, mas ainda assim compensa pelo fato de não converter pra dólar e não pagar o IOF do cartão de crédito. Saiu R$ 509,00/pessoa.

 

e) ÔNIBUS:

* A única passagem de ônibus que compramos com antecedência foi a de El Calafate para Puerto Natales, pois se desse alguma zica e não conseguíssemos comprar para o dia estipulado, furaria nosso roteiro inteirinho. No fim acho que nem teria sido preciso, tem muita oferta. Mas… Compramos ida e volta pela Bus-Sur por US$ 61,42/pessoa (http://bussur.com/).

 

 

PREPARATIVOS:

a) PREPARO FÍSICO:

Para fazer esse tipo de viagem você não precisa ser maratonista ou atleta olímpico, mas isso não significa que você não precisa se preparar para a jornada. No nosso caso, ao final da viagem, foram aproximadamente 133km de trilhas, com desníveis consideráveis em alguns momentos. ::ahhhh::

Meu marido tem um condicionamento melhor que o meu, que fui sedentária por muitos e muitos anos da minha vida. Mas em Maio/2016 havia começado a correr com o acompanhamento de uma assessoria esportiva e digo com toda convicção que fez toda a diferença. Comparo essa viagem da Patagonia com a subida ao Pico da Bandeira em 2013 e, uau, me sinto outra pessoa!

Além dos exercícios, fizemos algumas trilhas com a bota de trekking para amaciar e fizemos uma trilha de 15km com a mochila relativamente pesada nas costas, para sentir como seria.

 

Fica a dica: se decidir fazer uma viagem assim e não tiver o hábito de se exercitar, comece alguns meses antes a caminhar/correr, faça trilhas experimentais, carregue peso na mochila, amacie seu calçado. Vai fazer toda a diferença e vai permitir que você aproveite com muito mais satisfação a viagem!

 

b) EQUIPAMENTOS:

 

Se você não tem os equipamentos básicos para trekking, vai precisar investir neles antes da viagem.

São itens indispensáveis: bota impermeável, meias para trekking, casaco impermeável/corta-vento, calça impermeável, segunda pele, mochila cargueira adequada e bastões de trekking.

 

* Botas: Há várias marcas e modelos no mercado. O importante é que seja impermeável e respirável: isso vai impedir que seu pé se molhe em caso de chuva ou nas travessias de riachos/lama ao mesmo tempo em que permite que as gotículas de água/suor saiam. Pela internet geralmente você encontra melhores preços, mas é fundamental que você tenha experimentado antes. Uma bota confortável para uma pessoa não necessariamente será adequada para outra. Antes de comprar nós fomos até a Arco e Flecha, loja especializada em São Paulo, e provamos vários modelos. Diego escolheu um modelo da Salomon que no Brasil estava com o preço mais salgado, mas seu tio estava nos Estados Unidos e trouxe de lá pelo equivalente a R$500,00. Eu me adaptei à Snake Fuse Dry e achei no site Alta Montanha (https://lojaam.com.br/) por R$ 454,77, frete grátis. As duas botas foram sensacionais durante a viagem: confortáveis, impermeabilidade aprovada com sucesso, não sentíamos aquela vontade desesperadora de tirar a bota ao final do dia inteiro de caminhada e NENHUMA bolha ou machucado no pé. ::otemo::

 

* Meias para trekking: Pode parecer besteira, mas não é. Também ajudarão a manter seus pés secos e evitam o atrito das costuras de meias normais. Compramos na Decathlon 2 pares por R$39,90.

 

* Casaco impermeável e corta-vento: Esse foi um item que nos tomou bastante tempo. São várias as opções e algumas extremamente caras. Precisávamos de um casaco que suportasse um dia inteiro de chuva, se fosse o caso, e que fosse o mais respirável possível, visto que estaríamos em movimento e, portanto, iríamos suar. Em uma visita na Decathlon, o vendedor nos indicou um modelo específico para trekking e nos passou as dicas de um bom impermeável. Mas, considerando o tanto de coisas que precisávamos comprar, o valor ainda estava pegando (na faixa de R$ 280). Foi aí que comecei a fuçar opções e descobri que as jaquetas impermeáveis da seção de Vela e Esportes Náuticos tinham as mesmas características. Engraçado é que quando você pergunta pro vendedor a respeito, eles fazem uma cara de “não foi feito pra isso, não é a mais adequada...”. Mas pesquisei um montão a respeito e decidi que iria comprar (Raincoastal, da Tribord). Paguei R$ 190, uma economia de R$ 90 em cada! E obviamente funcionou! Cortava o vento suficientemente bem e pegamos vários momentos de chuva sem nos preocupar.

 

* Calça impermeável: foi o último item que compramos, não estávamos dando muita importância mas tivemos a recomendação veemente de um casal de amigos que havia voltado do Circuito O. Comprei na Decatlhon por R$ 69,90. E vou dizer que foi bastante útil! Vimos muitas pessoas que chegavam no refúgio embaixo de chuva sem elas e, por isso, com a bota encharcada. Vale lembrar que a bota é impermeável, mas se você estiver usando uma calça normal e esta calça ficar muito molhada com a chuva, a água vai escorrer por dentro do cano da bota. Não vai adiantar nada ela ser impermeável…

 

* Mochila: Diego já tinha uma de 78l da Trilhas e Rumos, mas eu precisava comprar uma pra mim. Se você também precisa, sugiro pesquisar fóruns específicos para saber mais. Em resumo, ela precisa ser o mais regulável possível, ter um bom costado e barrigueira, além da capa de chuva. Optei por um modelo da Kailash (58l + 23l) que achei em promoção na Orientista (http://www.orientista.com.br/) e paguei R$ 352,50. Também foi um bom investimento. A mochila é espaçosa, de qualidade e foi confortável carregá-la ao longo da viagem. Tem váááááários compartimentos menores internos e na mochila de ataque.

 

* Bastões de trekking: Esse foi o item da discórdia. Eu batia o pé que precisava, Diego dizia que não. Eu falava que compraria pra mim e que não iria emprestar se ele precisasse e ele ria. Mas aqueles nossos amigos do Circuito O também recomendaram os bastões e no final, um pouco contrariado, Diego acabou concordando em comprar pra ele também. Na Decathlon, R$ 49,90 cada. E vou te falar uma coisa… os bastões foram os nossos melhores amigos! O Diego até deu o braço a torcer já no início da viagem… hehehehe. Além de aliviar para as articulações do joelho e ajudar (muito!) nas subidas e descidas, eles foram incríveis para atravessar os trechos de muita lama – tanto para “testar” a profundidade do rolê quanto para ajudar no equilíbrio quando o caminho possível era em cima de um pedaço de tronco. :P

 

c) CÂMBIO

 

Essa foi uma das decisões que mais nos gerou dúvidas. O que levar? Dólar? Real? Peso Argentino? Troca aqui? Troca lá?

 

Em resumo:

* Não vale a pena trocar Real por Peso Argentino no Brasil, a cotação é bem inferior.

* O dólar estava alto na época da viagem, o que tornava essa opção também ruim.

* A cotação de Buenos Aires (Banco de La Nación, no aeroporto) era a melhor possível, porém tínhamos receio se daria tempo de fazer o câmbio no período curto da escala (daí a dica de fazer uma escala maior em Buenos Aires...).

* Se não desse tempo de fazer o câmbio em Buenos Aires, teríamos que fazer em El Calafate, porém, não chegaríamos no horário de funcionamento da agência do Banco de La Nación e não teríamos tempo nem no dia seguinte. Teríamos que trocar o dinheiro em algum hostel ou comércio (não há casas de câmbio em El Calafate) e a cotação seria pior que a do Brasil.

 

Depois de muita pesquisa e cálculos em planilhas do Excel feitos pelo Diego ::dãã2::ãã2::'> , decidimos que levaríamos uma parte relativamente pequena em dólar (US$ 350,00 / no câmbio de R$ 3,33) e que trocaríamos o resto lá, torcendo para dar tempo de fazer isso em Buenos Aires.

 

d) ARRUMANDO A MOCHILA:

 

Levamos basicamente:

Roupas íntimas e meias

2 calças para trilhas

2 segundas peles

4 camisetas

2 fleeces

Calça impermeável

Jaqueta impermeável

Calça de moleton para dormir

Gorro, Luvas, Cachecol

Chinelo

Itens de higiente e de primeiros socorros (band-aid, antialergico, Dorflex).

Castanhas (ficamos com receio de que o box lunch dos refúgios não fosse suficiente…)

 

Antes do Circuito W, tiramos parte das roupas e deixamos em uma mochila de ataque no hostel em Puerto Natales para diminuir ainda mais o peso das mochilas.

A verdade é que você vai usar a mesma roupa várias vezes. E todo mundo também usará, o que faz com que se sinta menos mal. Hahaha!

Durante as trilhas não usamos o fleece nenhuma vez. Nosso “uniforme” básico era a segunda pele, camiseta e calça. No início das caminhadas (até esquentar), nos trechos de muito vento ou nos momentos de chuva, vestíamos a jaqueta impermeável e quando necessário, a calça impermeável. Em vários momentos, principalmente no Circuito W quando parávamos nos miradores, usávamos as luvas antes que as mãos congelassem! ::Cold::

Não esqueçam do chinelo (ou crocs :oops: )! No final de cada dia eles serão bons companheiros :D.

 

 

 

Reservas feitas, equipamentos comprados e mochila pronta, chegou a hora de partir!

Vamos fazer um breve relato de cada dia de viagem, com algumas dicas de lugares para comer e passear, nossas impressões de cada passeio, valores atualizados e tempo gasto, ok?

 

 

1º dia – 23/01: Chegando em El Calafate

Saímos 06h45 de Guarulhos e chegamos em Buenos Aires (escala) por volta de 08h40, horário local (lembrando que lá não tem horário de verão). Passamos pela imigração e enquanto o Diego foi despachar novamente as mochilas, fui na fila do Banco de La Nación para fazer o câmbio. Apesar da fila grande, tivemos tempo de trocar o dinheiro e pegamos uma ótima cotação: R$ 1,00 = AR$ 5,60.

Embarcamos às 11h05 para El Calafate. Dica: Se possível, sente do lado direito do avião (de quem olha para a cabine do piloto), pois chegando em El Calafate você vai ver o lago Argentino e um rio ambos de um azul-coisa-mais-linda :D.

Desembarcamos às 14h20. Fechamos o transfer do Aeroporto ao hostel com a Ves Patagonia no valor de AR$ 240/pessoa, ida e volta (eles já anotam a data de retorno e o horário do vôo e já deixam pré-combinado o horário aproximado que te buscarão no hostel). Check-in feito e mochilas no hostel, saímos para conhecer El Calafate. A cidade é linda! Tranquila, pequena e quase tudo acontece na rua principal, a Av. San Martin.

Aproveitamos para passar na rodoviária e já comprar as passagens para El Chalten. Várias empresas oferecem esse trajeto, mas fechamos com a Taqsa por ser uma das mais em conta e que oferece o horário de retorno mais tarde. Como compramos a ida para o horário da tarde (quase todo mundo compra o horário da manhã), pagamos um pouco mais barato (AR$ 760 ida/volta).

Também precisávamos fechar o transfer para o passeio no Perito Moreno do dia seguinte. Bem, a surpresa foi de que não havia mais transfer disponível. Explico: por conta do mini trekking, precisaríamos estar no local de encontro no parque às 9h45, porém já não tinham mais vagas no transfer da Hielo y Aventura, e todas as outras empresas que fazem o transfer saem em um horário mais tarde, que não chega a tempo do passeio. Portanto, se você for fechar o mini trekking com antecedência como fizemos, inclua o transfer! A única saída possível foi combinar com um taxi. Neste caso, outra dica: apesar de parecer tabelado, os preços dão uma ligeira variada quando você pergunta em lugares e taxistas diferentes. Fechamos com o Martín, que nos buscaria no hostel no dia seguinte, por AR$ 2.000. É caro, mas ele teria que esperar aproximadamente 4h enquanto estivéssemos no mini trekking e depois nos levaria às passarelas do parque por mais aproximadamente 2h.

Com o final do dia livre, resolvemos passear na Laguna Nimez (entrada: AR$ 150), dica da recepcionista do hostel. Do ladinho do Lago Argentino, é um aviário natural com cerca de 80 espécies. Há um circuito de 2,5km para se percorrer e observar as aves, com alguns miradores e placas informativas. O lugar é bem bonito e nunca vimos tantas margaridinhas num mesmo lugar. Parecia que o lugar estava decorado para uma festa, com o tantão de flores que margeavam os caminhos! Lá foi nosso primeiro contato com o vento na Patagonia – pensa em um vento que não deu trégua! Esse passeio é uma opção para quem está com algumas horinhas livres e não tem outro passeio programado. Além deste existem muitas outras opções de passeios em El Calafate – passeio de caiaque, aluguel de bicicleta, outros glaciares para visitar… Maaaaas, como não tinhamos tempo nem orçamento, essa foi uma boa opção.

Com fome, já que só tínhamos comido no avião, saímos da Laguna Nimez direto para o Don Diego, indicação que lemos aqui no Mochileiros. O lugar é aconchegante, boa música ::otemo:: , chopp artesanal e um hambúrguer de cordeiro sensacional (AR$ 306/pessoa).

Antes de voltar ao hostel passamos em uma lojinha na Av. San Martin e compramos um lanche já pronto (e enorme) para o passeio do dia seguinte (AR$ 120).

Já era tarde, mas ainda era dia ::hein:. No verão patagônico os dias são bem longos: 6h-6h30 já está claro e por volta das 22h parece ainda final de tarde.

 

Sobre o Hostel Del Glaciar Pioneros: suficiente, porém simples. A cama não era a mais gostosa do mundo, mas confortável. Água quente, calefação funcionando, limpo. As paredes pareciam de papelão, o que dava a impressão que a pessoa do quarto ao lado estava sentada no pé da sua cama, mas tudo bem :P. Café da manhã simples: pão, bolo, leite, chá, café ruim, manteiga, doce de leite.

 

33049747785_d67a051100_k.jpgLaguna Nimez by Paty Grillo, no Flickr

 

32234441353_25f0401e53_k.jpgHamburguer de Cordeiro no Don Diego by Paty Grillo, no Flickr

 

33007947586_df9355713f_k.jpgA noite na Patagonia by Paty Grillo, no Flickr

 

 

2º dia – 24/01: Perito Moreno

 

Martín (o taxista) nos buscou como combinado e saímos rumo ao Perito Moreno por volta de 07h30. No caminho ele parou em um mirador do lago Argentino, nos contou algumas curiosidades sobre a geografia local e nos apresentou um arbusto de calafate, uma frutinha roxa que tem um gosto que lembra framboesa (pelo menos eu achei!). Enfim, foi um bom anfitrião! :D

Entrada do Parque Nacional Los Glaciares paga (AR$ 250), nos aproximamos do primeiro mirador com vista para a geleira (Mirador de Los Suspiros. Imagine o motivo desse nome…) e foi nesse momento que o Perito Moreno começou a dar o ar da graça e a impressionar (e essa sensação só aumentou ao longo do dia!).

Os glaciares são grandes depósitos de neve compactada, transformada em gelo e acumulada ao longo de milhares de anos. O glaciar Perito Moreno é imenso e uma das maiores reservas de água doce do mundo.

Chegando ao ponto de encontro, embarcamos em um catamarã e partimos. O desembarque acontece em um local com uma estrutura legal, contendo um espaço para alimentar-se (na volta) e para você deixar suas coisas durante o mini trekking, além de banheiros (se você já foi pra Bolívia, você vai se sentir em um banheiro de hotel 5 estrelas!). A caminhada começa por passarelas, continua em terra firme, até chegar o momento mais esperado: colocar os grampões e andar no gelo! Não dá para descrever a experiência, nem o lugar: é incrível! O tamanho, a beleza, o silêncio, a textura! A sensação ao pisar pela primeira vez no gelo e perceber que os grampões funcionavam, subir, descer… E para ajudar tínhamos um céu muito azul. :D

Para evitar pisar em lugares onde o gelo possa ceder, se caminha o tempo todo em fila indiana seguindo as orientações do guia. Em alguns trechos pisamos em partes mais “transparentes” que dão a impressão de que não suportarão o peso, mas suportam e causam curiosidade (e certo estranhamento). (Pausa para contar um “causo”: na metade do caminho, enquanto estávamos parados aguardando o guia definir por onde continuaríamos, Diego viu um desses lugares mais transparentes e foi dar um “pisãozinho”, ainda impressionado pelos lugares que caminhamos. E o que aconteceu? O gelo cedeu e ele afundou a perna até o joelho, até ter tempo de segurar na parede de gelo à frente e recuperar o equilíbrio :shock:::putz:: . Pois é, a fila indiana não é à toa! Depois disso, pisávamos e-xa-ta-men-te onde a pessoa da frente pisasse também! :lol: ).

Finalizamos o Mini Trekking com direito a surpresa final (nós já tínhamos lido em alguns relatos, mas se você ainda não leu, não somos nós quem vamos contar!) e a certeza de que cada centavo valeu a pena! É um passeio caro, mas na nossa opinião é um daqueles que não se deve abrir mão.

De volta do catamarã, partimos para as passarelas em frente ao glaciar. São 4 circuitos possíveis, mas os principais são o amarelo e vermelho. Nas passarelas é possível se aproximar da zona de ruptura: onde você tem uma visão privilegiada do glaciar e pode acompanhar o momento em que pedaços de gelo se soltam e caem, fazendo um estrondo como se fosse um trovão. Demais!

E se a altura do glaciar impressionou no começo do mini trekking, a extensão agora é o que mais vai chamar a atenção: é uma imensidão de gelo que se mistura com montanhas nevadas e um lago lindo. E você que achou durante o mini trekking que estava no meio do glaciar, se sentindo mega aventureiro, percebe que só andou na beiradinha-inha-inha-inha dele e que somos uma miniatura perto da grandeza da natureza.

Voltamos a El Calafate por volta das 18h e decidimos que seria um bom dia para comer o famoso cordeiro patagônico. Pedimos indicação para o taxista e também no hostel e acabamos escolhendo a opção que a recepcionista nos deu: La Marca, “a parrilla del pueblo”. Bom… Pense em uma comida feia, onde você não conseguia identificar o pedaço de cada carne, extremamente gordurosa, com consistência de carne velha e sem gosto. Deixamos praticamente toda a comida intocada ::xiu:: . Ficamos decepcionados e mais pobres (foi a refeição mais cara de toda a viagem! AR$ 352 / pessoa). Lição aprendida: confie nos taxistas e moradores e não nos vale-descontos de hostel.

Resolvemos ir beber pra esquecer o desapontamento e fomos no La Zorra, uma cervejaria com várias opções artesanais e que também foi muito bem avaliada em outros relatos. Bem, lá recuperamos a alegria de viver :D. Cerveja boa, lugar legal, boa trilha sonora (cerca de AR$ 80 a 90 o pint, de acordo com o tipo da cerveja).

No dia seguinte iríamos para Puerto Natales e achávamos que as coisas lá seriam mais caras. Passamos então no mercado (La Anonima, fica na Av. San Martin, como quase tudo) e compramos água, uns pacotes de batata e bolinhos. Importante: tanto na Argentina quanto no Chile não tem sacolinhas nos mercados. Se não quiser comprar uma, deixe espaço na mochila de ataque.

 

32923483971_da70483a3b_k.jpgA caminho de Perito Moreno by Paty Grillo, no Flickr

 

33008161706_3b6152060c_k.jpgCalafate by Paty Grillo, no Flickr

 

33049964465_916c1df5c4_k.jpgMini Trekking no Perito Moreno by Paty Grillo, no Flickr

 

32667806680_b03eb6c7b2_k.jpgMini Trekking no Perito Moreno by Paty Grillo, no Flickr

 

32234610813_0e7672dcc6_k.jpgPerito Moreno visto das passarelas by Paty Grillo, no Flickr

 

 

3º dia – 25/01: Puerto Natales

 

Pagamos a taxa de embarque na rodoviária de El Calafate (AR$ 10 / pessoa) e partimos às 08h para Puerto Natales. O ônibus da Bus Sur era confortável, o funcionário simpático e recebemos um kit com suco, bolachinhas e barra de cereal para a viagem. É legal perceber a mudança da paisagem durante as viagens. Mais distante dos lagos e das montanhas nevadas a Patagônia se torna um grande deserto, com arbustos quase rasteiros e muita pedra.

Passamos pela imigração do Chile (e durante toda a viagem digo que foi a mais criteriosa e demorada) e chegamos na rodoviária de Pt. Natales por volta das 13 h. Atenção: não tenha frutas ou qualquer outro alimento fresco na mala durante a passagem na imigração, ou elas ficarão de presente para os trabalhadores de lá :wink:.

Puerto Natales é uma cidade pitoresca. Praticamente não há casas de alvenaria; algumas são pré fabricadas em madeira e muitas outras parecem um container. É uma cidade simples. Não sei ao certo se a achei bonita.

Precisávamos trocar dinheiro, mas as casas de câmbio ficavam afastadas da rodoviária. Com preguiça de ir trocar o dinheiro e voltar na rodoviária para comprar a passagem para Torres del Paine, pagamos em pesos argentinos (e foi uma cotação justa) – compramos ida e volta pela Buses Goméz por AR$ 415.

Deixamos as coisas no hostel e fomos conhecer a cidade e procurar a Câmbio Sur (todos os relatos dizem que é a que oferece a melhor cotação). Era uma quarta-feira, mas tinham muitos comércios (inclusive outras casas de câmbio) fechados. Ficamos preocupados que fosse algum feriado, mas a Câmbio Sur estava aberta e, no final da tarde, vários outros comércios que vimos fechados antes, abriram também. Não entendemos muito bem o motivo. O câmbio do dólar valia mais a pena, e trocamos US$ 1 = CH$ 640 (O Real estava R$ 1 = CH$ 160).

Os principais restaurantes de Puerto Natales ficam ao redor da Plaza das Armas. Almoçamos no Espacio Nandú, um restaurante que fica “escondido” dentro de uma loja de souvenirs. Um prato e uma cerveja Austral sai por volta de CH$ 10.450. Não é uma comida deliciosa e inesquecível, mas é muito bem servida e vinha com arroz. Na Argentina/Chile o arroz é mercadoria rara, poucos lugares oferecem e vão ser sempre ruins e sem gosto. Hahahaha. Mas nosso hábito alimentar de brasileiro-que-sabe-o-que-é-comer-bem sentia falta do arroz e aproveitava quando ele estava disponível. De sobremesa entramos em uma sorveteria artesanal e pedimos um de doce de leite e outro que não lembro o nome, mas todo mundo pedia e resolvi arriscar (ruim, tinha gosto de chiclete! ::bad:: ) (CH$ 1.500).

Há um único mercado grande na cidade, que é o Unimac. Compramos atum, queijo, tomate e pão para fazer o lanche do primeiro dia em Torres del Paine, além de Tang (mesmo sendo ruim, é uma opção bem prática para dissolver na garrafa de água e acompanhar as refeições!).

Voltamos ao hostel para esvaziar o que fosse possível das mochilas e fazer os preparativos para Torres del Paine. Não estavámos com muita fome no jantar, então resolvemos ir em uma cervejaria e só pedir alguma porção pra beliscar. Fomos primeiro na Baguales. O lugar era legal, meio medieval e lotado, mas a cerveja estava em falta (só tinha a Negra) :|. Saímos de lá para a Cervezas Natales, outra cervejaria artesanal. Simples, o único tipo produzido era a Rubia que não era ruim, mas também não é nada de mais. Pedimos umas fritas pra acompanhar e gastamos CH$ 5.100 / pessoa.

 

Sobre o Hostel Arkya: simples, mas os quartos eram bonitões e mais confortáveis que do hostel de El Calafate. Não podia cozinhar, mas podia usar a geladeira, microondas e os utensílios. O café da manhã poderia ser melhor: café, só solúvel. Banheiros limpos, espaçosos e com chuveiro bom. Calefação funcionava bem. Os recepcionistas eram simpáticos e deram boas dicas.

 

33008523736_3b84cb6e7a_k.jpgPuerto Natales by Paty Grillo, no Flickr

 

32923865531_6cc43b50e4_k.jpgEspacio Nandú by Paty Grillo, no Flickr

 

 

4º dia – 26/01: TdP - 1º dia do Circuito W

Pegamos o transfer pra Torres Del Paine às 07h30. Descemos na Laguna Amarga, onde pagamos a entrada (CH$ 21.000), assinamos um termo de compromisso informando o circuito que faríamos e assistimos um vídeo obrigatório com as regras do parque. Lemos em alguns relatos de que a entrada do parque só poderia ser paga em efetivo, porém tinha a opção de pagar com o cartão de crédito também.

Como faríamos o W no sentido tradicional, da portaria do parque pagamos pelo transfer que nos levaria até o hotel Las Torres (CH$ 3.000). É uma opção interessante, pois economiza uma pernada, certa subida e uma paisagem que ainda não será nada de especial. Chegando no Las Torres foi dado início ao desafio! ::otemo::

Comemos algumas castanhas, separamos os bastões, demos a última ajeitada na mochila e iniciamos a caminhada para o El Chileno às 10h30. O tempo estava bom e dali víamos, longe, as torres – lindonas! O caminho já vai se mostrando bonito logo de cara. Rios bem azuis, água limpíssima, montanhas deixando tudo ainda mais legal. Durante todo o circuito não faltarão lugares para encher a garrafa de água, portanto não é preciso se preocupar em sair com vários litros – e toda a água do parque é potável. Logo começamos a subir e, bem, foi um lembrete do desafio dos próximos dias: a mochila ainda era algo que se fazia perceptível e quando eu parava para recuperar o fôlego logo na primeira hora, pensava como seria dar conta de tantos km… Seguimos o caminho e quando a subida acabou estávamos em um vale lindo, com um rio abrindo caminho lá embaixo. Foi nesse momento que recebemos a segunda “boas-vindas” do vento patagônico. Ventava muito forte e, pior, na direção do barranco ::sos:: . Eram rajadas de vento que poderiam nos derrubar se déssemos bobeira. Quando ficava mais forte parávamos, “fincávamos” pés e bastões no chão, e quando diminuía seguíamos a caminhada. Foi um trecho curto e, passando por ele, chegamos ao refúgio El Chileno às 12h30. Lembra do tempo bonito do início? Bem, é a Patagonia. O tempo muda quantas vezes ele quiser durante o dia. Chegamos no El Chileno com o início da chuva e as torres, que deveriam ser vistas dali, já estavam boa parte encobertas.

O refúgio é praticamente uma casa com quartos e banheiros compartilhados, um refeitório que também servia como espaço de convivência e uma sala com lareira onde as pessoas poderiam se esquentar ou secar o que estivesse molhado. Fizemos o check-in e a chuva lá fora apertando, as torres já totalmente encobertas. A ideia inicial era seguir naquela mesma tarde para a base das torres, mas dado o tempo abortamos a missão e decidimos deixar pro dia seguinte. Essa escolha tornaria o dia seguinte mais puxado, mas poderia nos dar alguma chance de ver as torres.

Passamos o resto do dia no refúgio, sem muito o que fazer. Tomamos um banho (meu chuveiro demorou um pouco, mas esquentou. O Diego não teve a mesma sorte e tomou banho frio) e passamos a tarde jogando damas. Quando o tédio chegou no limite resolvemos beber. A cerveja no refúgio (e em todos eles) é caríssima, então compramos um litro de vinho por CH$ 7.000, que era a opção mais barata. Devo mencionar que o vinho vem uma caixa longa vida, tipo leite? ::lol3:: Era zoado, mas pelo menos era seco – o que o tornou infinitamente melhor que qualquer Sangue de Boi :D.

Não havíamos visto ainda nenhum brasileiro até então e reconhecemos o primeiro pela bandeira no chinelo Havaianas :wink:. Conhecemos o casal mineiro Daniel e Monica, que também fariam o W – ele estava comemorando seu aniversário de 60 e poucos anos :D. Os encontraríamos nos refúgios nos próximos 3 dias.

A janta nos refúgios é servida em um horário pré-estipulado por eles (19h ou 20h) e vem em porções individuais. No El Chileno o menu foi uma sopa de legumes, arroz com uma carne de boi com molho tipo madeira e uma sobremesa de maçã e frutas secas. Vem em uma quantidade bem servida.

 

33008402736_56b0e2b9cf_k.jpgComeço do W by Paty Grillo, no Flickr

 

32923684171_8ab9245771_k.jpgIndo para El Chileno by Paty Grillo, no Flickr

 

33008386606_b42a26db84_k.jpgEl Chileno by Paty Grillo, no Flickr

 

32204935734_007dc03085_b.jpgEl Chileno by Paty Grillo, no Flickr

 

 

5º dia – 27/01: TdP - 2º dia do Circuito W

Acordamos bem cedo, tomamos café às 07h e saímos para a subir até a base das torres às 07h40. Já não chovia e o tempo parecia que ficaria bom. O caminho até as torres é lindo. Você passa por um bosque bem legal e tem momentos em que a trilha é seguindo por um riachinho de degelo. Passando da metade do caminho o tempo voltou a fechar e a chover, mas bem menos que no dia anterior. Chegamos na placa do acampamento Torres e dali faltava pouco para começar a subida. O último km (aproximadamente) da trilha para a base das torres é só subida, em um “mar de pedras”. A trilha é bem demarcada por estacas, basta prestar um pouco de atenção e tomar cuidado para não pisar em pedras soltas. Os bastões ajudaram muito nesse momento. Li em vários relatos que essa subida era do mal, mas acho que me preparei para algo tão tão tão ruim que achei mais tranquila do que imaginava, apesar de cansativa. A neblina havia ficado bem mais intensa e quando chegamos na base das torres (às 10h)… cadê as torres? Não deu pra ver nada. Nadinha. Nem um pouquinho. Mas, ainda assim, a paisagem é espetacular: a cor da água é um tom de esmeralda incrível, mesmo com o tempo cinza.

Tiramos algumas fotos e ficamos um certo tempo admirando a cor daquele lago, porém não demoramos muito pois teríamos uma loooonga viagem pela frente. Durante a decida para o El Chileno adivinha quem apareceu? Nosso grande amigo sol! Confesso que deu vontade de subir novamente às torres para ver se elas apareciam lá em cima, mas só de lembrar da subida e do quanto ainda teríamos que andar nesse dia, a vontade passou rapidinho.

Chegamos de volta ao El Chileno às 12h30, descansamos um pouco e comemos o box lunch, que por sinal era bem mais caprichado do que imaginávamos. Nos box lunch de todos os refúgios que frequentamos vinham uma fruta, um lanche caprichadão, uma barrinha de cereais, um saquinho de castanhas com uva passas (eca, passas!) e um chocolate. Ou seja, na nossa opinião nem precisaríamos ter levado os alimentos a mais que levamos… era só peso extra.

Saímos do refúgio às 13h20, passamos naquele vale do primeiro dia – novamente com muito vento – até encontrar a placa que nos direcionava para o Los Cuernos. A partir dali começamos a avistar o lago Nordenskjold, um lago imenso também de um tom esmeralda que impressiona. Nessa altura do dia o céu já estava bem azul e as montanhas praticamente sem nuvens, ou seja, a paisagem estava incrível.

Mais adiante passamos por um trecho com muita lama, muita lama, muita lama (eu já falei muita lama?). Nessas horas era preciso se equilibrar em troncos e procurar os caminhos que afundavam menos.

Esse trecho da viagem é razoavelmente tranquilo – tem algumas subidas, mas nada comparado com a subida para as torres. O que cansa realmente é a distância: do El Chileno para o Los Cuernos são cerca de 16 km. Depois de muito andar, sempre margeando o lago, chegamos ao refúgio às 18h20. Esse refúgio era mais bonitão, e dessa vez não faltou água quente para tomar banho :D. No jantar foram servidos uma sopa (essa era bem ruim), um salmão com purê (estava um pouco sem tempero, mas para quem andou o dia inteiro estava ótimo) e mousse de limão. Mais uma vez compramos o vinho da caixinha de leite (dessa vez CH$ 8.000) e, terminando o vinho, desmaiamos.

 

32894216692_a3afae4081_b.jpgBosque by Paty Grillo, no Flickr

 

32894205002_6fee75a7a1_b.jpgSubida às Torres Del Paine by Paty Grillo, no Flickr

 

32923666231_5f99028c14_h.jpgTorres Del Paine... sem torres! by Paty Grillo, no Flickr

 

33050212955_8bef1f25ac_b.jpgDe El Chileno para Los Cuernos by Paty Grillo, no Flickr

 

33008351386_c078dd40c4_b.jpgDe El Chileno para Los Cuernos by Paty Grillo, no Flickr

 

32234787703_55cb759121_b.jpgLama no caminho... by Paty Grillo, no Flickr

 

 

6º dia – 28/01: TdP - 3º dia do Circuito W

Neste dia faríamos a “perninha” do meio do W. Saímos de Los Cuernos após o café (07h50). O inicio da trilha é ainda margeando o lago esmeralda, que estava especialmente bonito com o reflexo do sol, além de alguns trechos que formam tipo uma praia com pequenas pedras. Havíamos sido avisados por dois brasileiros que estavam fazendo o trajeto ao contrário que encontraríamos uma subida boa pela frente. De fato há um trecho bem íngreme antes de chegar no camping do Francês, mas vencida a subida, do Francês até o camping Italiano é um pulinho (chegamos às 10h).

No camping Italiano há uma guarderia e, apesar da placa que dizia ser obrigatório se registrar com o guarda, o guarda apenas acenava para as pessoas que chegavam. Lá todo mundo deixa a mochila encostada em alguns troncos de árvores para poder subir o trecho do Vale do Francês sem peso. Colocamos a capa de chuva nas mochilas, achamos um lugar bom para deixá-las, comemos umas castanhas e começamos a subida às 10h20. No início da trilha o caminho é no meio das pedras e lembra um pouco a trilha de subida para a base das torres. Achei um pouco menos sinalizado: na verdade as estacas eram mais espaçadas e em alguns momentos pegávamos o caminho “errado”, tendo que procurar por onde continuar e acertar o trajeto. Depois do trecho das pedras o caminho segue por meio de um bosque, também íngreme. Chegamos ao mirador Francês às 11h50.

O mirador Francês fica bem de frente a uma montanha com bastante neve e um glaciar, rodeado por outras montanhas nevadas e com uma vista bem bonita do vale do Francês. Ventava bastante ali. Tiramos algumas fotos, descansamos e acabamos decidindo (ou melhor, eu acabei decidindo...rsrs) não subir até o mirador Britânico. Achei a subida até ali mais puxada, minhas pernas doíam e teríamos novamente um longo caminho até Paine Grande. Muitas pessoas que encontramos ao longo do caminho diziam que não havia muita diferença nas duas vistas: no Britânico teoricamente você só veria o vale mais do alto. Vai saber né...?!

Começamos a descer e chegamos no Italiano às 13h30. Aproveitamos o tempo de descanso da descida para almoçarmos (box lunch) e retomamos a caminhada às 14h15. Do Italiano ao Paine Grande são 7,5km, mas o trecho é tranquilo (inclusive no mapa do parque é classificado como nível fácil). No caminho há uma espécie de “cemitério de árvores”, com várias árvores cinzas (quase brancas) e sem folhas, resultado do incêndio de alguns anos atrás, e um lago mais acinzentado (Lago Sköttsberg) que também tem um visual bem bacana.

Mais próximo de Paine Grande começamos a avistar o lago Pehoé, num tom de azul royal e também muito muito muito bonito. Chegamos às 17h no refúgio. O refúgio Paine Grande é enorme e o achei com a melhor estrutura de todos eles. Tem vários espaços de convivência – salas com lareira e jogos – além de um bar no mesanino com a vista linda do lago. Nos refúgios da Vertice há edredons bem gordos em vez de saco de dormir e os quartos são bem mais confortáveis.

Depois do banho quente fizemos hora no bar (cerveja a CH$ 3.000 cada) até dar a hora do jantar. Achei que foi a melhor refeição do circuito W: sopa de legumes, frango com molho de mostarda, batatas e abóbora assada e strudel de maçã.

 

32204907774_befffe4a41_b.jpgVale do Francês by Paty Grillo, no Flickr

 

32234796233_5d3fdd74b8_b.jpgVale do Francês by Paty Grillo, no Flickr

 

32894156552_24c24201ea_b.jpgMirador Francês by Paty Grillo, no Flickr

 

32234794303_493e322c09_b.jpgVale do Francês by Paty Grillo, no Flickr

 

32204881654_a42bc72a8c_b.jpgLago Sköttsberg by Paty Grillo, no Flickr

 

32894149572_2101f94f82_b.jpgÁrvores cinzas by Paty Grillo, no Flickr

 

7º dia – 29/01: TdP - 4º dia do Circuito W

 

Como esse seria o dia mais tranquilo de todo o circuito (o tempo previsto de caminhada era menor), estavámos exaustos e queríamos aproveitar o conforto do refúgio Paine Grande, decidimos não ter hora para acordar. Tomamos café tranquilamente e, assim como o jantar, foi o melhor café da manhã de todos os refúgios. Começamos a trilha em direção ao Grey às 09h10 e sob um tempo nublado, já logo no início tivemos que colocar os impermeáveis pois começou a chover – e não parou durante todo o percurso.

O caminho até o primeiro mirador Grey é relativamente tranquilo, passando pelo lago Los Patos, e o que incomodou mais foi o vento gelado e o chuvisco no rosto ::Cold:: . Do mirador se via parte do glaciar, muito bonito mesmo com o tempo nublado. Foi no mirador que voltamos a pegar um vento bastante forte, como o do primeiro dia, e ficar sem luvas era praticamente impossível. Dali até o refúgio o caminho começou a ficar mais cansativo: trechos de descida mais acentuadas com muitas pedras.

Chegamos às 13h10 no refúgio Grey, deixamos nossas roupas para secar e comemos nosso box lunch. Dali até o segundo mirador são só mais 15 minutinhos e decidimos esperar um pouco para ver se o tempo melhorava – deu tempo de tirar até um cochilo. Como a chuva continuou durante toda a tarde, decidimos ir ao mirador debaixo de chuva mesmo. O caminho é tranquilo e curto e chegando lá tem várias trilhazinhas pequeninas para ver o glaciar de ângulos diferentes. Tiramos algumas fotos e voltamos ao refúgio. Depois do banho o sol saiu e o céu ficou azul – por 5 minutos! :lol:

O jantar foi frango com batatas e mousse de pêssego (gosto de Tang!) e como nossos pesos chilenos estavam contados para o catamarã, a cerveja da noite foi em dólar mesmo (US$ 6). Aliás, em todos os refúgios era possível pagar em dólar.

 

33050126545_92219a974b_b.jpgIndo para o Grey by Paty Grillo, no Flickr

 

32923607611_c38e950192_b.jpgGlaciar Grey by Paty Grillo, no Flickr

 

32923604851_00804e6d8f_b.jpgGlaciar Grey by Paty Grillo, no Flickr

 

 

8º dia – 30/01: TdP – Último dia do Circuito W

Chegou o nosso último dia em Torres Del Paine. Há 5 opções de horários de saída do catamarã em Paine Grande, mas só 2 opções de horário de volta do ônibus em Pudeto – 13h ou 19h. Decidimos pegar o catamarã das 11h30 para depois pegar o ônibus das 13h, por isso saímos bem cedo do refúgio Grey.

Lembrando das decidas que pegamos no dia anterior, estávamos cansados por antecipação pensando nas subidas daquele dia, mas até que foi menos exaustivo do que imaginamos. O tempo continuava nublado e chuvoso, mas ventava menos. Após aproximadamente 4h finalizamos o trajeto e chegamos ao Paine Grande.

O horário previsto de saída do catamarã era às 11h35, mas ele saiu de fato quase 12h. Nâo é preciso comprar com antecedência e você paga o ticket lá dentro do barco mesmo (CH$ 18.000). Após cerca de meia hora o catamarã chegou em Pudeto, onde vários ônibus (de diversas empresas, inclusive o nosso) já aguardavam.

Comemos nosso box lunch dentro do ônibus mesmo e aproveitamos para nos despedir das paisagens do parque: o caminho do ônibus de Pudeto até Laguna Amarga passa por lugares lindíssimos com uma visão panorâmica do parque. Chegamos em Puerto Natales por volta das 16h, voltamos ao hostel e à civilização :D.

O jantar em Puerto Natales foi em um local indicado pela recepcionista do hostel: a pizzaria Mesita Grande (CH$ 9.700 / pessoa). Como o próprio nome diz, no lugar há uma mesa grande compartilhada e as pizzas são montadas na hora e individuais (e grandes!), além do chopp gelado. Na trilha sonora, MPB. :D. As pizzas eram bem gostosas e o lugar agradável, recomendamos! Além do mais, a mesa grande favorece a interação com outras pessoas. O assunto? Torres Del Paine, óbvio! ::love::

 

32894119662_0ab9380c6c_b.jpgMesita Grande by Paty Grillo, no Flickr

 

 

9º dia – 31/01: Indo para El Chaltén

 

Felizes e cansados com o término do circuito W, era hora de ir para a próxima parada da viagem: El Chaltén.

Pegamos primeiro o ônibus para El Calafate (7h45) e chegamos 12h45, dentro do horário previsto, mesmo com a demora na fronteira. De lá, o ônibus para El Chaltén sairia só as 18h e tínhamos a tarde livre para nos despedir da cidade e… comer :D. Para não ficarmos carregando as mochilas, pagamos para deixá-las na Taqsa (a empresa de ônibus) na rodoviária (AR$ 20 cada).

Almoçamos uma milanesa no La Lechuzita (AR$ 262) e fomos experimentar o tal sorvete de calafate de sobremesa na Acuarela Helados Artesanales (AR$ 70). Aproveitamos para passar no La Anonima novamente e comprar os ingredientes para fazer o lanche do dia seguinte em El Chaltén.

Os ônibus na Patagônia são bem pontuais e o da Taqsa era semi-leito, espaçoso e mais confortável. Conforme o ônibus se aproximava de El Chalten avistamos o Fitz Roy, bem bonitão. Chegamos na rodoviária às 20h50, pegamos o mapa da cidade lá mesmo, no centro de informações ao turista e fomos ao hotel.

El Chalten é um ovinho, mas é uma cidadezinha gostosa. Muitos bares, cervejarias, restaurantes e hoteis. E de plano de fundo, a vista do Fitz Roy.

No próprio hotel reservamos o transfer para o dia seguinte que nos levaria até a hosteria Pilar (AR$ 150). *Há duas formas de chegar na Laguna de Los Tres: pela trilha principal (nesse caso você vai e volta pelo mesmo caminho) ou ida pela trilha que sai da hosteria Pilar e volta pela trilha principal. Quase todo mundo escolhe a segunda opção, pois você passa por lugares diferentes, além de economizar uma subida no começo.* Em El Chaltén não é preciso pagar nenhum tipo de entrada para as trilhas.

Passeio planejado, saímos para jantar. Na esquina do hotel havia uma cervejaria que parecia um lugar legal e o recepcionista tinha dito que abriria às 22h. Resolvemos ir lá, mas ficamos esperando um pouco e nada da cervejaria abrir. Desistimos e fomos no Patagonicus, 2 quarteirões abaixo (AR$ 215 / pessoa). É uma pizzaria e tem a cerveja artesanal deles. O lugar é legal, mas tanto a cerveja quanto a pizza são ruins ::bad:: . Hahaha.

 

Sobre o Hotel Lago del Desierto: ficamos em duas acomodações diferentes por conta de termos alterado o roteiro em cima da hora. A primeira parecia quarto de vó. Decoração velha e o banheiro cheirava mofo. A segunda foi mais confortável, com uma cama grande. Mas ambos os banheiros eram muito muito pequenos. Para lavar o pé você fazia a pose do flamingo, pois não conseguia se mexer no box :(. O café da manhã era bom.

 

32923980731_9038c0a61b_b.jpgEl Chalten by Paty Grillo, no Flickr

 

 

10º dia – 01/02: Fitz Roy / Laguna de Los Tres

Acordamos cedinho, tomamos café e preparamos o tradicional lanche de atum para o almoço. Às 8h o transfer nos buscou, pegamos outras pessoas em outros hoteis e chegamos na hosteria Pilar às 9h. Bem, a paisagem dali já é bonita. Dali víamos o Fitz Roy de outro ângulo e várias outras montanhas legais.

Iniciamos a caminhada e após algum tempo andando em meio aos bosques chegamos no mirador do Glaciar Piedras Blancas – bem bonito por sinal. Mais um tanto de caminhada e chegamos em um trecho descampado e colorido, um pouco antes do acampamento Poincenot. Até o acampamento (e pouco depois dele) o trecho foi bem tranquilo de se fazer e mal percebemos os 9km.

Faltando 1km encontramos a famosa placa: a que diz que o trecho seguinte é de nível difícil, exige preparo físico e terá uma subida de 400m de altitude ::ahhhh:: . A partir dali, pedras, mais pedras, subida, mais subida. Sobe mais um pouco. Pula mais pedras. Continua subindo ::hein: . Para quem é do estado de SP, parece a Serra de Taubaté, versão a pé! :lol: Quando achávamos que já tínhamos subido um monte, escutamos um cara dizendo que “já foi metade” ::putz:: . No final, quando você acha que não tem mais onde subir e o terreno fica um pouco mais plano, é só pra descansar um pouco e continuar subindo mais a frente. Foi o km mais difícil da minha vida ::sos:: . Mas… foi o lugar mais incrível da minha vida também ::love::::love::::love:: . Quando finalmente você chega na Laguna de Los Três (perto das 12h30), você mal acredita que aquela paisagem que está diante de você é real. A laguna é de um azul forte e lindo e o Fitz Roy é absolutamente incrível. Diferente das Torres del Paine, dessa vez o tempo estava perfeito, céu azul, sol e pouquíssimas nuvens – nenhuma delas em cima do Fitz Roy. Ficamos na beira da laguna por mais de 1h, admirando cada pedaço da paisagem e tirando muuuuuitas fotos. Almoçamos por ali também e o conjunto foi melhor que qualquer restaurante 5 estrelas :D.

No caminho de volta, quando vemos o rio lá embaixo e as pessoas subindo com cara de cansaço, percebemos o quanto de fato subimos. E a descida também não é fácil, por causa das pedras: os joelhos doem, as pernas cansam muito. Passando pelo acampamento Poincenot o caminho voltou a ficar tranquilo e foi apresentando outras belezas e outras paisagens. A laguna Capri, no meio do caminho, é espetacular. Finalmente, chegando mais perto de El Chaltén, começou uma descida com a vista do vale e o Rio de Las Vueltas lá embaixo. A descida continuou por quase 2km até chegar na cidade e, depois de tanto descer, ficamos felizes em ter escolhido a opção de começar a trilha pela hosteria Pilar :P.

Do final da trilha, cansados, até o hotel que estávamos parecia que tinha mais vários km. Aproveitamos o caminho para xeretar as opções de restaurantes e definir onde jantaríamos depois de um bom banho. Acabamos escolhendo um bar que vimos em outro relato, o Cayetano. Escolha excelente! Cerveja artesanal gostosa (Supay) e tinha happy hour, 2 pints por AR$ 100. Pedimos um hamburguer (AR$ 190) que era imenso e saboroso. Comemos tanto que no final do lanche estávamos derrotados. Voltamos nos arrastando pro hotel :D.

 

32923591941_c091b58acd_b.jpgGlaciar Piedras Blancas by Paty Grillo, no Flickr

 

32204836134_e6e4c1b0cb_h.jpgSubida do Fitz Roy by Paty Grillo, no Flickr

 

32234748503_a136c0b846_b.jpgFitz Roy by Paty Grillo, no Flickr

 

32923601421_2d9b7fe400_b.jpgSenda Fitz Roy by Paty Grillo, no Flickr

 

32234729403_3a82e57100_b.jpgLaguna Capri by Paty Grillo, no Flickr

 

32667909400_0b774e9a45_b.jpgHamburguer do Cayetano Bar by Paty Grillo, no Flickr

 

 

11º dia – 02/02: Laguna Torre

Depois do cansaço do dia anterior, decidimos que acordaríamos mais tarde e que só faríamos a trilha até o mirador del Torre. Tomamos café, preparamos novamente nosso lanche, fizemos o chekout e deixamos as mochilas guardadas no hotel. Saímos às 9h50.

Até o mirador del Torre são 3km, com uma certa subida no início. Fizemos bem devagar por ser um trecho bem curto e tínhamos o dia todo à disposição. Chegamos nele em 50 minutos. O tempo estava meio nublado e o cerro Torre estava encoberto por nuvens. Ainda assim a paisagem era bonita. Tiramos algumas fotos, sentamos e… não aguentamos. Decidimos que iríamos andar os 6km que faltavam para chegar na laguna Torre.

A caminhada foi bastante tranquila, a maior parte plana. Alguns trechos descampados, outros com árvores sem folhas e secas, alguns poucos trechos de bosque e mais próximo do final se margeava o rio Fitz Roy. É importante dizer que só nessa parte final é possível encher a garrafa de água, ou seja, lembre-se de enchê-la antes de começar a trilha.

Completados os 9km chegamos à laguna Torre e, sinceramente, perto do Fitz Roy ela fica bastante sem graça. Mas como o caminho foi fácil, deu pra perdoar :P.

Voltamos para El Chalten por volta das 15h30. Procuramos um bar onde o happy hour começasse às 16h e a cervejaria Don Guerra foi a escolhida (2 pints por AR$ 120 e uma porção de batata com bacon e cheddar – muito boa! - por AR$ 155). Antes de pegar o ônibus de volta para El Calafate iríamos jantar e cansados de comer lanche e pizza, procuramos um lugar que não fosse tãããão caro como quase todos de El Chaltén. Recebemos a indicação do Techado Negro, com pratos na faixa de AR$ 150 a 160. Diego escolheu um nhoque e eu comi um frango a milanesa com arroz (sem gosto, claro).

Pegamos o ônibus da Taqsa às 19h30 e dormimos quase todo o trajeto. Chegamos embaixo de chuva em El Calafate, às 22h20, e fomos direto para o hostel.

 

33008240786_b2288661bb_b.jpgCaminho para a Laguna Torre by Paty Grillo, no Flickr

 

32923562201_dc9a3c067b_b.jpgLaguna Torre by Paty Grillo, no Flickr

 

 

12º dia – 03/02: Chegando em Ushuaia

Acordamos um pouco mais tarde, tomamos café e fizemos o check out para aguardar a chegada do transfer da Ves Patagonia. Nosso vôo era 12h30 e a van iria nos buscar às 10h – na verdade ela chegou eram quase 10h40.

Chegamos em Ushuaia às 13h50. Como havíamos fechado o passeio da pinguinera com a Brasileiros em Ushuaia tínhamos o transfer nos aguardando na chegada (isso é bastante comum e não foi preciso nem barganhar, eles próprios já ofereceram).

Deixamos as coisas no studio que havíamos reservado no AirBnb e fomos dar uma circulada pela cidade. Ushuaia é a maior das cidades que visitamos, bastante movimentada, às margens do Canal Beagle e rodeada por montanhas nevadas. No dia em que chegamos o tempo estava nublado e chuvoso. Apesar de se vender como a cidade mais austral do mundo, Ushuaia na verdade não é. Puerto Williams (pertencente ao Chile) fica um pouco mais ao sul, mas os hermanos contam uma historinha de que “não é bem uma cidade, é uma base militar, blá-blá-blá” e não abrem mão do título de Ushuaia. Ainda assim, a sensação de estar na pontinha da América do Sul é muito legal!

Fomos procurar um lugar para almoçar e acabamos escolhendo (pelo preço) o Marcopolo Freelife, um café-restaurante que fica em uma porta pequenina na Av. San Martin, no quarteirão seguinte da agência Brasileiros em Ushuaia. Lá, além das opções de café e lanches, existe o Menu do Dia. Você pode pedi-lo com bebida OU sobremesa por AR$ 180 ou com os dois por AR$ 200. Neste dia o menu era um bife (enooooorme, delicioso e muito bem feito! ::cool:::'> ) acompanhado por uma salada de repolho, cenoura e maçã, com um molhinho também delicioso. A sobremesa você podia escolher entre salada de fruta, pudim de pão, flan, gelatina.

Bem alimentados e felizes, fomos explorar Ushuaia. Passamos na central de informações ao turista, em frente ao porto, e pegamos um folheto com todos os horários dos “buses de linea regular”, que na verdade são vans que saem de um terminalzinho ali perto e vão para os diversos pontos turísticos, com preço tabelado. Antes de descobrirmos essa opção havíamos perguntado o preço dos taxis e, caso você consiga encher o carro, até acaba compensando.

Como estava friozinho, fomos tomar um chocolate quente (tínhamos recebido um vale gratuito da agência) na Chocolates El Turista e aproveitamos para experimentar os chocolates em ramas que vimos em toda a Patagônia e pareciam super gostosos. Na verdade, eram mais bonitos que saborosos (achei muuuuito doce), além de caros.

No studio que estávamos havia uma cozinha americana bem equipada, e considerando que comer na Patagônia não é barato, passamos no mercado e compramos, além dos ingredientes do tradicional lanchinho de trilha, um macarrão esperto para as nossas jantas e coisas para o café da manhã. :) Lá em Ushuaia tem o La Anonima e o Carrefour, fomos no La Anonima que era relativamente mais perto. Lá também compramos a cerveja Beagle por AR$ 32,50 (nas lojas da Av. San Martín você não achava por menos de AR$ 60!!!) e uns litrões da cerveja Patagônia, aquela que vende em vários mercados do Brasil, também por preços beeem baixos.

Ao final do dia jantamos nosso macarrãozinho e bebemos bem!

 

Sobre o studio: lindo, confortável, moderno, melhor chuveiro da vida. Vale muito a pena! A única coisa não tão boa é que ficava no alto e, apesar de perto da avenida principal de Ushuaia, era uma subida monstro pra voltar.

 

32234714853_448ab6ce85_h.jpgUshuaia by Paty Grillo, no Flickr

 

 

13º dia – 04/02: Navegação Canal Beagle + Caminhada na Pinguinera

Acordamos cedinho e o tempo estava lindo! Depois do café e com as mochilas de ataque prontas, saímos a pé para o porto. Tínhamos que apresentar o voucher na Piratour (lembra que falamos que a Brasileiros em Ushuaia só revende o passeio?), pagar a taxa do porto (AR$ 20) e também a entrada na Estância Harberton (AR$ 240) – ambos não estavam inclusos no valor do passeio.

Entramos em um barco grande e confortável (às 09h), com dois guias e a equipe de marinheiros. Durante a navegação ficávamos a maior parte do tempo dentro do barco e saíamos para a parte externa superior do barco quando chegávamos perto das diversas ilhas. Não que não pudéssemos ficar lá fora o tempo todo, mas pensem em um vento forte e um frio?! ::Cold::

Quando o barco se afastou foi possível ter uma vista bem legal de Ushuaia e, com o tempo aberto, as montanhas ao redor estavam ainda mais bonitas. A primeira parada foi na Isla de los Pájaros, onde vemos os Cormoranes. São pássaros que de longe parecem pinguins (por conta da cor), mas que na verdade têm o pescoço bem mais comprido e voam. É impressionante a quantidade de pássaros na ilha! (E também o barulho e o cheiro de peixe!). Sempre que se aproximava das ilhas o barco desligava o motor e ficava um tempo lá, para a gente curtir.

A parada seguinte foi na Isla de Los Lobos, com leões marinhos – lindos, fofos, gordos, todos amontoados uns em cima dos outros! :D Na ilha também fica o farol Les Eclaireurs, que alguns chamam erroneamente de farol do fim do mundo. O guia explicou que o verdadeiro farol do fim do mundo fica beeeeeeeeeeeem longe dali – e vimos no mapa depois que ele estava certo. A paisagem é incrível! Os animais, as montanhas de fundo, o reflexo na água… não é difícil tirar várias fotos sensacionais.

Dali até a Estância Harberton é um bom tempinho de navegação. No caminho passamos por Puerto Williams e escutamos a história da estância Harberton, do Canal Beagle, da nevegação do comandante Fitz Roy… Estávamos mais ou menos na metade do caminho quando o guia nos convidou a sair para a parte externa e o barco desligou o motor… era uma baleia! :D Achei bem legal o fato do barco ter deixado de lado seu roteiro e ter desviado o caminho seguindo a baleia por algum tempo. Aliás, os guias e os marinheiros estavam tão empolgados quanto a gente. Rsrs. Parece que não é algo muito comum por ali.

Chegamos na Estância Harberton e o nos dividimos em 2 grupos menores. Ficamos no grupo que iria primeiro à Pinguinera, enquanto o outro aproveitaria o tempo livre para comer. Entramos em um barquinho pequeno e lá fomos nós. No caminho o guia foi dando algumas orientações: basicamente deveríamos ficar todos juntos, não fazer barulho, não correr, não abraçar os pinguins e nem trazê-los para casa. :cry::D Chegamos na ilha e, gente, é SEN-SA-CIO-NAL. São muuuuuuuuuuuuuuitos pinguins e eles não estavam nem aí pra gente. Ou seja, eles continuaram por perto e nós ficamos tão entusiasmados quanto uma criança que ganhou um presente legal. Hahaha. Lá na ilha é possível ver três espécies diferentes de pinguins: de Magalhães (em maior quantidade), Papúa (menor quantidade, mas ainda assim são vários) e Rei (de acordo com o guia, existem apenas 3 na ilha. Nós vimos 2.). Os pinguins de Magalhães são menores, branco e preto, os Papúa têm bico e pés laranjas e o Rei… Ah, o Pinguim Rei é a coisa mais linda e desengonçada do mundo! Eles são grandes (uns 90 cm?!) e tem um tom de amarelo muito intenso na penagem ::love:: . Caminhamos por cerca de 1h na ilha, mas parece que durou 15 minutos. Não cansamos de vê-los e admirá-los. Esse também é um passeio beeeeeeeem caro, mas que na nossa opinião não se deve deixar de fazê-lo. A sensação e as lembranças depois são incríveis. E pinguins são… pinguins! Bichos legais! ::otemo::

Voltamos para a Estância e, enquanto aguardávamos o segundo grupo, tivemos um tempo para comer. Lá tem um restaurante, mas nós já estávamos pobres da viagem e levamos nosso lanchinho mesmo. Com o retorno do segundo grupo da Pinguinera fomos ao Museu de Ossos de Aves e Mamíferos Marinhos Acatushún (ingresso incluso no valor do passeio). É um lugar pequeno, mas com um acervo legal e deu para aprender algumas curiosidades.

Terminada a visita, entramos em um ônibus e pegamos a estrada de volta (pois é, a volta não é por navegação). No caminho ainda há uma parada para ver as árvores bandeiras, árvores que crescem para um único lado devido a força dos ventos patagônicos, que naquela região sopram sempre na mesma direção. Chegamos em Ushuaia pouco depois das 17h.

Jantamos em casa e depois saímos para o Dublin Bar, para terminar o dia com uma cervejinha. O lugar é bem legal e cheeeeeeeeeeio. Chegamos e conseguimos sentar no balcão, mas uns 10 minutos depois já não tinha condições de achar um lugar. Tomamos a Beagle e experimentamos a cerveja Cape Horn de noz, beeeeeem gostosa, além de uma porção de salame para petiscar. A conta ficou AR$ 160 / pessoa.

 

33008236006_17071be19a_b.jpgCanal Beagle by Paty Grillo, no Flickr

 

32204797414_0343177eb5_b.jpgIsla de Los Lobos by Paty Grillo, no Flickr

 

32204789054_06d8245a50_b.jpgIsla de Los Lobos by Paty Grillo, no Flickr

 

32894053902_32d25ce4e1_b.jpgFarol Les Eclaireurs by Paty Grillo, no Flickr

 

32204772474_9248d0b259_b.jpgPinguinera by Paty Grillo, no Flickr

 

32234686583_bc5d0ff354_b.jpgPinguinera by Paty Grillo, no Flickr

 

 

14º dia – 05/02: Parque Nacional Terra do Fogo e Laguna Esmeralda

Bem, esse seria nosso último dia disponível para passeio e tínhamos reservado ele para o Parque Nacional Tierra del Fuego. Por conta dos relatos que lemos também tínhamos vontade de conhecer a Laguna Esmeralda, mas olhando os horários dos transfers achávamos que não iria dar tempo de conciliar e começamos a tentar nos convencer da nossa escolha – afinal ir à Ushuaia e não ir ao parque é tipo ir à Paris e não ver a Torre Eiffel. “Já vimos várias lagunas bonitas”. “Tudo bem, temos que priorizar o passeio”. “Não dá pra ter tudo na vida...”. ::Ksimno::

Pegamos o transfer às 9h (AR$ 400 ida e volta) e uns 30 minutos depois já estávamos na portaria do parque. Pagamos a entrada (AR$ 130) e fomos para o início da trilha escolhida. No Parque Nacional Tierra del Fuego são 4 trilhas longas principais (Pampa Alta, Costera, Hito XXIV e Cerro Guanaco) e outras curtas (Paseo de la Isla, Laguna Negra, Mirador Lapataia, Del Turbal, Castorera e de la Baliza). Os transfers passam por três pontos principais dentro do parque e você pode pegá-los em qualquer um deles.

Na noite anterior havíamos decidido fazer a Senda Costera, que vai da Ensenada Zaratiegui (onde fica o correio do fim do mundo) até o cruzamento da Ruta 3 com o Lago Roca. São 8km margeando a bahia Lapataia. Descemos então no primeiro ponto do transfer e antes de começar a trilha entramos no correio do fim do mundo. O lugar é muito legal, tem um ar meio mágico, mas qualquer coisa que você queira de lá obviamente você paga – inclusive para carimbar o passaporte (AR$ 30). Ok, o carimbo é tradicional e tal, mas passamos a vez. As fotos, a experiência e as histórias seriam mais lembradas que o carimbo no passaporte. Mas aí é de cada um, né?!

A trilha é muito tranquila e, embora as pessoas digam que leva-se em média 4h para percorrê-la, nós fizemos em 2h30. O caminho é quase todo plano e, perto das trilhas que já havíamos feito, era quase como andar num corredor de shopping :P. Confesso que a paisagem me surpreendeu muito, não esperava que fosse ser tão bonita. As cores da água ao longo do caminho, as praias de pedrinhas e a paisagem no horizonte formavam um conjunto inesquecível. Mais uma vez o céu azul ajudou bastante :D.

Terminamos a trilha perto de 12h e foi aí que olhamos um pro outro e decidimos: “vai dar tempo!::hahaha:: . Sim, não tínhamos conseguido superar o fato de não ir à Laguna Esmeralda. Hahaha! A questão é que, embora no papel com os horários das vans apareçam saídas de hora em hora, são empresas diferentes que oferecem o trajeto e se você fechou com uma, você só vai poder pegar o horário daquela (na teoria). Não tínhamos nos atentado a isso e a nossa empresa só sairia às 15h. Um rapaz no Centro de Visitantes Alakush sugeriu que fossemos até o outro ponto de ônibus, para tentar ver se alguém de outra empresa topava levar a gente de volta para Ushuaia. Fomos caminhando pela estrada de terra e decidimos cortar caminho pelo Paseo de La Isla, que sairia no lugar desejado e pelo menos iria tirar a gente da estrada, onde engolíamos poeira sempre que passava um carro. São 600m de trilha (aliás, um trajeto lindíssimo!) e a gente conseguiu se perder em uma bifurcação e voltar para o começo! ::putz:: Achamos então que seria melhor diminuir nossa expectativa e abrir mão da Laguna Esmeralda. Saímos cabisbaixos e fomos pedir carona para um micro ônibus que estava vindo. Demos um miguézinho se não poderíamos voltar para Ushuaia com ele e mostramos o ticket da outra empresa, mas o motorista num primeiro momento disse que não, mas que nos deixaria no ponto de ônibus. Masssss… ele mudou de ideia, não parou no ponto final (que não tinha ninguém esperando por ele) e começou a ir embora, com a gente. Perguntamos de novo se eles nos daria carona e então ele sorriu e disse que poderíamos ir com ele, sim :D. No meio do caminho ele cruzou com o motorista que havia levado a gente e que sabe-se lá por qual motivo estava no parque aquele horário e nos “devolveu” para a empresa certa. Rsrs.

Chegamos no terminal de Ushuaia e acabamos fechando com o mesmo motorista para ir para a Laguna Esmeralda (AR$ 300 ida e volta). Ele saiu imediatamente com a gente e combinou que nos buscaria às 19h (não sem ficar realmente espantado que faríamos os dois passeios no mesmo dia! :shock: Rsrs).

Começamos a trilha para a Laguna Esmeralda por volta das 15h. Tinham muuuuuitas pessoas na trilha, indo ou voltando, muitas crianças e muitos cachorros (!). O caminho é bem marcado e há sinalizações com plaquinhas azuis nos troncos das árvores, não tendo necessidade alguma de guia. Em relação à dificuldade do trajeto, pior que a subida com certeza é a quantidade de lama. Lembra quando falamos no Circuito W de um trecho com muita lama? Para a Laguna Esmeralda é dez vezes pior. Na primeira metade da trilha até que dava para se equilibrar em uns pedaços de troncos e raízes de árvores, mas chegamos em um trecho após a primeira subida que não tinha pra onde correr. Rsrs. Era lama suficiente para chegar na canela e só restava dobrar as calças e procurar alternativas de caminho em que o estrago não fosse tão grande ::mmm: . Mas nem tudo é desgraça e durante a trilha também é possível ver castoreras incríveis e andar em um solo de turba. A turba é um tipo de solo esponjoso formando pela decomposição de material orgânico e andar nela é muuuuuuuito legal! Parece que você está em um colchão de molas e tem vontade de sair pulando! :D

Depois de 1h30 chegamos na Laguna Esmeralda. O tempo já estava nublado novamente, mas ainda assim a água é muito verdinha e vale a pena ir! As montanhas ao fundo completam a paisagem. :D Estávamos exaustos da correria que fizemos, fora o cansaço acumulado por ser o último dia de viagem. Ficamos cerca de 1h lá na laguna, descansando e curtindo a paisagem, para tomar coragem de voltar. Mais 1h30 de descida e estávamos prontos para aguardar o transfer, que chegou na hora certinha.

Nossos pesos argentinos e dólares tinham acabado e quase ninguém aceita real por lá. Como ainda precisaríamos comer, pagar o taxi para o aeroporto e queríamos comprar alguns presentes, pedimos para o motorista nos deixar perto do final da Av. San Martín e fomos no Hotel Antartica fazer o câmbio. Dica: é Hotel mesmo. Fomos primeiro no HoStel Antartica e lá eles não trocam! O Hotel Antartica fica em uma travessa da San Martín e a cotação foi menor que a oficial, claro, mas melhor do que imaginávamos que seria: R$ 1 = AR$ 4,80.

Paramos para comer um hamburguer no Banana Burger (AR$ 185. Lanche grande, mas nada de especial. Acho que não vale...), passamos em um mercadinho para comprar algumas Cape Horn (AR$ 74) e voltamos para casa, mortos.

 

32234680183_f29dc7b22d_b.jpgCorreio do Fim do Mundo by Paty Grillo, no Flickr

 

32894017312_0ba997b9b3_b.jpgParque Nacional Tierra del Fuego by Paty Grillo, no Flickr

 

32667858440_9a515de26f_b.jpgCastorera no caminho da Laguna Esmeralda by Paty Grillo, no Flickr

 

32204745274_9423b6162e_b.jpgLaguna Esmeralda by Paty Grillo, no Flickr

 

 

15º dia – 06/02: Volta para casa

Enfim último dia, estávamos muito felizes por ter conseguido completar todas as trilhas e passeios que havíamos planejado, foram 14 dias de paisagens maravilhosas, experiências incríveis e uma grande sensação de dever cumprido. Nesse último dia pegaríamos o vôo de volta para casa às 15h40.

Fizemos o check out às 10h e conseguimos deixar as mochilas na agência Brasileiros em Ushuaia até o horário do vôo. Aliás, o pessoal da agência é bem simpático e disponível. Indicamos!

Fomos nos despedir de Ushuaia comprando alguns presentes (vinhos, alfajor, cerveja) e almoçamos novamente no Marcopolo, o lugar do almoço + sobremesa por AR$ 180. Neste dia o menu foi um bifão com molho branco e champignon, com batatas acompanhando. De novo estava deliciosamente bem preparado! Ganhou o título de melhor comida da viagem.

Hora de partir e pegamos um taxi para o aeroporto por AR$ 115 (taxímetro), opção que fica mais em conta que fechar um transfer em agência (que se paga cerca de AR$ 120 por pessoa).

 

32924138811_a1acc16d92_b.jpgMenu do Dia no Marcopolo by Paty Grillo, no Flickr

 

 

 

Podemos dizer que valeu. Valeu cada paisagem, cada km andado, cada desafio cumprido e valeu até mesmo cada centavo que pagamos. A Patagônia é incrível! Voltamos cheios de lembranças e histórias. E, claro, muuuuuuuuuuuuuuitas fotos! ::otemo::

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Oi, Leandro!

 

Vou anexar a planilha que fizemos para saber o valor total que gastamos na viagem, ok? Os lançamentos estão por dia e agrupados em Hospedagem / Passeios / Transporte / Alimentação / Gastos Extras.

Nela todos os valores estão em Reais, considerando as taxas de cartão de crédito e os câmbios que utilizamos. Como fizemos câmbios duas vezes de Pesos Argentinos, usamos a média para calcular o valor final.

Ah! E todos os valores lançados correspondem a duas pessoas!!!

 

Gastos Patagonia_1.xlsx

 

Espero que seja útil!

:D

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  • 1 mês depois...
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Olá!

 

Parabéns pelo relato incrível, estou baseando minha viagem nele!

 

Então, estou tendo SÉRIOS problemas com os sites das empresas responsáveis pelos refúgios. ::sos::

 

Queria reservar as individualmente, como vc mencionou, mas na Fantastic Sur eu não consigo mudar as datas e na Vertice aparece tudo Sold out até 2020! ::hein:

 

Você conseguiu reservar online mesmo? Como vc fez?

 

Obrigadaa

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Olá!

 

Parabéns pelo relato incrível, estou baseando minha viagem nele!

 

Então, estou tendo SÉRIOS problemas com os sites das empresas responsáveis pelos refúgios. ::sos::

 

Queria reservar as individualmente, como vc mencionou, mas na Fantastic Sur eu não consigo mudar as datas e na Vertice aparece tudo Sold out até 2020! ::hein:

 

Você conseguiu reservar online mesmo? Como vc fez?

 

Obrigadaa

Olá eu enviei email pra eles e a temporada de outubro só vai abrir as reservas início de junho

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