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  1. Fala pessoal, Vou deixar aqui um relato de uma viagem que eu fiz em 2019 para Ruanda, Uganda, República Democrática do Congo e Etiópia em busca do que, na minha opinião, são os vulcões mais incríveis da África. ⚠️ Essa viagem (e muitas outras) está no meu livro / ebook Destino Vulcões, que consegui deixar inteiramente grátis por um tempo no amazon.com.br (link: https://a.co/d/agKaeNM). Instagram: www.instagram.com/destinovulcoes Youtube: www.youtube.com/@destinovulcoes Ruanda, Uganda, República Democrática do Congo, Etiópia e os melhores vulcões da África Introdução – Como tudo começou Acho que todo mundo gosta de bater papo com amigos sobre férias. Brasileiro é meio bisbilhoteiro, né, quando alguém fala que vai tirar férias, logo queremos saber: para onde vai, com quem vai, quanto tempo etc. E foi bem divertido observar as reações do pessoal do meu trabalho quando eu dizia que estava indo passar as férias na Etiópia, República Democrática do Congo (RD do Congo), Ruanda e Uganda! Para não chocar muito, quando me perguntavam para onde eu ia, primeiro eu falava que estava indo para África... Só quando perguntavam mais detalhes é que eu revelava os países. A primeira reação era sempre uma cara de espanto.... Depois da cara de susto, a maioria me perguntava onde ficava Ruanda e Uganda 🤣🤣🤣 . A Etiópia é mais conhecida entre os brasileiros, mas, infelizmente, sua fama é mais associada à fome e à extrema pobreza das décadas de 80-90. Já o Congo, algumas pessoas conhecem do jogo War! Vale lembrar que eu estava indo para a República Democrática do Congo, não confundir com República do Congo, sem o “democrática”, que é um outro país! Ruanda e Uganda já eram bem mais desconhecidas. Após o estranhamento inicial, a pergunta que sempre vinha era: “Mas que raios você vai fazer lá?” Pergunta justa.... Tudo começou porque, em 2019, minha esposa arrumou um novo emprego e só poderia tirar férias em 2020. Ela conseguiu uns dias de “banco de horas”, emendamos com um feriadão e fomos para os Lagos Andinos, mas eu tinha mais 25 dias de férias e, já que ela não poderia vir junto, aproveitei para conhecer alguns lugares “exóticos” que eu sempre quis muito conhecer, mas ela não tinha vontade de ir. Em março de 2018, assisti a um programa da Karina Oliani fazendo uma tirolesa em um vulcão ativo da Etiópia chamado Erta Ale (Ref. 13). Este vulcão também ficava em uma das regiões mais quentes e inóspitas do planeta: Danakil Depression. O programa mostrou belíssimas imagens do vulcão e do Dallol, uma região no meio de um salar com atividade vulcânica e enxofre que forma um cenário belo e colorido. Me interessei de cara pelo Erta Ale! Não foi fácil encontrar referências, e descobri que, infelizmente, nos primeiros meses de 2017, grandes erupções deixaram o lago de lava bem meia-boca. O lago afundou vários metros abaixo na cratera, a lava ficou praticamente invisível, e só se via uma fumaça.... É muito curioso observar os reviews do Erta Ale no TripAdvisor: até janeiro de 2017, todo mundo falava maravilhas do vulcão, experiência da vida, vale todo o perrengue etc. Depois de janeiro de 2017, as opiniões estavam bem divididas. Mas um desses reviews do Erta Ale me chamou a atenção, dizendo que existia um outro vulcão com lago de lava bem mais legal na RD Congo: Nyiragongo! E lá fui eu pesquisar sobre Nyiragongo.... Na época (2019), o Vulcão Nyiragongo era o maior vulcão com lago de lava do mundo e mais ativo da África. Fica no Parque Nacional Virunga, um parque nacional gigante (7800 km2, mais de 300 km na direção norte-sul) na fronteira leste da RD do Congo, que foi o primeiro parque nacional estabelecido na África! Aliás, tem um site muito bom (Ref. 14) com excelente atendimento por e-mail para esclarecer dúvidas. Na época, eu não achava muitas referências sobre o Nyiragongo, só em alguns blogs. Mas, quando assisti ao programa Destino Incomum, do canal Travel Box lá (Ref. 15) visitando o Nyiragongo, não tive dúvidas: esse era o vulcão com lago de lava a ser visitado!!! Assim ficou decidido que o Nyiragongo e o Erta Ale seriam os meus próximos destinos. Uma parte da viagem seria focada no Nyiragongo, outra parte na Etiópia. Não era fácil nem barato chegar em nenhum dos dois vulcões. Para conhecer o Erta Ale, eu precisava pegar uma excursão de 3 dias saindo do norte da Etiópia e com muito pouco conforto. Para chegar ao Nyiragongo, precisava de uma excursão de 2 dias e, além do pouco conforto, ainda tinha que encarar a trilha de subida do próprio vulcão, que é bem puxada! Mas nem só de vulcões vivem esses países. Na região do Nyiragongo, o passeio mais famoso (e bem caro!) é o trekking dos gorilas da montanha em seu ambiente natural, no meio da selva. Os gorilas da montanha são os maiores primatas do mundo! Belos e grandes (felizmente são herbívoros!), compartilham mais de 98% do DNA dos humanos, vivem em família e podem ser vistos muito de perto em alguns parques nacionais da RD do Congo, Uganda e Ruanda. Ainda nessa região, eu queria conhecer o Memorial do Genocídio de Ruanda, para entender melhor um pouco da história desse terrível genocídio, que não teve tanto destaque no noticiário mundial em 1994. Na Etiópia, além do tour pelo Erta Ale e Dallol, eu também queria conhecer Lalibela, uma cidade com igrejas muito diferentes. Definidos os meus principais objetivos na Etiópia e na região do Nyiragongo, era hora de fazer o meu roteiro detalhado para encaixar tudo que eu queria fazer nos poucos dias disponíveis. Imprevisto Normalmente a introdução terminaria aqui, e eu começaria o relato detalhado da viagem, mas tive uma surpresa. Todo o meu planejamento estava indo muito bem, eu estava naquela empolgação, destinos definidos, era hora de planejar meu roteiro detalhado, ver todas as passagens aéreas etc...., mas..., descobri que desde agosto de 2018 estava tendo um grande surto de ebola em algumas regiões da RD do Congo! Este era o segundo maior surto de ebola da história, só superado pelo surto de 2014, na África ocidental (Guiné, Serra Leoa e Libéria). Pouco se falava no Brasil a esse respeito. Em 1 de agosto de 2019, exatamente um ano após o início da epidemia de ebola, 2.619 casos tinham sido confirmados (ainda havia 94 casos prováveis e 423 suspeitos), 1.823 pessoas tinham morrido (mais de 2/3 dos casos confirmados). Ebola na RD do Congo, era só o que me faltava, e agora??? EM TEMPO, atualização de 2023: mal sabia eu que, em 2020, a pandemia de coronavírus ia fazer esses números parecerem “brincadeira de criança”, mas, na época, era muito assustador. Lá fui eu pesquisar muito mais informações a respeito do ebola para ver se ainda dava para eu ir para o Nyiragongo, em meados de abril de 2019. O Site da Organização Mundial da Saúde (OMS, WHO em inglês) tem bastante informação a respeito, além da Wikipédia. A primeira coisa que eu descobri é que os principais focos de ebola na RD do Congo estão nos estados North Kivu, South Kivu e Ituri. Caramba, o Nyiragongo (parte sul do Virunga) fica em Goma, que é a capital do estado do North Kivu! O começo da minha pesquisa não foi nada animador.... Porém, RD do Congo é um país muito grande e descobri que as cidades com os principais focos de ebola eram Butembo, Katwa e Beni. Entre essas cidades, a que ficava mais perto do Nyiragongo, Butembo, fica a 9h de Goma! E, em Goma, não havia nenhum caso de ebola. A RD do Congo é um país com muita riqueza mineral e, praticamente desde sua independência no século XX, vive em conflitos. Após o genocídio em Ruanda, no contexto de tensões entre hutus e tutsis, começou uma guerra civil na RD do Congo (1996-97), depois veio a segunda guerra civil (98-2003), e um conflito na região North e South Kivu (2004, até hoje). Tem estimativas de morte de 2,7 a 5,4 milhões de mortos! Desde então, a região do Parque Virunga e das fronteiras com Ruanda e Uganda têm sofrido com muitos conflitos militares, inclusive com algumas áreas controladas por milícias, muitas vezes apoiadas por governos de outros países, o que gerou muita desgraça social e dificultou muito o combate ao ebola. Equipes da OMS enfrentavam dificuldades significativas para acessar essas áreas e frequentemente testemunham ataques a instalações de saúde. Além disso, as milícias propagavam fake news sobre o ebola, dificultando ainda mais os esforços de combate à doença. Mas Goma é uma cidade de 2 milhões de habitantes, na época totalmente controlada pelo governo, onde os médicos e as instalações para cuidar de ebola estão sob controle. Além disso, a informação mais decisiva para mim foi quando descobri que o ebola não era tão contagioso quanto eu imaginava. O vírus só pode ser adquirido através de contato com sangue e outros fluidos biológicos (saliva, muco, vômito, fezes, suor, lágrimas, leite materno, urina e sêmen) de um humano infectado ou um morcego, que parece ser o único animal que o transmite (mas ainda estavam estudando melhor o assunto). Entre as vias de entrada estão o nariz, a boca, olhos, feridas abertas, cortes ou abrasões na pele. A transmissão por via aérea ainda não foi documentada em ambiente natural. Os sintomas são meio parecidos com outras doenças: febre, garganta inflamada, dores musculares e de cabeça, entre dois dias e no máximo três semanas após a exposição. Mas depois a coisa piora para hemorragias. Não tem um tratamento específico, o tratamento é fundamentalmente paliativo, o importante é a detecção rápida e acesso a serviços e tratamento adequados conforme forem aparecendo os sintomas. Existiam duas vacinas ainda experimentais que estavam sendo utilizadas na RD do Congo e nas fronteiras por profissionais de saúde e pessoas de risco, com bons resultados. Mas e aí, depois de toda essa pesquisa de ebola, será que dava para encarar??? Outro dia, eu estava lendo relatos de trekkings espetaculares do @DIVANEI, um aventureiro das antigas, que faz muita trilha e travessia sensacional, bem raiz (link na Ref. 16). Muito bacana ler as “travessias expedicionárias” na Serra do Mar. Em algum relato, Divanei fazia uma reflexão que se encaixou como uma luva para mim: "Quando a gente é jovem, costumamos tocar o f*da-se, fazer umas porra-louquisses... A gente acaba tomando decisões sem pensar muito nas consequências, vai meio que por impulso, é da nossa idade fazer estupidez. Mas aí, quando a idade chega, a maturidade já toma conta do nosso bom senso...... Só que não, aí a gente descobre que esse papo de maturidade não tem nada a ver com nada, e que quem viveu tomando decisões cretinas, nunca vai aprender mesmo 🤣🤣🤣 ” E foi assim que eu resolvi ir para a RD do Congo, com epidemia de ebola e tudo! E que os deuses da medicina cuidassem de mim.... Pelo menos, dessa vez, eu ia sozinho, não ia levar minha esposa grávida para essa roubada . Brincadeiras à parte, sabendo que (1) o local com bastante casos de ebola ficava a 9h de distância de Goma, especialmente em áreas remotas e rurais sob controle de milícias, (2) na cidade de 2 milhões de habitantes que estava sob controle do governo/organismos internacionais não tinha tido nenhum caso de ebola sequer, e (3) a transmissão é por contato com fluido infectado; achei que dava para encarar, tomando algumas precauções adicionais. Ah, não bastasse toda a confusão do ebola na região, tem outra informação que eu nem contei para a minha família...., mas fica o registro para cada viajante avaliar se vale o risco: o Parque Nacional Virunga ficou fechado de meados de 2018 até fevereiro de 2019 porque uma dessas milícias armadas da região da fronteira RD do Congo/Uganda/Ruanda, chamada Mai Mai, matou um ranger do parque e sequestrou um motorista e 2 turistas britânicos, que só foram libertos três dias depois! O Parque Nacional Virunga só foi reaberto em fevereiro de 2019, depois que eles revisaram e aumentaram ainda mais os protocolos de segurança. Segue a foto do pessoal que escoltou a gente até a entrada do vulcão, “pouca” gente armada, né?.... Ebola, guerra civil, estava me sentindo igual ao “Não Conta lá em Casa” (Ref. 17)... Figura IV‑1: Escolta armada Virunga A opção mais lógica seria fazer o gorilla trekking e o Nyiragongo no Virunga. Mas, na época em que eu pesquisei, os horários dos tours eram muito restritos (porque só saíam com a escolta fortemente armada) e não batiam com os horários dos voos da Etiopian Airlines para Goma. A outra opção seria voar até Ruanda, fazer o gorilla trekking em Uganda ou Ruanda, que ficam próximos, e atravessar a fronteira para Goma por terra para ir só no Nyiragongo, em RD do Congo. Achei melhor esta opção, pois minimizava os dias na RD do Congo com a epidemia de ebola e, também, dava para conhecer um pouco de Ruanda e Uganda. Enfim, com os riscos avaliados, mitigando o que foi possível, loucura ou não, eu resolvi ir para a RD Congo! E estava indo tudo bem: fechei meu roteiro detalhado, comprei minhas passagens (caro!), comecei a pagar os passeios para o Nyiragongo e dos gorilas (caros!) para a segunda quinzena de setembro. Eu já tinha gastado uns 2500 $USD na viagem, até que..., vendo noticiário...., descubro que, no meio de julho 2019, apareceu o primeiro caso de ebola confirmado em Goma! Pqp.... Preocupação total na OMS, que colocou o surto no mais alto nível de alarme na OMS. O ebola não estava mais apenas em áreas remotas e rurais sob controle de milícias, ele tinha chegado a uma cidade de 2 milhões de habitantes que tem uma importante e muito movimentada fronteira com Ruanda. Poucos dias depois, o segundo caso foi detectado em Goma (não relacionado ao primeiro), com morte e, logo depois, um terceiro caso dessa família!!! No dia 1 de agosto, vi no jornal que Ruanda fechou a fronteira com RD do Congo, exatamente a mesma fronteira que eu iria cruzar um mês e meio depois: Figura IV‑2: Fechamento da fronteira Ruanda e RD do Congo (link) Nesse momento, só vinha um pensamento na minha cabeça: Fu☠️☠️☠️ geral!! Mandei e-mails para o pessoal do Virunga e para a agência do gorilla trekking na Uganda para pedir mais informações. O pessoal do Virunga disse que, aparentemente, foi um mal-entendido, que a fronteira já havia sido aberta logo depois, que foram casos isolados e todas as pessoas em contato com os infectados foram vacinados. Por fim, eles disseram que estavam monitorando a situação de perto, mas, a princípio, os tours seguiam funcionando. Já a agência de Uganda explicou que os 3 casos de ebola detectados em Uganda (eu nem sabia que também tinha tido ebola em Uganda!), em junho 2019 foram casos isolados, tratados e, a OMS, seguindo os protocolos, declarou Uganda free of ebola depois de 40 dias sem nenhum caso. Se eu não tivesse gastado tanta grana, provavelmente teria cancelado a viagem. Mas agora não tinha outra opção a não ser seguir em frente, acompanhando.... Se houvesse um surto em Goma, eu não iria ao principal objetivo da minha viagem: Nyiragongo! No final, acabei mesmo indo para a RD do Congo em meados de setembro de 2019. Passei lá o menor tempo possível, apenas para ver o vulcão. Cheguei na fronteira 7h da manhã, fui com transporte do Virunga direto para o vulcão, dormi lá no alto, e meio-dia do dia seguinte eu já estaria cruzando a fronteira de volta à Ruanda. De modo geral, na RD do Congo eu só tive contato com dois funcionários do escritório do Virunga, com motorista, um guia, e uma meia dúzia de rangers e porters do parque nacional. Também levei alguns remédios e máscaras, se houvesse alguém tossindo por perto, just in case, mas acabei nem usando. Para finalizar sobre o ebola: como acabei indo para região, pude observar que, nas áreas sob controle do governo em Ruanda, Uganda e RD do Congo, ações de controle estavam sendo tomadas. Dos dois lados de cada fronteira, disponibilizam água limpa para lavar as mãos e faziam medições de temperatura em todas as pessoas. Além das fronteiras, montaram checkpoints para medição de febre e lavagem nas estradas, perto das principais cidades. E até mesmo quando eu cheguei de avião na Etiópia e viram no passaporte meu visto do RD do Congo, mediram minha temperatura.... Nessa época (antes da pandemia do covid-19), eu nem sabia que tinha termômetros que mediam a febre com um aperto de botão, instantâneo. Tinham cartazes informativos falando do ebola em vários aeroportos e, também, observei as instalações de saúde. OK, não eram hospitais supermodernos, eram uns barracões de lonas temporárias, mas, ao menos, pareciam minimamente apropriados para fornecer tratamento. E tinha muita presença de organismos internacionais, como OMS, Red Cross, Médicos sem fronteiras, e um monte de gente sendo vacinado. No final do segundo semestre de 2019, melhorou um pouco a situação e, desde fevereiro de 2020, tem poucos casos de ebola na região, estão quase erradicando a doença, felizmente! DISCLAIMER: Todas as informações contidas neste livro são resultado de pesquisa e curiosidade de viajante do autor, e são apresentadas no contexto do relato das viagens. As referências consultadas estão detalhadas no capítulo I. No entanto, é importante ressaltar que essas informações não devem ser consideradas como dados científicos. Recomenda-se que consulte fontes científicas confiáveis para obter informações precisas e atualizadas sobre os temas abordados em todo o livro. O autor não assume responsabilidade pela utilização das informações aqui apresentadas. Resumo do Roteiro Figura IV‑3: Roteiro da viagem para a África O roteiro escolhido foi: Dia 1 -> São Paulo –> Addis –> Kigali Dia 2 -> Kigali (Ruanda) Dia 3 -> Gorilla trekking (Uganda) Dia 4 -> Nyiragongo (R.D. congo) Dia 5 -> Nyiragongo -> Addis (Etiópia) Dia 6 -> Lalibela Dia 7 -> Axum e Tigray churches Dia 8 -> Salar Danakil Dia 9 -> Dallol e Erta Ale Dia 10 -> Lago Afrera Dia 11 -> Addis –> SP Relato dia a dia Dia 1-> São Paulo –> Addis –> Kigali Meu voo saía cedinho (01h) de São Paulo, cheguei às 19h em Addis (Etiópia) e peguei voo às 22h45, chegando às 00h45 em Kigali (Ruanda), já madrugada do dia seguinte. Imagina o cansaço até então.... Mas o pior do dia ainda estava por vir! O destaque negativo foi o meu recém-comprado drone. Esta era a primeira viagem internacional que eu estava levando meu drone, estava todo empolgado com isso! Quem quer viajar com drone deve saber que a primeira coisa a se fazer é pesquisar sobre as restrições do destino, e é chato para caramba pesquisar regulamentos de drones mundo afora. Eu achei um site de drones que classifica os países com sinal verde (= drone liberado); sinal amarelo (= tem algumas restrições, mas dá para usar); e sinal vermelho (= proibido). O Brasil, por exemplo, está no amarelo, tem que preencher um monte de coisa no site da ANAC, mas normalmente dá para usar drone sem maiores problemas. A grande maioria dos países está com sinal amarelo. Vi que todos os meus destinos estavam no amarelo e me dei por satisfeito com essa pesquisa. Mal sabia eu que o diabo estava nos detalhes... Chegando no aeroporto de Kigali (Ruanda), enquanto aguardava na fila da imigração para dar entrada no país, estava passando um simpático vídeo sobre drones em um telão, que dizia para os turistas registrarem seus drones no aeroporto. Na hora, eu pensei: “como eu não vou usar o drone em Ruanda, nem vou me preocupar com essa burocracia de registro”, mas assim que passei pela imigração, fui surpreendido por um raio-x para bagagens de mão antes da saída do aeroporto. Estamos acostumados a ver esses raios-x antes de embarcar, não na saída do aeroporto. Por causa desse raio-x, achei melhor procurar o guarda e avisar que eu tinha um drone e queria fazer o registro. O guarda não entendeu direito quando eu disse que tinha um drone, repeti algumas vezes até ele entender, e ele me pediu para esperar um tempo. Depois de alguns minutos, o guarda chegou com outro funcionário, que me perguntou de novo se eu tinha um drone. Na hora, eu pensei: “ufa, finalmente chegou o cara que iria fazer o registro do meu drone para eu poder ir embora logo”..., mas..., “ni qui” eu confirmei que tinha um drone...., ele disse que confiscaria o aparelho!!! Ca☠️☠️☠️☠️☠️, como assim??? Eu expliquei que fui voluntariamente procurar os guardas no aeroporto apenas para registrar o meu drone e, só queria fazer um registro com a agência de aviação de lá (como a ANAC, basicamente era o que dizia o videozinho da imigração), mas eu nem iria utilizá-lo em Ruanda! Então o cara explicou que ele era policial, não era funcionário da agência de aviação. Como estava tarde, não tinha ninguém da agência lá, a única diretriz que ele tinha era reter drones sem autorização no aeroporto e que eu poderia retirar depois, na saída de Ruanda! Em nenhum momento o policial foi agressivo. Teve até uma hora que ele perguntou qual era o problema de deixar o drone retido no aeroporto e pegar na saída, se eu não confiava nele, ou na polícia de Ruanda. Eu disse que o problema não era esse, mas que eu estava indo para a RD do Congo por via terrestre e pretendia utilizar o drone lá. Depois fomos para a salinha da “polícia federal” no aeroporto e, fiquei um pouco mais tranquilo quando vi um milhão de drones retidos lá. Já que prometer que não iria usar o drone em Ruanda não estava adiantando muito, minha próxima tentativa de sensibilizá-lo foi insistir que eu iria pedir a autorização para a agência de aviação da Ruanda no primeiro momento possível, seja online ou pessoalmente na manhã seguinte. Foi aí que ele me explicou que seria quase impossível eu conseguir uma autorização de drone na agência de Ruanda, pois era um processo mega complicado, que precisa ser feito com muitas semanas de antecedência, pagando altas taxas, praticamente só para fins comerciais... Aquele videozinho do aeroporto que parecia uma moleza para turista conseguir autorização era o maior “pega trouxa”, o governo não quer drones no país de jeito nenhum! Ok, sabendo disso, preparei minha última cartada: falei para ele que não dava para ficar com meu drone retido lá porque iria sair do país por fronteira terrestre. Expliquei para o policial que, às 3h da manhã do dia seguinte, eu iria sair de Ruanda pela fronteira terrestre com Uganda, e não pelo aeroporto. Mostrei o voucher do meu tour em Uganda, era tudo verdade, mas eu não contei para ele que, depois disso, eu ainda voltaria para Ruanda duas vezes via fronteiras terrestres. Também não contei que a minha “saída final” da região seria por aquele mesmo aeroporto, quatro dias depois... Só enfatizei que, na madrugada do dia seguinte, sairia de Ruanda pela fronteira terrestre. Ele pensou um pouco e me disse que nesse caso ele iria sim liberar a minha retirada do drone, mas somente na noite anterior à minha saída, a partir das 18h! Então ele preencheu um formulário com a identificação do drone, deixou o celular dele anotado (caso ele não estivesse no aeroporto na hora da minha retirada) e finalmente, depois de mais de uma hora e meia, saí do aeroporto de Kigali com meu drone novinho retido até o dia seguinte. “Bela” maneira de começar minha viagem! No final, fiquei feliz que consegui dar um jeito de retirar o meu drone antes da saída para Uganda, pois meu objetivo principal era filmar o Nyiragongo. Por outro lado, fiquei bastante apreensivo com aquele controle todo, pois ainda teria que entrar em Ruanda pelas fronteiras terrestres duas vezes, como seria? No fundo, fiquei na dúvida se era melhor ter desistido e deixado o drone lá mesmo no aeroporto, ou se valeria a pena arriscar ter o drone confiscado cruzando algumas fronteiras terrestres remotas, por guardinhas que sabe-se lá teriam o mesmo tratamento adequado com os turistas que aquele chefe da polícia do aeroporto... Mas isso são cenas do próximo capítulo! Dia 2 -> Kigali (Ruanda) Depois do imbróglio do drone, acabei chegando no hotel lá pelas duas e tantas da manhã. Eu só tinha reservado a noite do dia seguinte, meu check-in era só a partir do meio-dia, mas eu pude pegar um quarto sem nenhum custo adicional, obrigado Hotel Okapi! Na minha pesquisa sobre Ruanda, o que mais me atraiu eram os memoriais do genocídio de 1994, especialmente o Memorial do Genocídio e o da Igreja Nyamata. Também queria aproveitar para dar uma volta no centro de Kigali e tentar conhecer o Hotel Mille dês Collines, do filme Hotel Ruanda. Aliás, além de ser um filme muito bacana, é imperdível para quem quer conhecer um pouco mais sobre o genocídio de Ruanda. No último capítulo também tem as principais referências aonde obtive as informações desse capítulo. Resumindo a história do genocídio de Ruanda: foi um massacre (em massa) de pessoas dos grupos étnicos tutsi, twa e hutus moderados que ocorreu durante a guerra civil de Ruanda, entre 7 de abril e 15 de julho de 1994 (mesmo ano da copa do mundo que o Brasil foi tetra e da morte do Ayrton Senna). Estima-se que 800 mil pessoas mortas de um país que, na época, tinha aproximadamente 7 milhões de pessoas, ou seja, aproximadamente 12% da população total do país e 70% da população Tutsi de Ruanda. Usando a mesma proporção, seria como se 22 milhões de brasileiros (de 200 milhões) fossem assassinados em 3 meses de genocídio. E, na época, eu nem sequer tinha ouvido falar a respeito... Impressionante como alguns massacres chamam a atenção da mídia e tem cobertura por aqui, enquanto outros passam despercebidos. Existem algumas opiniões meio divergentes se existiam diferenças físicas entre tutsi e hutus, ou não. Segundo o Memorial de Kigali, todos os ruandeses são originários de 18 tribos, e as categorias hutu, tutsi e twa (pigmeus) eram distinções socioeconômicas dentro dessas tribos, mas não distinção racial. Mas, em 1932, quando os colonizadores belgas começaram a emitir os cartões de identidade, a separação passou a ser mais explícita. Quem tivesse dez vacas seria um tutsi (15% da população), e qualquer um com menos de 10 vacas seria hutu (85%) e ficaria marcado na identidade. Era uma tentativa dos belgas de exercerem melhor o controle na região através de um sistema de castas sociais. E, durante todo o período colonial, a rivalidade étnica foi sendo alimentada. Os líderes que comandavam a região, apontados pelos belgas, eram sempre os tutsis. Em troca de lealdade aos belgas, os tutsis tinham melhores cargos, melhor educação, melhores empregos, excluindo a grande maioria hutu do processo socioeconômico, que obviamente não ficou nada feliz com isso.... Mas, com a escassez de terras e a fraca economia, baseada na agricultura (café), a rivalidade étnica foi aumentando. Em 1956, quando os tutsis tentam a independência, os belgas passam a apoiar os hutus, até a independência de Ruanda em 1962, quando os hutus tomaram o poder e começaram a marginalizar os tutsis. Em 1989, quando o preço do café caiu 50%, o país ficou à beira do colapso. E este roteiro a gente já conhece: crise econômica, rivalidades, um grupo culpando o outro pela crise, menos tolerância, mais extremismo. A maioria hutu passou a atribuir todas as mazelas da nação à população tutsi. Pressionados pelo revanchismo, muitos tutsis abandonaram ou foram expulsos do país, formando imensos campos de refugiados especialmente em Uganda, além da RD do Congo e Burundi. E, em Uganda, foi formada a Frente Patriótica de Ruanda (FPR), para lutar contra o governo hutu, inclusive com armas, apoiada pelo governo de Uganda. Ou seja: de um lado, o exército hutu, comandando por Ruanda, com apoio regional da RD do Congo e europeu da França, e, do outro, a Frente Patriótica de Ruanda, dos tutsis, com apoio regional da Uganda e europeu da Bélgica. Todos os ingredientes necessários para começar uma guerra civil estavam presentes! Logo começaram os combates militares e, em 1989, FPR invadiu Ruanda pela fronteira com a Uganda. Pouco tempo depois, iniciou-se uma negociação de paz entre a FPR e o governo hutu e, em 1993, houve um acordo de Arusha, na Tanzânia, que previa a criação de um governo de transição mediado pela ONU composto de hutus e tutsis. Mas, em abril de 1994, o presidente hutu Juvenal Habyarumana foi morto em um atentado contra o avião, atribuído aos tutsis, e esta foi a gota d’água que desencadeou o genocídio em Ruanda. O avião foi derrubado por um míssil quando estava para pousar em Kigali. Enquanto alguns atribuem aos tutsis da FPR a derrubada do avião, outros dizem que foram hutus extremistas que não queriam o acordo de paz e já estavam com genocídio planejado. Até hoje não se sabe ao certo quem derrubou o avião... O filme Hotel Ruanda mostra que, no início do genocídio, havia muitas milícias extremistas hutus, especialmente uma chamada Interahamwe, que pleiteava abertamente o extermínio dos tutsis (inclusive em programas de rádio). Sem os tutsis, os problemas de Ruanda desapareciam! Não se sabe ao certo se o governo hutu participava diretamente destes grupos, mas sabe-se que, pelo menos, as milícias não eram reprimidas e eram armadas pelo governo. Alguns historiadores dizem que essas milícias pareciam a forma não oficial que o governo encontrou de matar os tutsis. Existem versões que dizem que o próprio governo planejou, com meses de antecedência o genocídio. O fato é que, desde as invasões dos tutsis da FPR no norte de Ruanda, massacres esporádicos dos Tutsis em Ruanda se tornaram mais frequentes. Mas o assassinato do presidente hutu Habyarumana gerou um vácuo de poder, que serviu para as lideranças hutus extremistas e milícias conclamarem a população a exterminar os tutsis. Começaram, então, as execuções sumárias, com uma organização meticulosa. As listas de opositores do governo foram entregues às milícias, juntamente com os nomes de todos os seus familiares. Como na época as carteiras de identidade apresentavam o grupo étnico das pessoas, as milícias montaram bloqueios nas estradas onde abatiam os tutsis, muitas vezes com facões que a maioria dos ruandeses tinha em casa. Não foram só as milícias que mataram, a população em geral também participou. Quem não participou foi acusado de traição e morto também, muitos hutus moderados foram executados. As cenas dos do filme eram chocantes, as do Memorial do Genocídio, então.... E não era só matar, tinha que ser cruel. Homens (muitos com AIDS) estupravam mulheres, maridos foram obrigados a matar suas mulheres antes de serem mortos, mulheres foram obrigadas a matar crianças antes de serem mortas, crianças eram forçadas a participarem dos massacres. No interior, era pior, porque todos se conheciam e sabiam quem devia morrer. Muitas famílias foram separadas. Milhares de órfãos. Muitas famílias morreram por inteiro, sem ficar ninguém para contar a história… Isso tudo ocorreu durante mais de 3 meses, com ONU e mundo ocidental de braços cruzados. ONU e Bélgica tinham forças de segurança em Ruanda, o general canadense Romeo Dellaire chefe da missão da ONU tentou pedir ajuda para evitar o massacre, mas não foi dado à missão da ONU um mandado para parar a matança. Os belgas e a maioria da força de paz da ONU se retiraram depois que dez soldados belgas foram mortos. As forças da ONU salvaram os estrangeiros, mas não se importaram em deixar os tutsis para trás. Os franceses, que eram aliados do governo hutu, enviaram militares para criar uma zona supostamente segura, mas foram acusados de não fazer o suficiente para parar a chacina nessa área. O atual governo de Ruanda acusa a França de "ligações diretas" com o massacre - uma acusação negada por Paris. Na época, os EUA trabalharam para que conselho de segurança da ONU, que condenou o massacre, não usasse o termo genocídio, pois isso implicaria intervenção da ONU (e, por extensão, dos EUA). Na época dos massacres, os Estados Unidos ainda sofriam as consequências de sua humilhante intervenção na Somália, em que membros de milícias arrastaram corpos de soldados americanos pelas ruas da capital Mogadíscio e aparentemente não tinham interesse em repetir a história intervindo na Ruanda. O genocídio só acabou quando a FPR derrotou o governo e tomou o poder. Grande parte desta história é contada no Memorial do Genocídio de Kigali. Lembrando que, como ele foi criado pelo atual governo, tem um viés meio tutsi. Depois do final do genocídio, milhões de hutus (inclusive as milícias hutu Interahamwe e integrantes do exército), fugiram para RD do Congo. Lembrando que antes estava cheio de refugiados tutsi lá... A confusão entre Tutsis e Hutus ainda deu muito que falar na RD do Congo, eu falarei detalhes no relato dos dias do RD Congo. O líder da FPR era Paul Kagame. No governo estabelecido depois do fim do genocídio, escolheram como presidente Pasteur Bizimungu, um hutu moderado, e Paul Kagame, tutsi, como vice-presidente. Isso foi muito importante para evitar uma onda de vingança. Paul Kagame virou presidente em 2000 e está lá até hoje, sendo alvo de controvérsias. Por um lado, conseguiu muito desenvolvimento econômico e social, mas por outro, alguns acusam de violar direitos humanos e a suprimir oposição... EM TEMPO, atualização de ago/2020: vi a notícia que o ex-gerente do Hotel Miles de Coline - do filme Hotel Ruanda - Paul Rusesabagina foi preso pelo governo atual, acusado de terrorismo. Desde que foi morar no exterior, Paul Rusesabagina se tornou crítico de Paul Kagame. Eu precisava conhecer melhor este processo, mas, enfim, um governo acusar os opositores de “terrorismo” não é muito original.... Por outro lado, se, no filme, Paul Rusesabagina é retratado como herói, há também outras versões não muito abonadoras dele, envolvendo cobranças e maus tratos às pessoas que ficaram escondidas no hotel, vai saber... Meu primeiro passeio foi no Memorial do Genocídio de Kigali. A casa é meio simples, do lado de fora, tem um jardim e túmulos onde foram sepultados os restos mortais de 250 mil pessoas, muitas flores e homenagens. Ainda do lado de fora, estavam construindo um auditório coberto. Tinha bastante placa comemorativa dos 25 anos de genocídio. É um lugar agradável, mas o exterior é até modesto, não é nenhum museu mega arquitetônico, nem mega jardim, nem nada. Mas eu achei o conteúdo do memorial muito interessante. Não paga nada para entrar no memorial, mas cobrava se você quiser utilizar o audiovisual (25 $USD), e se quisesse tirar foto dentro do museu (20 $USD). Depois que eu conheci todo o museu e desisti da ida à Igreja de Nyamata, resolvi pagar a facada da taxa e tirar fotos da parte de dentro. Acabei vendo o museu inteiro duas vezes, passei umas 3h30 lá! Não achei necessário o audiovisual, porque, mesmo sem ele, tinha muita informação no museu. Ao longo de todo o museu, tem fotos, painéis e vídeos bacanas. Na primeira parte do museu, tem muitos painéis com textos bacanas contando a história do genocídio (vide vídeo Cap IV‑1, youtube.com/@destinovulcoes, link para o QR Code). Também tem uns porretes e machadinhas que foram utilizados no genocídio, e muitas fotos de locais onde houve massacres. Até aprendi o significado de machete em inglês, facão. Figura IV‑4: Algumas armas usadas no genocídio DISCLAIMER: esta parte do livro a seguir é mais pesada, com mais detalhes sobre o terrível genocídio. Quem não quiser ler este trecho, pode ir direto para o final do dia em Kigali, clicando aqui (no livro tem um link...). A próxima parte do memorial se dedica mais à memória das vítimas, com exposições de fotos, roupas e itens pessoais, crucifixos, terços e esqueletos. Figura IV‑5: Fotos das vítimas Figura IV‑6: Ossos das vítimas Esta parte de exposição dos itens das vítimas é muito triste e, impactante. O mais triste talvez seja ver os crânios. Tem alguns crânios com mega buracos bizarros, tipo de martelada! Tem muitos vídeos contando histórias muito emocionantes e tristes, como a busca pelos desaparecidos. Salvei dois vídeos dessa parte no canal, vídeo Cap IV‑2 e Cap IV‑3. Figura IV‑7: Crânios de vítimas Depois tem uma parte do memorial bem bacana sobre vários genocídios no mundo. Tem alguns que eu nem conhecia, como o genocídio da Namíbia, em 1904-1905, cometido pelos colonizadores alemães com alguns nativos africanos. Segundo o memorial, mataram 65.000 dos herero (80% da população) e 10.000 dos nama (50% da população). Além disso, o museu fala um pouco do genocídio judeu na Segunda Guerra Mundial, e depois do genocídio do Camboja, em 1975-1979, através do qual morreram 2 milhões de pessoas, 30% da população, e 95% dos templos budistas foram destruídos. Por fim, eles falam dos Bálcãs, nos anos 1990. DISCLAIMER: esta parte é a mais pesada do genocídio, quem quiser pode ir direto para o final do dia em Kigali, clicando aqui. A parte mais triste ficou para o final... A última parte é dedicada às crianças vítimas do genocídio. Eles reuniram as fotos de algumas crianças e colocaram algumas lembranças sobre as vítimas!!! Não deu para segurar as lágrimas, é de partir o coração. Especialmente para um pai com filhos pequenos, de 5 e 2 anos na época. Nesta parte, havia fotos grandes e placas em frente com algumas lembranças das vítimas: Figura IV‑8: Ariane e David Figura IV‑9: Ariane Figura IV‑10: David Ariane Umutoni, 4 anos; Comida favorita: bolo; bebida favorita: leite; Gostava de: cantar e dançar; Comportamento: uma garotinha legal (minha tradução de neat); Causa da morte: esfaqueada nos olhos e na cabeça. David Mugiraneza, 10 anos; Esporte favorito: futebol; Gostava de: fazer as pessoas sorrirem; Sonho: virar médico; Última frase: “UNAMIR* virá nos salvar”; Causa da morte: torturado até morrer. *UNAMIR = United Nations Assistance Mission for Rwanda, missão de paz para Ruanda da ONU. Um soco no estômago!! Triste demais.... Figura IV‑11: Patrick e as irmãzinhas Uwamwezi e Irene Figura IV‑12: Patrick Figura IV‑13: Irene e Uwamwezi Patrick Gashugi Shimirwa, 5 anos; Esporte favorito: andar de bicicleta; Comida favorita: Chips, carne e ovos; Melhor amiga: Alliane, sua irmã; Comportamento: um garoto quieto e bem-comportado; Causa da morte: golpe de facão. Irene Umutoni e Uwamwezi, 6 e 7 anos; Irmãs; Brinquedo favorito: uma boneca que elas dividiam; Comida favorita: frutas frescas; Comportamento: garotinhas do papai; Causa da morte: uma granada lançada no chuveiro delas. (“PQP”, granada no chuveiro!!!) Figura IV‑14: Thierry e Fillette Figura IV‑15: Thierry Figura IV‑16: Fillette Thierry Ishimwe, 9 meses; bebida favorita: leite da mamãe; Comportamento: chorava bastante; Características: um bebê pequeno e fraco; Causa da morte: facão enquanto estava nos braços da mãe. Fillette Uwase, 2 anos, brinquedo favorito: boneca; comida favorita: arroz e chips; melhor amigo: o papai dela; Comportamento: uma boa garota; Causa da morte: espremida contra parede. 9 meses e 2 anos, caramba, é desesperador!!! A que ponto chegam os seres humanos em guerras e genocídios. Crianças e bebês, é muita falta de humanidade! Tinha mais uns 3 painéis desses com lembranças, além de muitas fotos de outras vítimas do genocídio... Fortes emoções, muitas lágrimas nessa parte do memorial! Salvei um vídeo dessa parte no canal, vídeo Cap IV‑4. Final do dia em Kigali Na minha opinião, por mais triste que seja, essas desgraças e genocídios precisam ser estudados e registrados para que nunca mais voltem a acontecer. A visita ao memorial começa e termina com vídeos bacanas, de cerca de dez minutos, que falam sobre o genocídio. No final, passa uma mensagem inspiradora de reconciliação, destacando como as pessoas entenderam que a vingança não levaria a nada e não as ajudaria a viver em paz. Hoje, o país está bem melhor que muitos vizinhos, e a situação racial parece estar bem mais apaziguada. Além disso, é proibido classificar tutsi-hutus, só existem ruandeses. Gostei muito do Memorial do Genocídio, e eu achei que, no final, ficou essa imagem bonita de reconciliação. E o país, de uma forma geral, evoluiu. O PIB cresceu, em média, 8% de 2000 até 2013. A expectativa de vida cresceu 10 anos na última década. Vejo muitos mochileiros rodando pela África dizendo que Ruanda é muito limpa, organizada e tem boa infraestrutura. Aparentemente está muito melhor que Burundi, RD do Congo, Uganda, Moçambique, Zâmbia, mas, até para alinhar expectativas, está bem pior que Brasil. Nos rankings de IDH, PIB, PIB per capita, Ruanda está melhor que muito país africano, mas ainda está lá no último quarto das listas: posição 140 (ou mais) de 180 e poucos países... De qualquer forma, não deixa de ser admirável como o país se reergueu rapidamente após o genocídio. Existem vários memoriais do genocídio em Ruanda. O outro memorial que mais me interessava era na Igreja de Nyamata, meu plano inicial era ir lá no período da tarde. Mas ficava longe, 1 hora de carro de Kigali, os tours eram bem caros, táxi também, se fosse de busão ia ficar tarde, acabei desistindo. Resolvi almoçar no próprio restaurante do memorial, deixando a tarde livre para dar uma volta no centro e conhecer melhor Kigali. As fotos a seguir foram tiradas dos jardins do memorial (que fica na parte baixa da cidade) e mostram bem o contraste do centro, no alto da colina, com prédios espelhados e mais ricos e, na parte baixa, casas beeeeeeem mais simples, e até umas zonas meio rurais. Os hotéis chiques, o meu hotel sem-vergonha, e o centro comercial ficavam no alto da colina, distante uns 50 minutos a pé do memorial do genocídio, já em uma área mais simples. Figura IV‑17: Alto da colina, com prédios mais modernos Figura IV‑18: Contrastes de Kigali Fui a pé até o memorial, valeu a pena conhecer o “mundo real” de Kigali, fora do centro mais rico. Não aconteceu nada, mas eu não fiquei 100% confortável andando por lá “vestido de turista”, com mochila, câmera etc. Na volta, fiquei com preguiça de encarar aquela subida e pedi para o recepcionista do memorial chamar um táxi, e ainda bem que eu tinha combinado o preço com esse cara da recepção, porque o espertinho do taxista estava querendo dar uma de João-sem-braço e me cobrar o dobro.... Minha primeira parada foi no Hotel Mille des Collines, famoso Hotel Ruanda do filme. Fingi que ia comer algo no restaurante do hotel para conhecer a área externa. Em pensar que, quando cortaram a água do hotel, essa piscina foi a única fonte de água de mais de mil pessoas refugiadas ali (segundo o filme)! Depois, dei uma volta rápida pelo centro. Alguns prédios modernos, hotéis bacanas, shoppings. Como os gorilas são a principal atração turística de Ruanda, também tem bastante estátua e adereços relacionados a eles pelas ruas. Figura IV‑19: Piscina do “Hotel Ruanda” Figura IV‑20: Uma das muitas rotatórias decoradas com gorilas Memorial do Genocídio: #valeapena Dia 3 -> Gorilla trekking (Uganda) Por questões logísticas, financeiras, de segurança e até "epidêmicas" que eu expliquei no início do capítulo, eu achei melhor fazer o gorilla trekking em Uganda. Os gorilas da montanha sofreram anos de caça predatória, o que reduziu drasticamente sua população na África. Dizem, inclusive, que eles migraram para regiões mais montanhosas e se adaptaram a altitudes elevadas justamente para escapar da caça. Mas, ultimamente, os governos da região da tríplice fronteira entre Uganda, Ruanda e RD do Congo passaram a cuidar deles de forma mais efetiva. E depois que perceberam o potencial turístico, têm feito um enorme esforço para protegê-los e, através do turismo, incentivar a conscientização e levantar recursos para continuar o trabalho de proteção. Os gorilas da montanha só existem em Uganda, Ruanda e RD do Congo (embora existam outras espécies de gorila na parte ocidental da África). Eles vivem livres nas florestas, demarcadas em parques nacionais. Hoje a população de gorilas da montanha começou a crescer, já tem uns mil. Eu fui ver os gorilas no Parque Nacional Mgahinga, que é uma pequena continuação do Parque Nacional Virunga, cruzando a fronteira do lado de Uganda. A continuação do Virunga no lado da Ruanda chama-se Parque Nacional dos Vulcões. Em Uganda, ainda existem gorilas da montanha em outro parque nacional, o Bwindi, que é maior e abriga mais gorilas que o Parque Nacional Mgahinga. No geral, achei os parques nacionais relativamente bem cuidados. O sistema de visitas de gorilas é limitado em número de pessoas e duração (uma hora por dia), com proteção dos rangers (guardas florestais). O trabalha dos governos pareceu bem planejado e sustentável, embora o custo dos passeios seja bem alto. Os gorilas da montanha são imensos, estilo King Kong. O macho silverback mais alto já registrado pesava 219 kg e media 1,95 metros de altura (na média, são um pouco menores). Eles têm hábitos familiares e diurnos. Eles são 95% vegetarianos, se alimentando principalmente de um tipo de bambu. Os outros 5% são de formigas, que complementam a proteína na alimentação deles. Ao contrário dos chimpanzés, por exemplo, que vivem mais nas copas das árvores, eles vivem majoritariamente no chão. É possível chegar muito perto deles, uns 5 metros. Devido ao turismo recente, desde a década de 90, muitos já estão habituados à presença humana. Somente as famílias habituadas podem ser visitadas. Eu decidi ir no Mgahinga National Park em vez do Bwindi National Park (o mais famoso em Uganda), porque ficava mais perto da fronteira com Ruanda. O preço era o mesmo, mas, apesar de ambos ficarem próximos à cidade de Kisoro, a entrada do gorilla trekking, no Mgahinga, ficava a 30 minutos da fronteira, enquanto a entrada mais próxima para gorilla trekking do Bwindi ficava a 1h30 da fronteira. Achei que Mgahinga foi uma boa escolha pela distância e também porque a mata no Bwindi é bem mais densa, tornando o trekking lá teoricamente mais desafiador. Além disso, achei bacana que o gorilla trekking no Mgahinga é feito aos pés do belo vulcão inativo Muhabura (4127 m), na divisa de Uganda com Ruanda. A região é bem bonita, de um lado, tem o Parque Nacional dos Vulcões, em Ruanda e, do lado de Uganda, o Mgahinga. O gorilla trekking era um passeio que eu queria muito fazer, as minhas expectativas eram bem altas. Mas era bem caro, só a entrada no parque (licença para turista) custava 600 $USD e ainda tinha o translado, o visto do país e a gorjeta. Eu tinha lido muitos relatos de viajantes impressionados com a experiência de visitar os gorilas da montanha em seu habitat natural, no meio da floresta, sem cercas e sem a proteção de um carro, como nos safaris. Muito legal ficar a poucos metros desses bichos gigantes, mas inofensivos, com hábitos parecidos com os nossos e, dependendo do ponto de vista, até fofinhos 🤣 . E, como os rangers monitoram as famílias de gorilas todos os dias, a chance de vê-los é praticamente 100 %. A atração principal do passeio era, sem dúvida, a ver os gorilas, mas também fazia parte da aventura fazer um trekking na segunda maior floresta tropical do mundo, depois da Amazônia! Vi programas de tv, viajantes e operadores de tours falando bastante sobre a desafiadora caminhada na mata até encontrar os gorilas. Não dava para saber de antemão o tempo da caminhada, poderia chegar a 3h no meio da mata virgem, com mosquitada e, eventualmente, chuvas e outros perrengues. Inclusive, o passeio só era permitido para turistas a partir de 15 anos. Nos vídeos que assisti, achava muito legal o momento que os rangers/nativos encontravam a família de gorilas: sempre tinha a cena de um dos rangers com seu enorme facão cortando o mato e logo apareciam os gorilas! Me lembro que, quando eu cheguei na guarita do parque com minha mochila apenas com câmeras, água e um biscoitinho (devia estar com menos de 4 kg), o ranger perguntou se eu não ia querer pagar 25 $USD para um porter levar minha mochilinha. Quando eu disse que não, ele ficou me assustando, dizendo que eu não ia conseguir fazer a trilha com a mochilinha nas costas, que eu não sabia o que me esperava, que era muito puxado o trekking etc. A minha logística desse dia ficou meio corrida. Contratei uma agência que ia me levar de Kigali (Ruanda) até o gorilla trekking em Uganda. Marquei minha saída 3h da manhã (horário de Ruanda, Uganda fica uma hora na frente). Foram quase 4h de viagem de Kigali até a fronteira em Cyanika, com vários checkpoints militares. A fronteira só abria 8h horário de Ruanda, 7h horário Uganda. Mas foi um belo trampinho para cruzar fronteira, especialmente os trâmites burocráticos do carro no lado de Ruanda, que, inclusive, demorou mais do que o previsto. Eu estava bastante preocupado porque sempre falavam que a saída dos gorilla trekkings era pontualmente às 8h, e só saímos da fronteira nesse horário! Chegamos no Mgahinga com uns 30 minutos de atraso, mas, felizmente, o cara da minha agência de turismo, “véio de guerra”, já tinha ligado para o ranger, avisando do nosso problema para cruzar a fronteira, e eles nos esperaram sem problemas. Na verdade, ainda tive que esperar outro grupo com três senhoras que tinha ido para uma guarita diferente do Mgahinga e também estavam chegando um pouco mais tarde. Eles dividiram o grupo, os primeiros cinco que chegaram às 8h saíram com um ranger, e eu e as três senhoras saímos depois. Começamos em uma guarita, onde paramos o carro, e após uma curta caminhada de uns 15 minutos em um descampado aos pés do Vulcão Muhavura, chegamos ao campo base de Muhavura, local de início do gorilla trekking. A trilha até lá era aberta, cheia de pedras e bem tranquila. Lá, o ranger faz algumas explicações básicas sobre o que podia e o que não podia ser feito, e nos falou sobre a família de gorilas que iríamos visitar: Família Nyakazegi, que tinha 8 integrantes. O destaque era 3 silverbacks na mesma família! Acabou que, na visita, não encontramos um deles, que estava em algum outro lugar da floresta, dando um “rolêzinho”... E seguimos para a nossa caminhada. Quando começamos a caminhar na floresta, primeira surpresa, o caminho estava cheio de trilhas muito bem demarcadas. A vegetação não era tão densa assim, também não era a mata virgem e inexplorada que eu estava esperando.... Era mais fácil caminhar lá do que caminhar no mato do sitiozinho da família em Cunha 🤣🤣🤣 . Parecia mais um parque nacional europeu, do que uma floresta tropical impenetrável... Logo encontramos a família Nyakazegi e, se tiver dado 30 minutos de caminhada, foi muito. Os rangers explicam que os turistas devem manter uma distância de 7 metros (às vezes ficávamos um pouco menos, uns 5 metros), mas é importante não ir na direção deles além disso, porque eles podem interpretar como uma ameaça e achar que você quer atacá-los. Porém, se eles vierem na sua direção quando você estiver parado, observando, supostamente não tem problema... Os rangers garantiram que não “pega nada”! Figura IV‑21: Distância dos gorilas Nós ficamos bem perto deles, e, na maior parte do tempo, eles nos ignoraram. Os adultos praticamente descansaram ou dormiram o tempo todo, exceto no final, quando o dorminhoco silverback foi comer.... Já os filhotes nos divertiram, subiam árvores, brincavam com os outros e, depois iam ficar com a mãe, uma belezinha! A relação de carinho entre as mães e filhotes é muito bacana, fazendo cafuné, é muito parecido com o ser humano. Figura IV‑22: Gorilona sossegada... Figura IV‑23: Filhote brincando nas árvores Figura IV‑24: Mãozinha e pezinho fofo.... Compartilhei no canal três vídeos da Familia Nyakazegi, Cap IV‑5, Cap IV‑6 e Cap IV‑7. No final, quando Silverback levantou e foi comer, pudemos observá-lo um pouco mais de perto (vídeo Cap IV‑8). Figura IV‑25: Silverback Inclusive, tivemos a sorte de pegar a mamãe amamentando um filhote. Fiz um vídeo, o guia nos garantiu que era uma amamentação, mas, no vídeo (Cap IV‑9, salvo no canal), não dava para ver direito.... Às vezes, parecia que os bebês estavam brigando, mas era só brincadeira de irmãos: Figura IV‑26: Brincadeiras de irmãos.... Salvei mais dois vídeos dos irmãos brincado, Cap IV‑10 e Cap IV‑11. No final das contas, eu gostei do passeio, mas...., eu estava com uma expectativa maior. Minha sensação foi boa, mas eu confesso que esperava mais! Eu estava esperando uma superaventura no meio da floresta selvagem, tipo os relatos do Divanei das Travessias Expedicionárias na Serra do Mar paulista (Ref. 16).... Ok, nem tanto, exagerei um pouco, mas a expectativa era alta. E caminhamos o tempo todo por trilhas tranquilas até chegar nos gorilas, que, na verdade, os rangers já tinham localizado faz tempo. E, quando chegamos, o cara corta um ou outro matinho com o facão para fazer uma graça, bem fake, era só seguir a trilha ao lado para chegar nos gorilas... Já assisti a alguns vídeos no Virunga (RD do Congo) e Bwindi (Uganda), que parecem um pouco mais selvagem. Mesmo assim, eu não esperaria encontrar uma selva inexplorada em nenhum desses parques. Conheci australianos que fizeram três gorilla trekking: dois no Bwindi, e um no Virunga. Eles acharam o Virunga foi o melhor por causa da proximidade com os gorilas e da rapidez para encontra-los. Eles deram sorte: um gorila foi até eles, chegando a tocar nele, e outro passou bem perto. No Bwindi, encontraram os gorilas com facilidade na primeira visita (não houve muita iteração), mas na segunda, tiveram que caminhar 3h (e depois voltar todo o caminho). Falaram que foi tão cansativo que mal conseguiram aproveitar a experiência.... As outras senhoras que foram comigo já haviam feito dois gorilla trekkings em Ruanda, onde acharam mais estruturado, com mais trilhas demarcadas e menos cara de floresta. Também acharam os gorilas rápidos, a família de gorila era grande e a iteração foi parecida. Elas preferiram o Mgahinga, pois a natureza estava mais intocada. Pelo que eu vi e ouvi, cheguei à conclusão de que o melhor era ir no Mgahinga mesmo, mas com expectativa “correta” em relação à “aventura na floresta”. O trekking lá é quase como caminhar na roça... Detesto quando eu crio muita expectativa! Quanto aos gorilas, você vai ver uma família de gorilas, vai chegar bem perto, mas normalmente eles vão te ignorar. É torcer para eles estarem mais ativos. No final das contas, eu acho que o gorilla trekking #valeapena, não deixa de ser uma experiência única estar no meio da floresta parque nacional a 5 metros dos gorilas! Mas eu não classifiquei como #imperdível por causa do preço de 600 $USD, difícil um passeio com este custo ser #imperdível. Dica para quem for: não se esqueçam de comprar com uma boa antecedência, eu diria, pelo menos, 2 meses se for em baixa temporada. Outro lado bom do passeio ser menos “desafiador” é que terminou mais cedo. Foram 3h desde a saída do estacionamento até voltarmos, e às 12h estava voltando para Ruanda. Infelizmente Uganda foi minha visita relâmpago, só fiz o gorila trekking e de lá segui no translado até Gisenyi, mais uma bela pernada de 3h. Em Gisenyi, escolhi um hotel bem próximo da fronteira, pois atravessaria para a RD do Congo na manhã seguinte e só voltaria no outro dia. Após um merecidíssimo almoço, fui dar uma volta na cidade e na beira do Lago Kivu. A cidade parece bem agradável, dizem que é onde os ricos de Ruanda têm casa de “praia”, já que o país não tem saída para o mar. O Lago Kivu e os hotéis à “beira mar” pareceram bem bacanas, uma boa parada para quem estiver de passagem pela região. Figura IV‑27: Pôr do sol no Lago Kivu Gorilla trekking: #valeapena Gisenyi e Lake Kivu: #legalzinho Saga do Drone Por fim, a saga do drone! Depois do imbróglio do primeiro dia, conversei bastante com o cara da agência que organizou o meu gorilla trekking. Perguntei sobre os controles da fronteira que eu iria atravessar. Apesar dessa fronteira específica de Cyanika-Kisoro ser bem pouco movimentada, ele me alertou que, do lado de Ruanda, eles revistam todas as bagagens que entram no país. Ele me disse que, em Uganda, o uso de drones também é proibido, mas o controle policial na fronteira era mais tranquilo. Essa conversa tinha ocorrido no dia anterior à minha ida ao aeroporto para pegar o drone. Naquele momento, fiquei na dúvida se era melhor deixar o drone lá no aeroporto mesmo e desistir de usá-lo no Nyiragongo, ou tentar atravessar (ida e volta) nas fronteiras terrestres Ruanda-Uganda e Ruanda-RD do Congo. Fiquei pensando no que aconteceria se alguém pegasse o meu drone nessa fronteira terrestre. Tinha grande chance de perder o meu drone, ou, na melhor das hipóteses, ele ficaria retido lá e, com sorte, me devolveriam algumas horas antes da minha ida ao aeroporto... Mesmo assim, resolvi arriscar e fui buscar o drone no aeroporto de Kigali no horário combinado com aquele chefe de polícia. O jeito era esconder bem escondido o drone na minha mala de mão (o mais fundo que dava em uma mala de mão de sete quilos!) e tentar atravessar as fronteiras terrestres com ele. Eu também tirei uma foto do formulário do meu drone retido no aeroporto com o telefone do chefe da polícia que me atendeu para tentar alguma coisa caso eu fosse pego. Como esperado, chegando na fronteira na ida para Uganda, foi tranquilo, nenhuma revista para sair de Ruanda, nem para entrar em Uganda. Mas vi que, na entrada de Ruanda, tinha um micro-ônibus e TODOS os passageiros tiveram que abrir TODAS as malas, seja de mão ou não, para o soldado revistar! Na hora eu pensei: “pqp”, Fu☠️☠️☠️!!! Quando estávamos voltando para Ruanda, depois do gorilla trekking, o soldado de Ruanda me pediu para eu abrir minhas malas (conforme o esperado). Ele examinou com carinho minha mochila de ataque e viu tudo lá, câmeras, carregadores e lentes. Detalhe: o controle remoto do drone estava lá no meio... Não sei se o soldado reconheceu que era um controle remoto de drone, mas ele olhou com bastante cuidado todos os compartimentos da mochila de ataque e perguntou com essas palavras: “do you have a drone?” Nessa hora, eu gelei, “tremi na base”! Se eu minto e depois o cara acha o drone na minha mala de mão, como vou tentar contar com alguma boa vontade dele?... Por outro lado, se eu falo que sim, só Deus sabe se um dia eu vou ver de novo meu drone novinho em folha. Eu fingi que não entendi a pergunta e continuei abrindo as malas. Mas ele não se deu por satisfeito e perguntou de novo: “do you have a drone?”! Não dava mais para fingir que não tinha ouvido, tive que responder..., e..., decidi dizer que não tinha drone! Aí chegou a hora de abrir minha mala de mão, minhas pernas tremiam mais que vara verde, tipo no bungee jumping! Minha mala de mão tinha dois compartimentos, o drone estava no maior. Fiquei um tempão mostrando todos os detalhes da outra metade, a menor... Abri o zíper, tirei uma meia daqui, mostrava o fundo da mala, tirava uma camiseta de outra parte, mostrava o fundo da mala, e assim por diante. E, quando fui para o lado que estava o drone, mostrei só a metade de cima e perguntei se já estava suficiente e.... (mistério...............): Ele fez um joinha!!! Ufa, fechei a mala e consegui respirar de novo 🤣🤣🤣 ! Que “cagaço”, ia perder meu drone novinho em folha na minha primeira viagem. Depois dessa, atravessando essa “mini-fronteira” com Uganda, achei que teria grande chance de dar problema na próxima fronteira terrestre, entre Gisenyi - Goma, uma fronteira muito movimentada. Como eu já ia deixar uma mala de mão no hotel em Gisenyi para pegar depois do trekking do Nyiragongo, resolvi esconder o drone lá. Acabou sendo a melhor coisa que eu fiz, quando fui atravessar a fronteira para a RD do Congo no dia seguinte, vi que, naquela fronteira, a revista de todas as malas era com raio-x! Ou seja, meu drone seria pego com certeza. Um detalhe: desde o aeroporto, quando avisei ao guarda que tinha drone, eu estava com uma dúvida: será que, se eu não falasse que estava com o drone na mala, os soldados conseguiriam detectá-lo com os raios-x? Esclareci essa dúvida no último dia, voltando para o aeroporto de Kigali. Na entrada de pedestre do aeroporto, havia um raio-x, tive que passar com as malas e eles detectaram o drone, sim! E, mesmo com a minha passagem para sair do país em 4h, o guarda encheu o meu saco para caramba! Minha sorte foi que eu tinha tirado uma foto daquele formulário do chefe de polícia que havia retido o drone na minha entrada do país. Expliquei que saí do país por terra, por isso peguei o drone e tive autorização do chefe da polícia, mas agora estava indo embora. O cara ainda ligou para o chefe da polícia, e só me liberou quando confirmou que minha história era verdadeira. Por um lado, foi até bom ter passado por aquela confusão logo no primeiro dia. Consegui entender direito como funcionava o sistema no aeroporto, que era um lugar com mais estrutura, imagina se eu tivesse o drone retido nas fronteiras terrestres no meio do nada... Dia 4 -> Nyiragongo (RD do Congo) Vou começar falando um pouco da República Democrática (RD) do Congo, ex-Zaire e ex-colônia da Bélgica. Alguns, inclusive, chamam o país de “Congo Belga”, já que a República do Congo (sem o “democrática”) foi colonizada pelos franceses. É considerado um dos mais pobres países do mundo e está entre os 10 menores PIB per capita do mundo. Seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) está entre os mais baixos do mundo, 0.459, em 2018, posição 179 entre 189 países avaliados. A RD do Congo é um país muito grande, o 11° maior país do mundo e é palco de conflitos por conta de rivalidades étnicas e, também, por recursos naturais. Considerado um dos países mais ricos do mundo nesse aspecto, seus recursos financiam milícias e são contrabandeados para países vizinhos, como Ruanda, Uganda e Burundi. São quase 30 anos de guerra civil, com a participação de milícias e exércitos de países vizinhos. É a maior e mais sangrenta guerra desde a Segunda Guerra Mundial. Na República Democrática do Congo, também está a maior e mais cara missão de paz (i.e. militar) da ONU, chamada Monusco, que já teve mais de 22 mil pessoas de vários países. Dois generais brasileiros, inclusive, já lideraram essa missão. Grande parte da missão está em Goma, pois a instabilidade na RD do Congo está bastante concentrada naquela região, próxima ao Nyiragongo e às fronteiras com Uganda, Ruanda e Burundi. O país está em guerra civil praticamente desde a sua independência da Bélgica, em 1960. Houve muita confusão, instabilidade, tentativas de eleição, assassinato do primeiro presidente e vários golpes. Na década de 60, inclusive o Che Guevara esteve nas lutas na RD do Congo! Até que, em 1965, um ditador anticomunista, Mobutu Sese Seko (apoiado pelos EUA na época da Guerra Fria), tomou o poder e lá ficou por 32 anos. Foi Mobutu que mudou o nome do país para Zaire. Mas a pior parte da guerra civil da RD do Congo tem raízes no genocídio de Ruanda, em 1994, e já matou cerca de 6 milhões de pessoas (7% da população de um país tem 86 milhões de habitantes). Em 1994, depois que os tutsis da Frente Patriótica Ruandesa (FPR) tomaram o poder, rebeldes hutus, inclusive aquelas milícias mais radicais Interahamwe, se refugiaram nas florestas do leste da RD do Congo. A chegada dos refugiados desestabilizou a região, habitada há mais de 200 anos pelos tutsis baniamulenges, inimigos históricos dos hutus. Sentindo-se negligenciados por Mobutu, que tolerou a presença dos hutus na região, os tutsis baniamulenges iniciaram uma rebelião em outubro de 1996, liderados por Laurent-Désiré Kabila, apoiados por Uganda e Ruanda. Em 1997, Laurent-Désiré Kabila assumiu o poder e retomou o antigo nome do país — República Democrática do Congo. Mobutu Sese Seko foi forçado a se exilar. Esta foi a primeira guerra civil da RD do Congo, de 1996 até 1997. Mas logo os problemas econômicos e a visão de que Kabila era um peão de potências estrangeiras puxaram muito a popularidade do presidente para baixo, gerando muita instabilidade. Tentando demonstrar força, Kabila começou a tomar medidas nacionalistas, em detrimento de Ruanda, Uganda e dos outros aliados, que romperam com ele. Em 1998, ele exigiu que as tropas de Ruanda e Uganda se retirassem e, em 1998, começou a segunda guerra civil da RD do Congo, seguindo a mesma linha da primeira: iniciados no leste, por militares tutsis baniamulenges, com apoio de Ruanda e Uganda, agora contra o Kabila. Enfraquecido, Laurent-Désiré Kabila pediu socorro militar à Angola, Zimbábue e Namíbia para frear o avanço dos tutsis baniamulenges, que já ocupavam grandes áreas do território congolês. Em resposta, Uganda e Ruanda começaram a intervir diretamente. A região inteira entrou em conflito, que ficou conhecido como a Grande Guerra da África. Em 1998, até o Nelson Mandela se envolveu nas negociações de paz! Assim, foi assinado um cessar-fogo (acordo de Lusaka), obrigando Laurent-Désiré Kabila a prometer eleições gerais para 1999. Contudo, ele não foi cumprido. Em 2001, Laurent-Désiré Kabila foi morto por seu guarda-costas. Joseph Kabila, seu filho, assumiu o governo, iniciou o processo de paz e prometeu eleições. Os acordos para a democratização avançaram. A retirada das tropas estrangeiras teve início em 2002. Em 6 de dezembro de 2006, Joseph Kabila seria eleito presidente na primeira eleição geral em 40 anos na história do país. A segunda guerra civil da RD do Congo terminou oficialmente em 2003, quando o governo de transição da República Democrática do Congo tomou o poder, mas a “treta” continuou.... Após ser eleito presidente em 2006, Joseph Kabila atuou para desmobilizar vários grupos rebeldes e reuni-los ao exército congolês. No entanto, com o país destruído, com a absoluta ausência do Estado e com uma diversidade de riquezas em uma vasta área sem controle e lei, dezenas de grupos armados passaram a dominar regiões inteiras do país, cujo exército e missões da ONU “penam” para controlar. Desde então, o leste da RD do Congo vive uma guerra sem-fim com milícias lutando entre si, contra o próprio exército congolês e contra exércitos estrangeiros, como as Forças Armadas de Ruanda, que ainda caçam os hutus responsáveis pelo genocídio de 30 anos atrás. Recursos minerais têm sido há muito tempo um fator na crise prolongada, com vários grupos armados lutando pelo controle de minas lucrativas de diamantes e ouro e usando os lucros para financiar guerras. Um dos casos mais famosos ocorreu em novembro de 2012. Uma milícia chamada M23, supostamente financiada por Uganda e/ou Ruanda, derrotou o exército congolês, invadiu Goma e forçou os capacetes azuis da ONU abandonarem a cidade. O filme Virunga, documentário disponível na Netflix, fala sobre esse período, vale a pena assistir. Por causa disso, a Monusco, missão de paz da ONU na RD do Congo, é a primeira missão em que o conceito de “manutenção da paz” foi alterado para “imposição da paz”. Não se trata apenas de semântica. Os capacetes azuis, pela primeira vez desde 1948, têm autorização para caçar, prender e matar aqueles que o Conselho de Segurança considerar inimigos. O M23 foi derrotado, mas dezenas de milícias rebeldes continuam atuando no leste da RD do Congo, explorando as riquezas e dominando territórios. Provavelmente sobrevivem extraindo riquezas e contrabandeando com apoio de países vizinhos. Estima-se que, em seu subsolo, esteja guardado algo como US$ 24 trilhões em ouro, cobalto, cobre, diamante etc. Nesses links (Ref. 24 e Ref. 25) e na Wikipedia tem mais informações sobre os conflitos. Os civis são as maiores vítimas de tanta guerra e confusão. Estima-se que até hoje entre 5,5 milhões e seis milhões de pessoas tenham morrido. Outros três milhões vivem em campos de refugiados. Dezenas de milhares de mulheres foram vítimas de estupros coletivos, que se tornaram uma arma de guerra. A RD do Congo é conhecida como a capital mundial da violência sexual. Todos os anos, milhares de mulheres (95%), homens e crianças são alvos de estupros coletivos praticados por dezenas de grupos armados que atuam no país, mas também por soldados do próprio exército congolês. Denis Mukwege, ginecologista congolês, especializado no tratamento de mulheres violentadas na guerra civil do Congo, foi um dos ganhadores do Nobel da paz em 2018! Ele tratou mais de 21.000 mulheres durante os 12 anos de guerra, algumas mais de uma vez, chegando a fazer mais de dez cirurgias por dia em turnos de trabalho de mais de 18h. E como se não bastasse toda essa “treta”, ainda tinha o ebola! Como eu expliquei, por questões logísticas e “epidêmicas”, resolvi passar o menor tempo possível na RD do Congo, só para fazer o trekking de dois dias do Monte Nyiragongo. A subida até o topo do Monte Nyiragongo percorre uma distância de 7 km, com uma elevação de ~1600m, partindo de 1870m até 3470m. A jornada vai de uma floresta tropical, em latitude próxima ao Equador, com temperaturas em torno de 30oC, até o cume de um vulcão, onde aa temperaturas podem cair para perto de 0oC à noite. É uma trilha bem pesada, cansativa e desafiadora. O ponto de encontro é o escritório do Virunga National Park no posto da fronteira Goma – Gisenyi. Quando cheguei no escritório, fiquei sabendo quais seriam meus companheiros de tour: um casal de 65 anos da Austrália! Eles não tinham a menor pinta de aventureiros, nem pelo físico, nem pela roupa, tênis etc. Segue a foto dos australianos comigo na base do vulcão (além dos guias, portes, e escolta armada). Figura IV‑28: Eu, o casal australiano e toda a equipe do tour Até o funcionário do escritório do Virunga ficou preocupado na hora que viu eles, é ruim fazer um trekking longo com pessoas com ritmos muito diferentes. No entanto, assim que começamos o primeiro trecho, a senhora logo percebeu que a subida era muito pesada e decidiu desistir. Eu ainda estava na dúvida como ia ser com o senhor de 65 anos.... No final, descobri que ele tinha um preparo melhor que o meu! Foi uma excelente companhia, se chamava Brian, apesar de bem magrelo, era meio atleta e me contou que já jogou tênis profissionalmente. Aposentados, eles me disseram que estavam caminhando 8 km por dia para se preparar para a subida do vulcão. De Goma até a base do Nyiragongo, são só 20 km. Mas ainda passamos por alguns trâmites de fronteira, pegamos as mochilas/comidas e a escolta armada na sede operacional, e ainda paramos em vários checkpoints de ebola, o que acaba atrasando o início do trekking. Logo no centro de Goma, já dava para ver o Monte Nyiragongo, imponente. Durante todo o caminho até a base do trekking, lá estava ele monumental, soltando muita fumaça a 3480m, mostrando que naquela região do Rift Valley, quem manda é ele! Figura IV‑29: Monte Nyiragongo Nosso trekking começou por volta das 10h. A subida é bem difícil, a trilha não tem zigue-zague, cansa bastante. O último trecho é especialmente íngreme. Foram cerca de 5h30 só de caminhada, com pelo menos cinco paradas de uns 15 minutos para lanche (o almoço que é mais longo), e uma sexta parada intermediária. Finalmente, por volta das 17h, chegamos no topo! Assim como no gorilla trekking, achei o trecho inicial da floresta bem “menos” selvagem que eu estava esperando, trilha larga, como na foto de toda a equipe do tour. Logo depois da primeira parada, a vegetação fica mais aberta, ainda bastante verde, mas a maior dificuldade logo a partir da segunda parada era o solo vulcânico, cheio de rochas escorregadias, redondinhas, pareciam esferas de rolamentos e, na descida, era tombo na certa. Só no último trecho da subida que a vegetação fica bem menor, com mais arbustos e, também, já dava para ver mais de perto as cabanas que iríamos pernoitar no topo do vulcão. Figura IV‑30: Vegetação no último trecho da subida Com relação ao clima, pelas minhas pesquisas, de outubro ao início de dezembro, era a época de chuva, e setembro seria mais seco. Mas lá o pessoal falou que setembro era época de chuva também, que estava chovendo quase todo dia. No dia que eu fui, o tempo estava muito louco, de repente abria, do nada fechava, às vezes chovia bem pouco. Na maioria do tempo, a chuva até refrescava, achei excelente não pegar aquele sol escaldante nas partes mais abertas. Só teve uns 10 minutos que choveu forte, a ponto de colocarmos a capa de chuva, mas depois abriu o tempo de novo, felizmente. Quando estávamos subindo, às vezes o topo do vulcão estava 100% aberto, outras vezes estava encoberto por nuvens. Às vezes dava para ver muita fumaça saindo do vulcão, outras vezes não... Tinha hora que a gente olhava o topo do vulcão coberto e não sabia se aquilo era nuvem ou fumaça, o tempo mudava muito! Eu e o Brian estávamos com bastante medo de, após 7h e 1500 m de elevação camelando, chegarmos no topo e não conseguir enxergar o lago de lava. Quando chegamos lá no alto... e... (suspense...) estava tudo aberto, ufa!!!! Todo o esforço valeu a pena! Que espetáculo avassalador assistir aquele lago de lava borbulhando, magnífico. Foi uma experiência única, de contemplação, satisfação, agradecimento... Vou parar de falar, melhor mostrar as fotos! Figura IV‑31: Lago de lava do Monte Nyiragongo Os 3 próximos vídeos do canal mostram uma visão panorâmica do topo do vulcão (Cap IV‑12 e Cap IV‑13), e um momento com muitas nuvens entrando na cratera (Cap IV‑14). O Vulcão Nyiragongo tem algumas características únicas. É um estratovulcão clássico, daqueles com formato cônicos e íngreme, mas com um topo bem largo. Seu topo tem uma borda imensa de 1.2 km de diâmetro! Dessa borda no alto vulcão, temos uma visão espetacular da parede (muito íngreme) e das crateras internas do vulcão. A cratera principal, onde está o lago de lava, está a 250 m de profundidade e a 2 km da borda do vulcão. Figura IV‑32: Vista grande angular do interior do vulcão Além do lago de lava, em toda a área interna do vulcão, eu conseguia ver alguma atividade vulcânica, principalmente algumas fumarolas e vapor saindo do solo. Os guias me disseram que, às vezes, surgem novas aberturas (vents) expelindo lava, especialmente um pequeno vulcãozinho ao lado da cratera principal (marquei com seta vermelha na próxima foto). Outro dia eu estava vendo fotos na Instagram do Drew Binsky (Ref. 18), que foi no Nyiragongo uns três meses depois que eu fui, e ele teve a sorte de pegar esse pequeno vulcãozinho expelindo muita lava também. Se formaram vários rios de lava ao redor do lago principal, muito show. Figura IV‑33: Vulcãozinho ao lado da cratera principal Lá de cima, ficamos admirando o lago de lava. Só cientistas podem descer até a beira do lago. Às vezes, eu me pergunto: se fosse possível, será que eu iria perder o pouco de noção de perigo que ainda me resta e desceria até lá? Ainda bem que não oferecem para turistas, mais seguro ficar observando de longe mesmo. Aliás, um dos documentários do casal Krafft relata que, em 1973, eles passaram 2 semanas acampados lá embaixo, contemplando de perto toda aquela atividade, instável e imprevisível que, a qualquer momento, poderia vitimá-los. Maurice disse que eles eram loucos de permanecer lá, mas, mesmo assim, eles continuaram, pois, nas suas palavras, “a curiosidade é maior do que o medo”... Apesar da distância, é incrível observar as lavas borbulhando, fervendo, espalhando uma fumaça branca densa que logo se misturariam com as nuvens no céu, impressionante! Alguns trechos do lago de lava, onde não tinha lava borbulhando, tinha lava líquida vermelha incandescente fluindo como se fossem rios atravessando uns trechos de lavas líquidas escuros... Tudo isso em constante movimento, incrível! E, quando anoiteceu, o lago de lava ficou ainda mais impressionante! Toda a fumaça que saía daquele caldeirão ganhava uma cor alaranjada, brilhante e deslumbrante. À noite, é espetacular ver a lava vermelha brilhando entre as fraturas da crosta resfriada, borbulhando, fervendo incandescente, em inabalável movimento. Curti cada segundo aquela sensação fantástica, que espetáculo! A fumaça alaranjada, no meio da escuridão, tornava ainda mais impressionante o lago de lava vermelha efervescente!! Figura IV‑34: Lago de Lava do Monte Nyiragongo Lembrando que não ficamos tão perto do lago de lava, estamos a uns 2 quilômetros de distância. A seguir, coloquei algumas fotos da minha câmera (sensor cropado) sem nenhum zoom, até o zoom máximo da minha lente (7,5x). Figura IV‑35: Vista sem zoom Figura IV‑36: Vista com zoom Às vezes o lago de lava ficava encoberto; ora pela fumaça densa e espessa que saía dele, ora pelas nuvens invadiam a cratera e, de repente, sumiam... Surreal! Mas, na maior parte do tempo, a vista ficou muito show. Várias e várias vezes pegamos excelentes visibilidade, e o lago de lava parecia muito ativo! Na manhã seguinte, por exemplo, não estava tão brilhante. Salvei no canal 2 vídeos do final da tarde, e mais quatro vídeos do vulcão à noite (Cap IV‑15, Cap IV‑16, Cap IV‑17, Cap IV‑18, Cap IV‑19 e Cap IV‑20), espetacular! Pena que não estava com o meu drone... Também pesquisei na Wikipedia mais informações daquele lago de lava. A lava do Nyiragongo é feita de melilita nefelinita, um alcalino cuja composição química pode ser um fator para a fluidez incomum das lavas lá. Enquanto a maioria dos fluxos de lava se movem muito devagar e raramente apresentam risco para os humanos, os fluxos de lava do Nyiragongo podem chegar a correr a mais de 100Km/h. Em 1977, a ruptura da parede da cratera e a lava fluíram a velocidades de mais de 100 km/h, matando 70 pessoas. Em 2002, a última grande erupção atingiu rapidamente a periferia de Goma e chegou até o Lago Kivu, com 400 mil pessoas evacuadas, mais de 45 mortos, 4500 edifícios de goma destruídos e 120 mil desabrigados. Foi a erupção mais destrutiva da história moderna. É o vulcão com maior lago de lava do mundo, é também o mais ativo e provavelmente mais perigoso da África. Como se não bastasse o Nyiragongo, o Lago Kivu tem muita atividade vulcânica subaquática. Parece que é um dos raros lugares do mundo com risco alto de erupção límnica. A Wikipedia explica: é quando gases como monóxido e dióxido de carbono contidos em interior de lagos de origem vulcânica subitamente irrompem de suas águas profundas, formando nuvens de gases capazes de matar seres humanos e animais. O caso mais famoso foi no Lago Nyos, no Camarões, em 1986, matando 200 pessoas e 3000 cabeças de gado. Parece que tem alta concentração de dióxido de carbono e metano no Lago Kivu. Em outras palavras, o Lago Kivu pode explodir!! EM TEMPO, atualização de 2022: em maio de 2021, houve uma nova erupção, mas, felizmente, a lava não foi em direção a Goma. Causou destruição na estrada e em algumas vilas, mas, aparentemente, as cerca de 30 mortes foram em decorrência indireta da erupção, como acidentes de trânsito etc. Apareceram fissuras na região, e o maior risco era uma erupção límnica do Lago Kivu, por isso evacuaram bastantes pessoas em Goma. No entanto, felizmente nada mais ocorreu! E, em 2022, ocorreu outra erupção que causou menos transtornos, mas que talvez tenha afetado o lago de lava. Recomendo verificar a condição atual do lago de lava antes de planejar uma viagem até lá. Eu estava com uma expectativa muito alta com relação ao Nyiragongo. Era o objetivo principal da minha viagem e tinha que valer muito a pena para compensar toda a confusão (ebola, milícias etc) e esforço físico e financeiro para ir até lá. E, mesmo assim, Nyiragongo superou minhas expectativas: #imperdível. Quando planejei essa viagem, ainda nem passava pela minha cabeça escrever um livro ou programar férias para conhecer os vulcões ativos mais incríveis do mundo, bem ou mal, eu tinha curtido muito Monte Yasur, mas não sabia se os outros seriam tão legais. E eu gostei demais... Não queria criar expectativas muito altas em ninguém, mas eu acho que fiquei enfeitiçado pelos deuses dos vulcões, culpa da deusa Pele 🤣 . Se estiverem pensando em ir, saibam que é uma subida bem puxada, exposição ao sol, chuva, vento, calor, frio, mil viradas de tempo em um dia, bastante cansativo mesmo. E sua visão vai ser meio de longe, o lago de lava fica longe do topo. O tour custava 356 $USD, mais 100 $USD por uma mochila com comida, água e equipamentos de qualidade (cobertor, saco de dormir, capa de chuva e jaqueta). Não recomendo economizar e não pagar essa mochila, porque senão, além dos equipamentos, você terá que se virar com comida e água! A comida é simples, mas achei excelente. Ainda teve mais 25 $USD para o porter, o visto para RD Congo (na época 105 $USD), mais as gorjetas, saiu uns 600 $USD, mas eu acho que valeu muito a pena. Não esqueçam lanterna, gorro, cachecol, luva, repelente e levar só uma troca de roupa guardada em sacos plásticos porque pode chover muito. A estrutura do passeio é simples, mas eu achei muito melhor que o Erta Ale na Etiópia, em termos de comida, barraca, banheiros, logística etc. As cabanas têm 2 colchões cada, e mais nada.... Banheiro não é fácil... O banheiro da base era ruim, mas, surpreendentemente, o banheiro lá em cima era melhorzinho, ao menos tinha tampa.... E tinha uma bela vista lá do alto! Figura IV‑37: Cabana do acampamento Figura IV‑38: Banheiro com vista.... Nyiragongo: #imperdível Dia 5 -> Nyiragongo -> Addis (Etiópia) Durante a noite no topo do Monte Nyiragongo, não consegui dormir direito. Até estava bem quentinho dentro da barraca, mas não gosto de dormir em saco de dormir, acho muito apertado, não dá para esticar as pernas, virar, me sinto como uma lagarta presa no casulo... Acordamos cedo, ainda de madrugada. Se no dia anterior não conseguimos ver o pôr do sol do topo do vulcão porque estava tudo nublado, nessa manhã, pegamos um belíssimo sol nascendo atrás de algum vulcão do Rift Valley. Figura IV‑39: Nascer do sol no Rift Valley A descida demorou três horas e meia. Apesar de mais rápida, para mim, a descida foi a pior parte, castiga os joelhos. E, naquelas rochas vulcânicas redondas que mais pareciam esferas de rolamentos, eram derrapagens para todos os lados! Levamos alguns tombos de leve, mas nenhum machucado sério. Para baixo, todo santo ajuda.... Saldo final do trekking: pernas doloridas por uns quatro dias, duas unhas roxas zoadas (que caíram uns 2 meses depois), uma de cada dedinho, mas um belíssimo vulcão visitado! Depois da descida, nos levaram direto do campo base do Nyiragongo para a fronteira com Ruanda. Infelizmente, meu contato com o “mundo real” da RD do Congo foi basicamente da janela do jipe. A primeira coisa que me chamou a atenção em Goma foi a quantidade de carros com placa da ONU na região da fronteira, que ia diminuindo quando íamos nos afastando do centro da cidade. Também vi diversos organismos internacionais, placas e/ou alojamentos da ONU, Cruz Vermelha, OMS, Médico sem fronteiras etc. Goma, na região central e bem próxima à fronteira, não me pareceu uma cidade tão zoada... Calçadas, iluminação, canteiro no meio da avenida, casas que pareciam ter saneamento, eletricidade, pintadas. No entanto, mesmo com essa estrutura mínima, Goma ainda transmitia uma sensação de caos. As ruas estavam cheias de gente, comércio agitado, não é de se surpreender, afinal, a cidade tem cerca de 2 milhões de habitantes. Salvei no canal um vídeo dessa parte da cidade, Cap IV‑21, reparem no imponente Nyiragongo ao fundo! Mas logo depois de uns cinco a dez minutos de carro, perto da sede operacional do Virunga (que não ficava tão afastado do centro), a estrutura já mudava completamente. Basicamente era só a avenida principal que tinha asfalto. Depois vem um pedacinho de calçada, e daí as casas bem simples erguidas sobre o terreno vulcânico. Na foto a seguir, dá para ver como é mais desestruturada essa parte da cidade. Pessoal vendendo tudo beira da avenida, nas cadeiras e guarda-sol.... Figura IV‑40: Nyiragongo, visto de Goma Mais para frente, já não tinha mais nem aquele pedacinho de calçada, só o asfalto da rua mesmo.... E olha essas motos, a quantidade de coisas que eles carregam... Caminhãozinho para quê? Figura IV‑41: Moto ou caminhoneta? O vídeo Cap IV‑22, salvo no canal, é da parte que ainda havia um pedacinho calçada. Pergunta: nesse vídeo (Cap IV-22), dá para ver que aquele caos cheio de gente nas ruas, motos, vanzinhas, alguns carros, bicicletas. Mas, além disso, vocês repararam em algum “veículo” diferente circulando pelas ruas? Reparem bem no vídeo. Também tirei umas fotos, olha isso: Figura IV‑42: Chukudu Achei bem curioso, parece um “patinetezão” feito artesanalmente de madeira, inclusive as rodas (só a parte mais externa te um pouco borracha, reaproveitada de pneus antigos)! Na época dessa viagem, várias cidades do Brasil estavam cheias de patinete elétrico, muito “nutella”.... Já o patinete em Goma não tem motor elétrico, nem a combustão, muito menos corrente/pedal ou rodinhas de borracha. É movido a sola de sapato, isso, sim, é patinete raiz 🤣 🤣 🤣 ! E sustentável.... Na volta, até perguntamos para o guia como ele se chamava, o cara falou um “tchutchutchu”, que não entendemos direito. Só pesquisando no Google “wood scooter congo” descobri o nome dessa “bagaça”: chukudu (em alguns sites, aparece escrito Tchukudu). Tenho muitos amigos mineiros, pessoal brinca que em BH bicicleta não precisa de corrente: só tem ladeira, ou vai empurrando na subida, ou a milhão na descida.... O chukudu ia fazer sucesso lá em BH 🤣 🤣 🤣 . Detalhe é que o chukudu não tem freio, se embalar muito, haja sola de sapato... O chukudu é feito principalmente para transporte de carga e, especialmente para os jovens, é uma oportunidade de ganhar dinheiro. Lá, ter um chukudu é como ter um emprego. Olha essas fotos de um chukudu carregado e, no segundo vídeo, tem uns cheios de madeira gigantes. Dizem que, se tiver um chukudu, ganha respeito da comunidade. Até vi uns caras pagando de gatão (tirar onda) dando “rolêzinho” com seu chukudu na rua, olha estilo desse aí 🤣 : Figura IV‑43: Tirando onda de chukudu Figura IV‑44: Chukudu carregado Parece que é o chukudu é típico em Goma, não sei se é típico no resto da RD do Congo. Em Goma, tinha até um monumento no meio de uma rotatória meio grande (Rond Point Chukudu) que passamos e tinha uma pracinha no meio. Figura IV‑45: Monumento Chukudu Fonte: De VALENTIN NVJ,via Wikimedia Commons, cortado Por outro lado, fica a reflexão: caramba, para chegar a ponto de inventar o chukudu, patinete que até a roda é de madeira, sem motor ou qualquer tipo de propulsão, é porque grande parte da população não tem condição sequer de comprar moto, bikes ou tuk-tuks.... O lado triste é esse. De uma certa forma, o chukudu representa a imagem que eu fiquei de Goma e dessa parte da RD do Congo, um lugar onde as pessoas têm muito pouco e precisam se virar com o que tem. Isso porque Goma é uma cidade grande, sob controle do governo, com alguma ajuda internacional. Imagina como deve ser a vida nas cidadezinhas controladas por milícias no meio dos conflitos armados.... O Virunga, e especificamente o Monte Nyiragongo, é um dos lugares mais fantásticos do mundo. Em condições normais, com certeza estaria lotado de turistas. Fico torcendo para esse belo e sofrido país conseguir paz e prosperidade. Foi o país mais sofrido que eu estive na vida, mas, também, um dos lugares mais incríveis que já visitei! Atravessei a fronteira para Ruanda lá pelas 12h e fui até o hotel em Gisenyi pegar minha mala, almoçar e tentar conseguir um banho depois de dois dias no Nyiragongo. E consegui o banho grátis, obrigado Hotel Dian Fossey! Com as pernas doloridas, peguei um mototáxi. Aliás, andar de mototáxi carregando mochila e mala de mão (aquela mesma que escondi o meu drone) foi divertido, pagar táxi para quê 🤣 🤣 🤣? Em Ruanda, usei e abusei do mototáxi, recomendo. Só cuidado para não fazer como eu e encostar a batata da perna no escapamento quente, que me rendeu uma bela queimadura... Peguei um busão de Gisenyi-Kigali que era bem pinga-pinga, demorou 4h30 num trecho que pelo Google Maps seria 2h30. Para variar, passamos por alguns checkpoints na estrada e teve um que demorou para caramba porque o soldado encrencou com algum ruandense muambeiro que estava levando um monte de antena parabólica no busão.... Depois que chegamos na cidade de Ruhengeri, o ônibus lotou e assim foi até a rodoviária de Kigali. De lá, segui para o aeroporto, rumo a Etiópia. Hora de ir embora de Ruanda e, também, de concluir as minhas impressões sobre viajar nesse país. Eu tinha lido relatos que falavam muito bem da estrutura do país, então, estava com uma expectativa mais alta. Eu sempre falo que a primeira impressão do turista a respeito de um país se forma do trajeto entre o aeroporto e o hotel/centro da cidade. Em Ruanda, se chega no centro por uma avenida de pista dupla, novinha, com comércio bem iluminado, e tem trânsito “de cidade desenvolvida”, passando por um bonito centro de convenções no caminho para o centro. O trajeto entre o aeroporto e o centro de Kigali é bem cuidado, parecia estar em um país mais estruturado. Mas logo na primeira caminhada do centro até o Memorial do Genocídio já deu para conhecer o “mundo real”, fora do centro de Kigali, não tão estruturado.... Eu adoro conhecer os lugares a pé. Mas tem duas coisas que me incomodam muito e que me impedem de “turistar” a pé: medo de assalto, ou muito assédio de vendedores insistentes. Infelizmente, nos países subdesenvolvidos, como o próprio Brasil, muitas vezes nos deparamos com esses dois problemas. Em relação a assaltos, quando me afastei um pouco do centro (região do memorial), não me senti tão seguro assim, mas, no centro de Kigali, é possível andar sem maiores preocupações. Comparando com o Brasil, fiquei com a impressão que andar no centro de Kigali era mais seguro que no centro de São Paulo, mas menos seguro que em bairros como Ibirapuera e Moema. De maneira geral, é preciso ter as mesmas precauções que se tem nas cidades grandes brasileiras: evite andar à noite de bobeira, não ficar andando com uma câmera pendurada no pescoço e estar sempre um pouco atento. Mesmo no centro de Kigali, que parecia mais seguro, não me sentia 100% à vontade para dar uma turistada a pé, pois sempre vinha alguém oferecer algo de forma uma pouco insistente. No interior de Ruanda, as coisas também não são tão desenvolvidas. As estradas não têm acostamento, nem pista duplicada, mas pelo menos as principais são asfaltadas e tem poucos buracos. Uma coisa que me chamou atenção quando passava pelas cidades menores: fora da estrada, quase não tinha asfalto. Passando por vilarejos, eu via todo mundo andando na estrada, alguns fazendo cooper de manhã, outros passeando com crianças, indo ou voltando da igreja. Tudo acontecia na estrada, porque devia ser o único asfalto da cidade. No próximo vídeo do canal, Cap IV‑23, dá para ter uma ideia da vida em Ruanda no interior. No entanto, o que eu achei mais chato em Ruanda era a paranoia do pessoal com segurança. Já no meu primeiro translado do aeroporto para o centro, fomos parados em um checkpoint por soldados (sempre portando metralhadoras brutas) só para checar documentos etc. Nas estradas, tinham checkpoints com soldados e suas metralhadoras a todo instante, bastante encheção de saco. Na entrada de pedestre para o estacionamento do aeroporto (não era nem na entrada do saguão do aeroporto!), além do detector de metal, passei por uma “inspeção detalhada de cachorro”, cheirando minhas malas. E só é permitido entrar na área de check-in (primeiro saguão do aeroporto) 3h antes do voo! Sem passagem, nem entra no aeroporto! Eu cheguei cedo, umas 20h e meu voo era às 1h15 da manhã, e tive que ficar até às 22h15 de castigo na única cafeteria do lado de fora, “muito legal” para o turista.... Sem contar a paranoia com drone, até saindo do país me encheram o saco. Nas ruas do centro, de positivo, era tudo muito limpo, bem mais que nos centros das cidades grandes do Brasil. Mas tinha soldado armado com metralhadoras a toda esquina.... Tinha seguranças (sempre armados) na frente dos principais prédios do centro, sejam hotéis de luxo, sejam centros comerciais, até no hotel sem-vergonha que eu fiquei tinha um segurança. Em todo lugar tinha detector de metal, sejam aqueles “de aeroporto”, sejam aqueles manuais que até meu hotel tosco tinha... Na Etiópia, fiquei com a mesma sensação de paranoia com segurança, inúmeros checkpoints. Sei lá, alguns podem achar isso positivo ou se sentir mais seguros, mas essa paranoia de segurança me incomodou um pouco. Por outro lado, no geral, achei a infraestrutura de Ruanda boa. Não ache que seja tão fácil pegar transporte público e mochilar de forma independente por Ruanda, mas dá para se virar bem, especialmente em comparação com os países vizinhos. O ônibus interurbano que eu peguei não era lá essas coisas, mas tinha ar-condicionado e USB. As vanzinhas/micro-ônibus que circulam para tudo que é canto também não eram lá essas coisas, mas eram muito melhores que na África em geral. E, por fim, não poderia deixar de ressaltar que o povo africano foi sempre muito simpático e amigável. Tive mais contato com ruandeses, mas também um pouco com ugandeses e congeles. Fui sempre muito bem tratado nos hotéis, restaurantes, pedindo informação na rua mesmo, e até mesmo pelos oficiais das paranoias de segurança.... E, com relação aos ruandeses, é impressionante como o país se reergueu rapidamente após o genocídio, e como o país aparentemente conseguiu apaziguar a situação racial. Considerando toda a segregação entre hutus e tutsis, a ponto de acontecer o que houve, é muito bacana ver que, não tanto tempo depois, aparentemente estão todos vivendo em harmonia! Dia 6 -> Lalibela Vou começar o relato pela saga do drone. Depois do fiasco em Ruanda, dessa vez eu fiz a lição de casa e pesquisei direito as regras para o uso de drones na Etiópia. Descobri que era complicadíssimo utilizá-lo por lá e resolvi deixa-lo “retido” voluntariamente no aeroporto de Addis Abeba para pegar só na volta para casa. Como eu faria vários voos regionais na Etiópia, com certeza passaria por muitos raios-x e a chance de confiscarem o drone era altíssima. Queria muito fazer imagens aéreas do Vulcão Erta Ale e do Dallol, mas vi que a “autorização” para usar drone era similar a Ruanda, complicada, cara e demorada, ou seja, feita para nenhum turista tentar... E foi a melhor coisa que eu fiz. Deixei o drone em um almoxarifado da Ethiopian Airlines, pagando uma pequena taxa por peso (menos de dois dólares), e só peguei ele na volta. Os policiais eram tão chatos que, no dia da volta, um deles ainda me escoltou desde almoxarifado até a fila da imigração! E assim terminou a minha saga do drone. Estava mega empolgado para a viagem de estreia dele, mas não consegui sequer ligá-lo nos quatro países que visitei, que fiasco! Uma pena, mas é vida que segue. Vamos falar de Etiópia agora. A Etiópia é um país muito interessante, com uma história riquíssima e surpreendente! A Etiópia e a Libéria são os únicos países africanos que nunca foram colonizados pelos europeus, e os etíopes têm muito orgulho disso. A Etiópia já foi invadida por outros povos, mas nunca foi uma colônia. Em 1895, quando nações europeias disputavam o continente africano entre si, a Itália tentou invadir a Etiópia, ou Abissínia, como era conhecida na época, mas sofreu uma derrota humilhante. Em 1896, as tropas italianas foram derrotadas por forças etíopes comandadas pelo imperador Menelik II e a Itália foi forçada a assinar um tratado reconhecendo a independência da Etiópia! Ainda assim, décadas depois, o líder fascista Benito Mussolini violou o acordo e ocupou o país por cinco anos. Um dos sucessores de Menelik, o imperador Haile Selassie, se aproveitou da vitória sobre a Itália na segunda guerra mundial e pressionou pela criação da Organização para a União Africana (OAU), agora chamada de União Africana, que tem sua sede na capital da Etiópia, Addis Abeba. "Nossa liberdade não tem sentido até que todos os africanos sejam livres", disse Selassie no lançamento da OAU em 1963, num momento em que boa parte do continente ainda permanecia sob domínio de potências europeias. Ele convidou para um treinamento na Etiópia aqueles que lideravam a luta contra o colonialismo, entre eles Nelson Mandela. O Movimento Rastafari, aquele mesmo da Jamaica e do Bob Marley, tem uma história muito interessante associada a Etiópia. “Ras” é príncipe em etíope e “Tafari” era o nome do último imperador da Etiópia, que em 1930, quando foi coroado, adotou o nome de.... Haile Selassie, o próprio! Para os rastafaris, ele era quase um deus (“Jah”) encarnado.... Ele foi um governante carismático, fazia discursos considerados memoráveis em defesa dos africanos e inspirou os jamaicanos. O filme Bob Marley One Love (2024), mostra um pouco dessa adoração. Um discurso de Selassie pela paz mundial, no equivalente à ONU em 1936, inspirou a música War do Bob Marley. A Etiópia era a terra prometida para os Rastafaris. Shashamane é a cidade da comunidade rastafari na Etiópia. Lá o imperador Selassie concedeu terras aos negros do Ocidente que o apoiaram contra Mussolini. Já a Libéria, o outro país africano que nunca foi colonizado por europeus, tem uma história muito particular. Fundada em 1822 para ser colônia de ex-escravos afro-americanos, sua criação foi liderada por uma empresa (Sociedade Americana de Colonização, ACS em inglês), com apoio do governo dos EUA. A ACS comprou terrenos e criou uma colônia para repatriar os afro-americanos recém libertos na África. Embora tenha sido criada para abrigar americanos negros, a colônia era, inicialmente, administrada por um representante branco da ACS. A ACS foi formada por homens brancos, vários deles proprietários de escravos. Seus integrantes tinham opiniões diversas e, muitas vezes, contraditórias em relação à escravidão. Alguns eram abolicionistas e tinham o desejo genuíno de ajudar a população negra a construir uma vida melhor na África. Outros, porém, rejeitavam a ideia de abolição e acreditavam que pessoas negras livres não deveriam continuar vivendo nos Estados Unidos. Os ex-escravos afro-americanos foram todos mandados para a Libéria, sem chance de retornar para seus países de origem. Parecia que só queriam se livrar deles... Mas, a região já era habitada por nativos de mais de vinte grupos étnicos, e, obviamente, a chegada da ACS e dos afro-americanos recém-libertos gerou diversos conflitos na região. Um contexto importante: anos antes, o Haiti tornou-se o segundo país das Américas a conquistar sua independência. E foi através de uma revolta dos escravos, em 1804, após 10 anos de batalhas contra os colonizadores franceses, tornando-se a primeira república negra do mudo. Foi uma das poucas revoluções de escravos bem-sucedidas na história, mas também desafiou diretamente a estrutura do sistema colonial e escravista, gerando reações de países poderosos que, na visão de muitos pesquisadores, não podem ser dissociadas das atuais condições sociais do Haiti. Apesar da Libéria nunca ter sido colonizada, sua história é marcada por uma forte influência dos EUA. Já os etíopes são muito orgulhosos por terem conseguido preservar grande parte de suas tradições milenares, mantendo-as relativamente livres de influências externas. Por exemplo, o fato de ser o único país africano a não adotar uma língua europeia como idioma principal é motivo de grande orgulho para os etíopes. A língua oficial na Etiópia é o amárico. Não façam como eu: não confundam “amárico” com “aramaico” 🤣 🤣 🤣. Aramaico era aquela língua que Jesus falava, e que ainda é falada por alguns povos árabes. Assim como o Aramaico, o Hebreu e o Árabe, o Amárico é língua semítica. O termo “semítico” se refere a um conjunto de línguas que derivam de uma mesma origem no Oriente Médio, assim como diversas línguas “latinas” que derivam do latim, por exemplo. Historicamente, esses povos semitas tiveram grande influência cultural, pois as três grandes religiões monoteístas do mundo, judaísmo, cristianismo e islamismo, possuem raízes semitas. O amárico tem um alfabeto meio doido, daqueles cheios de letrinhas/figurinhas que em nada tem a ver com nosso alfabeto romano.... Além do amárico, existem diversos outros dialetos na Etiópia. Outra curiosidade: a Etiópia usa um calendário e, também, um sistema de horas bem diferentes. As horas são contadas a partir do nascer do sol, às 6h da manhã. Ou seja, quando o nosso relógio marca 6h, no deles, é 0h. Nosso meio-dia e meia-noite caem 18h ou 6h no horário etíope. O pessoal que trabalha com turismo está mais acostumado com nosso sistema de horas, mas os nativos usam mais esse sistema de horas 6h defasado. Por exemplo, o motorista que me levou de Axum até Tigray sempre se confundia quando eu perguntava que horas a gente iria chegar... E eles também usam um calendário diferente, só deles. Lá o ano tem 13 meses! E se no calendário ocidental temos meses com 30 e 31 dias, além de fevereiro que é mais curto, lá eles têm 12 meses de 30 dias e um mês de 5 ou 6 dias, dependendo se for bissexto. Em setembro de 2019, eles estavam entrando no ano de 2012! O calendário etíope está sete anos e oito meses atrás do calendário ocidental. Isso porque a Etiópia calcula o ano de nascimento de Jesus Cristo de maneira diferente. Quando a Igreja Católica retificou o seu cálculo no ano 500 d.C., a Igreja Ortodoxa Etíope não fez o mesmo. Mais uma curiosidade: quem sabia que o café foi inventado no século XII na Etiópia? Ainda hoje, eles são grandes produtores de café (o Brasil é o maior produtor de café em grãos), e inclusive fazem cafés excelentes. Sobre religião: 60% da população são católicos ortodoxos, uns 30 % muçulmanos, e 10% de outras religiões. A história da Etiópia é muito rica e milenar. Houve vários impérios na Etiópia, os três que mais se destacaram foi o Império de Axum, por volta do século I, o império do Rei Lalibela, lá pelos anos 1200 (d.C.), e o Império de Gondar, a último grande império etíope lá pelos anos 1500 (d.C.). Infelizmente não pude ir na cidade de Gondar, para conhecer melhor a história desse império, mas vou falar um pouco mais sobre Axum e Lalibela nos relatos dessa viagem. Nos anos 80-90, a Etiópia teve tempos difíceis. Virou sinônimo de fome, pobreza e instabilidade. Aquelas imagens chocantes de crianças desnutridas morrendo de fome corriam o mundo.... Aquele show Live Aid que é destaque no filme do Freddy Mercury/Queen (Bohemiam Rapsody) era para arrecadar fundos para combater a fome da Etiópia. Nos anos 2000, melhorou um pouco, especialmente nas regiões urbanas mais próximas a capital. O PIB cresce uns 9% ao ano. Hoje é a segunda maior população da África com 100 milhões de habitantes (Nigéria é o primeiro), é sede da união africana, e assim como observei em Ruanda, tem um monte de obras e investimentos em infraestrutura, especialmente chineses. O PIB per capita ainda é bem ruim, mas melhorou um pouco perto do que era. Infelizmente, nessa viagem também não deu tempo de conhecer melhor a capital Addis Abeba, gostaria de conhecer melhor o cotidiano dos etíopes da capital e principalmente um museu que tem um acervo muito bacana de fósseis humanos e “parentes próximos” que evoluíram para o homo sapiens. O destaque é um fóssil de 3,2 milhões de anos batizado de Lucy no museu nacional, que, por algum tempo, foi o fóssil de humano primitivo mais antigo do mundo (1974). Atualmente, dizem que o fóssil humano mais antigo foi encontrado no Quênia... De forma geral, achei a Etiópia um país muito interessante. No entanto, a infraestrutura turística ainda é ruim, especialmente no norte. Outra dificuldade era a língua. Em geral, ao contrário dos outros lugares que estive na África, as pessoas tinham mais dificuldade com inglês. Eu normalmente fujo de excursões, não só para economizar, mas principalmente para ter liberdade para fazer as coisas no meu ritmo e na hora que eu quiser. Minha primeira viagem para África foi ao Egito, em janeiro de 2011. Fui com espírito de “mochileiro independente”, mas, na época, me arrependi, achei que era melhor ter feito alguns passeios de excursão por causa da falta de estrutura (transporte tanto dentro das cidades quanto entre elas), e para evitar aborrecimentos com assédio aos turistas (não era falta de segurança). Por isso, apesar de não gostar muito, eu “nutelei” e peguei uma excursão na Etiópia. Escolhi uma agência que já tinha um pacote pronto de cinco dias com saídas diárias (praticamente o ano todo) e que incluía as atrações que eu tinha escolhido: Dia 1: voo até Lalibela e tour em Lalibela; Dia 2: voo até Axum, tour em Axum, transfer rodoviário até Wukro, visitando uma Tigray church; Dias 3, 4 e 5: tour Danakil Depression, terminando com voo de Mekele para Addis Abeba O pacote incluía quase tudo, os trechos aéreos, hospedagens, transfers e entradas. Apesar de pagar caro, a ideia era pagar o pacote completo e não me preocupar com nada, passagens aéreas, transfers, tours, assédio.... Mas eu não recomendo essa empresa (Ethio Travel and Tours – ETT), explico os motivos mais para frente... Por hora, sigo o relato. No primeiro dia, eu iria conhecer Lalibela. Meu voo de Kigali chegava de cedinho em Addis Abeba, e meu voo para Lalibela já saia logo em seguida, por volta das 8h. Nesse meio-tempo, eu tinha que resolver o problema do drone, encontrar o funcionário da agência de turismo para pagar o tour em cash, ir para o terminal doméstico (lotado) e pegar meu voo. Ainda bem que eu só tinha bagagem de mão e deu tudo certo, cheguei a tempo de embarcar para Lalibela. Lalibela é o vilarejo onde se encontram as igrejas monolíticas, datadas do século XII e esculpidas em rochas, por ordem do rei Lalibela. As igrejas foram escavadas nas rochas “de cima para baixo”, seus tetos estão no nível do solo, fazendo deste um local sagrado absolutamente incomum. Na construção das igrejas, não há tijolos, blocos, cimentos, é realmente impressionante como foi feito! Os trabalhadores começavam escavando e separando a rocha que seria a futura igreja do restante do solo, deixando apenas um enorme bloco monolítico de rocha. Depois, eram feitas as fachadas, dando forma às edificações por fora. Em seguida, eram criados o espaço interior e a decoração das igrejas. Meu guia disse que elas foram construídas dessa forma para que não fossem avistadas por inimigos de longe. Essa foto é da igreja de St. George, quando estávamos bem perto a uns 100 metros de distância. Se você não estiver bem perto, ela parece bem “camuflada”, concordam? Figura IV‑46: Igreja St. George “camuflada” no solo Não existe registro de quanto tempo demorou para construí-las, mas o boca-a-boca fala em 23 anos. Outro mito é que o rei Lalibela foi auxiliado por trabalhadores durante o dia e por anjos durante a noite. Existem muitas versões sobre as motivações do rei Lalibela, que também era um padre, para construir uma com 11 igrejas monolíticas escavadas nas rochas. A versão mais aceita diz que Lalibela foi construída para ser “Nova Jerusalém”. No século XII, era muito comum a peregrinação anual dos cristãos etíopes para Jerusalém, mas a tomada de Jerusalém pelos muçulmanos impossibilitou essa peregrinação. Por isso, o rei Lalibela teria construído as igrejas. Outra lenda diz que o rei Lalibela foi exilado para Jerusalém pelo seu usurpador meio-irmão e se inspirou nas igrejas que viu lá. E, ao voltar para retomar seu reino, ele jurou construir uma nova cidade santa, aberta a todo o povo etíope. Independente do motivo, o rei Lalibela criou um dos principais sítios religiosos históricos da África, e talvez do mundo cristão. As igrejas são Patrimônios Culturais da Humanidade pela Unesco. Apesar disso, o lugar continua pouco conhecido e desenvolvido. A cidade (vilarejo) fica em um lugar bastante isolado no alto das montanhas Lasta. Hoje em dia Lalibela continua um centro religioso movimentado. Padres e peregrinos vêm de longe para visitar as igrejas e festivais religiosos e ainda circulam por suas passagens e túneis mal iluminados que ligam as igrejas, como se fez durante séculos. Lalibela é uma das cidades mais sagradas para Igreja Ortodoxa Etíope, depois de Axum. Dia 7 de janeiro, quando eles celebram o Natal da religião deles, é o dia que Lalibela fica mais cheia. As 11 igrejas medievais parecem manter-se intocadas há séculos, exceto pelas coberturas (horríveis) colocadas em algumas igrejas, com a intenção de preservá-las da erosão. O grau de erosão das igrejas variava bastante. Algumas sofreram pouca erosão, mesmo sem cobertura, enquanto outras, mesmo com coberturas, já estão bastante deterioradas. Em algumas, foram acrescentados reforços, como pilares e colunas. Já outras, sofreram colapsos significativos. Depois do voo e transfer do aeroporto, cheguei ao hotel lá pelo meio-dia e almocei por lá mesmo. O meu tour saiu 14h e fui conhecer as igrejas. Embora seja um lugar bastante turístico, tudo era bem simples. Outra coisa que me agradou foram os simbolismos das igrejas, lá o pessoal vê significados em tudo! No final do dia, fiquei triste porque já tinha esquecido a maioria das histórias e os detalhes dos simbolismos contados pelo guia... As 11 igrejas são divididas em três grupos, ao norte, leste e oeste. Primeiro simbolismo: 11 igrejas supostamente por causa dos 11 apóstolos (tirando Judas). Divididas em três grupos de igrejas para simbolizar o Pai, Filho, Espírito Santo. Os passeios começam pelo grupo do norte, que tem 5 igrejas. O grupo do leste tem mais 5. O terceiro grupo, na verdade, é só uma igreja, St. George, a mais famosa delas. E tinha igreja de tudo que é tipo. Tem igreja em melhor estado, tem igreja bem destruída, tem igreja minúscula, igreja maior, igreja com interior mais rebuscado, igreja para o rei, igreja para a esposa do rei, igreja para o arcanjo meu xará Rafael, tem até igreja para arca de Noé. Para fazer o tour pelas igrejas de Lalibela, recomendo contratar um guia. Isso ajuda a entender um pouco melhor a história e os diversos simbolismos, já que há pouquíssima informação por lá – nada de textos, audiovisuais ou painéis explicativos. Além disso, contratar um guia ainda tem outra vantagem importante: não ser tão assediado pelos vendedores insistentes espalhados por lá. Alguns, mesmo com o guia, chegam junto.... No entanto, escolher um guia, se você não conhece antes, é uma loteria: você pode ter a sorte de encontrar um ótimo ou acabar com um “mala”. Felizmente, eu dei sorte, meu guia era bem gente fina, tirava várias fotos e suas explicações foram ótimas. No final, dei uma bela gorjeta. A primeira igreja Medhane Alem (Igreja do Salvador) é a maior das igrejas de Lalibela e impressiona pelo tamanho. Dizem que a cruz de Lalibela, de 7 kg de ouro, fica guardada na igreja Medhane Alem, mas ela não está em exposição aos turistas. É a única que foi construída com colunas ao lado do “prédio principal”. Algumas colunas são originais, e outras foram reconstruídas para evitar o colapso da igreja por erosão. Apesar do cuidado em fazer com uma arquitetura semelhante, em vários pilares, é possível ver os tijolos e cimento, ao contrário das paredes internas do “prédio principal”, esculpidas na rocha. As janelas foram construídas com a forma das estelas do império de Axum, outras com a forma da cruz de Lalibela. Figura IV‑47: Igreja Medhane Alem Figura IV‑48: Igreja com cobertura Figura IV‑49: Detalhe das janelas Para chegar até as igrejas, tem que passar por alguns túneis e passagens escavas nas rochas, é bem bacana caminhar por eles. A chegada à segunda igreja, Maryam (da Virgem Maria) é muito legal, vejam o vídeo Cap IV‑24 no canal. As janelas da fachada traseira da igreja Maryam foram construídas em vários formatos, com um simbolismo bem bacana (vide foto a seguir). As três acima representam a Santíssima Trindade, e as do meio, a cruz de Jesus com o ventre de Maria abaixo. A janela embaixo e à esquerda representa o ladrão crucificado ao lado de Jesus que não se arrependeu, enquanto a da direita representa o ladrão que se arrependeu e “subiu ao paraíso”, com a janela em “T” acima. Figura IV‑50: Simbolismo das janelas Figura IV‑51: Igreja Maryam Essa igreja também tem uma banheira, que tinha algum significado, pena que não vou lembrar das explicações do guia... E é a única igreja que tem uma “varanda” ao lado. Outro destaque dessa igreja é o interior. É o interior mais ornamentado e bonito interior das igrejas de Lalibela, talvez por isso seja a igreja mais visitada pelos peregrinos. Quando eu estive lá, teve uma cerimônia. Os afrescos e ornamentos são originais do século XII. Coloquei um vídeo do interior da igreja no canal (Cap IV‑25). Figura IV‑52: Afrescos da Igreja Maryam Ao lado da Igreja Maryam, na face norte (lado direito da foto, vide seta vermelha), tem a Igreja Meskel (Igreja da Cruz), que é bem pequena. Essa igreja parece só um buraco em uma pedra gigante, já que não escavaram as paredes laterais dela, só a parede da frente. Esses dez arcos esculpidos na fachada representam os 10 mandamentos do Antigo Testamento. A igreja Meskel em si não é muito interessante, aproveitei e tirei foto de um sacerdote. Os sacerdotes ortodoxos em Lalibela vestiam longas túnicas brancas, mantos coloridos e turbantes característicos, que refletem a rica tradição ortodoxa da região. Não tenho certeza se esse era um sacerdote autêntico ou se era um cara vestido para tirar foto com turista... De qualquer forma, melhor pagar um dinheirinho para tirar a foto dele vestido a caráter, do que incomodar o pessoal que estava lá rezando. Figura IV‑53: Igreja Meskel Figura IV‑54: Sacerdote A próxima igreja também fica ao lado da Maryam, mas na face sul (vide seta vermelha). Chamada Denagel (Igreja das Virgens), é a menor e a que eu achei menos interessante das igrejas, é quase um túnel que você atravessa e segue para a próxima. Em cima dela, construíram uma torre (que não é do século XII), mas não me lembro da explicação do guia a respeito dela... Figura IV‑55: Entrada Igreja Denagel Depois da igreja de Denagel, atravessamos um monte de corredores e passagens bacanas e chegamos à última igreja da face norte, Golgotha Mikael. É uma igreja que foi construída no meio de um corredor, bem estreitinho.... O mais legal são as belas esculturas esculpidas nas paredes, se não me engano dos apóstolos. Na área acessível aos turistas, conseguimos visualizar apenas quatro dessas esculturas, sendo que duas delas estavam bem bonitas. É nessa igreja que fica o túmulo do rei Lalibela, também inacessível para os turistas. Por fim, seguimos no corredor estreito, atravessamos outro túnel e saímos na chamada Adam Tomb (Tumba de Adão), porque acredita-se que contém os restos mortais de Adão, o primeiro homem, de acordo com a tradição religiosa etíope. Não lembro a simbologia do lugar, mas tem uma bela cruz entalhada na rocha. A Tumba de Adão marca o fim do setor norte das igrejas. Ao sair dessa área, vimos várias antigas casas típicas dos moradores da região. Figura IV‑56: Apóstolos na Igreja Golgotha Mikael Figura IV‑57: Adam Tomb Figura IV‑58: Antigas casas típicas da região Depois fomos ao setor oeste, conhecer a Igreja St. George (São Jorge), que é a mais famosa de Lalibela. Se você já viu alguma imagem das igrejas de Lalibela, certeza que foi dessa igreja. Ela de fato é muito bonita, em formato de cruz. No telhado, tem uma bela cruz grega esculpida, e é bem trabalhada nas fachadas laterais. Eu acho que ela é a igreja mais turística porque não foi necessário colocar aquela cobertura horrorosa contra erosão... Segundo o guia, ela não tem problemas de erosão porque tem telhado de dois metros de espessura. O estado de conservação dessa igreja é muito bom. Figura IV‑59: Igreja St. George Figura IV‑60: Igreja St. George Figura IV‑61: Cruz grega no teto Figura IV‑62: Detalhe das janelas Em St. George, não poderia faltar o simbolismo... Ela foi construída inspirada na arca de Noé, o primeiro andar era para animais grandes, o segundo andar para animais pequenos, e o terceiro para humanos. Dizem que o andar debaixo não tem janela porque ficara abaixo do nível do mar. Os “andares” são simbólicos, não existem no interior da igreja. O interior não tem muitas pinturas, nem afrescos, só tem uma imagem de São Jorge, e um móvel que dizem que foi talhado pelo rei Lalibela. Além dos bonitos detalhes esculpidos das fachadas, janelas e a entrada, me chamou atenção que ela parece mais “enfiada” em um buraco que as outras igrejas. Todas as quatro faces dela foram escavadas e tem uma parede alta em frente e próxima às quatro faces. As outras igrejas pareciam mais abertas, pelo menos uma face delas.... Até por isso, para chegar na Igreja de St. George, tem uns caminhos de túneis muito legais, vejam o vídeo Cap IV‑26 no canal. Depois de conhecer St. George, fomos conhecer o último grupo de igrejas, grupo leste. São mais 5 igrejas, e meu guia começou pela igreja construída para o arcanjo xará Rafael e para o Arcanjo Gabriel. A parte da igreja para o Arcanjo Gabriel ainda é utilizada pelos fiéis, inclusive estava tendo uma cerimônia quando eu estava lá. O que chama a atenção dessa igreja é que tem um fosso bem fundo na frente dela, e tem uma bela fachada de frente ao fosso. Parece que essa igreja foi construída em um local que antes era um forte do império de Axum. Construíram uma ponte por cima do fosso para chegar até ela. Essa igreja é pequena por dentro. Figura IV‑63: Igreja Gabriel - Rafael O caminho para as próximas igrejas tem vários túneis e passagens estreitas. E, na entrada para os túneis, tem uma porta bem grande para atravessar, segundo o guia original da época, muito grande. A próxima igreja é a que mais sofreu com a erosão, e está em pior estado, chamada Lehen (Santo Pão). Figura IV‑64: Igreja Lehen A Igreja Lehen está bem destruída por fora e por dentro, infelizmente. No entanto, aqui tem a parte que eu achei mais legal dos simbolismos de Lalibela. Essa igreja está conectada a próxima igreja (Qeddus Mercoreus) por um túnel totalmente escuro, longo, que eu soube depois que tem 35 metros. Segundo a tradição dos etíopes, os fiéis têm que atravessar ele na completa escuridão, simbolizando a passagem do homem do inferno ao paraíso! Nessa hora, o guia te convida para fazer esse percurso no escuro. Ele pede para você não acender flash ou lanterna, você dá uma abaixadinha para não bater a cabeça na entrada do túnel, o guia te dá uma mão e, com a outra mão, você vai tateando a parede e... partiu, túnel! Sinistro passar por aquele buraco tosco, apertadinho e um tanto claustrofóbico, mas muito divertido. Depois que eu atravessei, eu tirei essas fotos com flash, mas é bem apertadinho, escuridão total. Achei sensacional o rito de passagem do inferno para o céu!! Figura IV‑65: Túnel da passagem do inferno para o céu Figura IV‑66: Claustrofóbico Figura IV‑67: Chegando no céu e na Igreja Qeddus Mercoreus A Igreja Qeddus Mercoreus (São Mercúrio e São Marcos), que fica no final do túnel de quem vai do inferno ao céu, também está bem judiada... Parece que uma grande parte da igreja colapsou, tem até uma parede de tijolo para reforçar a parte da igreja que sobrou. Do lado de fora, encontraram umas algemas, por isso dizem que lá pode ter sido usado como prisão ou tribunal antigamente. O destaque da Igreja Qeddus Mercoreus é o interior, o guia falou bastante coisa, mas, para variar, eu esqueci . Tem pinturas um pouco mais recentes e afrescos mais antigos interessantes. A penúltima igreja se chama Amanuel (Emanuel), que era possivelmente a capela do rei. Para mim, é a igreja mais bonita externamente, com todas as fachadas ricamente esculpidas. Acharia, inclusive, mais bonita que a St. George, se não fosse por essa cobertura horrorosa que estraga um pouco o cenário.... Das igrejas desse grupo do leste, essa é a única cujas fachadas foram foi totalmente esculpidas! Figura IV‑68: Igreja Amanuel Figura IV‑69: Igreja Amanuel Repararam que o cara de verde sentado em frente à igreja estava segurando um fuzil (não entendo nada de arma...). Tornou-se quase rotineiro presenciar essas cenas, eu já estava ficando mal-acostumado com tanta escolta armada e checkpoints.... Depois de passar por mais uns túneis e corredores bacanas, chegamos à última igreja, Abba Libanos. Dizem que essa era a capela da rainha. Chama atenção que essa foi esculpida as quatro fachadas laterais, mas o teto ficou “emendado” na rocha! Tentei tirar algumas fotos para ver as colunas e o teto de rocha. Essa igreja também sofreu com as erosões, tiveram que colocar uns tijolos em quase toda a lateral direita da foto. Figura IV‑70: Igreja Abba Libanos Conhecemos as 11 igrejas sem pressa e terminamos no horário de fechamento, às 17h, acelerando um pouco nas últimas duas. Tive sorte de fazer o passeio praticamente sozinho com o guia, já que o único outro integrante do grupo estava passando meio mal e logo desistiu. Dá para fazer tudo em 3h, mas, se possível, é bom ter um tempo extra. Minha avaliação sobre as igrejas de Lalibela: eu já tinha pesquisado e visto muitas imagens delas, já sabia mais ou menos o que esperar visualmente. Mas eu não esperava todos os simbolismos das construções dessas igrejas, muito interessante. Além disso, o mais marcante para mim foi a fé e a devoção dos peregrinos que lotam aquelas igrejas sagradas e praticam sua fé há séculos! Parecia tudo muito autêntico. Nesse dia, quando estávamos indo para o último grupo de igrejas, passou uma procissão fúnebre, e olha quanta gente nesse funeral (vídeo Cap IV‑27 no canal). Também passei por algumas igrejas que estavam tendo cerimônias, e mesmo no meio da “turistaiada”, dava para ver a fé e a devoção dos religiosos etíopes. É tocante até para ateus! Figura IV‑71: Funeral O outro destaque do dia foi o belo cenário montanhoso da Etiópia! Eu já sabia que a Etiópia era muito mais verde que muitas pessoas imaginam, o Saara não chega lá, só tem deserto na região das fronteiras com a Eritreia e Somália. Mas, além de verde, existem muitas montanhas. 50% das áreas do continente africano acima de 2000 m de altitude estão na Etiópia. E 80% das áreas acima de 3000 m estão aqui também. Muito bonitas as paisagens montanhosas da região. Figura IV‑72: Belo cânion pousando em Lalibela Figura IV‑73: Montanhas de Lalibela Ah, e para fechar o dia com chave de ouro, uma dica não muito difundida (vi a dica em poucos alguns sites, como o Viajo logo existo, Ref. 21😞 não deixem de conhecer o restaurante Ben Abeba para curtir um belo pôr do sol. Não dá para ir a pé das igrejas nem do centrinho de Lalibela, mas é baratinho ir de tuk-tuk... Aliás, ir para Lalibela e não andar de tuk-tuk também não pode, hein! Figura IV‑74: Tuk-tuk estiloso O restaurante Bem Abeba fica em um vale com uma vista espetacular. A própria construção já é muito estilosa. A dona é uma britânica que se mudou para Lalibela. A comida é boa (não achei maravilhosa), o preço é para turista (mas não abusivo, achei justo), mas o visual do pôr do sol nas montanhas vale muito a pena! Salvei um vídeo da lista vista panorâmica do restaurante lá no canal (Cap IV‑28). Ah, não façam como eu e levem casaco, nas montanhas de Etiópia, venta e esfriou bastante sem sol, mesmo no final do verão. Figura IV‑75: Restaurante Bem Abeba Figura IV‑76: Vista para as montanhas Figura IV‑77: Vista para o vale Figura IV‑78: Lindos raios de sol entre nuvens Figura IV‑79: Cores mágicas do final da tarde Adorei Lalibela. É muito bom chegar em um lugar com uma expectativa não tão alta e ser surpreendido positivamente! Fiquei com uma sensação oposta do gorilla trekking: era um destino que eu achei que seria bacana (era minha segunda prioridade na Etiópia), mas que de longe superou a minha expectativa! Lalibela: #imperdível Dia 7 -> Axum e Tigray Churches Nesse dia iria pegar um voo direto de Lalibela até Axum, conhecer o centro de Axum, pegar uma van até a região das Tigray Churches, e ainda visitar uma das Tigray Churches antes de jantar no hotel. Axum foi a capital do primeiro grande império etíope, império de Axum, no século I (d.C.), que, no auge, chegou a ocupar os atuais territórios da Etiópia, Eritreia, sul do Egito e até parte do Iêmen, que fica do outro lado do Mar Vermelho. Axum, hoje, é uma cidade tão pequena que fica até difícil acreditar que já foi um dos maiores impérios do mundo! As ruínas da cidade são patrimônios mundiais da Unesco: durante os primeiros séculos, foram levantadas grandes estelas de pedra que recordavam grandes reis. As estelas são grandes monumentos “tipo” obeliscos, cujo topo termina em uma parte semicircular superior, enquanto os obeliscos possuem topo piramidal. As estelas de Axum são detalhadamente esculpidas a partir de um bloco de granito, lembrando torres de vários andares, muito bacana. Eles têm portas, janelas e vigas falsas primorosamente esculpidas. O propósito dessas estelas era servir de "marcadores" para câmaras funerárias subterrâneas. Essa prática, que durou até cerca de 330 d.C., terminou na época do rei Ezana, o primeiro monarca de Axum que se converteu ao cristianismo. Existem no total 126 imensos obeliscos de pedra em Axum, a maior parte fica no Parque Setentrional das Estelas bem no centro da cidade. Mas, infelizmente, muitos estão caídos e partidos em pedaços, inclusive o maior deles, a Grande Estela que tinha 33 metros de altura. A Estela de Ezana, nome foi dado em honra ao rei Ezana, é a maior entre as que mantiveram sua integridade, como 21 metros de altura, e provavelmente a última a ser erguida, já que essa prática foi abandonada após a conversão dele ao cristianismo. Ao lado dela, encontra-se a estela conhecida como Obelisco de Axum, com 24 metros de altura e peso de 800 toneladas, que foi roubado da Etiópia na época do Mussolini na Segunda Guerra Mundial, e foi devolvido pela Itália em 2005. Ela foi seriamente danificada (algumas fontes dizem que foi pelos italianos, outras fontes dizem que por um terremoto anterior aos italianos), e posteriormente restaurada. Figura IV‑80: Parque das Estelas (Grande Estela caída em primeiro plano) Figura IV‑81: “Obelisco” de Axum Figura IV‑82: Estela de Ezana Além de ser famosa pelas estelas, Axum também é a cidade mais sagrada para os cristãos ortodoxos etíopes. Lá fica a Igreja de Santa Maria de Sião, ao lado da Capela das Tábuas (Chapel of the Tablet), o local onde estaria a misteriosa Arca da Aliança, que contém os dez mandamentos da Bíblia! Aquela mesma arca perdida que o Indiana Jones buscava no primeiro filme (Os Caçadores da Arca Perdida). Se o Indiana Jones soubesse que a arca estava lá esse tempo todo, só precisava ter ido até Axum caçá-la 🤣🤣🤣 . Segundo o livro bíblico do Êxodo, Moisés montou a Arca da Aliança seguindo orientações de Deus, que indicou seu tamanho e forma. Nela, foram guardadas as duas tábuas da lei com os 10 mandamentos escritos por Deus; a vara de Aarão e um vaso do maná. Estas três coisas representavam a aliança de Deus com o povo de Israel. Para judeus e prosélitos, a arca não era só uma representação, mas a própria presença de Deus. Segundo a Igreja Ortodoxa Etíope, a arca foi levada à Etiópia por Menelik I, filho bastardo do Rei Salomão e Makeda, a Rainha de Sabá (para a maioria dos historiadores e para as outras religiões, a arca estaria desaparecida). Uma explicação bacana de como a arca teria ido para Etiópia eu achei no Instagram @oviajantehonesto (Ref. 19), que eu colei aqui: “Diz a tradição que a igreja ortodoxa etíope possui esta preciosa relíquia graças à Rainha de Sabá, cuja existência é contestada pelos historiadores, mas não por grande parte dos etíopes. Os etíopes acreditam que a Rainha de Sabá viajou de Axum a Jerusalém para visitar o rei Salomão e descobrir mais sobre sua suposta sabedoria por volta de 950 a.C. Sim, o famoso Salomão, filho de David. Reza a lenda que os dois tiveram um affair e a rainha deu a luz a Menelik I, filho do Rei Salomão. (A história de sua jornada e sedução por Salomão são detalhadas no épico Kebra Nagast - Glória dos Reis, uma obra literária etíope escrita na língua Ge'ez no século 14). Menelik I cresceu, virou imperador de Axum e também foi visitar Israel para encontrar seu pai. Foi recebido com muitas honras. Salomão queria que ele ficasse e governasse após sua morte, mas concordou com o desejo do jovem de voltar para casa, mandando-o de volta com um contingente de israelitas. Um deles roubou a arca que ficava guardada dentro do Templo de Salomão, substituindo a original por uma falsificação. Quando Menelik descobriu, ele concordou em manter a arca, acreditando ser a vontade de Deus que ficasse na Etiópia. Segundo a lenda, São Miguel Arcanjo e os “poderes milagrosos” da Arca ajudaram Menelik a chegar são e salvo na Etiópia. Até hoje os etíopes acreditam que a Arca original está em Axum e essa crença é o cerne da credibilidade da Igreja Cristã Ortodoxa da Etiópia. Até os dias de hoje, para os cristãos ortodoxos do país, a arca é sagrada e algo a que eles ainda estão dispostos a proteger com suas vidas. Apesar de as versões serem diferentes, a parte do encontro da rainha de Saba e Salomão está na Bíblia, Torá e até no Corão. Já a parte da Arca estar em Axum…. pode ser que sim, pode ser que não… 🤣 A verdade é que ninguém sabe o que aconteceu com ela… De toda forma, não deixa de ser uma baita história, né?” Última curiosidade que pesquisei sobre Axum envolve Baltasar, um dos reis magos que supostamente era negro. Na Etiópia, existe a crença de que o rei de Axum na época do nascimento de Jesus Cristo, King Bazen, era o rei mago Baltasar. O túmulo de Bazen/Baltasar pode ser visitado em Axum. Quanto ao meu passeio por Axum, o tour da ETT foi um fiasco total! O dia já começou mal em Lalibela: sem qualquer aviso, me acordaram às pressas para ir ao aeroporto junto com outro grupo que tinha voo mais cedo, e lá tomei um chá de cadeira. Chegando em Axum, ninguém me esperava no minúsculo aeroporto. Tive que sair perguntando aos locais se alguém conhecia o motorista da ETT, até achar alguém que sabia e me levou até um cara que estava “de boas” sentadão em alguma sombrinha no estacionamento... E que nem sabia qual era o itinerário! Meu pacote incluía um tour em Axum, e ele nem estava sabendo. Depois que eu reclamei, ele arranjou um motorista para me levar ao centro de Axum, mas aquilo não dava para ser chamado de “tour”. O motorista só estacionou a van e ficou esperando enquanto eu desci para tirar algumas fotos... E ainda atrasou bastante (chegou com mais de uma hora de atraso, parece que a van quebrou). Para piorar, o “complexo” onde fica a igreja de Santa Maria do Sião, que é como um parque cercado, estava fechado para almoço. O horário de funcionamento varia dependendo do dia da semana, mas geralmente fecha das 12h-14h30. Com um mínimo de planejamento, daria para ter evitado isso. Resumindo: meu passeio em Axum foi mega porco, sem guia, com o complexo fechado e zero informação histórica. “Obrigado”, ETT! No final, só consegui tirar umas fotos da Igreja de Santa Maria do Sião do lado de fora da cerca. Aparentemente, mesmo durante o horário de funcionamento do complexo, turista não poderia entrar na Igreja de Santa Maria do Sião, local mais sagrado da igreja ortodoxa etíope. Só daria para conhecer por fora. Figura IV‑83: Igreja de Santa Maria do Sião Figura IV‑84: Torre do Sino Já na Capela das Tábuas, onde fica a arca, ninguém pode entrar, nem mesmo os próprios cristãos ortodoxos. Somente um único monge guardião pode vê-la. Segundo a tradição, a capela é guardada por um monge guardião que é escolhido para passar a vida inteira confinado no local, rezando e fazendo oferendas diante da relíquia. Antes de morrer, o guardião deve nomear quem será seu sucessor, e, no caso de que ele faleça antes de fazer isso, os membros do mosteiro de Santa Maria de Sião, então, devem se reunir e realizar uma votação para eleger o novo defensor da arca. Mesmo com o parque aberto, os turistas têm que ficar a uma certa distância. Segue a foto do lado de fora da cerca também. Figura IV‑85: Capela das Tábuas Em Axum, também estavam construindo um novo museu, bem próximo às ruínas e a esse complexo da Igreja de Santa Maria do Sião, deve ficar bem legal. Mas enfim, depois do fiasco do meu “tour” em Axum, ainda me restava aproveitar as Tigray Churches. As igrejas da região de Tigray, assim como as de Lalibela, também foram feitas de uma forma para que ficassem escondidas dos inimigos na época. Muitas das Tigray Churches também são cavadas em pedras, monolíticas, mas essas não foram escavadas no chão, e, sim, construídas no alto de montanhas inabitadas (ao menos as igrejas mais legais). Existem dezenas de igrejas na região, a que eu achei mais legal chama Abuna Yemata Guh, no episódio 10 do Alma Viajante (Ref. 23) e no Livre Blog da Amanda Areias (Ref. 22) tem um relato bem bacana a respeito. Abuna Yemata Guh fica no alto de uma montanha, é uma aventura só para chegar nela: 1h30 de caminhada, tem um trecho que sobe usando cordas, caminhar à beira de precipício, além de uma bela vista. Já outras igrejas parecem ter como destaque belas vistas das montanhas da região. O trecho de carro de Axum até as cidades-base para conhecer Tigray Churches é longo (4h), e eu estava preocupado se daria tempo de conhecer a igreja. Mal sabia eu que esse era o menor problema.... O pior foi a igreja que a ETT me levou para conhecer a Wukro Church, uma Tigray Church beeeeem fiascada! Descobri que no meu tour não estava incluído a Tigray Church mais legal (Abuna Yemata Guh), nem mesmo as outras muito legais (Maryam Korkor e Daniel Korkor). “Obrigado”, ETT. Dessa vez, eu também tive uma parcela de culpa. Quando fechei o pacote com a ETT, a comunicação estava péssima e acabei desistindo de pedir mais detalhes do roteiro, como qual seria a igreja incluída no meu tour. Pensei: “se eles te levam em uma Tigray Church, com certeza te levam na mais legal, certo?” Só que não.... Eles te levam na mais perto da cidade! Chegamos na Wukro Church no início da noite. É monolítica também, até lembra um pouco as de Lalibela sem ter sido escavada para baixo. Mas achei bem meia boca, especialmente para quem tinha acabado de voltar de Lalibela. No final do dia, liguei para a ETT na tentativa de dar um jeito de conhecer a Abuna Yemata Guh na manhã do dia seguinte, apesar da logística um pouco complicada. Era um passeio de 3h saindo de Wukro, e minha saída para o tour da Danakil Depression, no dia seguinte, estava marcada para às 8h da manhã. Ainda assim, pelo ritmo em que as coisas aconteciam nesses tours na Etiópia, eu tinha certeza que daria tempo de visitar a Abuna Yemata de manhãzinha, e depois encontrar o outro tour. Fiquei horas no telefone tentando viabilizar meu passeio, pagaria o valor que fosse, mas me disseram que, se eu não saísse às 8h em ponto, perderia o tour da Danakil Depression. No fim, tive que desistir da Abuna Yemata Guh. Lembram que eu comprei o pacote completo e caro, só para não ter dor de cabeça? “Obrigado”, ETT! Fiquei bastante frustrado por não ter ido em nenhuma das Tigray Churches mais legais. No entanto, o dia teve seus pontos positivos, como conhecer o centro histórico de Axum, ainda que superficialmente, e a bela paisagem de carro Axum até Wukro. Montanhas dos mais diferentes formatos, estradinhas às vezes muito sinuosas, muito legal, lindo cenário. Essas estradas passavam por vilarejos rurais bem simples, e o “trânsito” era intenso.... Trânsito de ovelhas, cabras, às vezes vacas 🤣 🤣 🤣. Tinha tanto animal nas estradas que a gente até se acostumava, achei mais bacana quando o “trânsito” era de camelos.... Seguem as fotos da bela estrada: Figura IV‑86: Em direção a montanhas escarpadas Figura IV‑87: Montanhas com formatos diferentes Figura IV‑88: Estradinhas serpenteando pelas montanhas Figura IV‑89: Tráfego intenso.... Axum: #valeapena Wukro Tigray Church: #legalzinho Dia 8 -> Salar Danakil Danakil Depression é uma depressão geológica, ou seja, uma planície abaixo do nível do mar, localizada no norte da Etiópia, na região do chifre da África. Em seu ponto mais baixo, tem cerca de 120 metros abaixo do mar, sendo um dos locais mais fundos do mundo (o Mar Morto é o local mais fundo do mundo, com 430 metros abaixo do nível do mar!). A região tem uma formação geológica complexa, resultado da separação de 3 placas tectônicas, causando atividades vulcânicas e rifting, terrenos subindo e afundando, erosão, tudo isso misturado com inundação pelo mar. O tour pela Danakil Depression era o passeio que eu mais queria fazer na Etiópia. Eu já sabia que o Vulcão Erta Ale tinha perdido o lago de lava recentemente, mas queria muito conhecer a região geotermal colorida chamada Dallol. O tour em si parecia desafiador, com muitos lugares remotos, mas incríveis! Eu estava ciente que teria muito pouco conforto, mas estava na dúvida se as atrações turísticas iriam compensar os perrengues... Danakil Depression é uma das regiões mais inóspitas da terra, uma das mais quentes da Terra. Em termos de temperatura média ao longo do ano, é o lugar mais quente do mundo!!! No ano todo, a temperatura média é 35oC, 30oC no inverno e quase 40oC no verão (Ref. 45). As temperaturas máximas chegam a 49oC. E, por ser uma depressão, não venta muito, a sensação é muito abafada.... Não por acaso, a melhor época para fazer esse passeio é em janeiro, ou o mais próximo possível do inverno deles. Como outubro, novembro e dezembro teoricamente teria muita chuva na RD do Congo, então optei por ir em setembro (média 37oC). Para minha sorte, peguei uns dias não tão quentes, até um pouco nublados. E a noite deve ter feito menos de 30 oC. Além da natureza inóspita, os vilarejos por onde passamos na Danakil Depression, estado etíope chamado Afar, quase na fronteira com a Eritreia, são muito remotos e bem simples. Deve ser uma das partes mais pobres da Etiópia, um dos países mais pobres do mundo.... Ficamos em acampamentos no meio do nada. Não sei nem se dá para chamar de acampamento, a gente não dormia nem em barraca. O pessoal estacionava o carro, colocava os colchões, e a gente dormia ao relento! Nos acampamentos, só tinha umas duas barracas maiores, onde eles preparavam o café da manhã e janta. Aliás, como era um calor do cão, não sei se precisava de barraca... Seguem as fotos do acampamento do primeiro dia (nessa primeira, foto já tinham guardado o colchão que ficava em cima dessa caminha). Figura IV‑90: Quarto com vista para as estrelas.... Figura IV‑91: Acampamento do primeiro dia Figura IV‑92: “Barraca restaurante” do nosso acampamento Não sei ao certo o que essa “oca” estava fazendo lá, mas parecia uma “suíte presidencial” do nosso acampamento, muito luxo 🤣 🤣 🤣: Figura IV‑93: Suíte presidencial.... No segundo dia, que dormimos no acampamento próximo ao Erta Ale, não tinha essa caminha, era só o colchonete mesmo. Eletricidade nos acampamentos? Nem pensar... Durante os 3 dias do tour, só tinha eletricidade na casinha restaurante que almoçamos no segundo dia. Não tinha banho, ducha, nem banheiro, obviamente.... Água mineral tinha, mas era mais para beber, preparar comida etc., não para tomar banho. Como ficava dentro do carro, já vinha na temperatura ambiente, ou seja, fervendo.... Ficar sem banho naquele calor infernal por 3 dias não era nada agradável. Aliás, não façam como eu que esqueci de levar lencinhos umedecidos: se limpar com eles, será o mais perto que você vai conseguir chegar de um banho! E ainda te deixam com aquele cheirinho de bundinha de bebê.... As únicas oportunidades de banheiro foram em três paradas de almoço, mas acreditem, era muito melhor ir na natureza 🤣 🤣 🤣. Lendo esse relato, pode parecer que eu achei o tour bem “trash”, mas, na verdade, eu adoro tudo isso! O tour é bem “raiz”, para quem gosta, é bom demais. E não posso deixar de falar que achei as refeições relativamente muito boas, muito melhor do que eu estava esperando. Os cafés da manhã e jantas eram servidos no nosso acampamento, os almoços foram em lugares simples em vilarejos do caminho, tudo bem simples, mas gostei bastante. O pior mesmo é que essa região próxima à fronteira da Eritreia está cheia de conflitos. Em 2012, um grupo separatista Afar atacou um grupo de turistas em tour no Erta Ale: 5 turistas morreram, 3 turistas ficaram feridos, 2 turistas e 2 etíopes sequestrados e depois liberados. Desde então é obrigatória escolta armada nesse passeio. Felizmente, no meio de 2018, foi assinado um acordo de paz entre Etiópia e Eritreia, e parece que os conflitos na região melhoraram um pouco. Aliás, logo depois que voltei para o Brasil, o primeiro-ministro da Etiópia ganhou o Nobel da paz 2019, justamente porque assinou esse acordo de paz! De fato, a escolta armada que nos acompanhou era bem menor do que os relatos que tínhamos ouvido anteriormente, “só” tinha um cidadão armado. Escolta armada em um passeio, para mim, nunca é uma sensação agradável, mas estava “menos pior” que na RD do Congo. No entanto, algumas coisas melhoraram nesse ano. Eu tinha visto relatos dizendo que as estradas até o Erta Ale eram terríveis, e ainda havia um trekking indigesto de 10 km (3h/4h) do acampamento até o vulcão. Felizmente, boa parte da estrada foi asfaltada. Além disso, o governo abriu uma estrada de terra que chega bem perto do Erta Ale, e o acampamento agora fica a, no máximo, 30 minutos do vulcão, em vez das antigas 3h/4h de caminhada. A infraestrutura melhorou um pouco, pena que a atração principal, o vulcão, piorou 🤣 🤣 🤣. EM TEMPO, atualização de 2023: em novembro de 2020, iniciou uma guerra civil por disputas políticas entre o estado de Tigray (Mekele é a capital desse estado, de onde saia o tour pela Danakil Depression) e o governo federal da Etiópia. A Frente de Libertação do Povo de Tigray (FLPT) era o partido mais influente da coalizão que governava a Etiópia de 1991 até 2018. A FLPT passou a buscar independência da Etiópia quando o primeiro-ministro Abiy Ahmed Ali, que havia ganhado o Nobel da paz de 2019, iniciou uma ruptura com a FLPT na coalizão que governava a Etiópia. As disputas transformaram-se em uma guerra civil e conflito armado violento, até que, teoricamente, em novembro de 2022 foi assinado um Tratado de Paz entre as partes com a mediação da União Africana. Por causa do conflito, esse tour pela Danakil Depression, que saía de Mekele, havia sido modificado e estava saindo de outra cidade no Afar bem mais longe, vale a pena verificar as condições desse conflito antes de programar sua viagem! Se, apesar desse monte de perrengue, você ainda quiser fazer esse tour.... Não esqueça de ir preparado, tem que levar basicamente tudo. Eles vão te dar um colchão e uma almofada, comidas e água também, mas o resto é por sua conta. O tour Danakil Depression começava às 9h da manhã no escritório da ETT em Mekele, e eu tive que sair as 7h30, já que eu estava na cidade de Wukro. Vou resumir o que aconteceu em Mekele: reúnem o grupo todo (22 pessoas), separam em carros, enrolam bastante, param para abastecer, esperam juntar os carros na estrada, param em uma cidadezinha só a 40 minutos de Mekele para ir em mercadinho, esperamos em um café por horas, depois espera as pessoas de novo sei lá para quê.... Caramba, era meio-dia e ainda estávamos na cidadezinha entre Mekele e Wukro! Ou seja, claro que dava para eu ter feito o passeio naquela Tigray Church mais legal nessa manhã e encontrar o comboio nessa cidadezinha a 20 minutos do hotel, não teria problema algum. “Obrigado”, ETT! Depois disso, andamos cerca de 2h de carro finalmente e paramos em um vilarejo bem simples para o almoço. Depois do almoço, os guias enrolam mais um pouco para o solzão baixar e só saímos de verdade para o Salar de Danakil às 16h! E depois de mais 1h de carro, finalmente chegamos na primeira atração do dia. Resumo logístico do nosso dia: saí às 7h30 da manhã de Wukro, e fomos chegar na primeira atração do dia às 17h da tarde (que fica a umas 3h30 de Mekele, cidade que começava o tour)! Apesar da logística horrível, o caminho é bem bonito. E nós passamos por belas paisagens desde que saímos de Mekele, que ainda fica nas montanhas e vales verdejantes da Etiópia, até entrarmos na região árida da Danakil Depression, quase sem vegetação e mais plana, já no estado do Afar. O motorista fez algumas paradas na estrada para curtirmos belas vistas. Figura IV‑94: Mirante saindo de Mekele Figura IV‑95: Mirante na descida até Danakil Depression A foto a seguir é um mirante do Rift Valley, que marca a entrada da Danakil Depression. Acredita-se que essa parte do Rift Valley (Danakil Depression) no passado distante já foi coberto pelo mar, formando o salar Danakil. Figura IV‑96: Rift Valley A primeira parada do passeio no Salar de Danakil é nesse ponto onde tem essa pequena banheira no meio do salar. A água é tão salgada que não afunda, estilo um Mar Morto super-concetrado. O pessoal do tour leva um pouco de água para tirar o sal para quem quiser se banhar. No Salar de Danakil, assim como em Uyuni, o sal produz esses padrões hexagonais. Mas, enquanto em Uyuni, eles são branquinhos, aqui eles são bem marrons. Figura IV‑97: “Banheira” Figura IV‑98: Padrões hexagonais do Salar de Danakil Depois de conhecer a parte do salar que tem essa banheira, voltamos para o carro e rapidamente chegamos à outra região do salar, que tem esse lago grande e muito salgado chamado Lago Karum. Ele é bem rasinho, não é para nadar. Fica uma lâmina d’água bem fininha por cima do salar, bem bonito. A ideia era apreciar o pôr do sol de lá, que deve ser muito belo, uma pena que o dia estava bem nublado. O lado positivo de estar nublado é que não pegamos tanto calor, essa parte do salar Danakil/Dallol seria a parte mais quente do passeio. Na foto abaixo, eu caminhei bem para o meio do lago (reparem nos carros, que estavam na margem do lago), e estava tão raso que não afundava nem o pé.... Tem um vídeo no canal também, Cap IV‑29. Figura IV‑99: Lago Karum No geral, achei o Salar de Danakil bonito, mas nem tanto quanto Uyuni e Atacama. E os guias não tinham as manhas de tirar fotos tão divertidas brincando com as perspectivas como na Bolívia! Final do dia, fomos para o “acampamento”. Como não estava tão quente assim, a noite ao ar livre para mim foi boa. Salar de Danakil: #legalzinho Lago Karum: #legalzinho Dia 9 -> Dallol e Erta Ale Nesse dia, saímos bem cedo para conhecer o Dallol, pertinho do Salar Danakil. Dallol significa “pedras coloridas” na língua deles. É o lugar mais inóspito da inóspita Danakil Depression porque, além do calor infernal, o chão é meio enlameado, é cheio de fumaças tóxicas, poças ácidas, é bem fedido, alguns chamam de Portão do Inferno.... Mas é de uma beleza surreal! No verão, os guias geralmente levam os turistas bem cedo, acordamos às 6h da manhã para ir para lá. A região do Dallol especificamente é uma região hidrotermal do Salar Danakil, com muita atividade vulcânica embaixo do deserto de sal. Tem muita presença de minerais: ferro e potássio mais avermelhados, amarelo de ácido sulfúrico, magnésio e sal branco, tudo reagindo com aquele calorzão acaba formando cores meio surreais, misturas de verde, amarelo, marrom.... Estava lendo um texto de um cientista que explica melhor essas formações (Ref. 26). A água que brota do chão é supersaturada de sal, todo esse sal excedente se cristaliza formando pilares que inicialmente são de um branco brilhante e puro. A acidez das águas é brutal, quase 500 vezes maior que a do limão. Depois do sal, quando a temperatura da água baixa algumas dezenas de graus, o enxofre se condensa, pintando de amarelo fluorescente os pilares inativos. As águas ácidas empoçam graças a represas construídas pela cristalização do próprio sal. O ferro, em contato com o oxigênio da atmosfera, oxida-se reduzindo o pH até o valor mais baixo já encontrado em meio natural, quase 10.000 vezes mais ácido que o limão. As sucessivas mineralizações causadas pela oxidação tingem as águas de cores vibrantes, do verde-lima ao verde-jade, do laranja ao vermelho, os ocres e chocolates. Olhando as fotos a seguir, talvez dê para visualizar um pouco esse processo de formação de cores, muito interessante. Na excursão, o guia estava explicando que no Dallol tudo é fugaz. As áreas que outrora estavam tranquilas, apresentam uma atividade inquietante. As flores de sal que reluziam brancas hoje estão amarelas e, depois de amanhã, vermelhas. E desaparecerão para germinar em outros lugares. Essa foto é do início da caminhada desde o ponto que o carro estaciona, até o Dallol (caminhada bem leve, uns 15 minutos no máximo). Segundo o guia, antes as águas brotavam nessa região, mas olha como ficou depois que perdeu a atividade hidrotermal e as cores. Figura IV‑100: Região que secou No pedaço colorido do Dallol, com atividade hidrotermal, havia duas áreas muito mais bonitas que o restante. A primeira área era onde se formaram muitos “minivulcãozinhos” de sal, enxofre e minerais, muitos deles com água quente e vapor brotando do chão. São como minigêiseres. Outros vulcãozinhos não estavam mais ativos, restando apenas as montanhazinhas coloridas. Essa parte era aonde tinham mais fumarolas, fumaça, etc. Nessa foto, eu aponto para uma delas, depois dou o zoom. E também coloquei um vídeo (Cap IV‑30) dessa área dos “vulcõeszinhos” no canal. Figura IV‑101: Área com “vulcõezinhos” expelindo água quente Figura IV‑102: Detalhe do vulcãozinho Figura IV‑103: “Área dos vulcõezinhos” Já na segunda parte muito colorida, a “área das piscinas”, se caracterizada por ter muito acúmulo de água. Foi a área que eu achei mais bonita, tirei um milhão de fotos. As águas se acumulavam parecendo minipiscinas, de borda infinita, de várias tonalidades: verde, transparente, azul, muito bonito. Essas lindas piscinas se acumulavam em terraços, às vezes de cor amarela, laranjas, marrom, belíssimas. Uma explosão de cores!!! Figura IV‑104: “Área das piscinas” Figura IV‑105: Muito acúmulo de água Figura IV‑106: piscinas mais esverdeadas Figura IV‑107: Explosão de cores Figura IV‑108: Vista do alto morro Figura IV‑109: Detalhe Figura IV‑110: Poça mais azulada Salvei dois vídeos no canal dessa área das piscinas, Cap IV‑31 e Cap IV‑32. Ah, e para não criar muita expectativa: o lugar é menor do que pode parecer nas fotos! É só uma pequena região do salar que fica colorida assim. Essa foto dá para ter uma ideia do tamanho, no primeiro plano, a parte que tinha a “área dos vulcõezinhos” e, no fundo, centro esquerdo da foto, é a “área das piscinas”. A área com atividade hidrotermal, e muito colorida, é relativamente pequena. O resto é aquele deserto da chegada. Dito isso: eu esperava um lugar um pouco maior, mas ainda assim eu achei o Dallol #imperdível. Era a parte que eu tinha maior expectativa da Etiópia, e não me decepcionou! Figura IV‑111: Vista geral da área com atividade hidrotermal Depois do Dallol, fizemos ainda duas paradas rápidas só para foto em algumas formações bacaninhas. Primeiro uns pináculos, e depois visitamos rapidamente um lago de potássio bem diferentão, com água escura, quente, tóxica e muito fedida! Figura IV‑112: Lago de Potássio Ficamos nesses passeios da região do Salar Danakil das 6h às 9h, quando seguimos para o vulcão Erta Ale. O trecho de carro era longo, e chegamos no vulcão à noite. A maior parte da estrada agora está asfaltada, só pegamos umas 2h de estrada off-road da saída da cidade de Afrera até o vulcão. Mas uma grande parte desse trajeto estava sendo asfaltada. Em uma parte do trajeto, ventava muito, inclusive vimos alguns miniciclones se formando com areia e a poeira do deserto, depois se desfaziam, muito bacana. Parecia Madmax! Infelizmente não consegui tirar nenhuma foto decente desses miniciclones, mas olha quanta areia e poeira nessa foto e nos vídeos (Cap IV‑33 e Cap IV‑34) dos nossos carros atravessando a ventania infernal no deserto! Figura IV‑113: Tempestade de areia no deserto Quando chegamos na parte vulcânica, próximo ao Erta Ale, parou de ventar forte, felizmente. O Erta Ale não é tem aquele formato clássico estratovulcão, é um vulcão escudo. Até por isso ele é bem baixo, 612 metros de altura. Figura IV‑114: Erta Ale O acampamento era muito parecido com o do dia anterior, só não tinha a caminha de palha, os colchões ficavam no chão mesmo. Arrumamos as coisas e partimos para ver o vulcão. Lembrando que a subida até o vulcão agora é bem curta, 30 minutos, porque, recentemente, construíram uma estrada de terra nova. A subida não é difícil, mas é um pouquinho traiçoeira, muita pedrinha, escorrega bastante, especialmente à noite. Depois você chega em um lugar que parece um cume, talvez fosse uma cratera antiga do vulcão, mas que ainda não é a borda da cratera “atual”. De lá, a gente descia por uma pequena encosta, pedaço apertadinho e íngreme, para depois caminhar até a beira da cratera. Salvei no canal um vídeo desse cume ante da descida para a borda da cratera, Cap IV‑35. Esse último trecho, até a beira da cratera atual, é pura lava petrificada. A foto a seguir permite ter uma ideia do tamanho da cratera do vulcão, reparem nos 3 turistas bem pequeninhos perto da borda da cratera.... Figura IV‑115: Turistas na borda da cratera Infelizmente, eu já sabia que, desde a erupção de 2017, o Erta Ale não tinha mais lago de lava, nem tinha erupções estrombolianas. Mas estava com um pouquinho de lava visível, que não se movimentava, nem tinha pequenas erupções, parecia carvão pegando fogo.... Nas fotos abaixo, dava para ver alguns pontos bem vermelhos no meio da fumaça. Segundo o guia, há pouco tempo voltou a aparecer essa lava no vulcão. Erta Ale na língua afar significa montanha de fumaça. Nome mais do que apropriado, a quantidade de fumaça era muito maior que os outros vulcões que eu fui! A fumaça incomodava bastante também. Mas, pelo menos, rendia belas fotos com aquele clarão vermelho subindo da cratera à noite! Figura IV‑116: Lava visível e clarão vermelho Figura IV‑117: Fumaça e clarão vermelho Figura IV‑118: Turistas e suas lanternas voltando da cratera No dia seguinte, acordamos cedo e, antes do café da manhã, subimos novamente para ver o Erta Ale. Nos outros vulcões, eu preferia à noite, o espetáculo era muito mais lindo. Mas do Erta Ale, eu gostei mais de dia! De manhã, conseguimos ver uma atividade vulcânica maior, não sei se era a visibilidade que estava melhor (menos fumaça), ou a atividade do vulcão que estava maior. Dava até para ver minierupções estrombolianas naqueles pontos de lava vermelhos, que pareciam carvão em churrasqueira (as fotos a seguir foram tiradas com bastante zoom). Foi bacana, mas as erupções não chegavam nem perto da altura necessária para sair da cratera. Figura IV‑119: Minierupções Figura IV‑120: Lava Salvei dois vídeos no canal desses pequenos focos lava, Cap IV‑36 e Cap IV‑37. Também deu para ver bem o terreno depois que a gente desce do cume, ao redor da cratera do vulcão de dia. O cenário é bacana, muita lava solidificada, meio quebradiça, bem exótica. Pelos formatos e cores das lavas solidificadas, era possível saber se era de uma erupção mais recente ou mais antiga, e tinha alguns rios de lava petrificada. Figura IV‑121: Rio de lava seco Figura IV‑122: Campos de lava solidificados O tour de 3 dias pela Danakil Depression estava chegando ao fim. E a pergunta que não quer calar: valeu a pena? Depende.... Eu valorizo bastante aquelas atrações que têm um desafio, pois sempre abrilhanta a experiência, mas o mais importante é que a atração em si ofereça uma recompensa show. No final das contas, eu achei esse passeio muito perrengue (especialmente falta de banheiro e o calor por muitos dias), para uma recompensa média... A logística poderia melhorar muito: uma saída à tarde para o Erta Ale, com pernoite, e posterior visita ao Dallol/Salar Danakil antes de retornar à cidade, já seria suficiente. Quanto ao Erta Ale, apesar de enfeitiçado pela Pele (deusa havaiana dos vulcões), minhas expectativas não eram tão altas. No final, eu diria que foi de acordo com as expectativas. A inevitável comparação com o Nyiragongo, que estava com um lago de lava magnífico e que eu havia visitado 4 dias antes, de fato prejudica um pouco a minha admiração pelo Erta Ale. Já imaginava que isso poderia acontecer quando decidi fazer o Nyiragongo primeiro, não quis arriscar deixá-lo por último para ter algum tempo de reação caso surgisse algum imprevisto. A verdade é que o Nyiragongo foi tão mais impressionante, que dá até uma certa “brochada” no Erta Ale.... Fiquei observando a reação dos outros turistas, a maioria estava vendo um vulcão ativo pela primeira vez e pareceu gostar. Fico imaginando como o Erta Ale deveria ser legal antes da erupção de 2017, ia ser demais chegar pertinho daquela cratera cheia de lava. No Nyiragongo, por exemplo, ficamos bem mais longe do lago de lava. Vale lembrar que os lagos de lava são muito instáveis, então é sempre bom conferir as condições do lago antes de ir. De qualquer forma, mesmo se estiver com pouca lava, eu acho que #valeapena conhecer o Erta Ale para as “pessoas normais”, ou #imperdível para quem, como eu, adora vulcões e esse tipo de excursão mais “raiz”! Dallol: #impedivel Erta Ale: #valeapena Dia 10 -> Lago Afrera Depois que voltamos do Erta Ale, tomamos o café da manhã no acampamento, e às 8h30 seguimos para a última parada do tour. Antes, uma curiosidade. O nosso motorista passou os 3 dias conosco sempre mascando umas plantinhas... Especialmente depois das refeições, tinha uns pequenos ramos, que ele ficava passando entre os dentes, se não me engano tinha umas folhas também. Percebi que os outros motoristas do tour também estavam sempre mascando esse negócio.... Depois fui descobrir que na Etiópia, em toda aquela região do chifre africano e no Iêmen, é muito comum uma plantinha chamada khat (pronunciavam “chat”). Parece que é viciante, causaria dependência psicológica, mas não causa dependência química. Aquele matinho contém uma substância estimulante parecida com anfetamina, causando excitação e euforia, mas demora um pouco para fazer efeito. Apesar de, no mundo ocidental ser considerado droga (a OMS considerou droga em 1980), na Etiópia e nesses países, o consumo é cultural, desde o século XI pelo menos. Seu consumo não é crime, é muito normal, parece que é bem comum usarem depois do almoço, especialmente motoristas. Além disso, descobri que, naquela região, também é muito comum o uso de uns ramos de uma árvore como uma escova de dente natural, chamado miswak. Teve uma hora que os turistas do meu carro perguntaram para o motorista o que era aquilo que ele estava sempre mastigando. Ele falou que serviria para limpar os dentes e até ofereceu para a gente. Hoje eu estou na dúvida se era o miswak, “escova de dente natural”, ou o khat mesmo.... Mas eu acho que o danadinho deu um “migué” na gente, dizendo que era para limpar os dentes, mas devia ser khat e a gente nem desconfiou que aquilo “dava um barato” 🤣🤣🤣 . Só para deixar claro, o motorista era bem gente fina e dirigia super-bem. Nossa última atração era o Lago Afrera, que fica a 2 horas do Erta Ale. É um lago muito salgado, tem várias salinas na região. Eles nos levam a uma entrada do Lago Afrera onde, ao lado, tem uma Hot Spring, uma fonte termal com água muito quente. A água é doce e seria uma delícia, não fosse o calor infernal daquele lugar.... Ou seja, o lago era muito salgado, a fonte, muito quente, estava um calor do cão, mas, ainda assim, valeu porque foi o mais perto de banho que eu consegui nesses três dias! Ficamos mais ou menos uma hora no Lago Afrera e na fonte, almoçamos em Afrera e depois voltamos para Mekele (umas 3h de viagem). Como meu voo para Addis Abeba era naquela noite às 20h, o motorista já me deixou no aeroporto. E que delícia que foi reencontrar um banheiro, ainda que bem porco, do aeroporto de Mekele.... Foram três dias sem sequer lavar a mão em uma pia, para não falar dos três dias sem número 2 🤣🤣🤣 ! Lago Afrera: #legalzinho Dia 11 -> Addis –> SP Na noite anterior, meu um voo chegou tarde em Addis Abeba e, como meu voo para São Paulo já era de manhã, infelizmente não pude conhecer direito Addis Abeba. A minha rápida impressão é que a capital tem algum desenvolvimento, bem diferente da imagem que tínhamos da Etiópia dos anos 80, mas provavelmente com uma grande desigualdade social, que conhecerei em alguma próxima viagem. Só deu tempo de tomar o banho mais desejado e merecido dos últimos tempos! No dia seguinte, peguei o meu drone sem maiores problemas e embarquei de volta para casa depois dessa viagem frenética. Antes de encerrar os relatos, queria mostrar um pouco da realidade que eu conheci do interior da Etiópia. Visitei Lalibela, Axum, alguns vilarejos na região de Afar na Danakil Depression, além de Mekele, uma cidade maior com 300 mil habitantes. A ideia é mostrar o “mundo real” dessas localidades e seu cotidiano. Vou deixar que tirem suas próprias impressões. Os vídeos capturam um pouco dessa realidade de forma mais clara, salvei alguns no canal (Cap IV‑38, Cap IV‑39, Cap IV‑40, Cap IV‑41 e Cap IV‑42) circulando pelas ruas de Lalibela, de Axum, de Makele, e também um vídeo do nosso acampamento (primeiro dia) próximo a um vilarejo no estado Afar. Seguem também algumas fotos. Figura IV‑123: Ruas na periferia de Lalibela Figura IV‑124: Axum Figura IV‑125: Mekele As regiões ao norte têm muitas cabanas de madeira, barracos, poucas casas de alvenaria. Várias casinhas eram construídas de forma semelhante à nossa “barraca restaurante” do acampamento. No Norte da Etiópia, também chamou minha atenção um monte de pedras nos telhados para evitar que as telhas voassem. Figura IV‑126: Muitas pedras no telhado Figura IV‑127: Antena e pedras no telhado O que eu acertei e o que eu faria diferente: Para os meus objetivos e restrições de tempo, achei que o meu roteiro ficou excelente. Ficou muito corrido, o que, para mim, não é problema, mas a quantidade de coisas que eu consegui fazer em 10 dias foi incrível! Combinando atrações de aventura e natureza (dois vulcões bem remotos e gorilla trekking), e atrações culturais (Memorial do Genocídio, Lalibela, Axum). O ideal seria se eu tivesse mais uns dias para combinar com alguma praia paradisíaca do Índico.... Minha rápida passagem por Ruanda foi suficiente para conhecer o meu objetivo principal: o Memorial do Genocídio. Existem outros locais de genocídio transformados em memoriais, como a famosa igreja de Nyamata, e outro chamado Murambi, cujo memorial deve ser ainda mais impactante, pois exibe corpos mumificados para os que tiverem estômago para visitar... A outra atração mais famosa de Ruanda são os gorilas, mas a licença do gorilla trekking lá estava absurdos 1500 $USD, enquanto, em Uganda, estava 600 $USD! Os gorilas ficam no Parc National des Volcans, onde também existem alguns trekkings, e dá para curtir o Lake Kivu nas redondezas. Infelizmente, Uganda foi o lugar mais sacrificado pela minha falta de tempo, mas quem sabe eu volto um dia. Tem um rafting no Nilo, que dizem que ser ótimo, e não vai durar muito tempo. Deve acabar quando uma nova represa for construída. Próximo à região dos gorilas, ficam o belo Lago Bunyonyi e diversos trekkings da região do Rift Valley, incluindo montanhas com picos nevados! Uma alternativa ao Kilimanjaro é o Monte Stanley (acho que os locais também chamam de Monte Rwenzori), terceiro pico mais alto da África, mas é importante verificar as condições de segurança, já que fica na fronteira com a RD do Congo. No oeste de Uganda, há parques nacionais com muitos animais, incluindo os big five, mas espalhados em diversos parques nacionais, como o Queen Elizabeth e Murchison. O Kibale Forest National Park tem chimpanzés, mas também é caro, e dizem que a experiência pode não ser tão bacana quanto com os gorilas, já que eles ficam mais na copa das árvores. A Etiópia é um país bem grande, o que dificulta um pouco a locomoção entre as atrações. Entre os lugares que não conheci, Harar me chamou atenção. Conhecida como a “capital muçulmana” da Etiópia, é uma cidade antiga, cheia de mesquitas, e, na Etiópia, dizem que é a quarta cidade mais sagrada do Islã (depois de Meca, Medina e Jerusalém). No século VII, quando o profeta Mohammed enfrentou perseguição pela primeira vez na Arábia Saudita, disse aos seus seguidores que, na Etiópia (Abissínia, na época), eles seriam bem recebidos, o que, de fato, ocorreu. Atualmente, os muçulmanos compõem 34% dos mais de 115 milhões de habitantes da Etiópia. Mas o que mais me atraiu em Harar foi a tradição de alimentar as hienas. O blog Saiporaí de Guilherme Canever tem um relato sensacional de lá (Ref. 20). Se tivesse mais tempo e $, incluiria, em primeiro lugar, a Tigray church mais legal, depois mais um dia em Addis Abeba para conhecer a capital e o fóssil Lucy, depois conheceria a medieval Gondar, Harar e as Simien Mountains, nessa ordem de prioridade. E se tivesse ainda mais tempo e $, incluiria Bale Mountains e cachoeira do rio Nilo Azul. A Etiópia também oferece parques nacionais e lagos com vida selvagem, mas safaris em outros países parecem melhores. Tem gente que vai para o sul conhecer Omo Valleys, conhecer umas tribos bem peculiares. As tradições das tribos parecem bacanas, mas, na época, só achei passeios que pareciam aqueles mega turísticos, meio tourist trap, não tão autênticos. Mas já vi muita gente que adora, e se pesquisar bem, dá para achar passeios mais imersivos lá. RD do Congo, eu confesso que não pesquisei nada além da região do Virunga. Não sei se tem mais atrativos, deve ter coisas bacanas, pois é um país gigante! Mas, com ebola, os conflitos armados e a guerra civil, por hora, já está bom conhecer o Nyiragongo.... Nyiragongo foi uma das melhores viagens da minha vida, mas não sei se eu recomendaria ir para lá no momento que eu fui, sabendo que (1), nas redondezas, está tendo um surto de ebola, com (2) um conflito armado com milícias controlando cidades, e (3) que o parque nacional às vezes é fechado por falta de segurança.... Eu só recomendaria para os roteiristas do Não Conta Lá em Casa (Ref. 17) e para as pessoas que, assim como eu e o @DIVANEI (Ref. 16), continuam tomando decisões cretinas e inconsequentes mesmo depois de velhas 🤣 🤣 🤣. Eu fico imaginando o que aconteceria com quem tem febre detectada nos pontos de controle de ebola. São pessoas simples que ficam medindo a temperatura nos checkpoints, não são médicos. Ficam em tendas no meio das estradas, não em hospitais, postos de saúde etc. Imagina se você tiver uma gripe que não tem nada a ver com Ebola e detectam febre nesses checkpoints, deve dar uma confusão.... Posso estar enganado, mas com os “superprotocolos” de segurança desses países, meu palpite não é dos melhores. Mas enfim, comigo, tudo ocorreu sem problemas. A melhor época para visitar a Etiópia na região do Danakil Depression é janeiro e fevereiro, quando é menos calor. Na RD do Congo, o ideal é evitar chuvas, nos meses de outubro a começo de dezembro. Mas acabei indo no início de setembro, e felizmente não peguei nem tanto calor na Etiópia, nem muita chuva na RD do Congo, deu tudo certo em relação ao clima. Por fim, queria falar um pouco sobre os bônus e ônus da vida de viajante na África. Minha primeira viagem para África foi para o Egito. Um país fantástico que eu amei e recomendo muito, mas não posso deixar de alertar também que sobre o assédio nos turistas. Zilhões de vendedores de qualquer coisa, muito insistentes, que não te deixam em paz nem por um segundo! Mas, se, no Egito, o choque cultural foi um pouco mais traumático, dessa vez eu estava mais preparado. Em Ruanda, o assédio incomodou um pouco, mas foi bem mais tranquilo que no Egito. Em Uganda, na rápida parada rápida na cidade para o motorista comprar comida, já chegaram algumas crianças chamando muzungu (homem branco). Nesse pouco tempo, já deu para ver que deve ser complicado o assédio. Na RD do Congo, eu só andei escoltado pela turma do Virunga, fica difícil avaliar. Já as informações que eu tinha a respeito de “assédio ao turista” eram bem ruins com relação à Etiópia. E, de fato, lá o bicho pega! Eu senti uma diferença marcante entre o Egito e a Etiópia. No Egito, o assédio era de um monte de gente querendo vender zilhões de coisas para o turista. Na Etiópia, além dos vendedores, tinham muitos pedintes também. E a maior parte dos pedintes era criança ou adolescente, e isso foi dureza, dá muito aperto no coração. É muito triste ver toda aquela pobreza e não poder ajudar muito.... Se a capital Addis Abeba pareceu bem desenvolvida, as outras regiões que eu conheci mais ao norte passava por vilarejos muito simples. Em Lalibela, meu hotel ficava no centrinho e, depois do almoço, tentei dar uma voltinha em umas lojinhas de souvenirs bem frente ao meu hotel. Eu fui caçado de uma forma, zilhões de crianças me cercando, pedindo, insistindo, eu não consegui andar nem 3 minutos e voltei para o hotel. Infelizmente, por causa de todo esse assédio, você acaba passeando menos e diminuindo a iteração com os locais, especialmente em lugares mais turísticos. Em Axum, também fui “caçado” na praça principal. No tour Danakil Depression, quando parávamos para almoçar ou tomar café nos vilarejos, vinham muitas crianças pedindo qualquer coisa. Na região do Afar – Danakil Depression, os vilarejos pareciam mais pobres do que no resto da Etiópia, e o clima inóspito (calor infernal e desértico) aparentemente tornava as condições mais difíceis para a população, infelizmente. Minha intenção aqui não é julgar nada, é apenas relatar como funciona o assédio ao turista se você decidir ir para lá. Claro que o assédio pode incomodar quem só quer ficar um pouco sossegado, mas, na minha visão, quem vai para lá precisa ser compreensivo e entender a situação complicada de algumas pessoas que vivem ali e não tiveram tanta sorte quanto nós. O pior é a tristeza de ver muita pobreza sem poder fazer muita coisa para ajudar. Se vocês forem para África, estejam mentalmente preparados. E financeiramente também.... Até por não ter muita estrutura turística para sair mochilando por aí, é muito mais caro viajar pela África do que muita gente imagina! E, em termos de luxos e conforto, tem que ser um pouco desapegado também. Definitivamente, fazer turismo na África não é para qualquer um. Mas todo lugar tem os seus aspectos positivos e negativos e, na minha opinião, vale muuuuito a pena conhecer a África! Provavelmente é o meu continente favorito, já voltei e ainda pretendo voltar muitas vezes mais. A África é um dos continentes mais bonitos, diversos e incríveis do mundo, com pessoas simpáticas e receptivas. Desertos, florestas, savanas, safaris, praias, cachoeiras, vulcões, tribos, diversas culturas e muita história. Uma viagem que te tira um pouco da zona de conforto, tornando a experiência ainda mais especial. Lá, você vai descobrir coisas que não vai encontrar em lugar nenhum do mundo. Acho que nenhum outro capítulo desse livro terá tantas histórias para contar... Foi uma viagem cheia de experiências únicas e momentos inesquecíveis! Ranking das atrações Segue meu ranking das principais atrações dessa viagem: 1 – Nyiragongo, RD do Congo 2 – Dallol, Etiópia 3 – Lalibela, Etiópia 4 – Erta Ale, Etiópia 5 – Gorilla trekking, Uganda 6 – Memorial Genocídio, Ruanda 7 – Axum, Etiópia Obs.: A Tigray church mais legal, mas eu não fui, Abuna Yemata Guh, e as outras parecem ter belas vistas, Maryam Korkor e Daniel Korkor, tinham potencial para estar na lista... --------------------------------------- Pessoal, postei quase inteiro o capitulo IV do livro/ebook (só reduzi algumas fotos pra adaptar ao forum). Os capítulos de cada continente ficaram parecidos com esse. O relato completo das viagens pelos outros continentes está no livro Destino Vulcões, que consegui deixar o livro inteiramente grátis no amazon.com.br (não sei por quanto tempo...). É só entrar lá e baixar (link: https://a.co/d/agKaeNM)! Dá para ler direto no site, mas eu recomendo usar o aplicativo “Kindle”, disponível para celular (Android ou iPhone), laptop (Windows), ou no próprio Kindle, claro. Sinopse do livro: Nesta obra, compartilho minhas aventuras em busca dos vulcões mais espetaculares do planeta. É um relato pessoal de mais de 90 dias de viagens, ao longo de 10 anos, explorando 15 países em 6 continentes, ilustrado com fotos e vídeos do próprio autor. Expressões absolutas da força da natureza, os vulcões fascinam na mesma medida em que amedrontam. Quem já assistiu a uma erupção com lava pode confirmar que os vulcões oferecem uma das cenas mais impressionantes da natureza. E não é preciso ser um aventureiro radical para explorar esses destinos — basta estar disposto a viver experiências inesquecíveis. Além de paisagens vulcânicas impressionantes, descobri culturas vibrantes e outras belezas naturais que tornaram essa jornada ainda mais enriquecedora. Convido você a me acompanhar nessa aventura, repleta de histórias fascinantes e paisagens deslumbrantes ao redor do mundo. Capa:
  2. 📷 Clique aqui para ler o texto original com fotos. O Marrocos foi o destino mais diferente que já visitei até hoje! Apesar de ter sido pouco tempo, conseguimos conhecer bastante coisa em 7 dias. Estar de carro nos deu mais liberdade para explorar do nosso jeito esse maravilhoso país de paisagens, costumes e sabores tão diferentes! É importante entender que a cultura marroquina é muito diferente da ocidental e, assim como em qualquer outro país, é preciso respeitar suas regras e tradições, concordando ou não com elas. Como passar uma noite no Deserto do Saara? Informações básicas Capital: Rabat Moeda: Dirham Marroquino (1€ = 10DH aproximadamente) Língua: A língua oficial é o árabe, mas o francês também é muito falado. Há também o berbere, que é a língua do povo do deserto. Dá pra se virar bem com inglês e em alguns casos espanhol. Religião: O islamismo é a religião predominante. Cerca de 99% da população é muçulmana. Fuso horário: O Marrocos está 4 horas adiantado em relação ao Brasil (horário de Brasília) e é o mesmo horário de Portugal continental. Glossário Medina: Parte mais antiga da cidade, geralmente composta por uma praça central e um labirinto de ruas e becos cercados por uma muralha. Souks: Mercados de rua onde se vende de tudo: Temperos, roupas, artesanato, itens de decoração etc. Eles ficam sempre dentro da medina. Riad: Casa típica marroquina transformada em alojamento para hóspedes. Geralmente há um pátio central e os quartos são dispostos ao redor dele, espalhados pelos andares do pequeno prédio. Há desde opções mais simples, como hostels, até os riads de luxo. Mesquita: Local de culto religioso dos muçulmanos. Sukran: Obrigado Salaam Aleikum: Expressão usada para cumprimentar ao chegar em um lugar. Literalmente traduzido como “que a paz esteja convosco”. Como se vestir no Marrocos? Tanto mulheres quanto homens marroquinos usam muito o djellaba, uma espécie de túnica longa de manga comprida, com ou sem capuz, geralmente usada com calças por baixo. As mulheres geralmente usam o véu na cabeça e os homens costumam usar o babouche, uma sandália de bico pontudo aberta no calcanhar. As cores e estampas são as mais diversas possíveis. As mulheres de uma das vertentes do islã usam a burca, peça única que cobre todo o corpo, deixando só os olhos descobertos (as vezes cobertos com uma rede). As mãos ficam cobertas por luvas. Essa vestimenta é mais comum nas pequenas vilas do interior do país do que nas cidades maiores como Casablanca e Marraquexe. Para os turistas não há muitas regras. É recomendável usar roupas mais discretas como calças, saias ou vestidos longos, preferir blusas sem decotes ou alças e evitar peças muito justas. O lenço não é obrigatório para as mulheres, mas é um bom item para cobrir ombros ou pernas caso esteja se sentindo desconfortável com os olhares. É só usar o bom senso e respeitar a cultura deles que estará tudo certo! Quando viajar para o Marrocos? O clima no Marrocos é bem variado, até porque é um país que tem uma geografia que vai da praia ao deserto, da cidade à montanha. A minha experiência foi no começo de Junho, quase Verão. Já estava bem quente, pelos 30º, mas nada impossível de lidar. Tanto nas cidades quanto no deserto fazia muito calor durante o dia e uma brisa bem leve à noite. Nos meses de inverno a temperatura cai um pouco, há mais umidade e até neve nas montanhas do Médio e Alto Atlas. De modo geral as épocas mais recomendadas para visitar o Marrocos são a Primavera e o Outono, quando o clima está mais equilibrado. Se o destino for de praia, o Verão pode ser uma boa opção, assim como o Inverno, caso queira esquiar na neve. Como dirigir no Marrocos? Para dirigir no Marrocos não é preciso carteira de habilitação internacional. Tanto a brasileira quanto a europeia são válidas. É muito recomendado reservar o carro com antecedência. Há muitas blitz nas estradas, especialmente nas entradas e saídas das cidades, por isso esteja sempre atento à velocidade, cinto de segurança na frente e atrás e documentos em dia, claro! Caso leve multa, o pagamento é feito na hora. A maioria dos policiais foram simpáticos, mas eles claramente buscam algo de errado para poderem aplicar uma multa. As estradas são boas e tem sinalização em árabe e (geralmente) francês, mas nas cidades o trânsito é completamente caótico! Em muitos lugares há “flanelinhas” para estacionar na rua, se for o caso, negocie o preço. Os trajetos costumam ser longos e as vezes muito sinuosos, então o ideal é ter mais de uma pessoa para revezar na direção. Se for no verão ou mesmo um pouco antes, certifique-se de que o carro tem ar condicionado! Segurança no Marrocos No geral, eu me senti bastante segura no Marrocos, mas estávamos em um grupo de dois homens e duas mulheres. Talvez para uma mulher sozinha seja preciso um pouco mais de cuidado. Por ter lido muitos relatos preocupantes em relação à isso, estávamos atentos à possibilidade de golpes, mas com o tempo relaxamos e percebemos que apesar de existir esse tipo de perigo, a maioria dos marroquinos está realmente só querendo ajudar e ser atencioso. O tempo todo há pessoas oferecendo insistentemente de tudo: produtos das suas lojas nos souks, passeios, restaurantes e até drogas! Mas se não der atenção por algum tempo eles param, não há violência. O que existe de fato, assim como no Brasil e na Europa, são batedores de carteira. Mas é só ter atenção com seus pertences, especialmente nas Medinas, que estará tudo bem. Casablanca foi o lugar onde me senti mais intimidada, tanto com os olhares quanto com a dinâmica da cidade, caótica e muito suja. Mas ainda assim não houve nenhum perigo real. Uma coisa a ter atenção para não criar problemas é com o registro em fotos e vídeos. Se você pedir autorização prévia, eles geralmente aceitam aparecer ou deixam que fotografe seus produtos, caso contrário eles podem pedir que apague e muito provavelmente vão te dar uma bronca! Alimentação no Marrocos A gastronomia marroquina é muito rica em sabores! Ao andar pelas medinas a fome é constante, já que é impossível não se embriagar com o aroma dos temperos das mais variadas cores e paladares, sempre empilhados em formato de pirâmide. Os pratos mais famosos são o tajine e o cuzcuz. O primeiro é como um cozido, preparado em um recipiente que também se chama tajine e é geralmente feito de barro. A receita pode variar muito, geralmente as opções são carne, frango ou vegetariano. O cuzcuz marroquino também tem opções carnívoras e vegetarianas, sendo que a “mistura” fica por cima de uma base de cuzcuz. Outros itens na lista de iguarias maroquinas são o shoarma, espécie de sanduíche de carnes variadas enroladas no pão pita, entradinhas como o baba ganoush e o hummus, e ingredientes como azeitonas, tâmaras e frutos secos. Pela manhã é comum ter uma espécie de panqueca, sempre acompanhada de geléias e mel. No Marrocos praticamente não há bebida alcoolica. Em geral só é possível encontrar vinho, cerveja ou qualquer outra bebida em mercados grandes e afastados do centro ou em hóteis e restaurantes internacionais. O que se bebe frequentemente no país é chá de menta, faça frio ou calor! Não tivemos nenhum problema em relação à alimentação, mas é importante ficar atento pois nas barracas de rua não há muita higiene. Também não é recomendado consumir água da torneira. Roteiro 7 dias no Marrocos Nosso roteiro foi de 7 dias, ida e volta de Lisboa para Casablanca em Junho de 2019. Todo o trajeto foi feito de carro. Dia 1 – Lisboa -> Casablanca -> Marraquexe Chegada em Marraquexe no fim da tarde. Janta e passeio pela Medina. Hospedagem: Oasis Hostel Tempo aproximado dirigindo: 03:00 Dia 2 – Marraquexe Dia inteiro em Marraquexe. Passeio pela Medina, compras no souk, visita ao Palais Bahia. Hospedagem: Oasis Hostel Tempo aproximado dirigindo: 00:00 Dia 3 – Marraquexe -> Ouarzazate -> Garganta de Dades Saída de Marraquexe de manhã, parada para almoço em Ouarzazate, passeio pela Garganta de Dadès e pernoite em Boumalne. Hospedagem: Dar Outeba Tempo aproximado dirigindo: 06:00 Dia 4 – Garganta de Dades -> Garganta de Todra -> Merzouga (noite no deserto) Saída de Boumalne de manhã, passagem pela Garganta de Todra, chegada em Merzouga no meio da tarde e saída para a noite no deserto pelas 17:00. Leia aqui como é passar uma noite no Deserto do Saara! Hospedagem: Tenda no Deserto Tempo aproximado dirigindo: 04:00 Dia 5 – Merzouga -> Casablanca Saída de Merzouga de manhã e chegada à Casablanca no final da tarde. Hospedagem: Airbnb Tempo aproximado dirigindo: 09:00 Dia 6 – Casablanca Visita à Mesquita Hassam II, passeio pela Medina e o Souk, caminhada na beira do mar. Hospedagem: Airbnb Tempo aproximado dirigindo: 00:00 Dia 7 – Casablanca -> Lisboa Entrega do apartamento e saída para o aeroporto. Hospedagem: – Tempo aproximado dirigindo: 00:30 A única coisa que eu mudaria desse roteiro seria o trecho de Casablanca. Só há uma atração que realmente vale a pena na cidade, a Mesquita Hassan II, então meio dia é suficiente. Acho que teria sido mais interessante conhecer Fez ou Chefchaouen. 📷 Clique aqui para ler o texto original com fotos.
  3. Roteiro Marrocos (11 dias) INFORMAÇÕES GERAIS Visto: dispensa de visto por até 90 dias Passaporte: deve ter validade de pelo menos 6 meses da data do retorno ao Brasil Vacinas: não exige vacina da febre amarela Quando ir: mar-maio e set-nov Capital: Rabat Moeda: dirham marroquino (MAD), podendo ser comprado fora ou dentro do país Idioma oficial: árabe e francês Cod. telefone: +212 Padrão bivolt: 220V Tomadas: C e E Empresas aéreas: Royal Air Maroc (RAM) Trem: ONFC Ônibus: CTM e Supratours VIAJANDO SOZINHA PELO MARROCOS Antes de decidir viajar ao Marrocos, pesquisei muito a respeito pois li e ouvi muitos relatos negativos quanto à presença da mulher no país, como por exemplo, perseguição e assédio. Por este motivo, optei por viajar com agência de viagens (o que nunca havia experimentado) e, ao final, posso dizer que foi uma boa escolha diante dos argumentos que tratarei mais adiante. A agência escolhida foi a Almanatour (esta informação não é patrocinada), porque somente ela oferecia o tour em novembro pelo tempo e locais pretendidos. O Marrocos é um país em expansão e com uma arrojada política de estruturação voltada ao turismo. Assim, a agência, especificamente, cumpriu com todos os serviços contratados, mas de uma maneira geral, os serviços ainda são ruins, mesmo nos hotéis estrelados, mas é um caminho a ser percorrido. Quanto à perseguição e assédio mencionados anteriormente, por duas vezes, em Fez e Marrakech, abandonei o tour para andar sozinha pela cidade e as impressões são as seguintes: 1. O Marrocos é um país muçulmano, portanto, você deve respeitar a figura da mulher dentro da religião; 2. Independente de ser homem ou mulher, você será extremamente assediado no que diz respeito às compras; e nesse aspecto, eles são incansáveis. Por isso, a dica é: óculos escuros e um educado “no, thanks”; 3. Evite tirar fotos com animas e fazer tatuagens nas praças principais das grandes cidades; um triste fato é que os vendedores sempre estarão prontos a lhe enganar nos valores comercializados. Assim, algumas situações que vimos ou enfrentamos: a. Um colega do tour tirou uma foto com um animal, em Marrakech, e o rapaz lhe disse que pela foto ele poderia pagar a quantia que quisesse. Após a foto, o colega ofereceu 5€, o que foi recusado pelo rapaz, que passou a exigir 20€. Nesse momento, o rapaz passou a ir para cima do colega, que começou a chamar a polícia, quando o rapaz empreendeu fuga. b. A noite, tirei uma foto de uma praça, em Marrakech, e um rapaz, saindo não-sei-de-onde, me pediu dinheiro pois possivelmente havia saído na minha foto. Expliquei que a foto não estava boa, apaguei e ele se convenceu e foi embora. c. Antes de partir de determinado ponto turístico, eu e uma colega do tour perguntamos a alguns policiais quanto era um táxi de onde estávamos para o hotel; eles nos informaram que o valor girava em torno de 20 a 25 MAD. Quando abordamos os taxistas, nos cobraram 80 MAD e aí começam a querer negociar. Ao final, voltamos a pé porque ficamos com receio de negociar valor certo e ser cobrado a maior, quando chegássemos ao destino. Assim será em relação a tudo que você tenha que pagar no país. Por esta razão, contratei um tour com tudo incluído e fugi de todos estes percalços. Conclusão: o Marrocos é um país lindo, incrível, de cultura apaixonante. Nas grandes cidades medievais vê-se grande número de turistas nas ruas durante todo o dia e noite. Caminhe a vontade pelas medinas, praças e demais pontos turísticos; você, mulher, não será perseguida. Enjoy! CLIMA NO MARROCOS Por estar próximo ao deserto, acreditava que o Marrocos era sempre quente. Ledo engano. Faz frio e muito frio. Respeite as estações. Fui em novembro (final do outono) e as temperaturas foram sempre amenas (8o a 20o) e mesmo no deserto fez frio durante o dia, mas sob forte sol. ROTEIRO DIA A DIA Por uma questão didática, expus o roteiro descriminado pela agência, em seu site, e farei comentários, quando julgar necessário. Dia 01: Marrakech “Chegada ao Aeroporto. Transfer para o hotel escolhido. Jantar incluído.” Dia 02: Marrakech – Essaouira – El Jadida – Casablanca “Saída para Essaouira logo depois do café da manhã. Visita da cidade, almoço opcional em um restaurante da cidade. Pela tarde vamos em direção a Casablanca. Durante o trajeto faremos paradas em Oualidia e El Jadida. Visita de orientação da cidade de Jadida ou Mazagão (que foi uma antiga cidade portuguesa) e na época considerada o melhor refúgio na Costa Atlântica no ano de 1769. Chegaremos em Casablanca para o jantar e alojamento no Hotel.” Essaouira Medina da Essaouira Dia 03: Casablanca – Meknes e Fez “Começamos o dia conhecendo Casablanca, a capital econômica do Marrocos: Mercado Central, distrito de Habús, o Palácio Real, a Praça de Mohamed V, a zona Residencial de Anfa, o exterior da Mesquita de Hassan II. Saída para Meknes para visitar a capital “Ismaelita”, a qual tem as maiores muralhas de Marrocos (40 km); a famosa porta de Bab Mansour, os estábulos reais e o bairro Judeu. Almoço durante o trajeto (Opcional). Continuação a Fez. Jantar e alojamento.” A parada não permite entrar na Mesquita de Hassan II, em decorrência do tempo. Se estiver sem excursão e decidir entrar na mesquita, é necessário um véu para cobrir ombros e colo. Casablanca Estábulos reais Dia 04: Fez “Todo o dia será dedicado a conhecer a Capital Espiritual do Marrocos; visitaremos a Medina Medieval e veremos as escolas muçulmanas mais antigas (exteriores) “Attarine e Medersa Bou Anania”, que fazem parte das Universidades Islâmicas mais antigas do mundo. Durante a nossa visita, também visitaremos a fonde água Nejjarine, a mais antiga da medina, o Mausoléu de Moulay Idriss e a Mesquita de Karaouine, vista exterior somente. Almoço típico (não incluído) em um restaurante local no coração da Medina. Na parte da tarde, visita aos mercados mais tradicionais, os zocos e a parte de Fez Jdid. Jantar e alojamento no hotel.” Neste dia, eu e uma colega do tour decidimos deixar o grupo e passear sozinhas pela principal medina de Fez: Fez El-bali. Passamos cerca de 05 horas no local, guiadas pelo GPS do celular. Esta medina possui mais de 9000 ruelas, portanto, não se percam. Negociamos, compramos, almoçamos e voltamos para o hotel. O táxi foi contratado por 300MAD/30€ (ida e volta) no próprio hotel. Medina Fez El-Bali Dia 05: Fez-Rabat-Marrakech “Saída até a cidade sagrada de Moulay Idriss pelas ruínas de Volúbilis, via a cidade Romana até Rabat, a Capital Administrativa. Visita ao Palacio Real Mechouar, ao Jardim e a Kasbah Oudaya (fortaleza Medieval), ao Mausoléu de Mohamed V e a Torre da Mesquita de Hassan. Almoço opcional durante o trajeto. Continuação da viagem por estrada autopista até Marrakech. Check-in no hotel , Jantar e alojamento.” Volubilis Rabat Dia 06: Marrakech “Todo o dia dedicado para conhecer Marrakech, a segunda mais antiga do Império, também chamada de “A Pérola do Sul”. A visita a parte histórica incluirá o Jardim da Menara, a Tumbas Saadianas, o Palácio Bahía, a Koutoubia e o Museu de Dar Si Said. Almoço no hotel. Durante a tarde visita dos Zocos de Marrakech e dos bairros dos artesãos, para apreciar a diversidade do local, incluindo a conhecida zona da praça mais famosa do Marrocos, a Djemaa El Fna e seu incomparável ambiente noturno. Jantar típico (opcional) nas Tendas do famoso restaurante “Chez Ali” encantador por suas apresentações de diferentes grupos folclóricos das regiões de nosso país. Alojamento.” Ao final do tour, por volta das 17:30h, abandonamos o tour e continuamos na Praça El Fna pelo resto da noite, até por volta das 22h, quando voltamos sozinhas ao hotel a pé. Koutoubia Palacio Bahia Djemma El Fna Dia 07: Marrakech, Ouarzazate e Zagora “Café da manhã no hotel, partida para Ait Ben Haddou através de Tizi N`tichka (2260 m. de altitude). Visita à famosa Fortaleza, a Kasbah, que serviu como cenário para filmes famosos e atualmente é patrimônio da UNESCO. Almoço (opcional) em um restaurante local frente a Kasbah e continuação para Zagora, cruzando o Valle de Draa. Uma paisagem única nos acompanhará neste dia. Jantar e acomodação no hotel.” Ait Ben Haddou Dia 08: Zagora – Nkob – Tazzarine – Erfoud “Saída para Tamgroute, visita ao centro de artesanato e de acordo com a disponibilidade, visita a Livraria Corânica, que contém livros antigos e documentos que datam de antes do século XII. Partida para Erfoud, através de pequenos povoados bereberes como Tansikht e N´Kob, onde é possível ver cenários esplêndidos do pré-Saara e das Vilas Berberes da cadeia de montanhas. Almoço (opcional) em Tazzarine em um pequeno villarejo no deserto. Pela tarde, continuação para Erfoud através da vila de Alnif e Rissani, local de nascimento da atual dinastia Alaouita. Jantar e acomodação no hotel.” Centro de artesanato Alnif “Neste dia, poderá realizar estas excursões opcionais: Opcional 1 : Excursão em Jeep 4×4 a Merzouga para ver o pôr do sol ou o nascer do sol nas dunas de Merzouga Opcional 2 : Excursão em Jeep 4×4 a Merzouga para ver o pôr do sol e Jantar na Tenda árabe em pleno deserto e regresso ao seu hotel em Erfoud Opcional 3 : Excursão em Jeep 4×4 a Merzouga para ver o pôr do sol e Jantar na Tenda árabe em pleno deserto + dormir em uma Tenda Árabe” Optei por dormir em uma tenda árabe. Assim, ao chegar ao deserto, fomos ver o pôr-do-sol, jantar e pernoite na tenda. A tenda possui cama de casal, luz elétrica, tomadas, chuveiro elétrico, mas não possui aquecedor. Na saída do hotel em Erfoud, em direção ao deserto, há vários vendedores que oferecem véus e colocam na cabeça dos turistas. Dunas do Deserto do Saara Pôr-do-sol no Deserto do Saara O passeio nos dromedários custou 30€ O passeio para o nascer do sol custou 20€ Dia 09: Erfoud – Tineghir – Ouarzazate “Caso a noite anterior tenha sido passada no hotel em Erfoud, você poderá optar por fazer uma excursão saindo em 4×4 ainda a noite para admirar o nascer do sol nas dunas do deserto. Depois do café da manhã, saída para Tineghir; visita da magnífica Garganta de Todra, um desfiladeiro que atinge uma altitude de 250 metros. Almoço (opcional) em um restaurante localizado ali mesmo, aos pés da garganta. À tarde, seguiremos nosso roteiro em direção a Ouarzazate pela famosa estrada das Mil kasbas, passando por lugares inesquecíveis como El Kelaa M’gouna e pela aldeia de Skoura. Jantar e alojamento no hotel.” Garganta de Todra Dia 10: Ouarzazate – Marrekech “Café da manhã e visita panorâmica da cidade de Quarzazate, antes de iniciar o caminho até Marrakech. Ao chegar em Marrakech, almoço no hotel, resto dia livre. Opcional: um jantar típico marroquino no coração da Medina.” Infelizmente, todos os jantares que pagamos durante a viagem somente incluíam um único prato típico, chamado Tajine (um cozido de legumes e verduras com/sem carne/frango). Assim, se você pretende provar o famoso cordeiro ou cuscuz marroquino, fuja dos jantares pagos. Dia 11: Marrakech-aeroporto “Café da manhã e transfer até Marrakech para Aeroporto Menara para embarque, conforme horário previsto para o voo.” Além das principais cidades medievais contidas neste tour, você ainda pode visitar: CHEFCHAOUEN (Mesquita Azul) A única maneira de chegar em Chefchaouen é por terra, ônibus ou carro. A cidade fica mais ao norte do país, e chegar até ela é tranquilo. Saindo de Marrakech, é uma longa viagem, pois Chefchaouen fica a quase 600km de distância, passando por Casablanca, Rabat e Fez. CASCADES D’AKCHOUR (40min de carro de Chefchaouen) O ponto de partida dos táxis é ao lado do posto de gasolina (só tem um na cidade). É só chegar e falar que quer ir para Akchour. CASCATAS DE OUZOUD (160km de Marrakesh)
  4. A África ainda é um dos continentes menos explorados pelos turistas. Além disso, viagens para a África são algo exótico que nem todos podem pagar. No entanto, aqueles que decidem visitar esta parte do mundo quase nunca se arrependem e recebem toneladas de grandes emoções de suas viagens. Essa aventura com certeza pode te trazer novas vivências e conhecimentos, mas é necessário planejar tudo muito cuidadosamente. Como toda viagem internacional, existem milhares de coisas para pensar, separar a documentação necessária, pesquisar sobre a língua local falada, as atrações que você irá visitar, a moeda utilizada, entre muitos outros preparativos… Infelizmente, a África é diferente dos destinos de viagem populares devido à sua infraestrutura pouco desenvolvida. Abaixo, você encontrará um guia detalhado sobre como se preparar para sua viagem à África. 1. Obtenha Vacinação e Medicamentos Adequados Infelizmente, a África pode ser perigosa para pessoas que não têm um sistema imunológico forte. É preciso pesquisar as doenças mais disseminadas na região que pretende visitar e fazer a vacinação adequada. Isso pode mantê-lo protegido contra febre amarela, hepatite, fólio, etc. Observe que algumas vacinas devem ser feitas alguns meses antes do início da viagem. Além disso, você tem que trazer um grande número de medicamentos. Uma dieta diferente e a qualidade da água podem causar dores de estômago. Além disso, você precisa trazer analgésicos suficientes em caso de dor de dente ou dor de cabeça. Continue lendo em: 7 Dicas Sobre Como se Preparar para sua Viagem à África
  5. Fala galera! Estava tentando montar um mochilão pela Europa neste ano, sendo que viajaria com a minha irmã. Mas, com esse lance todo da pandemia e a alta das moedas mais fortes, pensamos num outro destino: África do Sul. Pesquisando sobre as atrações e lendo alguns relatos aqui, também despertamos interesse por conhecer a Namíbia. O que não está muito claro pra nós é se seria possível conhecer estes dois países, já que temos um orçamento meio limitado. A ideia seria fazer Safari na Namíbia (Etosha), dar um rolê no deserto e seguir para a África do Sul, Cape Town. Rola fazer isso? Se sim, quantos dias levaria, no mínimo? E quanto eu iria gastar? Agradeco desde já!
  6. Dia 1 Em janeiro de 2020, antes da pandemia assolar o mundo, parti para minha única viagem internacional no ano. Segui de ônibus de Floripa a Porto Alegre, embarcando no voo da Cabo Verde Airlines até a ilha do Sal (826 reais pela ida). A cia aérea deixou a desejar bastante, pois o avião não era grande, as telas de vídeo estavam desligadas, não havia tomadas, o jantar estava quase congelado e nem café da manhã foi servido. Dia 2 Ao desembarcar às 6 e meia, tirei o visto ao custo de 3400+2500 escudos cabo-verdianos (110 escudos = 1 euro). Tive o azar de ir antes da isenção do visto começar a valer. Fui até a via principal em frente ao aeroporto e parei a primeira picape cheia de gente em direção à distante cidade de Santa Maria. Esse meio de transporte me custou apenas 100 escudos, enquanto que um táxi sairia por 15 euros! Deixei a mochila no quarto compartilhado do albergue Xamedu Sal, que fica na borda da parte menos subdesenvolvida da cidade, e saí a caminhar pela parte arenosa a leste. Duas noites nessa hospedagem me custaram 3469 escudos. Uma das praias mais famosas no mundo para a prática de kitesurfe fica ali, tamanho o vento. Contei uns 70 equipamentos no mar ao mesmo tempo! Uma pena que haja lixo por todo lado. Voltei atravessando a salina que ainda opera e que dá nome à ilha do Sal. Na virada pra tarde, almocei a tradicional cachupa (feijão, milho, ovo e alguma carne) por 3 euros no Café del Mar. Água de meio litro por 150 escudos, salgado. Em seguida, segui pela praia principal, onde fica um píer e a maioria dos turistas brancos. As construções são mais bonitas por aqui e há diversas lojas de souvenires. Caminhei uma eternidade entre resorts até a praia de Ponta Negra. Bem bonita. Na volta à rua Pedonal, me deliciei com sorvete italiano na Gira Mundo: 3 bolas por 350 escudos. Mais além, fui ao restaurante d'Angela degustar mariscos. Entre os disponíveis, pasmem, cracas (500 escudos)! E não era ruim, apenas difícil de comer. Um caneco de cerveja (250 escudos) acompanhou a refeição do final da tarde, quando o vento já começava a resfriar. Conheci uma sueco-brasileira (Janine) no albergue. Juntos e com mais duas francesas, fomos tomar uma no Buddy Bar, onde rolava som ao vivo. Peguei uma caipirinha de grogue, o destilado local, por 400 escudos. Por fim, comemos um kebab no Camara Camara, por 300 escudos. Dia 3 Depois de pegar um bolo e um suco de baobá num mercadinho (quase sempre de posse chinesa), fui até a CV Bike, onde aluguei uma bicicleta decente por 16 euros a diária. Queria ter saído mais cedo, mas só consegui partir às 10 e meia. O começo é uma subida reta pelo asfalto, com vento lateral - e tudo seco à volta. Em Murdeira, há um condomínio bacana e uma praia linda. Vi uma águia-pescadora lá, enquanto admirava a vista das areias negras. Quase chegando ao aeroporto, desviei pela estrada de chão que passa pelo sertão até Palmeira. Foi um trecho complicado. Esse povoado é onde fica o porto da ilha. Almocei na Casa dos Pescadores uma cavala por 400 escudos e uma água de 1,5 l por 150. Atravessei as casinhas coloridas, antes de novamente pegar a estrada não asfaltada. Primeiro parei na baía azulada de Regona, antes do ponto mais distante que chegaria, Buracona. Por 3 euros, tive acesso ao olho azul (que já não estava mais azul devido à hora tardia), bem como atrações acessórias. Retornei por outro caminho, de areia quase fofa e pedras, até Terra Boa, o local de cultivo. Precisei passar por uma favela lotada de lixo pra atingir Espargos, a capital da ilha do Sal. Nem parei, prosseguindo pelo asfalto morro abaixo até Santa Maria, quase ininterruptamente, pois o sol já estava se pondo. Cheguei às 6 e meia, bem no horário em que a loja das bikes estava fechando. Também deu tempo de chegar no restaurante d'Angela antes do happy hour de frutos do mar acabar. Peguei o polvo (500 escudos). Depois do banho, me uni a uns colombianos e a outra brasileira (Andyara) para a janta no restaurante d'Fogo, onde comemos peixe por 350 escudos. Pedi uma cerveja grande; me trouxeram 1 litro por 350 escudos. Em seguida, curtimos brevemente no Ocean Bar, antes da balada fechar. A festa continuou no Buddy Bar, mas pela 1 e pouco, voltamos pra dormir. Dia 4 Acordei tarde, só a tempo de pegar minhas coisas, almoçar um espaguete (3 euros) no Café del Mar e pegar um transporte coletivo Hiace (van) pro aeroporto, por 100 escudos. Só sai quando lota, mas esse foi rápido. Lá, esperei até o embarque atrasado com a Binter CV para a ilha de São Vicente. Por sorte, não precisei enfrentar a bruma seca, que é o vento carregado de areia do Saara que atinge as ilhas nessa época, e que fez um casal de brasileiros precisar aguardar 4 dias a mais pra deixar essa ilha! Já em São Vicente, desci e aguardei na via principal por um aluguer (outra forma de chamar as vans), mas como demorou a passar, negociei com um taxista que já levava outra pessoa para que eu pagasse 300 escudos - o preço normal seria 1000. Ingressei no Basic Hotel, que fica numa baita ladeira um pouco fora do centro. Uma suíte privativa saiu por 2170 escudos. No Fortim do Rei, em ruínas, aparentemente fica a melhor vista de Mindelo, a capital da ilha. Dá para se ver o centro de construções portuguesas, a marina e o porto, a praia da Laginha e as casas coloridas no morro. Desci com o sol já baixo em direção ao centro e beira-mar. Logo tomei uma batida de frutas num quiosque por 260 escudos. Tentei caminhar mais, mas não me senti muito seguro por lá, então depois de atravessar umas quadras, parei num restaurante para jantar. A pizza vegetariana no Cocktail saiu por 450 escudos + caneco de cerveja por 200 escudos. Subi o morro de volta pro hotel e lá permaneci. Dia 5 Dei uma volta pelo centro durante a manhã, depois do pequeno almoço incluído no hotel. Ingressei no interessante Museu do Mar (200 escudos), que fica numa torre à beira-mar e conta a história marítima de São Vicente e Cabo Verde. Depois, almocei uma cachupa (280 escudos) no Dokas, ao lado do terminal de balsas. Enquanto aguardava a balsa pra ilha seguinte, relaxando na incrível praia da Laginha, um cara veio me incomodar pedindo dinheiro insistentemente, fato corriqueiro nesses meus dias em Cabo Verde… Subi na embarcação, que levou uma hora e custou 800 escudos por trecho. Balançou um bocado; uns quantos gorfaram. No desembarque na ilha montanhosa de Santo Antão, comprei uns pastéis baratíssimos (10 escudos cada!) de uma ambulante, e peguei um aluguer para Ribeira Grande (400 escudos). O trajeto longo pela costa é bem cênico. Enquanto o sol se punha, caminhei pelas vielas de Ribeira Grande, em busca do melhor mirante. Me hospedei no Residencial Luatur, onde uma suíte privada básica saiu por 4479 escudos para 2 noites. Jantei lá mesmo: lula com legumes (500 escudos) + suco natural de maracujá (150 escudos). Dia 6 O café incluído estava bom. Depois dele, esperei até às 10 e meia pelo aluguer para Cruzinha (300 escudos). O trajeto até lá é bem bonito, mas levou uma hora e meia. Por formações de paleodunas, comecei então a trilha de 14 km até a Ponta do Sol. O caminho é sobre areia inicialmente e calçada de pedras na maior parte do tempo. Sempre acompanhado pelo mar à esquerda, montanhas à direita e vento por todos os lados, é trabalhoso pelas inúmeras subidas e descidas. Passei pelas vilas de Formiguinhas, Corvo e Fontainhas, mas somente nos dois últimos encontrei uma fonte abundante de água, já que estava no período seco. Ali também ficam terraços agrícolas. Ultrapassei uns quantos franceses, a nacionalidade estrangeira não-lusófona mais presente nas ilhas. Quatro horas e meia depois de começar, entrei na cidade de Ponta do Sol. Fui direto pro restaurante bem-conceituado Caleta de Sol. Lá me deliciei com um filé de peixe marinado grelhado (500 escudos). Em seguida, tomei um aluguer para Ribeira Grande (100 escudos). Como não havia o que fazer, fui pro hotel. Mais além, jantei uma pizza grande por 400 escudos. Dia 7 O café da manhã demorou, mas tive que esperar até às 11 horas pelo aluguer para a Cova do Paúl, uma cratera vegetada onde eu começaria outra trilha. Duzentos e cinquenta escudos, uma hora e muitas paisagens cênicas depois, fui o último a deixar a van, sobre a cratera vulcânica. A reserva natural que a abrange é uma área importante, pois permanece verde mesmo durante a seca, ao contrário da maioria de Cabo Verde. Desci e contornei a cratera, onde há cultivos agrícolas. Após leve subida, veio um abismo em ziguezague, coberto de neblina. Um tempo depois essa dissipou, sendo possível ver os vilarejos abaixo. Ainda levei um tempo para atingi-los. Não havia aluguer algum na primeira vila após a trilha, então continuei descendo. Quando vi um ônibus com o letreiro do aluguer pendurado, o chamei. No entanto, era uma excursão privada de estudantes americanos. Apesar disso, me deram carona. Parei para almoçar com eles no Divin' Art em Ribeira Grande, um restaurante mais caro com música ao vivo - paguei mil contos num prato grande cheio de coisas + bebida + sobremesa. Com eles, também aproveitei a carona até o porto, onde pegamos a balsa de volta para São Vicente. Ao desembarcar, segui para o restaurante Caravelas, onde tomei uma cerveja tranquilamente (220 por 500 ml). Um tempo depois, comi um hambúrguer (250 escudos). Por fim, fiz o check-in no albergue Simabô Backpackers. Por um quarto privado, paguei 1745 escudos, só que o chuveiro gelado deixou a desejar. Fui dormir cedo. Dia 8 Às 6 e meia já estava de pé, dividindo um táxi com o senhor mochileiro português Raul até o aeroporto (1000 no total). Voaria em breve até Praia, numa conexão até a ilha do Fogo. O custo para os dois voos foi de 62 libras esterlinas. No aeroporto de Praia há uma casa de câmbio que cobra a cotação oficial de 110 escudos por euro, menos uma comissão que fica em no máximo 5%. Uma opção interessante, já que os bancos e a maioria dos comércios cobra 10%. Como não passam coletivos ali, eu e o portuga rachamos um táxi de 700 escudos ( o preço normal era 1000). Caminhei um bocadinho pelo centro, um pouco mais movimentado que o das outras ilhas. Entre os pontos interessantes, entrei no museu etnológico (200 escudos). Em seguida, comi 3 salgados de frango (70 escudos cada) na pastelaria Vilu. A sobremesa foi na sorveteria Nhamii, onde 3 bolas artesanais saíram por 260 escudos. Desci a escadaria até o Mercado Sucupira, onde ficam as vans, mas só consegui um táxi de volta ao aeroporto, por 500 escudos. Aguardei algumas horas até o embarque a São Filipe, capital da ilha do Fogo. Enquanto aguardava, eis que surgiu no aeroporto o casal de colombianos (Daniel e Ângela) que conheci em Sal. Ao descer do voo de somente 25 minutos de duração, dividimos um táxi de 400 escudos até a hospedagem, que coincidentemente era a mesma! Saímos para dar uma volta na cidade, naquele fim de dia. A cidade é pequena mas bonitinha, bem colorida. Aproveitamos para comprar produtos locais: pão (15), queijo de cabra (100), chouriço (100) e vinho (800). Os dois primeiros foram comprados dentro da casa de uma senhora; já o terceiro, numa loja de eletrodomésticos/bar/mini-mercado! Jantei um prato de peixe delicioso na Casa Anilda e Albino por 600 escudos. Lá, um quarto duplo grande com pequeno-almoço saiu por 2217 escudos. Passamos o resto da noite conversando e tomando o vinho. Dia 9 Café da manhã razoável. Após, nós 3 negociamos um táxi de ida, espera e volta para Chã das Caldeiras. O total foi de 7 mil escudos, mas como eu não retornaria com os colombianos, minha parte foi menor. O percurso levou quase uma hora e meia, passando por vilarejos e paisagens, até a entrada no Parque Natural do Fogo, quando primeiro avistamos o cone vulcânico principal, com 2829 metros acima do nível do mar. A estrada original foi soterrada pela lava vulcânica da erupção mais recente, em 2015! Enquanto os dois subiam no pico pequeno, cone formado nessa erupção, fiquei ao redor tirando fotos. Apesar da altitude de Chã das Caldeiras ser de 1800 metros, a temperatura durante o dia é quente, ao contrário da noite. Depois, vimos o vilarejo com as casas parcialmente cobertas pela lava, e as novas casas em construção. Numa dessas, compramos vinho (750 escudos). Em seguida, almoçamos na Casa de Marisa, a hospedagem e restaurante mais chique da cidade. Ali também são feitos passeios guiados, mas com preços bem salgados. O peixe de almoço me custou 900 escudos. Enquanto meus camaradas voltavam pra São Filipe, eu caminhei até o Parque Florestal de Monte Velha, mas não achei nada de mais lá. Depois do banho de chaleira, jantei os produtos típicos locais que eu havia comprado: pão, chouriço (linguiça), queijo de cabra e vinho. Sem internet na Casa de Ciza e Rose (3500 escudos para um quarto por 2 noites), fui dormir cedo. Dia 10 Tomei o café da manhã bom, enquanto o dia amanhecia pelas 7 h. Logo mais, parti rumo ao vulcão. Comecei a caminhada a cerca de 1750 m de altitude, atravessando o trecho inicial entre vinhedos. Ao dobrar 90 graus para a direita, começou a subida pra valer. Havia dois possíveis trajetos de ida; escolhi o mais reto, mas acabou sendo a opção errada, pois ao chegar à parte mais inclinada tempos depois, fiquei sem ter pra onde ir, pois havia um trecho de areia negra fofa bem difícil de subir. Dessa forma, tive que me reorientar pro outro caminho. Naquela altura, foi preciso escalar rochas com as mãos, por mais um longo pedaço. Passei um trio de Cabo Verde que estava subindo e alguns europeus com guia descendo, para enfim chegar à borda da cratera, fétida de enxofre. Continuei até o topo do pico, a 2829 metros, onde cheguei cerca de 3 horas após o início. Para descer, escolhi o caminho menos usual e mais íngreme que vai em direção ao pico da última erupção. Só que essa parte foi dificultosa, pois além de forçar os joelhos, as pedras estavam soltas demais. Certa hora, decidi descer quase deslizando pela areia fofa, o que fez com que eu acelerasse o passo de uma vez. Na borda do tal pico inferior, onde o calor ainda era sentido, coletei umas rochas de enxofre e depois segui pela areia dura até Chã das Caldeiras, chegando apenas 6 horas depois de começar. Faminto e desidratado, tomei um litro de água e comi dois pratos cheios de comida da hospedagem, que estavam deliciosos (o melhor da viagem). Setecentos escudos para tal. Posteriormente, fiquei relaxando por ali. De jantar, apenas frutas. Dia 11 Pelas 6 e meia o transporte coletivo bateu a porta. Hora de voltar pra São Filipe, por mil escudos. Ao chegar, fiquei vagando pelo centro para matar o tempo até meu voo do final da tarde para Praia. Antes de caminhar ao aeroporto, almocei no Sabor di Lena - o prato do dia custou apenas 250 escudos. Esperei então pelo voo. Ainda bem que todos os aeroportos que passei possuem wi-fi grátis. O voo custou 50,5 libras. Ao descer, peguei um táxi na rua até Achada Santo Antônio (700 escudos). A hospedagem para as 3 noites seguintes seria a Praiadise Hostel (5610 escudos para todo período). A recepção não foi tão boa, já que pedintes me abordaram com insistência, e me xingaram quando neguei a dar esmola. Procurei ao redor um lugar para jantar; acabei parando no bar Só Sabi, onde comi um prato de feijão por 400. Apesar dos muitos beliches, só havia eu e um senhor francês no dormitório, e ninguém na área comum, então fui dormir cedo. Dia 12 Tomei o café da manhã incluído. Em seguida, atravessei o que parecia ser uma favela para pegar o coletivo até a Cidade Velha (apenas 80 escudos!). Essa foi a primeira capital de Cabo Verde e a primeira cidade fundada por europeus nos trópicos, em 1462. Caminhei lentamente por suas ruas de pedra, observando as construções que em conjunto são um Patrimônio da Humanidade. As mais emblemáticas são o pelourinho, a catedral, o convento de São Francisco e a fortaleza de São Filipe. Essa última fica no alto de um morro, com vista pra toda cidade, e tem detalhes no interior, que custa 500 escudos pela visita. Num restaurante na orla (Praça do Mar), ingeri um prato de frango por 600 escudos. Uns tempos depois, peguei a volta pro bairro Plateau (centro) de Praia. Acabei parando sem querer numa van de missionários brasileiros. Tive que me segurar para não dizer que sou ateu. Tomei aquele sorvete e segui a sugestão dos colegas colombianos: visitei o Museu Amílcar Cabral (200 escudos). Esse cara foi o responsável pela independência não só de Cabo Verde, como também Guiné-Bissau! E lá estava em carne e osso a viúva dele! Voltei caminhando à Achada Santo Antônio. Fui à Pizzaria Terrazza Itália, onde pedi uma de tomate e rúcula (800 escudos) e um caneco de chope (250 escudos). A boa aqui é chegar até às 17:30 h, pois várias pizzas custam 650 escudos. Depois disso, anoiteci no albergue. Dia 13 Após o café, caminhei até a estação de coletivos do mercado Sucupira para pegar um até Tarrafal, extremo norte da ilha de Santiago. Demorou mais de uma hora para encher o veículo e uma e meia para chegar, por 500 escudos. Por muita coincidência, quem estava sentado esperando quando cheguei era Raul, o portuga. Descemos no campo de concentração, cujo apelido "carinhoso" é campo da morte lenta. Para lá foram enviados os portugueses que eram contra o regime fascista de Salazar, e também os estrangeiros que lutavam pela independência das colônias africanas. Paga-se 200 escudos para acessar o local. Caminhamos até o primeiro restaurante que vimos, onde tivemos um prato de peixe espinhento (chicharro) por 350 escudos. Em seguida, admiramos a orla, primeiro no ponto de mergulho Kingfisher, e depois na própria praia, ambos com um mar belo. Entramos na igreja da praça principal e regressamos ao final da tarde, passando pela bonita Serra da Malagueta ao pôr do sol. Jantei garoupa com legumes no Só Sabi (400 escudos), e me retirei ao albergue. Dia 14 Consegui dividir um táxi com mais 2 pro aeroporto; ainda bem, pois não tinha mais dinheiro para pegá-lo sozinho. Com atraso, voei de SATA por quase 4 horas até Ponta Delgada, a capital do arquipélago dos Açores. O entretenimento se resumiu a uma revista, mas ao menos a refeição foi substancial. Ao descer, presenciei um estado atmosférico que eu não via desde que saí do Brasil: chuva! Nem precisei abrir a boca na imigração. Ao atravessá-la, comprei o bilhete de ônibus (ANC AeroBus) do aeroporto ao centro de Ponta Delgada (6,5 euros para ida e volta). Caminhei admirando as ruas que possuem construções no mesmo estilo das mais antigas de Florianópolis, pois os açorianos foram os que primeiro povoaram a Ilha da Magia. Jantei carne de porco alentejano por 6 euros no Café Trianon, ao lado da Igreja Matriz. Depois disso, passei mais uma hora e tanto caminhando aleatoriamente pelas vielas de pedra. A arquitetura dessa cidade é deveras interessante. E a noite é uma tranquilidade só. Passei a noite no albergue Bruma Hostel, cujo dono é um simpático mineiro. Dezoito euros por um lugar adequado e com café da manhã. Dia 15 A refeição estava boa. Após ela, saí a vagar pelo centro histórico, agora podendo ver com mais detalhes as formas e cores preservadas das casas, igrejas, praças e edifícios governamentais. Almocei no Magia do Sabor. Durante a semana eles possuem um buffet por 7 euros, mas como era sábado, não rolou. Optei então por um prato de frango com salada e refri por 5,6 euros. Cheguei a uma conclusão: o português africano é fácil de entender, o de Portugal razoavelmente, mas o de São Miguel (Açores), impossível! Em sequência, peguei minha mochila e retornei ao aeroporto, para pegar a continuação do voo num turboélice da SATA para a ilha do Pico, com escala na ilha Terceira. Ao desembarcar, fui recepcionado pelo Terry Costa, diretor do Montanha Pico Festival, que me fez o convite para participar. Primeiro, me mostrou um pouco dos arredores, que são bem pouco desabitados, mas cheios de verde entre rochas vulcânicas. À noite, nos encontramos com os demais fotógrafos no Atlântico Teahouse, onde jantamos. Logo depois, visitamos a exposição onde estavam minhas fotos - foi bem bacana! Partimos enfim para uma expedição fotográfica noturna. Pena que o tempo não ajudou muito. Repousei numa casa separada para o evento, junto com Toma, um cineasta da Croácia, e Austeja, uma fotógrafa da Lituânia. Dia 16 Pela manhã, só dei uma volta a pé entre a paisagem protegida das parreiras cultivadas em currais vulcânicos, um Patrimônio da Humanidade. Almocei com Terry e Toma na Pastelaria Linu na cidade de Madalena, onde tive uma massa por 7 euros. À continuação, fomos em direção à Montanha do Pico, que estava coberta de nuvens e vento. Paramos na Casa da Montanha, onde eu apresentei a minha história ao público que participava do festival. Foi recompensador para mim, pois nunca havia dado uma palestra a um público internacional e grande. Após o chá com bolachas, o grupo percorreu uma trilha com o diretor do parque, que compartilhou seu conhecimento sobre a geologia da montanha. Passei no hipermercado SolMar de Madalena no retorno, onde comprei os cafés da manhã e jantares dos dias seguintes. Comi vendo TV e depois fui dormir. Dia 17 De manhã, fui com o Terry até Madalena, o maior povoado da ilha, para uma entrevista na Rádio Pico, a primeira de minha vida! Depois, comprei as passagens de barca para Faial, a 3,6 euros cada trecho. Fiquei passeando e fotografando os arredores até a hora do almoço. Esse foi no snack-bar Duas Maravilhas, um prato feito de 6 euros. Prossegui na orla em direção à Candelária, onde estava hospedado. Na altura de Criação Velho, fiquei surpreso com a paisagem das vinhas entre labirinto de rochas, combinada com um moinho e com a montanha que finalmente se revelava. Esse é um Patrimônio da Humanidade. Cheguei à casa já no final da tarde. Jantei e fiquei vendo TV. Enquanto isso, meus estranhos colegas de casa faziam um ritual espiritual com cacau. Dia 18 Peguei o ônibus da manhã (único) até Madalena (1,10 euros - tarifa varia de acordo com a distância), onde tomei a balsa das 8:15 h para Faial. Travessia confortável de meia hora até a cidade de Horta. Na chegada, fui recebido com um arco-íris. O maior centro urbano de Faial é pequeno. Suas edificações baixas e coloridas são lindas. Além disso, já igrejas e um verde profundo nos campos atrás. Pedi um sandes (sanduíche) de atum (1,45 euros) num dos vários cafés, antes de prosseguir para a praia de Porto Pim. De areia mais clara que a típica vulcânica, ali ficava um forte, uma estação baleeira e os cabos submarinos de telecomunicação entre Europa e América. Em um dos raros ônibus para fora de Horta, fui levado até a entrada do Vulcão dos Capelinhos, por 2,55 euros. Paguei outros 10 euros pelo ingresso no centro de interpretação. Esse local faz parte do geoparque dos Açores e possui uma história interessante, além da paisagem surreal. Até 1957, não havia nada além do farol que ali se encontra. Então, eis que surgiu no meio do mar um vulcão, que entrou em erupção continuamente por 13 meses, adicionando um bom pedaço de terra à ilha e provocando a emigração de quase metade dos seus habitantes. No meio da tarde, precisei voltar. Só que isso foi uma tarefa bem ingrata: sem autocarro (ônibus), fiquei mais de uma hora caminhando em direção à longínqua Horta até conseguir uma boleia que me deixou no aeroporto. De lá, peguei um táxi por 10 euros até a estação de balsa. Se não fizesse isso, ia acabar a perdendo… Preparei minhas coisas pro dia seguinte e fui dormir bem cedo. Dia 19 Às 6 e 45 já estava de pé. Logo depois, peguei uma carona com um dos funcionários da Casa da Montanha, para ir até lá. Tive que pagar 20 euros de ingresso. Assim que o relógio bateu 8 e meia, iniciei a subida, sob frio e nuvens. Fui tirando as camadas conforme ascendia pelo fluxo de lava entre a vegetação verde arbustiva. Passei por uma das furnas, cones vulcânicos secundários. Horas depois, surgiu o sol. Continuei progredindo tranquilamente, ainda que o trajeto fosse íngreme. Sobre a camada de nuvens e encarando um vento considerável, cheguei à grandiosa cratera principal. Dali até o topo, chamado Piquinho, foi escalada com as mãos. Quatro horas depois de começar, cheguei ao ponto mais alto de Portugal, com 2351 m. A descida, por sua vez, levou pouco mais de 1 hora e meia. Só que meus tênis abriram um rasgo em ambas as solas. Com sorte, logo chegou uma dupla que me deu carona até Madalena. Lá fiquei à espera do ônibus para casa. À noite, tomei um vinho português e fiquei conversando com a colega. Dia 20 Peguei uma carona até Cachorro (nomeado devido a uma formação rochosa em tal formato). De lá, continuei pelo litoral norte até Lajido, onde há um grande escorrimento de lava do tipo pahoehoe. Nesse povoado também fica a Casa dos Vulcões e o Centro de interpretação da paisagem da cultura da vinha da Ilha do Pico. Comprei o ingresso combinado de 8 euros, visitando primeiro o museu interativo que trata da geologia. Há até mesmo um simulador de terremoto. Como no inverno ambos museus fecham para almoço, tive que ficar aguardando até o segundo centro abrir. E não havia um estabelecimento sequer aberto em menos de 2 km para que eu pudesse comer. No estabelecimento seguinte, li sobre o processo de produção e da designação da área como patrimônio, além de provar um vinho licoroso da ilha. Após a visita curta, caminhei até o aeroporto, onde comi um salgado e peguei o ônibus para Madalena (0,95 euros). Lá, visitei mais um museu, o do vinho. Como o sistema estava fora do ar, pude ver de graça. Embora algumas informações fossem repetidas, em relação ao museu anterior, esse é mais completo - só não há a degustação. E pra completar, há um bosque de dragoeiros, árvore endêmica da Macaronésia. Esperei o Terry, que levou eu e Toma para jantar num lugar meio chique em São Roque - ainda bem que ele pagou, pois o jantar de polvo e etc que eu pedi na Casa Âncora custou 20 e muitos euros. Dia 21 Fiz uma boquinha tranquilamente, indo em seguida à Galeria Costa, terreno onde ficam as obras de arte dos participantes do festival, em meio a jardins. Minha missão era a de fotografar de formas inusitadas. Missão cumprida, voltei à casa, preparei o almoço e aguardei a carona pro aeroporto. Voltei a Ponta Delgada com a SATA. Apenas passaria a noite lá. Dessa vez escolhi o albergue Azores Dreams, mais próximo, ao custo de 15 euros, incluso café da manhã. Dia 22 A continuação do voo foi de manhã cedo para Funchal, na ilha da Madeira (os dois voos juntos custaram só 38,7 euros). Retirei o carro da empresa Surprice, que saiu de graça pra mim, reservando com pontos na EasyRentCars. As primeiras coisas notadas ao chegar são a quantidade de turistas estrangeiros, bem maior que Açores, e o número grande de túneis. Através de alguns desses, cheguei na Ponta de São Lourenço. Essa é uma área protegida onde fica uma trilha popular, donde se vê uma península rica em formações geológicas, e de vegetação diversa do resto da ilha. Passei 2 horas e meia caminhando ali. Na saída, peguei um sanduba (3 euros) num dos furgões, e parti pro interior da Madeira. Em meio à floresta Laurissilva, Patrimônio da Humanidade, subi até outra trilha: vereda dos balcões. Essa é bem fácil; leva até um mirante de onde se vê as florestas, os penhascos, algumas vilas e aves (só vi tentilhões e bis-bis). Já escurecia, então segui a Santana. Primeiro, comprei uns produtos típicos da Madeira no hipermercado Continente: vinho e bolo de mel de cana. Continuando, vi as casas típicas de colmo. Depois, tive certa dificuldade em achar um lugar pra jantar. Acabei tendo pizza (8,5 euros pela média) no estabelecimento Malta Gira. Para me hospedar, fiquei com uma casinha joia alugada pelo AirBnb, em Santana mesmo, por 107,5 reais. Dia 23 Tomei meu iogurte com granola e piquei a mula. Primeira parada foi morro acima, no Parque Florestal de Queimadas, onde fazia 7 graus de temperatura. Visitei a casa típica de Santana mobiliada. Depois, caminhei um pouco nessa floresta Laurissilva, de verde infinitivo e água. O problema é que minhas meias ficaram encharcadas, graças aos buracos nos tênis. Em seguida, parada rápida nas ruínas de São Jorge (em reparos) e no miradouro da Vigia. Mesmo eu tendo comida no carro, precisava de alguma proteína salgada, então comi um tipo de sanduíche típico chamado "prego especial no bolo do caco", no Bar e restaurante Arco, por 4 euros. Vista pro mar. Continuei a contornar a ilha. Parada seguinte no miradouro Véu da Noiva - cascatas. Mais além, em Ribeira da Janela e em Porto Moniz. Esse último vilarejo possui uma orla turística, baseada em piscinas naturais. Cheguei a tempo de curtir o pôr do sol na Ponta do Pargo, o ponto mais a oeste da Madeira, onde fica um farol e minha hospedagem. Jantei no restaurante próprio, onde tive a sorte de ser servido por um chef e um garçom brasileiros, que me fizeram uma baita feijoada com caipirinha por 7 euros. Dormi no quarto privado do residencial, por 77 reais. Dia 24 Não sabia que havia café da manhã, então acabei comendo o que eu havia comprado. Mesmo assim, os solícitos brasileiros me prepararam um rango pra levar, que eu acabei comendo à noite. Ao sair, tentei ver algo no mirante da Garganta do Diabo, mas havia apenas um filete de água. Sendo assim, segui em direção a Funchal. Fiz uma parada antes, em dois mirantes: Cabo Girão e Pico dos Barcelos. Em sequência, comprei uns artigos necessários, como os tênis, na Decathlon. Pra achar um lugar pra almoçar foi duro, pois às 15 h já não se servia mais. Por isso, acabei comprando num supermercado mesmo e comi no carro. Após, visitei o Jardim Botânico da Madeira (6 euros). Num declive, ficam jardins temáticos, alguns deles bem interessantes, como o das suculentas e o geométrico, além das plantas nativas da Madeira. Para o pôr do sol, me dirigi ao Cristo Rei, uma estátua a la Cristo Redentor, num mirante. Depois de lá, dei entrada na Quinta das Malvas, um casarão do século 19. Paguei 21,7 euros pela suíte privada, com café da manhã mas sem TV. Terminei meu vinho da Madeira, licoroso. Dia 25 Deixei o carro na hospedagem, pois seria incômodo guiar nas vielas do centro, além de caro pra estacionar. Assim, desci a ladeira a pé. Há um bocado de construções antigas, como igrejas, palácios e fortes, bem como praças e museus. Na orla, dois transatlânticos alemães despejavam um monte de turistas europeus. Visitei dois dos museus. Um deles é dedicado ao madeirense mais famoso: Cristiano Ronaldo. Por 5 euros, se vê uma sala recheada de troféus de um dos melhores jogadores do mundo. O outro museu chama-se Madeira Story Centre. De uma forma bem didática, conta sobre a história e cultura da região. Entre esses museus, almocei o prato do dia com atum na Petisqueira Atlantic (5,5 euros). Passeei aleatoriamente por umas horas, apreciando a parte histórica. Por fim, peguei um ônibus (1,95 euros) de volta à hospedagem. Preparei minhas coisas, abasteci e devolvi o carro no aeroporto, para então aguardar o voo pra Lisboa pela easyJet (46,5 euros). Ao desembarcar, fui de metrô (50 centavos cartão + 1,5 euros passagem) até a hospedagem Urban Garden Hostel, onde passei duas noites num quarto compartilhado com café por um total de 25 euros. Dia 26 Em seguida ao café da manhã meio fraco, andei até o museu de história natural e ciência. O ingresso combinado com o jardim botânico saiu por 6 euros. Achei divertida a parte interativa, sobretudo a seção de física. Já o jardim, esse não é tão interessante. Almocei no indiano Bengal Tandoori por 6,9 euros. A sobremesa foi na sorveteria Amorino (4 bolas por 4,7 euros), localizada no calçadão central da rua Augusta. Continuei a caminhar pelo centro histórico, cheio de turistas e edifícios interessantes. O que não gostei foi do fato de me tentarem vender drogas a todo momento. Terminei a caminhada com o sol se pondo na orla. Voltei ao albergue, onde esperei meu colega português Rodrigo, que levou a mim e sua namorada para jantar no restaurante A Obra. O prato de comida refinada com vinho saiu por 19 euros por pessoa. Ao menos, pudemos tomar a aguardente caseira à vontade. Continuamos a festa em duas baladas: a primeira, Crew Hassan, gratuita e cheio de estrangeiros, a segunda, Desterro, meio oculta e ao custo de 5 euros. Dia 27 Acordei tarde. Fui até a estação final Cais do Sodré, onde tomei o trem até Belém (3,2 euros das passagens + outro cartão). Lá visitei o Museu Nacional de arqueologia e o Mosteiro dos Jerônimos (12 euros pelos dois). O museu possuía 3 exibições: Egípcios, Lusitânia romana e tesouros portugueses. Quanto ao mosteiro, ele lhe dá acesso ao claustro, ao andar superior da igreja e a uma linha do tempo. Ao sair de lá, a chuva estava forte. Como os restaurantes mais em conta estavam já fechados, fiquei com o Cais de Belém. Escolhi uma entremeada no carvão por 6,8 euros. Com a tarde chegando ao fim e eu molhado e com dores na coluna desde o dia anterior, regressei. Peguei minha mochila e toquei pro aeroporto. Às 21 h, fui de Vueling até Barcelona, onde passei a noite no aeroporto. Dia 28 Sem dormir direito, de manhã fui de Norwegian até San Francisco, com conexão em Londres-Gatwick. O segundo voo foi de 10 horas e meia de duração, sem comida ou sequer água pra beber, já que era um voo de baixo custo. Ainda bem que levei. Tive aquela recepção nada amigável dos agentes de imigração, que me mandaram pra sala de interrogatório e me deram um chá de cadeira de quase 3 horas! Desgastado, peguei o trem (BART) até o centro de San Francisco, por 10,2 dólares. Se eu fosse usar mais esse transporte, valeria comprar um cartão Clipper (3 dólares), para usufruir de tarifas menores. Desci próximo à hospedagem Found Hotel, onde eu ficaria num quarto compartilhado por uns 125 reais a diária. Antes disso, porém, parei pra comer no Burger King (2 sanduíches por 6 dólares), o primeiro lugar aberto que vi. Parecia um manicômio aquilo… Dia 29 Comecei o dia me assustando com a quantidade de sem-tetos e gente maluca no centro de San Francisco. Não lembro de ter visto igual em outro país de primeiro mundo! Comprei rango num mercado e saí a caminhar ao redor dos prédios altos. Parei na loja de roupas baratas Dress for Less, onde adquiri alguns itens, como tênis por 10 dólares. Almocei num Subway (30 cm por 8,1 dólares). Depois embarquei num ônibus para a área da ponte Golden Gate (4,5 dólares). Já havia estado aqui em 2011, mas essa vista ainda me deixa de boca aberta. Passei o resto da tarde por lá, entre a neblina que surgia e sumia constantemente. Antes de partir, entrei na Sports Basement, uma loja enorme de artigos esportivos. Retornei ao centro caminhando. Primeiro passei pelas casas bacanas em frente à marina. Em seguida, jantei biryani de frango (10,8 dólares) no indiano Naan Curry. Saí de lá explodindo e soprando fogo. Voltei o resto do caminho tortuoso e fui dormir. Dia 30 O jetlag de 8 fusos bateu no meio da noite. Quando decidi sair da cama, conheci o centro cívico e depois peguei um ônibus até a Ocean Beach (3 dólares). No supermercado Safeway, comprei uma marmita por 7 dólares e comi na beira da praia, só que o vento estava desagradável. Assim, entrei de uma vez no Golden Gate Park. Esse parque municipal maior que o Central Park de NY é repleto de atrações esportivas e naturais. Passei muitas horas ali, caminhando e fotografando. Quando o final da tarde se aproximava, encontrei um casal de brasileiros, que me deram uma carona de volta. Fiquei no shopping Westfield Centre. Lá eu jantei frango teryaki (10,1 dólares) numa lanchonete chinesa, que tenta enganar com o nome Sarku Japan. Dia 31 De manhã, fui no ponto retirar as diversas encomendas que havia feito com a Amazon. Foi um parto trazer todas aquelas caixas de volta ao hotel, 1,5 km distante. Consegui fazer tudo caber em duas mochilas, a tempo do check-out. Almocei comida coreana no quiosque Sorabol, no shopping. Escolhi bulgogi com kimchi, miojo, arroz e brócolis (10,8 dólares). Depois, fiquei zanzando pelos bairros a nordeste até escurecer. Passei pela Chinatown, pela rua sinuosa Lombard e pelos píers da orla, todas essas atrações imperdíveis. Jantei no chinês Panda Express (11,8 dólares). Então, parti pro aeroporto. Dia 32 De madrugada, peguei o primeiro vôo do dia, pela Avianca, até San Salvador (El Salvador). Que bom que tive a fileira inteira livre pra mim, então pude dormir. O segundo foi para Lima (Peru), enquanto que o terceiro chegou em Guarulhos na manhã seguinte, para então retornar a Floripa. Fim! Curtiu o relato resumido? Então confere o completo desses e mais de outros 100 países em meu blog de viagem Rediscovering the World
  7. 📷 Texto original com fotos aqui: http://www.queroirla.com.br/deserto-do-saara-roteiro/ É difícil não colocar uma noite sob o estrelado céu do Deserto do Saara como a melhor parte de uma viagem cheia de pontos altos pelo Marrocos! Várias empresas, hotéis e hostels oferecem roteiros até o Deserto saindo de Marraquexe e outras cidades do Marrocos, mas como estávamos em quatro e a ideia de passar a maior parte do tempo em um ônibus turístico não agradava a nenhum de nós, decidimos alugar um carro e fazer o trajeto por conta. Depois de passar pelas cidades de Marraquexe e Ouarzazate, pelas sinuosas montanhas do Alto Atlas e as cenográficas Gargantas de Dadès e Todra, chegamos finalmente à Merzouga, a porta de entrada para o Deserto do Saara! Estávamos confusos sobre como reservar a hospedagem no Deserto. Nossa ideia inicial era chegar até Merzouga e lá encontrar uma empresa ou hotel que oferecesse esse serviço. Nas pesquisas que fizemos parecia ser uma prática comum e em Marraquexe nos disseram que não haveria problemas. Mas na noite anterior, já no meio do caminho, descobrimos que a possibilidade de conseguir algo em cima da hora para o mesmo dia seria baixa. A solução foi inusitada, mas não poderia ter sido mais perfeita! Com a ajuda do Said, simpático funcionário do Riad Dar Outeba, onde estávamos hospedados, fechamos um acampamento de luxo no Deserto! Em todas as vezes que me imaginei dormindo no Deserto do Saara, nunca pensei que seria possível ter uma cama enorme e um chuveiro quentinho. Como a palavra “luxo” não combina muito comigo, fiquei com medo de que esse conforto a mais tirasse um pouco a autenticidade da experiência, mas logo ao chegar vi que estava completamente enganada. O valor oficial do acampamento onde ficamos é de 600DH (Dirhams) por pessoa, o que convertendo dá por volta de 60€ e inclui: Transporte ida e volta de 4×4, tenda privativa para 2 pessoas com banheiro e chuveiro, jantar completo, café da manhã, garrafinhas de água gelada, chá de boas vindas e estacionamento em Merzouga. Fomos no mês de Junho, já quase verão, e estava muito quente, então roupas leves e confortáveis bastam. Você muito provavelmente vai parar em algum lugar no caminho e comprar um lenço (é irresistível) e sairá já com ele na cabeça para encarar o calor do deserto. Todos os vendedores ensinam como usar, e se não fizerem, os guias o fazem. Se for muito friorento(a) vale levar um casaquinho fino para a noite. Chegando em Merzouga, fomos encaminhados para uma pousada onde deixamos o carro estacionado e esperamos (tomando chá de menta num calor de 40º) até que fosse a hora de partir pra dentro das dunas de Erg Chebbi! Há algumas formas de chegar até os acampamentos; de 4×4, de quadriciclos e o mais comum, montado em dromedários. Eu estava decidida a não ir com a última opção, pois acho que é uma forma de exploração animal e apesar de saber que o corpo deles é preparado para esse tipo de clima e de “função”, não acho certo e não quis apoiar a prática. Como o quadriciclo era a opção mais cara, decidimos ir de 4×4. Ficamos sabendo que atualmente, para a segurança dos turistas, não é mais permitido que os acampamentos sejam montados em partes mais afastadas do Deserto do Saara, então todos eles agora ficam a uma curta distância da cidade. De 4×4 o trajeto dura por volta de 10min e tem a emoção de um rali pelas dunas! De dromedário o tempo é em média 1h30. O acampamento fica em um vale em meio às dunas e é encantador! No nosso caso tivemos uma enorme tenda privativa com banheiro, chuveiro e até tomadas e entradas USB! São 8 tendas e mais um espaço comum para as refeições. Do lado de fora, tapetes e lanternas davam o charme àquele lugar que parecia cenário de filme! Ao chegar fomos recebidos pelo Mohamed, que além de extra simpático, adora falar português! Conversamos um pouco com ele enquanto tomávamos mais chá de menta (sim, chá quente, no deserto!) e depois partimos para vivenciar um pouco do Deserto do Saara! Caminhamos até o topo de uma duna, de onde a vista é de tirar o fôlego, e arriscamos algumas descidas de sandboard. Lá de cima vimos um pôr do sol tão lindo que entrou para o top 5 da minha lista imaginária! Mesmo não sendo tão afastado da civilização, a sensação é de estar no meio do nada. É uma emoção incrível caminhar por aquelas enormes dunas e se sentir como um grãozinho de areia! Naquele momento estávamos animados demais para apreciar o silêncio do Deserto, mas não imagino lugar melhor no mundo pra passar horas sozinha pensando na vida. Na volta para o acampamento passamos pelo “estacionamento de dromedários” e obviamente não resisti àquelas carinhas sorridentes! Eles são dóceis e fofos, nos deixam chegar perto e interagir um pouco. Nessa hora fiquei muito feliz com a minha escolha de não ter ido até lá sobre suas corcovas. Não é que eles não sejam bem tratados, mas vê-los presos por cordas, um colado ao outro como escravos acorrentados não me pareceu certo. Cheguei em um estado tão deplorável na tenda que só consegui pensar que ter aquele chuveiro só pra mim foi mesmo um bom investimento! Depois de um tempinho de relax, chegou a hora da janta! Era tudo tão delicioso que me senti em um restaurante cinco estrelas, mas ainda melhor, porque lá eu podia estar de chinelo e sentia a brisa do Deserto batendo no meu rosto. Foi um jantar completo, com entrada, salada, prato principal e sobremesa! Regado a muita água porque aquele calor todo desidrata e porque praticamente não há bebida alcóolica no Marrocos. Embora as especialidades marroquinas sejam o cuscuz e o tajine, eles não estavam no menu dessa vez, o que achei ótimo pois era só o que estávamos comendo durante a viagem. Quando já estávamos todos rolando de tanto comer, sentamos em volta da fogueira para ver uma animada apresentação de música berbere, um som alegre e hipnotizante, marcado pela batida dos tambores e outros instrumentos típicos. De forma bastante simplificada, os berberes são o povo do deserto. Há diferentes ramificações e diferentes línguas (que são no geral mais orais do que escritas), mas a bandeira deles é de ser um povo livre. Talvez por seu passado nômade, tenham se tornado mais abertos em relação à várias ideias, e essa foi uma das mais agradáveis surpresas da viagem. Os berberes são pessoas simples e extremamente gratas pela vida, são todos muito simpáticos e acolhedores, e ficam super felizes em mostrar sua cultura aos viajantes. E é exatamente por isso que digo que o fato de ser um acampamento de luxo não tirou a autenticidade da experiência, porque eles foram eles mesmos, e não funcionários de um alojamento de luxo. Nós rimos juntos, conversamos, aprendemos palavras, dançamos, contamos piadas e tivemos uma troca incrível, de gente pra gente. E para terminar esse dia perfeito, subimos novamente as dunas só pra ficar olhando um pouco aquele céu estrelado. Tinha esperanças de ver estrelas cadentes, mas o Mohamed disse que elas só apareceriam mais no meio da madrugada. Juro que queria ter levantado pra tentar a sorte, mas acho que o cansaço era tanto que perdi a oportunidade. Eu sei que a essa altura você deve estar se perguntando, e os escorpiões? Nós não vimos nenhum, mas tenho que confessar que estava bem apreensiva. Não fiquei descalça e andava com a lanterna do celular iluminando meus passos. Segundo os locais não é muito comum vê-los durante o dia, eles preferem sair à noite quando o clima está mais ameno. Durante a viagem ouvimos relatos de gente que viu escorpiões enormes e até cobras. Lá eles estão preparados caso avistem um, mas é sempre bom ficar atento. No dia seguinte acordamos às 05:50 pra ver o nascer do sol, outro espetáculo inesquecível! E depois de um café da manhã dos deuses nos despedimos do Saara, voltando pra casa com o tênis cheio de areia e o coração cheio de amor. 📷 Texto original com fotos aqui: http://www.queroirla.com.br/deserto-do-saara-roteiro/
  8. A minha viagem por alguns países do Sul da África iniciou por Johannesburgo, de lá fomos com carro alugado até Lesoto. Voltamos a Johanesburgo e pegamos um voo para Maun – na região do Delta Okavango- no Botswana. Após passarmos pelo Delta do Okavango, fomos ao Parque Chobe no norte do país. De lá cruzamos por terra para o Zimbabwe, na região da Victoria Falls. Após isso, cruzamos a Zambia, desde Livingstone, Lusaka até o Malaui. Chegando no Malaui ficamos na capital chamada Lilongwe e seguimos viagem com carro alugado até Cape Maclear (Monkey Bay)- região sul do Lake Malawi. Voltamos a Lilongwe para pegar um voo a Maputo no Moçambique. Depois cruzamos para a Suazilândia e finalmente voltamos para Johanesburgo finalizando a viagem. ----- Quando comecei a planejar minha viagem à África, pensei imediatamente em alugar um carro. Na minha última viagem à África, visitei a Namíbia e foi muito fácil dirigir por lá. 1) Se você está planejando viajar da África do Sul para o Botswana, eu recomendo fazer um vôo de 1:30 hrs com Botswana Air (de Joanesburgo para Maun) ao invés de dirigir 18 hrs. Você vai economizar muito tempo e o preco da passagem é praticamente igual ao aluguel do carro para 2 pessoas porém são praticamente 2 dias perdidos dirigindo. 2) Um aluguel de carro 4x4 custa aproximadamente US $ 1.300 por semana (incluso 2 taxas de fronteira (Lesoto e Botswana) + entrega do carro em um país diferente) 3)Tenha cuidado para não se confundir com os preços on-line (quando você fizer a pesquisa, ele mostrará somente o preço do aluguel do carro mas você precisa adicionar outros custos a ele). Você precisará pagar pelo aluguel do carro + taxa de devolução em local diferente da retirada + taxas de travessia de fronteira + taxa de contrato. O valor da taxa de devolução do carro em outro país é geralmente o dobro do preço da locação do carro 😖. 4) O melhor GPS para usar na Africa é o Here WeGo: muito simples, é necessario apenas baixar os mapas off-line e pronto, funciona muito bem. De backup baixei os mapas no Google mas não funcionou em alguns países. 5) Nem sempre as empresas sul-africanas têm os melhores preços, entao pesquise. 6) não é aconselhável andar à noite após as 18 hrs e dirigir carros também. A maioria não pára nos semáforos vermelhos. Na África do Sul é por causa de roubo, mas em Botsuana, por exemplo, é por causa dos animais na estrada. Johannesburg - Africa do Sul Chegamos em Johannesburgo e o staff do nosso hotel literalmente começou com o terror sobre a falta de segurança na cidade, que não era recomendado sair sozinho e muito menos após as 18 horas. Ir até o Soweto então sozinhos, nem pensar. Ficamos em um bairro considerado seguro, em Sandtown, bem na Mandela Square (Do aeroporto até Sandtown são 30 km). Não é recomendado ficar na região do centro. Tudo é muito espalhado pela cidade, e como seguiríamos viagem até o Lesoto, fazia sentido alugar um carro. Na verdade, o staff do hotel tinha razão quando falavam sobre a segurança, mas não é uma situação tão alarmante nos pontos turísticos. Acho que eles queriam mesmo é descolar uns $100 dólares de tour guiado. Como não temos esse perfil, fui a procura de um tour daqueles hop on hop off, que pelo menos iria nos levar a todos os pontos principais, e do ônibus teríamos uma ideia se podíamos descer ou não. Resumindo: pagamos 18 dólares (240 Rands) cada ticket e fomos em todos os pontos turísticos exceto Soweto. Há também a opção de ir ao Soweto e o ticket custa o dobro. Apesar de Johannesburgo ser a maior cidade da África do Sul e ser considerada uma cidade de "oportunidades" e expansão nos dias atuais, a grande maioria do comércio fecha entre 16:30 e 18:30 hrs (incluindo lojas e restaurantes dentro de grandes shoppings). Ou seja, precisa se organizar para poder jantar. No dia seguinte decidimos ir com o carro alugado até o Soweto e foi totalmente tranquilo. A rua da Casa do Nelson Mandela é bem turística, tem vários camelôs vendendo souvenirs e alguns cafés. Para estacionar também foi bem tranquilo e sempre aparece gente se oferecendo para cuidar do carro. Soweto é uma área que foi delimitada aos negros durante o Apartheid, portanto o bairro fica no subúrbio de Johannesburgo e é plano. Isso diferencia bastante das favelas que conhecemos no Brasil - as construções se misturam entre casas simples e barracos de metal. Lesoto Você sabia que dentro da África do Sul há 2 países? Um se chama Lesoto e o outro Suazilândia ou Essuatíne (o Rei mudou o nome do país recentemente). "Lesoto, uma país independente mas totalmente dependente da África do Sul" – essa foi a minha conclusão sobre o Lesoto. O solo é muito árido e pobre, além das altas temperaturas e falta de chuvas por longos períodos. A maior parte dos alimentos e outros bens são importados da África do Sul. O reino de Lesoto (ex Basutolândia) se auto-denomina como: "Lesotho, kingdom in the sky" e em Portugues, "Lesoto, O reino no céu". É o único país no mundo em que toda a sua superfície está a mais de 1.000 metros do nível do mar. Algumas nacionalidades possuem isenção de taxa de visto mas os brasileiros devem pagar 150 dolares por um single entry. É bem fácil solicitar o e-visa (http://evisalesotho.com/) Lesoto é relativamente pequeno, possui extensão de um pouco mais de 30.000 km2 e uma populacao de 2,1 milhões. Se você olhar o mapa do país verá que há aglomerações bem espalhadas, tornando difícil a locomoção de uma cidade a outra por transporte público. O comércio no geral fecha muito cedo (entre 17 e 18 hrs) então precisa se planejar. A noite as vias não possuem iluminação! Tem muitos barracos por toda a cidade e a população é muito pobre. Como chegar: 1) De Johannesburgo aluguei um carro. De ônibus é necessário ir até Bloemfontein e de lá pegar outro ônibus até Maseru (capital do Lesoto). Ou também há voos até a capital Maseru. 2) Pagamos 50 dólares x dia em um Toyota Yaris - é necessario pedir um documento que a locadora autoriza o carro entrar em Lesoto. 3) De Johannesburgo são 379 km - aprox 5 hrs. 4) Gasolina custa aprox 1 dolar por litro. 5) Não é necessário um 4x4 pois as estradas são até que OK, mesmo sendo secundárias. Muitas partes com buraco então é recomendável dirigir durante o dia. Algumas estradas de terra com muitas pedras, caso você opte por fazer um mini rally dentro do Lesoto (optamos por alguns quilômetros de rally pois gostamos de aventura 😂) Já imaginou sair de cobertor na rua ??? 😃 O traje tradicional no Lesoto é a manta Basotho, ou seja, um cobertor de lã. Os cobertores estão sempre presentes durante todas as estações, e é usado por homens e mulheres. O país vive da agricultura e criação de ovelhas, então é comum encontrar pessoas vestidas com um cobertor pelas ruas conduzindo ovelhas por exemplo. Delta Okavango - Botswana O Delta Okavango é acessível por via terrestre ou de aérea (você deve voar para Maun em Botswana). Maun é uma cidade bem pequena e há poucas opções de hotéis. Sua infraestrutura é completamente diferente de outros países africanos pois são muito limitados. Por exemplo: você precisa escolher suas refeições com antecedência para que eles possam prepará-las, incluindo café da manhã que na maioria dos hotéis não está incluso na diária. Não espere muito com relação culinária local pois as opções são limitadas. Para passeios você pode escolher entre: 1) Lancha 2) Voos panorâmicos de avião ou helicóptero (helicóptero parece ser a melhor opção porque eles abrem a porta e voam muito mais baixo, possibilitando tirar boas fotos e com a melhor vista) 3) Mokoro (pequenas canoas para 2 pessoas no máximo que cruza pelo rio Okavango). DICA : O passeio de Mokoro é vendido pelos hotéis por US $ 80 por pessoa, no entanto, há uma maneira muito mais barata e fácil de fazê-lo pela metade do preço, além do que, você vai dar o seu dinheiro para os locais em vez dos proprietários do hotel. Primeiro você precisa encontrar o Okavango Kopano Makoro Community Trust (OKMCT) que fica no mesmo pátio da Horizon Helicopters (você pode encontrar no Google Maps). A caminhada é aproximadamente 8 minutos do aeroporto - na mesma estrada! Então lá você vai pagar 68 pulas (usd 6,80) por pessoa para entrar no Boro Gate (há varias entradas para o Rio Okavango e esta é a mais próxima do centro da cidade de Maun). O Boro Gate é 1 h de distância do OKMCT, e é impossível ir sozinho pois você não vai encontrar o seu caminho até lá e não tem nos mapas / gps. Importante: OKMCT não tem transporte para o Boro Gate, mas você pode pedir para eles ajudarem a contratar um carro – no nosso caso, a pessoa que nos atendeu ligou para o marido fazer o transfer – não é necessário 4x4. Primeiramente ela nos passou o preco de um 4x4 de uma agencia de turismo local e era o dobro do preco. Eu disse que era muito caro e nós pagamos 50 dólares para ir e voltar, em carro normal, mas eu acho que você pode negociar mais e chegar nos 40 dólares. Uma vez que você chegar na comunidade do Rio Okavango, você vai pagar 200 pulas (usd 20) para o passeio de Mokoro e mais 25 pulas (usd 2,50) para cada assento (é um assento de plástico para colocar dentro do barco para que seja mais confortável) . Uma vez que o passeio começa você vai passar 1:30 h pelos canais do rio até chegar um local para o safari a pé, que leva tambem aprox 1 hora de caminhada e mais 1:30 h para voltar. Certifique-se de chegar cedo para que você tenha mais chances de ver os animais, traga protetor solar, repelente, muita água, comida e um chapéu (as canoas são abertas e é muito sol) Chobe Park - Botswana De Maun nós pegamos uma van na rodoviária para a cidade de Nata. São 295 km - 4:30 hrs, custa 80 pulas (usd por pessoa e partiu às 9 am / chegou às 1:30 pm. De Nata você precisa pegar outra van para Kasane, são mais 307 km, custa 84 pulas (usd 8,40) e são mais 3:30 h de carro. Partiu às 1:30 pm / chegou às 5 da tarde. De alguma forma eles foram organizados e assim que chegamos em Nata, havia outra van esperando para Kasane. No Botswana você não encontrará informações fáceis, parece que as pessoas não estão interessadas em ajudar ou elas simplesmente não se importam. Também é difícil encontrar informações on-line. Horários de ônibus também são impossíveis de encontrar, mesmo na "rodoviária", porque é apenas um posto de ônibus /van. Indo para Chobe Park você tem 3 opções: 1) Reserve um hotel na área de Savuti, onde os preços são muito altos - min Usd 400 por dia e você precisará pagar um vôo para chegar lá. A maioria das tarifas dos hotéis desta área inclui o voo. Savuti está localizada na área leste de Chobe, é savana, área alagada e não recomenda-se ir por conta e nem mesmo em 4x4. 2) Se não quiser voar e tiver tempo, é possível fazer um safari móvel. Você pode chegar em Maun e com o safari móvel seguir em direção ao Savuti fazendo safaris pelo caminho. 3) Opção mais em conta: Reserve um hotel perto de Kasane e visite a parte norte do Parque Chobe. Os preços dos hotéis variam e você pode escolher aquele que atenda às suas expectativas. Descobrimos o melhor hotel até agora com comida de qualidade, quartos incríveis e o nome é The Old House – fica em Kasane. Zimbabwe Do nosso hotel em Kasane (Botswana) usamos a companhia Wild Horizons para nos levar para a fronteira com o Zimbabwe (15 min de carro) para podermos emitir o visto Kaza Univisa (custo de 50 pp para ambos os países - Zimbábue e Zâmbia, e é válido por 1 mês). Depois disso, pegamos outra van já do lado do Zimbábue para ir a Victoria Falls. (Mais 60 km). O ticket para entrar na Victoria Falls do lado do Zimbabwe custa USD 30 pp. Uma das 7 maravilhas naturais do mundo, a Victoria Falls fica entre o Zimbabwe e a Zambia e ganhou este nome de David Livingstone, que foi o primeiro europeu a ve-las em 1855 e homenageou a rainha da época com o seu nome, Victoria. Victoria Falls é a maior queda d'agua do mundo com 1,7 km de extensão no cânion do Rio Zambezi. O volume de agua é de 1 milhao de litros x segundo e as quedas chegam a 128 metros. Zâmbia - Livingstone De Victoria Falls no Zimbábue você deve apenas caminhar até a fronteira para obter o seu carimbo de saída do país. Caminhar mais 1,5 km até à fronteira com a Zâmbia e obter o seu carimbo de entrada. A melhor taxa de câmbio é na fronteira, por isso não perca. Você pode pegar um táxi por 60 kwacha zambiano ou cerca de 6 dólares para o centro de Livingstone, que é cerca de 11 km da fronteira. A cidade em si não tem muito a oferecer, mas é muito mais barata que Vic Falls. Você pode visitar o mercado local para comprar souvenirs. A maior parte dos turistas visitam a Zâmbia para conhecer a Devils Pool ou a Angels Pool (dependendo da época, a Devils pool esta fechada devido ao volume de agua, então eles oferecem outra piscina natural que é a Angels Pool). Na Devils pool os turistas tiram a famosa foto bem na borda da catarata, em uma piscina natural que se forma antes da queda. A entrada para o parque é USD 105 pp 😮 !!!! E você precisa ter um guia. O passeio de Livingstone, ida e volta, fica por USD 125 pp. Outra opção de passeio é o The Elephant Café, que custa usd 185 pp para tomar um café da manhã ou almoço e interagir com os elefantes. Precisa reservar com antecedência pois servem um numero limitado de pessoas. Zâmbia - Lusaka De Livingstone para Lusaka de ônibus (melhor opção disponível) é cerca de 8 horas e custou usd 20 pp. O ônibus sai às 9 horas e chegar às 17:30 aprox. Tivemos a sorte de ter a/c no ônibus, mas eles param muitas vezes no caminho para deixar as pessoas em pequenas cidades ou na estrada. Lusaka tambem nao tem muito a oferecer. A Zambia em si é um pais com poucos atrativos e recentemente se conscientizaram com relacao a caça de animais. Portanto estao introduzindo novamente alguns animais aos parques nacionais. Malawi - Lilongwe Em 2005 foi considerado o país mais pobre do mundo e hoje está em 4o lugar no ranking com a ajuda do FMI, Banco Mundial e a melhora da economia local que é basicamente agricultura (apesar do clima seco e árido - pelo caminho muitas áreas de plantação de milho e tabaco). O Malawi foi devastado pelo virus da AIDS e tem mais de 1 milhão de crianças órfãs pela doença. Mais de 40% da população vive com menos de USD 1,20 por dia. Lilongwe é a capital do Malawi, eu fiquei extremamente assustada com a pobreza daqui. De Lusaka a Lilongwe (Malawi) são 12 horas de viagem de ônibus (parte às 6h - chega às 18h), custa usd 39 pp com o Kobs Bus Service. No caminho, eles oferecem um pacote de biscoitos e um 7up. O ônibus para em torno de 10 vezes no caminho. Os brasileiros pagam usd 75 pp pelo visto de turista - tentei obter o vistoa de trânsito que custa usd 50, mas não permitiram. Recomendacao de Hotel: Hotel Kiboko – naohá muitas opções e pelo o que pesquisei era o melhor custo beneficio. Malawi - Cape Maclear De Lilongwe para Cape Maclear foram 4 horas por causa do engarrafamento em Lilongwe além da rota do GPS, que nos levou por caminhos secundários, estradas esburacadas, areas rurais e cheias de buracos. Portanto evite a rota mais rapida no Malaui, prefira a mais longa que é por estradas mais conservadas. Cape Maclear está localizado na Baía dos Macacos, no sul do Lago Malawi. Uma boa dica é sempre ter água e algum lanche em seu carro, porque no caminho você raramente encontrará um lugar decente para comer. Não espere encontrar comida elaborada nessa regiao. Todos os alimentos sao frescos e preparados do zero, então em todo lugar que você for, sua refeição levará cerca de 45 minutos para ficar pronta. Opcoes bem simples, basicamente arroz, feijão, salada, macarrão, peixe, frango ou carne (vaca ou cabra – normalmente pedacos de musculo, nao encontramos nenhum que servisse filé, bife etc). Baobás No caminho encontramos muitos Baobás. O tronco dos baobás adota uma forma de garrafa durante a fase de maturidade, que em geral é estimada pelos 200 anos. Em boas condições estas árvores podem viver até aos 800 ou 1000 anos. A capacidade de armazenamento de água nos tecidos do tronco pode alcançar os 100.000 litros e esta reserva permite a árvore sobreviver às duras condições de seca. Moçambique Nós pegamos um vôo do Malawi - Lilongwe para Maputo. Porém não há vôos diretos e tivemos que fazer escala na África do Sul (Johannesburg) . Maputo é uma cidade grande, o país passou por guerra civil até pouco tempo atras e também nao é tão segura. Como todos os outros países, a recomendação é evitar algumas áreas e não andar depois das 6 da tarde. É possível visitar Maputo em 1 dia completo. Fizemos tudo a pé, fomos em todos os pontos turisticos, e pegamos um tuc tuc até o Marcado de Peixe, onde escolhemos camaroes, polvo e almeijas (vongole) por aprox 20 euros. La mesmo voce contrata um pessoa para cozinhar os frutos do mar. Fique atento ao negociar os precos pois eles querem extorquir o turista. No nosso caso negociamos por 500 miticais tudo e na hora da conta a pessoa veio com os valores totalmente fora !!! Nao pagamos e batemos o pé no preco que haviamos combinado. Apos almoco pegamos uma van local por 12 miticals e nos deixou em frente ao mercado de artesanato. Náo tivemos tempo de fazer a costa , mas vale a pena fazer o litoral. Tem uma barca para a Ilha da Ilhaca que sai proximo ao Forte. É apenas 1 horario na parte da manha e retorno no final da tarde. Suazilândia ou Essuatine De Maputo a Suazilândia (Manzini) tivemos que esperar 5 horas (das 8 da manhã até à 1 da tarde) só para ter a van cheia de passageiros. As vans só saem se tiverem cheias, caso contrario nao vale a pena para eles fazer esse percurso, que é longo. Pagamos 600 meticais por pessoa e a viagem durou uma eternidade, saímos às 13:00 e chegamos às 6 da tarde - fomos parados duas vezes para controle de bagagem. Tem muita gente da Suazilandia que vai a Maputo fazer compras de roupas para vender. Uma vez que estávamos em Manzini, no dia seguinte alugamos um carro na Avis Rent a Car no aeroporto King e nos dirigimos para a Festa da Amarula - oferecida pelo rei para a população. Na festa as mulheres se vestem com roupa tipica, dancam e a noite é oferecido uma bebida feita de amarula (eles chamam de Marula). Há outras festas realizadas pela familia real e é o modo de juntar a populacao local. Ps. De Manzini para o aeroporto, pegamos uma carona com alguns moradores, na caçamba da caminhonete por 55 km :) Dados interessantes sobre o país: 1. O atual rei da Suazilândia possui 15 mulheres e 60 filhos 2. O seu antecessor tinha 60 esposas e 200 filhos 3. A cada uma das mulheres ele deve garantir o sustento da casa e dar "presentes" a família. Normalmente o presente é entre 15 e 20 vacas. 4. A fruta não tem nada a ver com o creme de Amarula 5. 26% da população adulta tem HIV 6. Menor pais do hemisfério sul 7. É a 12ª menor expectativa de vida mundial, 58 anos
  9. Olá pessoal pela primeira vez na vida venho a escrever um relato diário de viagem. Um blog. Não tenho muita experiência em blogs, mas devido a pouquíssimas informações que encontrei sobre São Tomé e Príncipe escrito por brasileiros resolvi deixar aqui o meu depoimento para ajudar futuros viajantes. Estou viajando eu Lucas e meu companheiro Jair. Nossa viagem iniciou-se em São Paulo dia 23 de julho de 2018 as 18:20h . Chegaremos em São Tomé dia 25 as 00:30h. Dia 3 de Agosto vamos em um vôo para Príncipe que volta para São Tomé dia 5 de Agosto. Dia 6 de agosto voltamos para o Brasil de madrugada e chegamos dia 7 de Agosto de madrugada. Ou seja. Ao todo serão 9 dias na ilha de São Tomé e 3 dias na ilha de Príncipe. Tentarei relatar com detalhes cada dia dessa viagem a esse país pouquíssimo conhecido. Pela nossa pesquisa anterior o que vale mais a pena para quem vem a São Tomé e Príncipe é trazer consigo Euro. São poucos os locais no país que aceitam cartão de crédito. Os que aceitam muitas vezes não tem as nossas principais bandeiras visa/master. Não existe no país caixas eletrônicos que aceitam cartões internacionais como os nossos para sacar dinheiro. Existe no país uma moeda local a Dobra. Quando utilizamos o euro nos dão o troco na moeda deles. Pelo que pesquisamos Dólar não é bem aceito. Calculamos uma média de 100 euros por dia fora os gastos com hospedagem e locação de carro. Pelo que pesquisamos os preços dos passeios com guia são bemmm salgados então conseguimos alugar um carro por 35 euros por dia em São Tomé e 50 Euros em Príncipe e pretendemos fazer os passeios por nossa conta. Quanto a segurança em circular pelo país o que me informaram é que para nós que somos brasileiros acharemos o lugar mais calmo e pacífico do mundo. Assim espero !!! Como São Tomé conseguiu sua independência de Portugal super recente (1975) ainda tem muita ligação com o país. Os portugueses são os turistas mais frequentes. Aconselho a quem quiser procurar mais blogs os melhores que encontrei foram de portugueses. Nosso vôo partiu de São Paulo com destino a São Tomé com escala em Luanda (Angola). Conseguimos comprar por R$1700,00 reais com taxas. O problema é a conexão em Luanda longuíssima de 18 horas que é onde me encontro neste momento escrevendo o relato do percurso. Saimos de São Paulo ontem as 18:20h. Chegamos em Luanda as 2:20h. 06:20h no horário local. Viemos de cia aérea TAAG. A maneira mais em conta de vir a São Tomé é pela TAAG mas tem essas escala gigantesca em Luanda. O vôo foi excelente. Boing 777 300 new generation. Um avião de dar inveja nos nossos humildes jatinhos. Nos serviram jantar e café da manhã super fartos e variados. Avião extremamente confortável com tudo de mais moderno que se tem hoje. Pousamos em Luanda e já sentimos aquela desordem tipicamente brasileira no desembarque. Viemos para a área de passageiros em conexão para aguardar nosso vôo para São Tomé que sai as 22:00h no horário local. O visto para quem quiser sair do aeroporto e passar o dia em Luanda custa 120 dólares por entrada. Ou seja, 120 na ida mais 120 na volta caso queira deixar o aeroporto em ambas oportunidades. Não pesquisei o que tem para fazer em Luanda pois nos assustamos com o preço e pretendemos fazer uma viagem mais econômica. Como aqui tem internet wifi gratuita no aeroporto não vai ser difícil passar o tempo. A área de conexão onde me encontro é relativamente ampla. Tem várias lojas e um free shop pequeno. Tem também 4 lanchonetes simples com o preço bem salgado. Paguei 7 dolares em um pãozinho com café. Recomendo comerem bem em São Paulo e no avião pois eles não deixam entrar com comidas e bebidas aqui na sala de conexão. Além do preço alto as opções não tem uma boa aparência. Uns salgados meio velhos e uma comidinha com um cheiro de gordura velha que não me interessou nem ver o cardápio. Os assentos são relativamente confortáveis. Dá para deitar em vários e tirar um bom cochilo. Tem um ar condicionado agradável então não vi problemas ... Diferente dos relatos que li na internet onde as pessoas reclamaram muito. Tem também uma área de grandes janelas onde conseguimos ter uma vista panorâmica da cidade o que ajuda a passar o tempo. O único porém na área de conexão são os pernilongos. Tem bastante. E como não podemos trazer repelente na mala de mão estamos expostos ao ataque. Aconselho virem de blusa de frio, meia, e calça para ajudar a evitar as picadas e também pelo ar condicionado que é bem frio. Espero que os pernilongos não sejam da malária hehe. Lojas no aeroporto de Luanda Lojas típicas do aeroporto. Lojinhas no aeroporto. Aeroporto visto da sala de conexão. Sala de conexão no aeroporto. Embarcamos depois de muita confusão na sala de embarque para São Tomé com 1 hora de atraso as 23:00 e adivinham... O avião também estava tomado de pernilongos hehe. Apesar dos sugadores de sangue, o avião também era ótimo. Um 737 novinho. Mesmo a viagem sendo rápida apenas 1:40 foi nos servido um jantar maravilhoso. A tripulação do avião não era bem treinada o vôo foi um caos. Uma desordem na organização das pessoas, do serviço, somado a falta de educação de alguns indivíduos, e o excesso de crianças no vôo deixou tudo bem complicado. Não posso dizer que aterrizamos na pista e sim caímos rs. Meu companheiro de viagem também ja fez ciências aeronáuticas e ele também ficou chocado. Pousamos de ponta em alta velocidade. Quando o avião tocou o chão todos gritaram rs foi um susto imenso. Estava muito nublado e acho que o piloto não tinha lá muita experiência. Desembarcamos e se ja achamos o aeroporto de Luanda desorganizado o de São Tomé é um tumulto. As pessoas desceram do avião e foram correndo para a sala de desembarque, sem fila, ônibus, nem nada. Correndo pela pista. Um empurra empurra danado sem a menor educação de alguns. Na imigração era claro que a policia não tinha controle de nada e nenhuma tecnologia. Não havia cameras de seguranca no saguão nem se quer um aparelho de Rx para revistar as malas. Um rapaz carimbava os visto sem muitas perguntas e entravamos. Um grupo de arruaceiros que estavam no nosso vôo estavam bem bebados. Deixaram uma garraga de whisk quebrar no chao e beberam a no bico quebrada com os cacos em frente a imigração sem nenhum problema. Uma verdadeira farra. Ao ingressar ao país sai rapidamente do aeroporto e me deparei com um campão escuro sem iluminação onde umas 100 pessoas aguardavam seus parentes. Não vi taxi nem nada parecido. Por sorte tinhamos contratado um serviço de transfer e no meio daquele multidão avistei um rapaz com uma plaquinha com o nome do nosso hotel. Nunca me senti tão aliviado. O rapaz do transfer muito carismatico trabalha neste primeiro hotel que estamos de onde escrevo agora. O nome é Sweet Guest House. Amei o hotel. Muito organizado, limpo, quarto ótimo com ar, banheiro limpinho, cama boa, muito espaço. Pessoal super receptivo e bem treinado. Chegamos tomamos um bom banho depois de 48 horas e capotamos. 1° dia. Acordamos as 11 da manhã. Levantamos e partimos para o nosso primeiro contato. Neste dia pretendemos ficar mais pelo centro fazendo um city tour a pé pois pegamos nosso carro apenas amanhã. Como no centro de São Tomé tudo é perto não vimos a necessidade de carro neste primeiro dia. Confesso que no caminho do aeroporto para o hotel fiquei assustado em como vamos dirigir por aqui. As ruas são precárias e tudo bem desorganizado. Fomos direto para o mercado municipal e já foi aquele verdadeiro choque cultural. Um tumulto de pessoas, verduras, lugumes, especiarias e peixes vendidos a céu aberto. Bem interessante mas falta um controle sanitário pesado. Não consiguiria comer nada naquele mercado. As frutas, verduras e especiarias são bem semelhantes as nossas mais comuns. Uma ou outra desconhecida. Do mercado fomos almoçar em um dos restaurantes indicados nos blogs que pesquisamos. Xico's. Um lugar super agradável perto do mercado com uma comida gostosa e um atendimento muito bom. Todos aqui são muito solícitos e prestativos. Também tem uma pequena exposição de arte no segundo andar do restaurante. O preço da refeição do dia foi 180 dobras. 1 euro equivale a 25 dobras. Um lombo com pimenta salada e batata frita foi o que nos foi servido. Almoço no Xico's. Do restaurante fizemos um tour por nossa conta pelos principais pontos turísticos da região central. Entrada do mercado central Mercado central Forte de São Sebastião Palácio do Governo Baía Ana Chaves Forte São Sebastião Mercado da cidade Museu de artesanato A noite saímos para jantar na associação CACAU. Incrível!!! Passam um filme com apresentação da história de São Tomé, tem show ao vivo de músicas locais com dançarinos, e um jantar expetacular super farto por 20 euros. Só nao inclui bebidas alcoólicas. Fotos do jantar a seguir: Fomos e voltamos do jantar de taxi que nos cobrou 6 euros por percurso. Vamos dormir que amanhã cedo recebemos nosso carro e vamos sentido norte da ilha. 2° dia . Acordamos as 8:00h tomamos nosso café da manhã no próprio hotel por 8 euros por pessoa. ( Sweet Guest House). Fizemos o check-out. Gostei muito do hotel. Muito limpo, super novo e bacana. Quarto e áreas comuns sensacionais. Os atendentes que trabalham são perfeitos super gentis e solícitos. Recomendo muito! Em seguida o pessoal da Ban ben Noun Tours chegou com nosso carro. Um carro bem antigo com uma luz de emergência ligada no painel e pneus bem carecas rs. É um toyota 4×4 bem antigo. Tem até toca fita ao invés de CD rs. Mas tem funcionado até o momento. Compramos um chip de internet em uma agência de telefonia móvel no centro para que possamos usar o GPS do google que tem sido muito útil. Depois disso seguimos rumo ao norte para nosa segunda hospedagem. Em 40 minutos chegamos ao Residencial Tamarindos. Amamos o hotel também. Quarto perfeito com ar, frigobar, banheiro ótimo, super novo e limpo. Deixamos as coisas e seguimos para as Roças do norte com uma boa parada de duas horas na Praia Lagoa Azul. Praia Lagoa Azul Amamos a praia. Quanto as Roças, que são antigas fazendas do seculo XX de café e cacau, estão todas destruídas e sendo usadas como abrigo pela população. O norte da ilha é extremamente pobre. De ambos os lados da estrada passamos por vilarejos paupérrimos. Muita pobreza mesmo como nunca tinha visto em nenhum lugar do Brasil. Mas pelo que percebi ninguém passa fome, pois, como é uma ilha, a pesca é intensa, e eles criam muitos animais que vivem soltos com eles... porcos,galinha,cabras.... também tem infinitas bananeiras, pés de cacau, cana , mandioca, mamão. Frutas bem semelhantes das nossas. Eles pedem o que eles não encontram. Doces rs. Ninguém nos pediu comida. As crianças vem correndo atras do carro pedindo doces em todos os lugares. Todos muitos educados sempre com um sorriso no rosto e prontos para nos ajudar em tudo. A pobreza assusta. Ainda mais que todos andam com um facão gigante na cintura mas não sentimos medo em momento algum. Após passar por todas as vilas e fazendas da época colonial mais ao norte (Santa Catarina, Diogo Vaz e Fernão Dias) voltamos e paramos para almoçar em um eco resort chamado Mucumbli. Maravilhoso! Evidente o abismo social existente como no Brasil. Estrada ao norte da ilha. Roças do seculo XX Meu Xará Lucas e seu côco Eco Resort Mucumbli. Vimos o pôr do sol em Mucumbli e voltamos para nosso hotel onde fomos surpreendidos pelo eclipse lunar que acontecia hoje. Simplesmente magnífico. Eclipse lunar. 3° dia. Acordamos tomamos café e alugamos bikes no hotel por 5 euros cada. Fizemos um tour pelas praias da costa norte. Fomos ao Morro do Peixe uma comunidade de pescadores próxima ao hotel e de lá fomos a Praia dos Tamarindos, Praia do Governador, Comunidade Fernão dias, Comunidade Micoló, Cidade de Guadalupe e novamente Morro do Peixe. Foi um circuito tenso. As bikes eram péssimas fomos rezando para não quebrarem no caminho e quebraram bem no fim ufa rs. Elas não eram próprias para trilha e a estrada era péssima tanto a de terra como a parte em asfato. As comunidades extremamente pobres mas não sentimos medo. Comprimentavamos todos que passavam e eles ja abriam um sorrisão ainda mais quando descobriam que somos brasileiros. Chegamos a um restaurante esgotados quase mortos rs. Creio que o trajeto total deu uns 20 km mas pela péssima estrada, calor escaldante e as bikes péssimas pareceu que foram 100 rs. Almoçamos no restaurante Celva's. Menu executivo por 17 euros por pessoa. Único por perto foi nossa salvação. De lá pedalamos acabados para o hotel pegamos o carro e fomos a praia Lagoa Azul a mais bonita e mais limpa até o momento. As outras são muito próximas das vilas então acabam que são sujas e desembocam esgotos... Na volta da praia o segurança de lá nos pediu carona e nos levou a Roça Santo Agostinho creio que a maior. Chegou em seu funcionamento a ter 3000 trabalhadores. No momento encontra-se desativada e virou abrigo como todas as outras. Mais uma vez a pobreza chocou bastante. Nessa só não tivemos medo pois estavamos acompanhado desse amigo local que fizemos. De lá voltamos para o hotel jantamos e fim do dia ! Praia dos Tamarindos Praia do Governador Caminho entre praias Caminho entre praias Almoço no Celva's Mapa da região do percurso de bike. Praia Lagoa Azul. Não tiramos fotos das comunidades pois fomos avisados a não fazer. O pessoal não gosta!!! E isso é sério rs. Quase tivemos problemas quando queriamos fotografar uma embarcação e a senhora achou que estavamos tirando foto dela. Foi tenso!!!! Então já fica o aviso. Jamais fotografem alguém sem pedir autorização. 4° dia. Acordamos fizemos o check out e saimos sem tomar o café da manhã. Dirigimos direto para a região central e fomos para o Hotel Me-zochi. Este hotel é basicamente um jardim grande com uma casa central de madeira com algumas suites (creio que 4), e uma sala conjugada com cozinha comum. No hotel não havia ninguém para nos receber. A casa estava toda aberta entramos vimos algumas malas que devem ser de outros hospedes mas nem sinal de uma alma viva rs. Sai do hotel e fui a uma casa próxima onde o dono ligou para o rapaz que toma conta e ele disse que estava no centro fazendo compras e depois voltava mas que podiamos deixar nossas coisas em uma das suites rs. Fizemos conforme indicado e saimos para o nosso primeiro dia na região central. Começamos pela Roça Monte Café. Uma das únicas roças que mantém alguma produção após a independência do país em 1975. Todas as roças após a independência tiveram seus territórios divididos entre os trabalhadores que acabaram optando por um cultivo individual para sub existência e as dependências das roças viraram abrigo ou foram abandonadas. Apenas o Monte Café tem um museu do café que é do governo e uma cooperativa que é dos locais que estão tentando retomar o cultivo de forma coletiva e colocar de novo a Roça para funcionar. Super bacana a ideia deles. A cooperativa também faz um tour pelas antigas áreas de produção do café e cacau meio que disputando os turistas com o museu que é do governo. Fizemos o tour com eles para fortalecer a população. Foi ótimo. No final eles oferecem uma degustação de 3 tipos de café orgânico que são plantados lá e um chá. De lá fomos ao Jardim Botânico e adivinha? Também foi meio que abandonado. Pelo que o guia que contratamos explicou havia uma fundação da união européia que patrocinava alguns parques na África em vários países mas encerraram o projeto. De 24 trabalhadores restaram apenas 3 que fazem o tour meio que por conta própria. Apesar disso gostamos. O senhor que nos guiou trabalha lá a muitos anos e sabe muito sobre as plantas. Nos explicou sobre todas as frutíferas que foram trazidas pelos portugueses, as medicinais e as ornamentais. Pagamos 4 euros por pessoa a ele. De lá fomos a Cascata São Nicolau. Uma cachoeira que fica na beira da estrada de 20m de altura. Como estamos na época da Gravana,época de seca tem pouca água mas a natureza em volta é muito bonita bem preservada. Essa região central é mais montanhosa que o norte que é região de Savana. A mata é mais densa. Típica Floresta Tropical. Diferente do norte que é mais quente e seco. Aqui no centro chega a fazer um friozinho. Adoramos a Cascata pois havia uma turma de crianças e batemos muito papo. Nos contaram das novelas brasileiras que assistem os cantores de funk e sertanejo brasileiros que gostam. Eles escutam muita música brasileira mais até mesmo que a deles. E novelas só passa as nossas da Globo. A criança mais velha nos contou que queria muito fazer jornalismo ou sociologia mas que aqui nao tem universidade pública. De lá fomos a Roça Saudade onde funciona o museu Almada Negreiros um escritor e pintor nascido aqui que viveu em Portugal. Lá no museu também tem um restaurante com um mirante lindo! Almoçamos um menu executivo que foi a melhor comida até o momento. Duas entradas, prato principal e sobremesa sensacionais por 17 euros por pessoa. Voltamos para o hotel descansamos um pouco e não vimos ninguém. Realmente acho que é um hotel fantasma. Acordamos as 19:00h para jantar. Fomos ao Café Nunes. Comemos um franguinho bem fraco por 15 euros para os dois. Não recomendo comerem outro tipo de carne aqui que não venha do mar. Tudo do mar é muito mais fresco e os peixes são excelentes. Não vale a pena fugir do trivial percemos isso hoje rs. Voltamos para o hotel e adivinha? Ainda nao vimos ninguém!!!!! Entramos para o nosso quarto e aqui estamos. Estou com um pouco de medo de verdade rs. É um hotel fantasma mesmo. Amanha ja vamos para a costa oeste e acho que não terá ninguém para fazer o check out kkk muito doido isso. Roça Monte Café Jardim Botânico Cascata São Nicolau Museu Almada Restaurante Almada 5° dia. Acordamos e gente adivinha. Apareceu 2 senhoras no hotel para fazer o café da manhã kkk. Nos prepararam uma omelete com pão e café. Comemos e partimos para o dia. Resolvemos fazer um tour pelo Parque Nacional Obô. Fizemos o percurso até a Lagoa Amélia. É uma cratera de vulcão a 1400 m de altitude que se encheu de água devido as nascentes próximas e teve sua superfície coberta por uma vegetação rasteira que nos permite andar por cima. Diz o guia que a cratera tem mais de 30 metros de profundidade. Quando andamos por cima dela parecemos que estamos sobre um colchão d'água. Super legal. São 3 horas o percurso de ida e volta. De lá voltamos ao Museu Almada e comemos novamente o menu executivo. Voltamos ao hotel buscamos nossas coisas e seguimos rumo a costa leste para a cidade de Santana. Nessa costa tem vários locais no Airbnb para hospedagem incríveis. As suites são cravadas na montanha sobre o mar com uma vista maravilhosa. É em um vilarejo paupérrimo. Custamos a encontrar nossa casa que alugamos no Airbnb que se chama Cabin Lover's. Amamos o quarto. No nosso terreno haviam 4 bangalôs do mesmo dono com uma escadinha que leva ate a praia que é meio que particular. São piscinas naturais incríveis. Eles oferecem todas as refeições no quarto a um preço ok creio que 15 euros o menu executivo e 8 euros o café da manhã. Chegamos nadamos rapidamente jantamos e ficamos a curtir o luar rs. Topo da Lagoa Amélia no parque Obô. Cratera do vulcão coberta por esse arbusto que nos permite andar por cima da água. Parque Obô Piscinas naturais do Cabin Lover's Varanda do quarto do Cabin Lover's. 6° dia. Dormimos super bem. Acordamos as 6:00h para ver o nascer do sol no mar do quarto e 12:00 descemos para as piscinas naturais. Nadamos com umas crianças do vilarejo que apareceram por lá. Voltamos umas 14:00h fizemos as malas e partimos para o sul da ilha onde viemos nos hospedar no Jalé Ecolodge. No caminho paramos para almoçar no restaurante Mionga. Comemos o menu executivo por 10 euros e seguimos viagem. Passamos por várias praias bacanas mas não paramos pois pretendemos visita-las no nossos dias de hospedagem aqui no sul com mais calma. Também este hotel é bem longe. É a última hospedagem no sul. Da quase 2:30h de viagem da cidade de São Tomé. E como saímos tarde não queriamos parar para não chegar a noite. Ainda bem que fizemos isso pois chegando no Jalé tem uma vila extremamente pobre e é estrada de terra. Daria um pouco de receio passar a noite sem conhecer. O Jalé é uma praia particular onde ocorre a desova das tartarugas. É um hotel ecologico criado por uma ONG com apoio da união européia. Um lugar super roots. Só tem energia elétrica das 18 as 23 horas rs. O chuveiro é frio. Eles oferecem as 3 refeições e caso queira tem que avisar com antecedência. Jantamos hoje um polvo acompanhado de arroz, legumes, e banana frita. Comemos vendo o pôr do sol. Foi lindo. O Jalé tem apenas 3 chalés distribuídos em uma praia de 1 km particular. É uma verdadeira imersão na natureza. Relax total para quem curte essa vibe. Nascer do sol visto do quarto Cabin Lover's. Cidade de Santana. Piscinas naturais do Cabin Lover's. Pico Cão Grande. Pode ser avistado apenas da estrada no caminho para o Sul da ilha. Praia do hotel Jalé Ecolodge Jantar no Jalé ao pôr o sol. 7°dia. Acordamos e junto a um guia que arrumamos aqui no Jalé saimos para desbravar as praias do sul. O guia é o segurança do Jalé que estava de folga neste dia e faz esses bicos nas horas vagas. Disse que poderiamos pagar o quanto quiséssemos. Oferecemos 10 euros por pessoa. Foi ótimo tê-lo conosco pois algumas praias não aparecem no mapa do google e ele nos levou também em uma cachoeira maravilhosa que jamais chegariamos por nossa conta. Ela não tem nem nome. Visitamos as praias Piscina, Cabana, Inhame, Grande, Micondó, e a cachoeira sem nome próximo a comunidade morro do peixe. Todas essas praias do sul são expetaculares e desertas. Em todas que fomos eramos as únicas pessoas na praia. Incrível!!! A que mais gostamos foi a praia Piscina. São várias piscinas naturais ótimas para nadar. A que estamos hospedados que é a Praia Jalé é a segunda mais interessante. Mas todas são únicas!!! Além dessas belezas naturais visitamos também a Roça São João dos Angolares. Ela funciona como um hotel e restaurante utilizando as estruturas da antiga Roça. Tem também uma exposição de arte bem interessante de artistas locais. É um lugar bem chick para os padrões daqui. Inclusive o presidente de São Tomé estava almoçando lá no momento. De lá voltamos para o nosso hotel na Praia do Jalé jantamos e descansamos. O jantar estava divino. Um peixe com ervas acompanhado de batata doce com um molho deliciso. Apesar do sabor maravilhoso ele não me fez bem. A noite tive febre, enjôo, e dor de barriga. Tomei uns remedinhos e consegui dormir. Praia Jalé. Os únicos 3 bangalôs no Jalé onde estamos hospedados. Pé na areia. Praia com rio proximo ao Pico Cão Grande. Cachoeira sem nome rs Mangue no sul que oferece passeio. Praia Hotel próximo ao Inhame. Praia Hotel Inhame Cachoeira sem nome. Pico Cão Grande. Praia Piscina. Roça São João dos Angolares. Museu Roça São João. 8° dia. Acordei ainda um pouco indisposto. Hoje iriamos ao Ilheu das Rolas. Uma ilha aqui próxima onde tem um Resort all inclusive da rede Pestana e algumas praias bacanas. Tem também um marco onde passa a linha do Equador. Mas como ainda estou um pouco fraco decidimos ficar por aqui mesmo no Jalé. Curtir mais a nossa praia que é pé na areia e ficar bem próximo do banheiro rs. O passeio a ilha é de barco e sai do vilarejo de Porto Alegre que é paupérrimo. São 30 minutos de barco até a ilha. Vai que a dor de barriga volta no trajeto. Após o café da manhã e um cochilo me senti melhor e decidimos ir para a Praia Inhame bem próxima da nossa que tem um hotel super bacana estilo ecológico também mas com mais estrutura. Inclusive recomendo muito ele ao invés do nosso mas é mais caro. Chegando lá tinha um pessoal fazendo um tour para o Ilheu das Rolas por 10 euros por pessoa saindo do hotel mesmo em um barco muito mais confortável dos que o que saem de Porto Alegre que são de pescadores e ainda é 15 euros e mais longe. Como eu estava melhor embarcamos. A ilha é linda. Chegamos e fomos para o Resort Pestana. Pode entrar e participar do almoço e ou jantar sem estar hospedado. Rodamos o Resort todo para conhecer. Adoramos a piscina com borda infinita para o mar. Resolvemos rodar a ilha toda e voltar para almoçar no resort mais tarde. Fomos rodando a ilha que tem mirantes lindos com uma vista para o mar incrível. Depois fomos ao marco por onde passa a Linha do Equador. É um mirante bem no alto com uma vista surreal. De lá descemos para a praia mais linda que vimos em toda viagem a Praia Café. Perfeita para um mergulho e uma relaxada na areia fofinha. Ficamos umas duas horas na praia e voltamos para o Resort Pestana. Participamos do buffet livre que serviam por 28 euros por pessoa. Tinha de tudo um pouco gostamos bastante. Depois voltamos para o local onde marcamos nosso barco de volta as 16 horas. Retornamos para o hotel Inhame de barco onde tinhamos parado nosso carro e retornamos para o nosso hotel. O Jalé. Barco que sai do Hotel Inhame e faz a travessia. Piscina Resort Pestana. Bar e piscina borda infinita para o mar do Resort Pestana. Mirante em torno da ilha. Marco linha do Equador. Praia Café a melhor analisando todos os aspectos. Cor da água, limpeza da praia, temperatura da água, faixa e textura da areia, estrutura por trás com almoço etc... 9° dia. Acordamos as 5h da manhã pois nosso vôo que vai para Príncipe partia as 9h da manha. E como o trajeto do extremo sul da ilha ate o aeroporto demora cerca de 2:30h saimos bem cedo. Pagamos na passagem para Príncipe 110 euros ida e volta. O avião é um bimotor turbo hélice para 35 pessoas. Foi tranquilo o vôo. Chegamos em Príncipe e conseguimis alugar um carro por 100 euros os 3 dias. Do dia 3 ao dia 5. O carro não era uma 4×4 como deve ser pois as estradas em Príncipe são péssimas. Mas por outro lado economizamos muito. Queriam nos alugar por 80 euros cada dia. 240 euros os 3 dias !! Absurdo !! Mas conseguimos esse carro com um local que nos alugou o carro particular dele rs. Nos hospedamos no hotel Príncipe Residencial. Pagamos 45 euros a diária. Hotel simples mas limpinho. Nesse primeiro dia fomos inicialmente a praia do Macaco e Praia do boi. Ambas maravilhosas pertinho uma da outra. Desérticas com uma natureza surreal. As praias mais bonitas de toda a viagem mais até mesmo que do Ilheu das Rolas. Ficamos umas 3 horas nessa praia nadando e curtindo o sol e de lá fomos a Roça Belo Monte. A Roça funciona como um hotel chiquérrimo super bacana de visitar e pode usufruir do restaurante mesmo sem estar hospedado. Como ja tinhamos comido apenas visitamos e voltamos para o hotel ja no fim do dia. Começou uma chuva torrencial e não saímos mais do quarto. Baia da cidade de Santo Antônio. Cidade de Santo Antônio. Praia do Boi a mais linda que fomos. Mirante Com vista para praia do Macaco Roça Belo Monte 10° dia. Fomos na parte da manhã no Resort Bombom que tem uma ilha particular com um restaurante sensacional. Tem também um snack bar com uma piscina TOP que pode usurfruir por 15 euros sem estar hospedado. Se não nadar não paga rs. De lá fomos para o Resort Sundy Praia. Nele nadamos e passamos a tarde toda foi uma delicia. Ele é da mesma rede do Bombom e pode se usurfruir da piscina por 15 euros. A piscina é ainda mais TOP com uma borda infinita maravilhosa para a praia. De lá fomos tentar ver o pôr do sol na Roça Sundy. Outro hotel da mesma rede mas em cima das montanhas com uma vista linda. Lá fizemos um tour pela Roça onde se cultiva cacau e vimos tudo sobre a prova da Teoria da Relatividade de Einstein que foi feita lá. Um amigo de Einstein fotografou o Eclipse do sol lá de Sundy e provou que Einsten estava certo e que o Universo é curvo e a luz ao passar por ele distorce a real posição das estrelas no universo. Saindo de Sundy já era noite e fomos jantar na cidade de Santo Antônio onde fica nosso hotel. Comemos em um restaurante beira mar de um Português mas não tinha nem placa com nome. Resort Bombom Resort Bombom Resort Bombom Resort Sundy Praia 11°dia. Acordamos e chovia. Queriamos aproveitar a manhã para darmos um último mergulho na praia Bombom que é a mais perto com a melhos estrada mas não deu devido a chuva. Fomos então a um mirante chamado Terreiro Velho. Bem bonito a vista mas a estrada péssima. Ele é sentido sul da ilha que é onde fica o Parque Florestal que ocupa a maior parte da ilha. De lá voltamos a cidade e visitamos algumas lojinhas até dar o horário que devolveriamos o carro 12:30h. O nosso vôo para São Tomé partiu as 14:20h. Chegando a Sao Tomé e como estavamos agora sem carro alugado reservamos com a mesmo pessoa que nos alugou o carro um transfer para o aeroporto de ida e volta por 10 euros por percurso. (Empresa Ban Ben Noun Tours). Ele nos levou para o nosso hotel o Hospedaria Porcelana. Hotel simples mas bem limpinho e organizado super bem localizado. Pagamos 40 euros na diária. Deixamos as coisas no hotel e fomo almoçar no Restaurante Papa Figo. Comemos um peixe gostoso compramos alguns artesanatos e voltamos ao hotel onde dormimos ate 00:30. O transfer nos buscou e nos levou para o aeroporto pois nosso voo partia para Luanda as 03:00h. Pegamos o vôo que foi super tranquilo voltamos para Luanda e aqui estamos aguardando para voltar ao Brasil :) Mirante Terreiro Velho Cidade de Santo Antônio. Dicas Gerais: $$$: Leve apenas Euro. Não aceitam dólar em lugar algum e não aceitam cartão mesmo!!!! Impossível sacar dinheiro. Recomendo 100 euros por dia fora hospedagem e dinheiro para aluguel de carro. Apesar de termos gastado apenas 50 euros por dia não é bom arriscar. Lembre que esta viajando para um país extremamente pobre de pouquíssima estrutura. Não vai querer passar aperto né? Hospedagem: Vale a pena ficar em uma hospedagem diferente em cada região da ilha. As estradas são muito ruins e se você for e voltar todo o dia para a cidade de São Tomé vai ficar muito cansativo e vai ter pouco tempo para aproveitar os lugares. Os hoteis estão todos no Booking e Airbnb.
  10. Introdução Fala galera! No fim de 2018 fiz uma viagem incrível pela África do Sul que contou inclusive com a companhia do grande parceiro Fabiano que conheci aqui no Mochileiros! Se alguém tiver alguma dúvida, sinta-se a vontade pra perguntar abaixo e evitem mensagens privadas ou e-mail já que a sua dúvida pode ser a mesma de outras pessoas aqui no fórum! Roteiro Resumido 1 dia na Rota Panorâmica 3 dias de Safári no Kruger 9 dias na Garden Route 5 dias na Cidade do Cabo Roteiro Detalhado 15/11/2018 - Voo São Paulo > Joanesburgo 16/11/2018 - Joanesburgo > Sabie 17/11/2018 - Sabie > Graskop 18/11/2018 - Graskop > Lower Sabie Rest Camp 19/11/2018 - Lower Sabie Rest Camp > Crocodile Bridge Rest Camp 20/11/2018 - Crocodile Bridge Rest Camp > Marloth Park 21/11/2018 - Marloth Park > Joanesburgo > Port Elizabeth > Jeffrey's Bay 22/11/2018 - Jeffrey's Bay 23/11/2018 - Jeffrey's Bay > Stormsrivier 24/11/2018 - Stormsrivier > Plettenberg 25/11/2018 - Plettenberg 26/11/2018 - Plettenberg > Mossel Bay 27/11/2018 - Mossel Bay 28/11/2018 - Mossel Bay > Hermanus 29/11/2018 - Hermanus 30/11/2018 - Hermanus > Cidade do Cabo 01/12/2018 - Cidade do Cabo 02/12/2018 - Cidade do Cabo 03/12/2018 - Cidade do Cabo 04/12/2018 - Cidade do Cabo 05/12/2018 - Cidade do Cabo > Joanesburgo 06/12/2018 - Joanesburgo > São Paulo
  11. Eu e meu namorado estávamos fazendo um mochilão por alguns países na Europa. Dentro do nosso roteiro a última parada seria na África, mais precisamente em Marrakech, no Marrocos. Durante quatro dias estávamos hospedados em um Hostel localizado na Medina, bem próximo aos souks (mercados dos mais diversos utensílios locais). A localização da hospedagem foi uma ótima escolha e o Majorelle Hostel nos recebeu incrivelmente bem. Estávamos viajando há 23 dias de mochila, utilizando de ônibus e vôos low cost para nos locomover até os países, quando chegamos a Marrakech já estávamos bastante cansados. Foi no último dia de estadia no Marrocos que decidimos alugar uma moto. Nunca havíamos dirigido antes, exceto em uma pequena aventura no interior do Brasil por alguns poucos minutos. Por sorte descobrimos que havia um modelo de moto a ser alugado que não exigia carteira de motorista, pois chegava a uma velocidade de apenas 80km/h. Deslocamo-nos até a loja Palmekech, cujo o endereço é Ruy La Recette, nº 53 , próximo a Medina e negociamos o valor de R$ 80,00 ( cerca de 200,00 dihans) das 12h às 21h. Sabíamos que o trânsito na medina era caótico, mas optamos por nos aventurar. Em meio a carros arranhados, milhares de motos, charretes, bicicletas e pedestres nos jogamos. No começo é um pouco aterrorizante, pois os motoristas buzinam o tempo inteiro e pouco seguem regras de trânsito, mas depois de algum tempo é possível se adaptar. O transporte possibilitou que conhecêssemos a parte nova de Marrakech e outros pontos turísticos mais distantes da Medina. Mochilamos desde o ano de 2014 e podemos garantir que dirigir uma moto em Marrakech foi uma das vivências mais marcantes das nossas viagens. Obs: Apenas o/a motorista utiliza o capacete, pois o/a passageiro(a) está isento(a) por lei. 20180217_154450.mp4
  12. Observei que há poucos relatos sobre o Marrocos de carro e eu estava em débito quanto a contar a história desta viagem, então resolvi escrever agora. E também pela gratidão ao povo marroquino pela hospitalidade, gentileza e simpatia. Escolhemos viajar em março por ser o fim do inverno e porque gostaríamos de ver neve. As temperaturas oscilaram entre 2º e 13ºC, com exceção do Sahara onde foi de 16° a 22°C. Ah, e é um destino muito seguro e bastante econômico, que são palavras mágicas para mim. O Marrocos por todo o exotismo povoa minha mente há décadas, então quando soube que tinha surgido uma empresa aérea que fazia voos diretos e em 9 horas, achei que era a hora. A cotação do dólar e euro começou a subir sem parar, isso sempre ocorre quando estou prestes a viajar, e só faltavam as passagens. Decidimos minha esposa e eu, que tinha que ser naquele momento. Por sorte durante a viagem o dólar e euro baixaram e a Royal Air Marroc devolveu-me a diferença, que foram uns R$ 800, nas duas passagens. Um probleminha era que os idiomas oficiais eram o francês, árabe e berbere. Meu inglês é capenga, mas soube que dava para se virar bem com o espanhol, então com a cara e coragem, nós fomos. Tratei de escolher apenas hospedagens nas quais falassem espanhol (tem lá embaixo no Booking). A aventura começou ao entrar no avião com a tripulação falando francês, alguns homens usando roupas típicas, todas as mulheres usando lenço (hijab) e músicas árabes de fundo, me parecia que só tinha nós dois de brasileiros. O voo atrasou uma hora e meia, devido a um temporal em Guarulhos. E ao chegarmos a Casablanca vimos o quanto é rigorosa a imigração, sendo nós e outro casal separado para a revista, mas deu tudo certo e nem perguntaram sobre o chimarrão e cinco quilos de erva-mate que levávamos. Incluímos neste roteiro as quatro cidades imperiais que são Marrakech, Fez, Meknes e Rabat. E acrescentamos Chefchaouen, Ifrane, Ouarzazate, Merzouga, Tinghir e Casablanca todas de grande importância turística. Coloquei abaixo com as fotos um mapa de nosso roteiro. Visão geral sobre turismo no Marrocos O Marrocos é um país de enormes contrastes. O país tem praias, montanhas, neve, deserto, cidades históricas e culturais. A cada 50 km a paisagem muda totalmente. Nas cidades grandes convive a mistura de modernidade e tradição. Não é todo lugar que se pode almoçar em um restaurante fundado em 1150 ou dormir em um hotel do ano 1348. E por falar em neve, as Montanhas Atlas têm neves eternas, ou seja, neves permanentes no topo, lindas. É um país seguro e de pessoas alegres, amáveis e que respeitam o turista. A polícia é muito educada e eficiente. São muito tolerantes e respeitadores quanto a outras religiões. Não há problemas para que mulheres viajem sozinhas, claro que devem se cobrir mais e não usar roupas muito justas por respeito a seus costumes. Também não precisam usar o lenço (hijab). Podem até ouvir uma cantada, tipo “quer casar comigo?” ou “quero casar com uma garota brasileira” e não se admire se em português. Todas suas fotos parecerão profissionais, porque além dos cenários incríveis a iluminação é perfeita. Por isso que Ouarzazate é chamada de Hollywood do Marrocos. Ocorrem muitas filmagens e não só de filmes com a temática árabe ou com deserto, mas até com temas europeus ou chineses por exemplo. Você vai ouvir muito as palavras: -Medina – É a cidade antiga que fica dentro das muralhas, ou seja, uma fortificação. Os portões das medinas são chamados de Bab, por exemplo, em Meknes tem a Bab El Mansour. -Souk, zoco, (espanhol), souq (inglês) – que se refere à zona comercial ou bazar dentro da medina. Há o souk dos couros, dos frutos secos, das joias, dos calçados, etc. -Riad – São mansões ou palacetes tradicionais sem janelas para o exterior, as salas e quartos abertos para o pátio interno ajardinado que muitas vezes tem árvores e fonte para refrescar. Abrigavam famílias numerosas e endinheiradas, hoje é uma palavra para hospedagem, ou seja, é um pequeno hotel sempre com decoração típica. Hospedagem que recomendo e é quase obrigatória, pela experiência, em Chefchaouen, Fes e Marrakech entre as cidades deste roteiro. -Kasbah – são palácios fortificados. Normalmente são de adobe (mistura de terra e palha) é um tipo de arquitetura muito comum no Marrocos. Tanto que, entre Ouarzazate e Thingir é chamado de Vale dos Mil Kasbahs. Alguns atualmente servem como hotéis. -Ksar – é uma cidadela fortificada e pode conter vários kasbahs. O mais famoso é o Ksar Ait Bem Haddou em Ouarzazate. -Bérbere – são os habitantes originais do Marrocos e de seus vizinhos Argélia, Mali, Tunísia antes da chegada dos árabes no ano 681. São diversos grupos ou tribos e sua cultura é muito forte e influente no dia a dia. Não confundir com índios, como li alguém citar. Tem uma cultura com escrita bem antiga derivada dos fenícios. Tiveram também influencia grega e romana. O grupo mais conhecido pelo cinema são os touaregs. -Djellaba - é o traje típico masculino. -Kaftan – é o vestido típico feminino. Assim como os trajes masculinos, tem para o inverno, o verão, para o dia a dia e para festas. Aliás, as mulheres vão ficar encantadas com a beleza dos mais festivos em exposição nas lojas. -Hijab – é o lenço feminino. Não é obrigatório. Também chamado nas lojas de pashmina. É uma boa opção de presente. Bem baratos e de boa qualidade. Baboucha ou babouche – São chinelos típicos. Tem para homens e para mulheres. São muito decorativos. Outra boa opção para presente. Também são bem baratos. -Dirham – É a moeda (abreviação MAD), que vale 10 a 11 por um Euro. Euros também circulam muito bem no comércio e hotéis. Bem fácil de converter, até de cabeça, para reais. Por exemplo, 200 MAD. Tire um zero e multiplique por 10 ou 11 (como preferir), o resultado é 20 Euros. -Hamman – É o conhecido banho turco. É um ritual de banho, esfoliação e massagem. Nós fizemos os dois juntos em Marrakech em nosso riad. Adoramos! Creio ser uma experiência obrigatória. E a moça que fez tinha mãos de fada, nada daquela coisa bruta que se vê em filmes. Coloquei os hotéis que ficamos para referência de preços (ver no Booking) e de localização, que no caso das cidades grandes também incluía o problema de chegar de carro. Isso porque dirigir dentro das medinas como em Marrakech e Fez é um problema. Todos tinham nota acima de 8 na época. Muitas atrações são livres ou muito baratas. Apenas mais caros foram os ingressos com guia na Mesquita Hassan em Casablanca e o Jardim Marjorelle em Marrakech. Mas valem todos os centavos. Estes não se comparam aos valores na Europa, são muito menores. Se for comprar algo mais caro tenha uma noção de preços antes de entrar em uma negociação. É uma experiência marcante que pode levar horas. Nós compramos um lindo casaco de couro de camelo para minha esposa. O preço começou em umas três vezes mais, saímos, voltamos umas duas vezes e novas discussões de valores. Então soube quanto era a faixa de preços lá no riad e também com outro vendedor e no final quando já estávamos quase brigando fechamos em 80 Euros, ficamos amigos, nos abraçamos e conversamos. Para mais informações veja no site:http://www.marrocos.com/ A culinária Mundialmente famosa e exótica com muitos temperos, mas nada que desagrade a maioria dos paladares (ah..., tem o cominho) e há também muitos pratos vegetarianos. Não tem esquisitices. Não estranhamos e gostamos muito. É bem variada e os mais populares são: -Cuscuz – Que é feito com sêmola um tipo de trigo duro. Quem gosta do cuscuz paulista vai gostar porque é semelhante, mas melhor. -Tajine – Costuma ser alguma carne bovina, cordeiro, frango, peixe. É como uma carne de panela muito macia. São cozidos lentamente em uma panela de barro com o mesmo nome. -Mechui – Cordeiro assado lentamente e muito macio. -Sopas – As mais comuns são a harira e baissa de habas (favas). Tomávamos todos os dias e muitíssimo barata. -Paella – Espanhola. Servida no litoral. Como em Rabat. -Pastella ou pastilla – É um prato bastante exótico com uma carne como frango ou pombo com ameixas, amêndoas e mel, cobertos por uma fina massa folhada e cobertos com açúcar de confeiteiro. Mistura salgado e doce. É bem gostoso e bonito. -Pinchito – são espetinhos. Semelhantes aos que conhecemos. -Kebab – são espetinhos de carne moída. Bem conhecidos por aqui. -Amlou – é conhecida como a “Nutella marroquina”. É deliciosa, mas não achamos semelhança, é bem fluída, não pastosa. Confeccionada com amêndoas, mel e óleo de argan. Todos os pratos são acompanhados com pão à vontade. Nas cidades maiores há também várias opções de comida internacional, de mexicana a tailandesa. Muitas vezes, como estávamos em dois, um pedia um cuscuz e outro um tajine e cada um comia um pouco de cada. Em todos os lugares são pratos muito fartos. Só em Marrakech são um pouco menores, mas nunca faltou comida. Todos os cardápios são pelo menos em francês, inglês e espanhol e tem foto da comida, além da descrição. Não deixe de entrar em uma pâtisserie (confeitaria) para fazer um lanche e ficará encantado com a variedade de doces. São de um sabor delicado e não muito doces. Usam mel, amêndoas, gergelim. E não deixe de tomar o suco ou batido de amêndoas, que é fantástico, vem quase copo de liquidificador. Mesmo assim foi um para cada. Vai se esbaldar comendo tâmaras e tem uma grande variedade. Procurei comprar embaladas. São deliciosas. Azeitonas, eu nem imaginava que havia tantas variedades. Servem até no café da manhã. E na maioria das vezes antes de qualquer refeição já colocam na mesa pão e azeitonas. Como é dirigir no Marrocos Dirigir no Marrocos é fácil e uma experiência incrível que te faz sentir na pele os lugares por onde passa, viajando no teu ritmo e desfrutando do trajeto, não só dos destinos. Nosso roteiro deu uns 2000 km, mas rodamos um total de 3600 km. Alugamos o carro pela internet pelo site https://www.economycarrentals.com que apresentou os melhores preços (até a metade de outros) e não tinha taxas extras. A locadora foi a Europcar, e escolhemos um i30, na falta nos ofereceram como upgrade o Qaskay que é uma SUV do porte do Jeep Compass. Um detalhe maravilhoso que era a diesel, o que fez a diferença, porque fez 22,5 km/l. Pagamos pela diferença R$ 120 (convertidos). Então, lá escolha o diesel. Uma coisa que não entendi é que no ticket da máquina de cartão apresentou a palavra débito, apesar de ter escolhido o crédito. E no fim das contas saiu mesmo no crédito na fatura do cartão. Não entenderia mesmo em português, muito menos em francês. Mas na próxima vez lá, já sei e tudo bem. Portanto, não se preocupem com isso. Se quiseres saber o preço dos combustíveis lá para planejamento veja em https://www.globalpetrolprices.com/gasoline_prices/ que mostra a média dos valores praticados em todos os países. Evite dirigir nas grandes cidades que pode ser confuso e também para não perder a vaga do estacionamento, que em geral é na rua com “flanelinhas” licenciados, custou 2 Euros por noite em todos os lugares. Pode ficar tranquilo que ninguém mexe. Não vá deixar coisas de valor à vista, é claro. Nestas use táxis que são baratos. As placas de sinalização são em árabe e alfabeto ocidental. Verá algumas em bérbere nas autoestradas (escrita que lembra a dos fenícios). Não é necessária a PID (Permissão Internacional para Dirigir). As estradas são de ótima pavimentação e poucas têm pedágios sendo a maioria baratos (foram valores como 6, 8 ou13 MAD, ou seja, 1 Euro), a exceção é a que vai de Marrakech à Casablanca. A polícia é bastante simpática, então também seja. Não ultrapasse os limites de velocidade que com 90% de chances você trará como “souvenir” uma multa. Têm radares em todas as estradas inclusive as mais desertas. Minha principal atenção foi com a placa Ralentir (desacelere) que é uma pegadinha no sentido literal mesmo. Leia neste post https://www.tempodeviajar.com/como-escapar-gendarmerie-royale-marrocos/ lá tem todas as informações necessárias para dirigir com tranquilidade no Marrocos. Chefchaouen nos mapas pode aparecer El Aiún. Por sinal, no Google mostra no menú a opção El Aiún, Chefchaouen, Marrocos. É esta mesmo. SAINDO DE CASABLANCA Total: 2000 km 1º Dia 05/3- Chegada a Casablanca Chegada ao hotel no final da tarde, por conta dos atrasos. Então, o previsto para fazer não deu certo e ficaram várias atrações para outra viagem. Pernoite em Casablanca – Le Trianon Luxury Hotel & SPA. Escolhi pela nota no Booking na época superior à 8 e pela localização perto de várias atrações e junto ao Twin Center que é uma referência. O custo-benefício dos hotéis em Casablanca é baixo. Neste mesmo, o café da manhã era a parte e custava 7 Euros por pessoa. Tomamos café em uma lanchonete. 2º Dia 06/3- Casablanca – Rabat – 85 km – 1:00 h - Mausoléu de Mohammed V - Torre Hassan - Kasbah dos Oudaias. É uma fortaleza cheia de residências ainda usadas atualmente. Não é necessário guia, mas se quiser combine, inclusive se entrar em uma casa vão querer te cobrar a parte, então trate antes. - Jardim Andaluz - Chellah (antiga necrópole que foi construída fora das muralhas pelos Merenidas no século XIII, que abriga as ruínas da antiga cidade romana). Hoje é um bonito jardim que dá vontade de passar uma tarde. É cheio de cegonhas e seus ninhos. - Palácio Real. Não pode tirar fotos. Almoçamos na praia junto ao Kasbah dos Oudaias 180 MAD (para dois) Pernoite em Rabat – Riad Meftaha 3º Dia 07/3- Rabat – Chefchaouen – 250 km – 3:35 h Chefchaouen é imperdível! Conhecida como “cidade azul”, é uma das cidades mais coloridas do mundo, muito fotogênica e autêntica. Você se sente voltando mil anos no tempo. Parece que todos os moradores usam roupas tradicionais, até os meninos usam a jelaba e com capuz parecem magos de um filme de Harry Potter. Quem gosta de gatos vai adorar, porque são muitos pelas ruas e todos bem tratados, estes tendo sido até objeto de um estudo de universidade. São muitas as opções para refeições e também bem econômicas, na praça é uma pechincha. Pernoite em Chefchaouen – Dar Zambra. Este hotel fica dentro da medina, bem no alto, então tem que contratar carregadores (combine antes) ou terá que subir pelas ruelas e escadas com tudo nas costas. Todas as atrações na cidade estão listadas abaixo. 4º Dia 08/3- Chefchaouen -Cidade antiga e medina. Exige muito das pernas para percorrer os labirintos de ruelas e escadarias. É o que mais se faz lá, olhar, descobrir e encantar-se. -Castelo central -Mesquita com minarete octogonal -Lavanderia pública Rass Elma Pernoite em Chefchaouen – Dar Zambra 5º Dia 09/3 –Chefchaouen – Volubilis 165 km– Méknes Total: 200 km – Volubilis – Méknes 34,3 Km 44 min. Volubilis - Volubilis (imensas ruínas romanas datando de 28 A.C). Nós paramos junto a uma cerca e avistamos de longe. Não tivemos tempo para visitar. Meknes Meknes é uma cidade surpreendentemente linda. Quando estávamos chegando a gente começou a ficar de boca aberta. Os roteiros turísticos não lhe dão a devida importância, mas é uma das cidades que o guia Lonely Planet recomenda para a visita em 2019. Nós moraríamos lá, se pudéssemos. - "Tour des remparts", circuito das muralhas, que passa pelas diversas portas ("babs") da cidade; fizemos com uma carruagem. A cidade antiga é cercada por três conjuntos de muralhas, sendo uma dentro da outra e a externa com 12 metros de largura. - Mausoléu de Moulay Ismail (construtor da fortaleza, que teve 500 mulheres e 800 filhos!), uma das poucas mesquitas que podem ser visitadas, exibindo trabalhos decorativos riquíssimos; - Bab El Mansour - Medersa Bou Inania - Palácio Real, com seus fantásticos estábulos, com capacidade para 12.000 cavalos e respectivos cavaleiros, os silos, com capacidade de armazenagem de 2 anos, o reservatório com uma "nouria" (monjolo), apto a alimentar de água tanto o palácio, quanto a "medina", além dos jardins suspensos com oliveiras. Uma obra de engenharia militar. Um guarda se ofereceu por um pequeno valor nos servir de guia. - Ville Nouvelle (cidade nova), onde estão localizados os hotéis e restaurantes, mais parecendo um "mercado persa". Quanto ao artesanato, seu forte são os "damasquinados": semelhantes aos trabalhos encontrados em Toledo (Espanha), só que elaborados com ferro e prata. Pernoite em Meknes – Riad Yacout, este fica dentro da muralha, uma localização privilegiada e perto de tudo. O riad era lindo e com uma decoração muito autêntica. O ano de fundação era por volta de 1750 se não me engano. 6º Dia 10/3 - Méknes – Fez 64 km Fez é uma das cidades mais antigas do Marrocos, sua fundação foi 789. É misteriosa e cultural, é maior medina que não entram carros do mundo. Percorrer suas ruas e ruelas é a principal atração. E ficará impressionado com a qualidade dos objetos de couro, com as cerâmicas, dos ladrilhos, com as portas, bem, a lista é longa. Porque você vai se surpreender a todo o momento. Precisaríamos ter ficado mais uns dois dias pelo menos. - Bab Boujloud – o portão azul, principal entrada para a Medina - Medersa Bou Inania (medersa ou madrassa) - Dar-el-Makhzen (Palácio Real) - Bairro judeu Fez Mellah - Santuário de Moulay Idriss I - Padaria comunitária. São bem comuns até hoje. As pessoas levam o seu pão para assar lá. - Medina - Jardin Jnan Sbil - Palacio Glaoui - Al-Karaouine University – Foi fundada em 859 por Fatima Al-Fihri e é a mais antiga universidade ainda em funcionamento contínuo do mundo de acordo com a UNESCO. Mas não se pode entrar, pena. - Museu de Artes e Ofícios de Madeira de Nejarine - Tombeaux merinides (Tumbas dos Merenitas)- Vista da cidade - Quartier tanneurs – quarteirão de tingimento de couros -Borj Nord (Museu das Armas) Fortaleza no alto de uma colina -Dar-el-Makhzen (Palácio Real) Observação: Serviço Oficial de Guias em Fez é tabelado: Meio- dia: 200 MAD inclui apenas visita a medina. Nós contratamos um guia que foi chamado pelo gerente de nosso riad para otimizar o tempo, então nosso tour começou por volta das onze horas até lá pelas quatro e meia da tarde. Foi meio corrido e com muita informação. Depois ande sem guia, então vai se perder e se achar entre as 10.000 ruelas (isso mesmo) que compõem esta medina. Nós tínhamos como referência a Bab Boujloud, o portão azul, já que nosso riad ficou próximo. No outro dia era sexta-feira e no Marrocos que é muçulmano, equivale ao domingo. Então, dentro da medina a maioria do comércio estava fechado. Utilizamos o serviço de um guia para conhecer a parte fora da medina. Ele foi com uma van, e este sim foi maravilhoso, com muitas explicações inclusive sobre sua religião. Esta hospedagem merece uma referência especial, já que nunca na vida fomos tão bem acolhidos em um hotel quando lá. O gerente nos colocou sob os cuidados do Hassan, e tudo que precisamos, ele nos auxiliou. Levou o carro que estava com pneu furado para conserto, conseguiu os guias, a compra de remédio para tosse (gripei) e um monte de coisas. Este riad é um palácio literalmente e nos deram uma suíte enorme que tinha até sala com sofás e o ambiente finamente decorado. Daria para passar um dia só fotografando os detalhes de tudo. Este riad foi construído em 1373. Bem antigo, mas reformado e belíssimo. Pernoite em Fez – Riad Al Makan – creio que melhor localização é impossível. 7º Dia 11/3 – Fez Pernoite em Fez – Riad Al Makan 8º Dia 12/3 - Fez – Ifrane 72 km Ifrane é chamada de “Suíça Marroquina” e os tours normalmente só fazem uma passagem de umas horas, ela é mais “ocidental”, mas a natureza em volta é belíssima. Mas nós queríamos ver neve, por isso resolvemos ficar um pouco e ter um tempo para descansar. Fizemos até bonecos de neve e interagimos bastante com as pessoas. -Estação de esqui. -Bosques de cedro com os macacos de Gibraltar, são a mesma espécie e bem mansos. Podemos nos aproximar sem que agridam. Entramos em uma estrada ao lado do hotel e ao longo do percurso víamos as pessoas fazendo pic-nic. -Nascentes de água -Parque das Cascatas de Vitel -Termas Naturais de Ras El Ma Pernoite em Ifrane – Hôtel Relais El Maa, sem café da manhã. Tinha uma lanchonete junto, mas comemos todas as refeições em um restaurante a poucas quadras. 9º Dia 13/3 – Ifrane Pernoite em Ifrane - Hôtel Relais El Maa 10º Dia 14/3 - Ifrane – Merzouga 400 km – tempo estimado de viagem 6:00h Atenção ao tempo de viagem, que pode ser maior dependendo das paradas. Leve água e coisas para comer, porque não dará tempo para almoço se você quiser chegar até às quatro da tarde para ir de dromedário ao acampamento no deserto. Este horário tinha sido combinado por e-mail com nosso riad, e a finalidade é estar no acampamento ao por do sol. Foi o trecho mais longo que dirigimos e é demorado por conta das várias cidadezinhas que passamos. Muitas gostaríamos de ter parado um pouquinho. O passeio com dromedários até o acampamento no deserto foi uma experiência e tanto. Levamos em torno de uma hora e meia de dromedário. O jantar foi preparado no acampamento e o desjejum quando retornamos ao riad. Creio não ser necessário falar o quanto isso foi emocionante. Ah, e era nosso aniversário de 24 anos de casamento. Pernoite em Merzouga no deserto em uma tenda 11º Dia 15/3– Merzouga -Tour das dunas (visita a aldeia Khamlia, Minas Mfiss e oásis Tissardmine. Preço 500 MAD por pessoa (+- R$ 200,x2), achamos meio caro, mas cômodo pois tínhamos combinado tudo antes por e-mail. Foi em torno de quatro horas. Visitamos: -Aldeia e oásis de Hassilabied, aldeia e oásis de Merzouga, músicos Gnawa na aldeia de Khamlia, Dunas de Iqri, aldeia de Tisserdmine, nas dunas, visitar o Depôt Nomade (loja de tapetes e museu), planalto negro de cobalto vulcânico da Hamada du Ghir. Passa pelos caminhos de uma antiga rota do Paris Dakar, também verá nômades acampados junto às dunas. À tarde fomos à Rissani para ver o mercado. Andamos por dentro de um kasbah que tinha várias famílias morando. Faltou conhecer o centro de Merzouga. Pernoite em Merzouga - Kasbah Azalay Merzouga. Esta hospedagem tem uma linda vista para o deserto e você vai querer ver o sol nascer. O traslado até o acampamento, o acampamento e jantar no deserto foram organizados por eles e combinado por e-mail. Creio que todos os hotéis ou riads também façam. 12º Dia 16/3 – Merzouga – Tinghir - Boumalne Dades 252 km Em Tinghir (ou Tinerhir), dê uma parada obrigatória e contemple a cidade oásis. -Gargantas do Dadés. É um desfiladeiro incrível e que vai render umas fotos impressionantes. Não deixe de dirigir até o alto. -A Garganta de Todra, é outro desfiladeiro, com paredes com mais de 200m de altura. -Vale das Rosas em Kelaat-M’Gouna, Jbel Saghro, La Vallée Des Figues, Vale das rochas Dedos de Macaco, Vale dos Pássaros. Para chegar nas Gargantas de Dadés: Em Boumalne pegar a R 704. E para ir à Garganta de Todra pegar a R 703 e andar uns 17 km. -Kelaat M’Gouna – Entrada para o Vale das Rosas. Aproveite para olhar as lojinhas e comprar uns perfumes, que são de excelente qualidade e com essências locais (influência francesa), são lembrancinhas boas e baratas. Pernoite em Boumalne Dades – Maison D’Hotes Restaurant Chez L’Habitant Amazigh 13º Dia 17/3 - Boulmane – Skoura – Ouarzazate Este trajeto é conhecido como o Vale dos Mil Kasbahs” e realmente são muitos. - Em Skoura com Kasbah Amerhidil e Sidi El Mati. Ouarzazate é uma maravilhosa cidade com vários atrativos onde dá para sentir o dia a dia das pessoas e também pode servir de base para visitar os arredores até 100 km. É conhecida como a “Hollywood do Marrocos” devido à produção de filmes. Em Ouarzazate: - Kasbah Tifoultoute - Kasbah Taourirt - Kasbah des Cigognes - Ksar de Ait Ben Haddou. Impressionante. É uma cidade fortificada fundada em 757 e ainda vivem lá algumas famílias. Lá foram feitos muitos filmes como Lawrence da Arábia, O Gladiador, A múmia, Alexandre, etc. Fica a 30 km da cidade em direção de Marrakech. Indo pela N9 e depois pegar P1506 e andar uns 9 km. Nós preferimos ir e voltar para Ouarzazate. - Museu do Cinema - Estúdios de Cinema Atlas. Não foi possível entrar porque estava acontecendo uma filmagem. - Estúdios de Cinema CLA. Vá, só se tiver tempo. Eram objetos de cenários bem velhos, mas rendem boas fotos. - Bairro típico de Taourirt - Bairro típico de Tassoumaat, - Oásis Fint. Passamos umas horas e é muito relaxante estar entre as tamareiras. -Museu do cinema. Fica junto ao Kasbah Taourit. Aproveite para entrar nas lojinhas em volta. Lá encontrará peças incríveis, inclusive antiguidades. Pernoite em Ouarzazate – Hotel Dar Rita. Ela, a Rita é portuguesa e tem um excelente site com informações sobre o Marrocos: http://www.darrita.com/hotel-marrocos/. Mais informações também com: http://www.joaoleitao.com/viagens/marrocos/ (é irmão da Rita) 14º Dia 18/3 – Ouarzazate Pernoite em Ouarzazate - Hotel Dar Rita 15º Dia 19/3 - Ouarzazate – Marrakech 196 km O tempo de viagem de Ouarzazate à Marrakech é em torno de 4 a 5 horas, mas depende das paradas. Uma coisa que eu tinha muita vontade era de cruzar as Montanhas Atlas, e foi realmente fantástico com cenários de indescritível beleza. Todas as atrações de Marrakech custam em torno de 10 MAD (1 Euro). É melhor usar táxis para se locomover para fora da medina e negocie antes. Nós fomos ao Jardim Marjorelle de Tuk tuk. Não se hospede muito longe da praça, pois ela será sua referência para tudo. - Jemaa el Fna. De dia é uma coisa, e à noite se transforma numa mistura de magia com luzes, cores e aromas. Falta-me talento literário para descrever melhor o que se sente e vê. É a principal praça de Marrakech e uma das mais famosas do mundo e é onde a vida pública acontece. É bem movimentada durante o dia, mas ao cair da noite é quando tudo acontece. Parece que toda a população e turistas vão para lá e é impossível não sorrir o tempo todo ao ver todo mundo tão alegre e se divertindo, comendo, assistindo os vários espetáculos que estão acontecendo (como encantadores de cobras, malabaristas, etc). Nas ruas da medina chega a acontecer congestionamento de gente a pé. Sério, eu vi, então já esteja por lá ao entardecer e fique até lá pelas nove da noite quando o movimento diminui. E a gente tem que ter cuidado são com as motos tipo “mobiletes” que andam a toda entre as pessoas dentro da medina. - Mesquita Koutoubia com minarete de 70 m. - Tumbas Saadianas - Palácio Real - Palácio Bahia que é lindo - Palacio El Badi em ruínas, pois foi saqueado para construir Méknes - Medersa Ben Youssef - Museu Dar si Said – Museu de artes de Marrakech (vale mais pela arquitetura) - Museu de Marrakech - Qoubba Almorávida – fica perto da Medersa Bem Yousef - Jardim Majorelle (entrada 20 MAD + 15 para o Museu Berbere). Superou todas as expectativas. Não dá para deixar de ir. Está junto a uma casa que pertenceu a Yves Sain Lawrent e é inspirado nos jardins islâmicos, tem uma coleção de cactos e palmeiras de todo o mundo, tudo com descrição. Lá vimos, do Brasil buriti e butiá. Reserve umas três horas pelo menos, porque é enorme e cheio de coisas para ver. Imperdível também é o Museu Bérbere, e isso que não sou muito de museus. - Gueliz e Ville Nouvelle (parte mais moderna, tem até um Carrefour (onde dá para comprar bebidas alcoólicas) - Cyber Park. Fica bem próximo da entrada da medina. É bonito, mas vá se tiver tempo ou na volta do Jardim Marjorelle se quiser dar uma parada. - Muralha da Medina. Ver os portões Bab Agnou (mais importante) e Babe Rob além de Bab Debbagh, que dá acesso aos curtumes, e também no Bab Aghmat. - Souk do Ouro, souk das frutas, Souk Semmarine (sandálias, babouches, jóias, puffs), Souk Ableuh (especiairias, azeitonas), Souk Kchacha (frutos secos), souk dos instrumentos musicais, Souk do tapetes, Souk Mouassine, Souk El Khemis, Souk Siyyaghin (jóias, ouro), Souk Smata (babouches, cintos). - Maison de la Photographie Pernoite em Marrakech – Riad El Wiam 16º Dia 20/3 – Marrakech Pernoite em Marrakech – Riad El Wiam 17º Dia 21/3 – Pernoite em Marrakech – Riad El Wiam 18º Dia 22/3 - Marrakech – Casablanca 242 km Tempo estimado 3:30h Gastamos a manhã neste trecho, que é uma autopista, com pedágio caro. Fizemos check-in adiantado no hotel em Casablanca. Deixamos o carro estacionado na frente do hotel e à tarde pegamos um táxi para ir ao Morocco Mall. Este é o maior shopping center da África e nosso objetivo foi ver um aquário gigante no qual tem um elevador que passa por dentro. É maravilhosa a sensação que “lembra um mergulho”. Se paga uma pequena taxa e pode fotografar, mas sem usar flash. Nem vimos lojas, porque eram só daquelas grifes bem esnobes como Chanel, Louis Vuitton e Cartier. Depois demos uma caminhada pela Boulevard de la Corniche, que é uma avenida na beira-mar. Voltamos para o hotel. Casablanca é uma cidade muito bonita que tem a mistura de arquitetura do tempo da colonização francesa e a modernidade. O trajeto do aeroporto ao hotel, os arredores do hotel, o percurso até a Mesquita e ao Morocco Mall foi o que vimos e nos deixou uma ótima impressão e desejo de quando retornar ver o que faltou. Pernoite em Casablanca – Le Trianon Luxury Hotel & SPA. 19º Dia 23/3 – Casablanca Entregar o carro no aeroporto. Retorno – Partida 12:20h Vídeo do Youtube sobre as experiências no Marrocos: https://www.youtube.com/watch?time_continue=178&v=awQEEEWLYq0 Nossos custos (2 pessoas) foram 2116 Euros assim discriminados: -Almoço e jantar – 630 -Lanches - 112 -Hotéis/riads - 876 (alguns mais simples outros bem legais, mas todos muito bons) Atrações - 50 Aluguel do Carro - 265 (para todo o período) Diesel - 183 Para ter uma ideia dos custos de um destino uso o https://www.numbeo.com/cost-of-living/ pode conferir que é bem aproximado e em média gastei sempre um pouco menos. Frases úteis em Francês, expressões francesas do dia-a-dia que ajudam a parecer mais simpático. Sim = Oui Não = Non Obrigado = Merci Salut = Oi / Tchau Ça va = Tudo bem (pode ser pergunta ou resposta) Bom dia = Bonjour (usado o dia inteiro) Boa tarde = Bonsoir (aos finais de tarde) Boa noite = Bonne Nuit Adeus = Au revoir Palavras em árabe Saudações: -As-salam alaykom = “que a paz esteja com você”, pronúncia: assalam-aleicûm -Responda a esta saudação padrão com "Wa Alykom As-salam, pronúncia aleicûm-assalam,= que a paz esteja com você também, pronúncia: aleicûm-assalam -Salam = Oi! – cumprimento informal - Shukran = Obrigado -Agradecendo o chá de menta: antes de beber, olhando nos olhos do anfitrião dizer: bi saha Foram nossas experiências mais incríveis: -Visitar os mercados e souks sentindo suas cores e aromas -Passar a noite em um acampamento no deserto do Sahara -Ir até o acampamento de dromedário -Percorrer a gigantesca medina de Fez -Conhecer Chefchaouen, a cidade azul -Andar e se encantar à noite pela Praça Jemaa el Fna em Marrakech -Dirigir. Subindo para as Montanhas Riff, passando por lugares indescritíveis como a Garganta Dades, ir ao deserto, se emocionar ao chegar em cidades como Méknes e tantos outros lugares -Cruzar as Montanhas Atlas e ver neves eternas, vales e vilarejos -Maravilhar-se com os vales verdejantes no deserto e o aproveitamento de toda terra fértil. -Conhecer as pessoas, com um pouco de sua cultura e religião e ter a oportunidade de interagir com elas. Fizemos amigos lá. Levamos as melhores lembranças.
  13. Na África do Sul, a natureza sempre nos surpreende! neste país, é possível, através de empresas sérias, ir até o habitat dos tubarões brancos e observá-los. Dá pra aproveitar a ida à Cidade do Cabo para tentar ver estes incríveis animais. O mais importante disso, é saber que neste tour nenhum animal é ferido. Confira o post https://chicaslokas.com.br/2018/09/19/uma-aventura-entre-os-tubaroes-na-africa-do-sul/
  14. E ae Rapaziada, resolvei escrever este relato como contribuição de tudo que este site já me ajudou. Acredito que África do Sul já tenha diversas informações, mas sobre as Ilhas Maurício e Namíbia foi onde encontrei mais dificuldade nas pesquisas, espero ajudar. Relato tá meio bagunçado, não deu tempo de revisar, mas vamos lá... Tudo começou com as famosas "promoções" de aéreo, a ideia inicial era Tailândia, mas os valores estavam sempre muito altos, apesar de saber que lá as coisas são baratas. Depois apareceu uma promoção para Austrália, mas demoramos um pouco para decidir e perdi os valores que rondavam nos 2.000,00, eis que apareceu a passagem para Johanesburgo por 1.860,00, nesta fomos mais rápido e consegui comprar, isso foi em janeiro. Depois vi passagens por 1.600,00 e até 1.500,00, porém já era muito em cima da hora, pelas minhas pesquisas as ofertas de hotel na África do Sul não são muito altas como em outros lugares, então acredito que se comprasse em cima da hora gastaria muito com hotel. Em Cape Town por exemplo achei muita casa para alugar, mas poucos hotéis, acabei gastando muito no hotel de Cape Town, com um pouco mais de tempo teria economizado muito no hotel de cape. Inicialmente nosso roteiro seria apenas África do Sul com rota jardim, porém pesquisando vem aquelas histórias de que por lá é perigoso, de que tem que tomar cuidado etc, fiquei com receio de fazer a rota jardim e deixar as malas no carro. Hoje vejo que é tudo bobagem, foi tudo muito tranquilo e seguro, não tive nenhum problema, acredito ser igual São Paulo, tem que ficar experto, mas não é tudo que falam. Pesquisando o que tinha perto da África do Sul já que eu tinha bastante dias vi informações sobre as Ilhas Maurício, em que a primeiro momento parecia ser um destino muito caro, hoje vejo que não é, dá pra ficar uma semana de boa, achei cape Town mais caro, pra ter uma ideia um passei para uma ilha ile aux cerfs, que é a mais famosa por lá, paguei 120,00 reais já com almoço e bebidas no barco e no almoço inclusas. Depois do roteiro já montado, me sobravam 4 dias em que ia deixar 2 para cape Town e 2 para Johanesburg e decidir o que fazer por lá. Eis que faltando 20 dias para a viagem eu me lembro da Namíbia e seus desertos, Dunas e tudo mais, fazendo um levantamento vi que era viável e reagendei tudo, incluindo 4 dias de Namíbia, de carro saindo de Cape Town até Windoek. Sábia decisão. No final meu roteiro ficou deste jeito: Dia 1 31/out Ida SP -> Joanesburgo Dia 2 01/nov Chegada Joanesburgo Dia 3 02/nov Joanesburgo Dia 4 03/nov Safari 1 Dia Dia 5 04/nov Safari 2 Dia Dia 6 05/nov Rota Panorâmica 3 Dia Dia 7 06/nov Joanesburgo - Ilhas Maurício Dia 8 07/nov Ilhas Maurício Dia 9 08/nov Ilhas Maurício Dia 10 09/nov Ilhas Maurício Dia 11 10/nov Ilhas Maurício Dia 12 11/nov Ilhas Maurício - Joanesburgo Dia 13 12/nov Cidade do Cabo Dia 14 13/nov Cidade do Cabo Dia 15 14/nov Cidade do Cabo Dia 16 15/nov Cidade do Cabo Dia 17 16/nov Cidade do Cabo Dia 18 17/nov Cidade do Cabo - Namíbia Dia 19 18/nov Namíbia Dia 20 19/nov Namíbia Dia 21 20/nov Namíbia Dia 22 21/nov Namíbia - Jobug Dia 23 22/nov Volta Joanesburgo -> SP 3.000 KM rodados 23 dias 6 voos Principais Valores (Todos em Reais e por pessoa): Voo SP - Joburg: 1.860,00 (LATAM) Voo Jobug - Ilhas Maurício: 1.815,00 (Air Mauritius via edreams) Voo Joburg - Cape Town: 350,00 (British Airways via edreams) Voo Windhoek - Joburg: 550,00 (Air Namibia via edreams) Carro Joburg: 500,00 (6 dias) Reservado na Eurocap Carro Ilhas Maurício: 300,00 (2 dias) Reservado direto no hotel Carro Cape Town: 700,00 (5 dias) reservado na Hertz Carro 4x4 Namíbia: 1.600,00 (5 dias, mais caro porque devolve em outro país) reservado na Hertz Passeios: Lion Park: Predator Tour, Lion Walk e Cub Encouter: 270,00 Soweto: 130,00 de Tuk Tuk com almoço incluso Elephant Whispers: 200,00 Ile Aux Cerfs: 120,00 com almoço e bebidas incluso Parasailing Ile Aux Cerfs: 100,00 Ile Gabriel e Flat; 120,00 com almoço e bebidas incluso Robben Island: 150,00 Vinícolas: 240,00 ÁFRICA DO SUL - JOANESBURGO E KRUGER(SAFARI) Dia 1 31/10 Saímos as 17:50 de SP rumo a Joanesburgo. Voo Tranquilo que chegou às 08:55 horário local (Fuso de 4 horas se não me engano) Dia 2 01/11 Neste dia chegamos pegamos o carro alugado da Eurocap (Corolla automático, peguei automático por medo da mão inglesa, já que aí teríamos que trocar as marchas com a mão esquerda que não serve para grandes coisas rs), milagrosamente eles não encheram o saco para vender seguro, só pegamos e pronto, rumo ao hotel deixar as malas e depois Lion Park. O Hotel que ficamos foi muito bom, devia ser uma mansão que transformaram em hotel, quarto espaçoso, café da manhã muito bom (melhor omelete que comi na viagem), galera atenciosa, piscina que não usamos. Gardenia Boutique Hotel. Lion Park Fomos para o Lion Park, que ficava a 50 minutos do hotel, ai uma dica, Joanesburgo tem um transito da peste, ainda mais porque nesse sentido do Lion Park tem uma rodovia que não tem muitos semáforos, uma zona pra atravessar e seguir, eles se entendem, nós turistas não rs, ou seja, se o GPS marca 50 minutos, se programe para mais, no dia seguinte quase perdemos um tour por isso. Lá no Lion Park tem várias atrações para fazer (reservei tudo pela internet, direto no site deles): Predator Tour, que é um Simba Safari praticamente, mais para quem não tem como fazer o safari, mas como estávamos lá eu fiz também. Cub Encounter, nesse caso tem a interação com os Leões e com Cheetah também, só fizemos com os leões. Os leões têm de 3 a 6 meses de idade alguns estavam meio dormindo e outros acordados, o acordado deu um trabalho da peste, mesmo sendo pequeno, são leões, e machucam um pouco rs, cortes, mordidas no tornozelo, minha esposa caiu de um pulo que ele deu nela, mas muito show, vale a pena. Para quem fala que eles dopam os leões, não me parece verdade, são bem sérios, e os Leões dormem muito mesmo, salvo engano 16 horas por dia, algo assim. Íamos ter neste dia o Lion Walking que é onde você anda com os leões, neste caso maiores, mas ainda bebês, 12 meses. Mas começou a chover, e eles cancelaram o tour, remarcando para o dia seguinte. Em conversa com o guia (Jason, gente boa) ele me disse que houveram 2 acidentes com os leões e turistas, ambos quando estava chovendo, eles ficam assustados. Depois disso ainda fomos no Mall of Africa, maior shopping do continente, mais de 300 lojas, legal, mas as lojas fecham cedo. As 20:00 já estavam todas fechadas. Dia 3 02/11 Soweto Dia de conhecer o bairro de Soweto, acredito que dispensa explicações rs. Nas minhas pesquisas não sabia como era, se dava pra conhecer os principais pontos de carro e tal, e resolvi reservar o tour pelo Sowet Backpackers, também pela internet, você tem opção de 2 ou 4 horas, tem opção de bike ou tuk tuk. Fizemos o de 2 e Tuk Tuk. Muito legal, valeu a pena conhecer um pouco da história deles. A guia que nos levou no tuk tuk sabendo que eu era brasileiro já puxou conversa de futebol claro, segunda ela, o Avô dela foi o fundador do time deles Orlando Pirates. Várias conversas de Futebol, além claro da cultura deles, apartheid etc. Fizemos uma parada onde eles falaram sobre o regime do apartheid, um lugar um pouco sujo, porém com casas que nada tinha de favela, depois fomos na parte mais pobre, onde eles levam a gente para experimentar um "churrasco" deles, com uma espécie de purê de arroz e carne feita na hora, ali no meio. Eles mesmo dizem que é desrespeito não comer a comida do jeito deles, comi e muito, e gostei, o purê de arroz não tem gosto, a carne sim. Ali o show fica por conta das crianças que vem brincar com a gente, uma delas pegou a mão da minha cunhada e a minha e ficou se jogando para a gente balançar elas, incrível. E o guia explicando como foi criada a township e tal. Passamos pela Vilazaki Street, casa do Mandela, e o final do tour termina novamente no Backpackers para o almoço que já estava incluso. Novamente o purê de arroz e várias carnes, tudo muito bom. Demos uma passada rápida no Museu do Apartheid que ficava do lado, a ideia do dia era conhecer o museu, o Reef City e outras coisas por perto, mas como tivemos que reagendar o lion walking não conseguimos ver tudo. Porém o museu eu queria ver. Confesso que esperava mais, mas foi interessante. Lion Park Já quase em cima da hora do Lion walking (tem 2 horários as 11:00 e as 15:30, pegamos o da 15:30) fomos sentido Lion Park, aprox 1 hora, um transito do caramba, chegamos lá já era 16 e pouco, procurei pelo Jason que depois de alguns minutos apareceu e disse que ia fazer o tour mesmo atrasados. Show, e eu já queria desistir fazia tempo. O Lion Walking é uma caminhada que você faz com 2 leões em torno de 12 meses, grandes, que dão medo, mas ainda não tem a juba de adulto. Eles vão com um balde cheio de carne, e vão parando em pontos estratégicos para você passar a mão, tirar fotos etc. No começo dá medo, confesso, depois você vai se acostumando mas continua com medo kkkkk. Muito show, experiência que valeu a pena. Finalizando a carne do balde a gente já vai saindo, porque eles só ficam de boa por conta da carne. 45 minutos aprox. Ali você ainda pode interagir com uma girafa, dar comida e tal. Sandton City e Mandela Square Finalizando a noite fomos para o Sandton City (shopping) já com as lojas fechadas, conhecemos a Mandela Square e terminamos nossa visita a Joanesburgo no Hard Rock que fica ali na praça. Tem gente que fica mais tempo em Joanesburgo, tem gente que nem fica usa de escala, eu achei o tempo que ficamos suficiente, um dia a mais talvez, mas não faria muita diferença. Dia 4 03/11 Kruger Saímos neste dia em direção ao Kruger rodamos quase 500KM e aprox 6 horas. O GPS que usamos foi o MAPS.ME, excelente por sinal, off-line, e além das ruas etc, você ainda pode colocar o nome dos destinos turísticos que ele também tem, só usamos ele e nos atendeu em toda viagem e nos 3 países. Uma dúvida que tínhamos e que tinha lido era em relação a posto de gasolina, neste trecho tinha muitos postos, quase semelhante a uma rodovia de SP, não senti necessidade de abastecer sempre como falaram (diferente da Namíbia), claro que tinha alguns trechos de 100km que não tinha, normal. O GPS colocou o caminho entrando pela Crocodilo Bridge que é uma das entradas e tem uma espécie de alojamento lá também. Eu tinha reserva para o Skukuza Camp, depois de chegar no Crocodilo Bridge e fazer o tramite para entrar, ainda tínhamos quase 1 hora para chegar no Skukuza, o que foi muito legal porque já estávamos dentro do parque e ali foi nosso primeiro Self Drive. Isso era por volta das 14:00 que entramos no parque e as 16:30 tínhamos um Sunset drive agendado, mas a emoção do primeiro self-drive foi tão grande e com tantos animais ali que chegamos em cima da hora rs. Chegamos no Skukuza já maravilhados com o início do nosso Safari peguei as chaves do nosso "quarto" que é uma espécie de quarto com banheiro, cozinha e até uma churrasqueira na parte externa, ar condicionado e tudo mais. Fiz a reserva diretamente no site https://www.sanparks.org/, vi que muita gente teve problema para reservar por lá, eu não tive, reservei sem problemas, comprei tours pelo mesmo site e também fiz alterações. Na época que pesquisei as opções para fazer o safari encontrei algumas empresas com os tours prontos que tinha o transfer de Joanesburgo ida e volta os drives, hotel, etc, tudo incluso, mais partia de 1.500,00 dólares, muito pesado. Fazendo direto ficou muito mais barato, eu paguei 850,00 reais incluso a taxa diária do parque, a hospedagem e os 4 tours que fiz com eles. Além do Sef-Drive eu reservei: Sunset Drive, Sunrise Drive, Night Drive e Morning Walk. Os self Drives já são suficientes para você ver uma grande quantidade de animais, possivelmente os Big 5 (como nós vimos), porém esses 4 tours só são possíveis fazer com guias por conta dos horários que abrem e fecham os parques, além do walking que tem que ser com os rangers de qualquer forma. Em termos de estrutura o Skukuza realmente é muito bom, além da acomodação, próximo tem 2 restaurantes um para comer lá e outro para levar e comer nas mesinhas da frente. Tem um shopping relativamente grande para comprar lembrancinhas e outras coisas. Sunset Drive Fizemos o Sunset Drive com os guias do parque, você entra em um carro deles e vai um motorista guiando, na verdade eles mesmo quase não param para mostrar animais, fica mais por conta da galera que está no carro que tem que dar um grito pra eles pararem o carro pra gente ver o animal em questão. Após parar eles explicam um pouco dos animais, vimos um, que eu não lembro o nome, que o guia informou que vivem em média 6 dias pois praticamente todos os animais carnívoros comem ele, por ser pequeno e lento. Foi nesse que vimos os primeiros rinocerontes e também um pôr do sol made in africa. Na volta fomos jantar no restaurante do Skukuza, muito bom, nem parecia que você estava no meio da savana. Dia 5 04/11 Morning Walk Acordamos bem cedo para fazer o Morning Walk, se não me engano o tour saiu por volta das 05:30, o horário depende da época. Nesse tour você vai com 2 rangers até um determinado ponto e de lá parte a pé no meio da savana. Um ranger vai na frente e outro atrás (apesar da maior parte os 2 foram na frente) e nós vamos acompanhando, cada um com sua espingarda, para caso precise. Eles vão seguindo rastros dos animais, explicando tudo sobre a vegetação, animais, o que caçam, e assim por diante. Foi muito legal, principalmente porque você perde aquela segurança que tem dentro do carro, ali se sente mais vulnerável. Começamos perto de uma árvore Marula onde avistamos uma Girafa próxima, que só olhou e voltou a comer, ao longo da caminhada ainda vimos zebras, impalas, até chegarmos aos elefantes. A pouco mais de 50 metros os rangers avistaram 3 elefantes (casal e filhote) e nos avisaram, neste momento fomos caminhando devagar para não fazer barulho, chegando mais próximo. Eles estavam em um nível mais baixo do terreno que nós. O pai nos avistou fez o barulho dele e o ranger fez um outro barulho que fez com que os elefantes fossem embora. Nessa hora o ranger explica que a diferença entre dar um tiro ou não é conhecer os animais, aquele barulho que ele fez foi muito alto para o elefante, por isso ele foi embora, e mostrou também que um leopardo ou leão se chacoalhar as chaves que ele tinha no bolso, o barulho seria muito alto para eles, e eles possivelmente iriam embora rs. Muito show. Depois rolou um mini café da manhã com sucos, frutas secas e outras coisas. No caminho de volta os rangers avistaram um Leopardo, apontaram e mostraram pra todos, estávamos em 6 pessoas, as outras 5 conseguiram ver e eu nada, em dado momento tinham os 5 e os 2 rangers apontando pra eu tentar ver o tal leopardo e nada, até que o ranger me puxa pro lado e fala: ele está ali e aponta mas eu viajando estava olhando pra outro lado, o ranger olha pra minha cara e dá um resmungo AAAAAAAHHHHHH por eu não estar olhando pro lado certo e começa a partir em retirada rss, depois disso eu só conseguia rir e perdi o Leopardo de vez rss. Ao final do passeio os rangers agradeçam e falam: Hoje tivemos muita sorte pois conseguimos ver um Leopardo, menos você. E assim terminou meu Morning Walk, sem ver o tal leopardo rs. Self-Drive Voltamos por volta de 08:30, fomos tomar café e na sequência emendamos um Sef-Drive. Incrível. Logo no começo já vimos um aglomerado de carros em uma via lateral de terra e sabíamos que tinha algum big 5 lá, e foi onde vimos nosso primeiro Leão, bem longe, mas lá estava ele. Continuando na estrada além de Girafas, Elefantes, Macacos, Rinocerontes e Búfalos, avistamos um Leão com sua família, em torno de 6, todos juntos, descansando bem do lado da estrada. Nessa hora devia ter por volta de uns 20 carros, mas fomos pacientes e aos poucos conseguimos ficar bem do lado deles. Esse é o segredo do safari, viu carro parado, para também que lá tem algum animal, se ver muitos, melhor ainda os bigs estão lá. Um pouco mais para frente vimos mais 2 leoas, a primeira abocanhou um animal pequeno, que acho ser aquele dos 6 dias, rs, e a segunda pegou um Impala e estava levando provavelmente para seus filhotes. Seguimos está por um bom tempo, mas ela entrou em uma parte que não dava mais para enxergar. Fomos em direção ao lago grande que já tínhamos visto no dia anterior perto do Lower Sabie Rest Camp, lá tem uma grande concentração de Hipopótamos, Crocodilos, macacos e muitos pássaros. Surreal. Paramos no Lower Sabie e almoçamos no Mugg & Bean, comida muito boa, mas atendimento horrível, lento, precário. O Visual de lá é de matar, uma área verde muito grande, com vista pro lago do lado direito e vários animais passando, elefantes, girafas, zebras, e fora os pássaros do Kruger, é cada um mais bonito que o outro. Voltamos para o Skukuza (voltamos é modo de dizer, sempre que você está no kruger irá parar muito para ver os animais, ou até para esperar eles atravessar a rua rs) e a noite partimos para o Night Drive. No Night Drive os 2 assentos do final, quem senta fica encarregado de apontar os faroletes para a mata afim de ver algum animal. No night você vê muitas corujas, coelhos, vimos mais Rinos, Impalas, Springboks, Hienas. E Foi nesse drive que consegui ver um Leopardo rs, talvez foi o mesmo no morning walk quem sabe, rs. Pra este dia a noite minha cunhada resolveu usar a cozinha do nosso quarto para fazer um macarrão (tudo comprado antes pois fecha as 22:00 e o night termina as 22:30). O Macarrão não ficava pronto nunca e para o dia seguinte tínhamos um Sunrise reservado que começava as 04:30, além da rota panorâmica e retorno para Pretória. Resumo: Terminamos de comer as 00:30 e decidimos não ir no sunrise, parte porque já tínhamos visto os big 5, parte porque iríamos dormir pouco e tinha a viagem de volta. Dia 6 05/11 Acordamos por volta das 08:00 neste dia, fomos tomar café da manhã, check-out que nada mais é que deixar a chave na recepção e fomos sentido ao Elephant Whispers nossa próxima parada. Não sem antes parar para ver mais um monte de animais e uma parada para avistar alguns pássaros em um lago específico para isso que não lembro o nome. Elephant Whispers O Elephant Whispers é um santuário de elefantes, onde eles trazem elefantes que sofreram algum dano para cuidar e onde você tem uma interação com eles, além do tour para conhecer os elefantes, interagir com ele, você pode andar com ele (em cima claro). É um parque que está listado inclusive no site do próprio Kruger, ou seja, o trabalho lá é sério. Parece que tem perto de Joanesburgo também, o que eu fui fica em Hazyview, a 1 hora aprox do Skukuza. Chegando lá, tem toda uma explicação sobre os elefantes (hoje eles têm 6), personalidade de cada um, alimentação, muita coisa sobre a anatomia dele e a interação com eles. Muito interessante. Gostei muito. Rota Panorâmica Saindo do Elephant Whispers e fomo em direção a rota panorâmica, antes uma parada em Graskop para almoçar na turistica Harries' Pancakes. Lotado de Turistas. Mas as panquecas são realmente muito boas. A Rota panorâmica tem realmente um visual incrível e imperdível, finalizando no Blyde River Canyon (Terceiro maior do mundo dependendo de onde você pesquisa rs) mais precisamente no Three Rondavels View. De tirar o fôlego. Como já era meio tarde não fizemos as cachoeiras, fomos no The Pinnacle Rock, God's Windows e Three Rondavels View Point. Todos são pagos, não vou lembrar o valor, mas era barato a entrada. Chegamos no Three Rondavels View as 16:45 e ele fecha as 17:00 podendo ficar até as 18:00, porém vi gente chegando depois das 17:00. Finalizado a Rota Panorâmica fomos rumo a Pretória, mais 400km e 4 horas de estrada, pois no dia seguinte tinha voo do aeroporto de Joanesburgo para Ilhas Maurício. De Petrória para o Aeroporto era 30 minutos, por isso preferi ficar em Pretória. Dia 7 06/11 Aproveitamos que estávamos em Pretória e fomos conhecer o Union Building, residência do presidente, baita jardim, estátua do Mandela, lugar show. Na sequência fomos para o aeroporto, devolvemos o carro e partimos rumo ao paraíso: Ilhas Maurício. Fomos de Air Mauritius, tudo tranquilo também. 4 horas de voo e mais 3 horas de Fuso. Chegamos lá, já era 19 e pouco. O transfer eu já havia reservado diretamente com o hotel. A ilha é dividida praticamente entre Sul e Norte. No meio disso, mais ou menos, fica a capital Port Louis. As principais atrações ficam na parte Sul, que é mais caro também em termos de hotelaria (pelo menos quando pesquisei) na parte sul que estão as praias Flic em Flac, Le Morne, Blue Bay, A região do Chamarel. Na parte norte além da praia que estávamos próxima Pereybere (que para mim foi a mais bonita) saia um passeio para uma outra ilha próxima Gabriel. Como eu já ia alugar um carro pensei que em se tratar de ilha podíamos ficar em qualquer canto, o mais barato, e ir de carro, porém a ilha é um trânsito ferrado, chegamos a levar 1:40 para rodar 50km. Em uma possível volta considerarei ficar na parte Sul. O hotel que ficamos é uma espécie de Resort mas bem simples, bem em conta e com uma piscina legal, quadra de tênis, restaurante e bar, tudo excelente, atendimento 1000. Alugamos o carro diretamente com eles e saiu mais barato. Outra coisa que saiu mais barato do que pesquisando pela internet foram os tours pelas ilhas próximas, dizemos 2 ilhas: um dia a famosa Ille aux Cerfs e no outro Gabriel e Flat, ambas custaram 120,00 reais por pessoa, com bebidas e almoço incluso. Bebidas no barco inclusive. O hotel que ficamos foi o Casa Florida Hotel & Spa. Recomendo. Ilhas Maurício Dia 8 07/11 Blue Bay Nesse dia pegamos o carro e fomos rumo a Blue Bay, promessa do melhor Snorkeling da ilha. No caminho passamos na praia mais próxima do nosso hotel que era a Pereybere e ali a gente já teve uma ideia do que seria aquele paraíso, que cor de água, que coisa linda, baita sol. Para quem já jogou bolinha de gude quando criança, lembra daquelas famosas leitosas? A água é daquela cor rss. Minha esposa tira sarro de mim até agora porque eu falei que era da cor da bolinha de gude leitosa, que ela não conhece, fazer o que rsss. Aproximadamente 1:30 depois chegamos em Blue Bay (Por isso o erro de estratégia ficando no Norte, se fosse no sul 30 min estava por lá, sempre que passa por Port Louis no centro é trânsito). Que lugar. Mar de vários tons. Incrível. Ainda não fui para o Caribe para comparar, então não tenho parâmetro, mas lá é o paraíso com certeza rs. Do lado direito é a parte que tem areia para a galera ficar, mais para esquerda menos areias e claro alguns hotéis e resorts fechando a praia. Ficamos lá um tempo curtindo a praia, comemos uns "salgados" que comprei em umas vans que ficam do lado 10,00 rúpias (divide por 10 para dar o real) cada salgado, muito bom. E reservei o tour para fazer snorkeling para as 15:00 o último é as 16:00. Paguei aprox 70,00 reais direto com os caras na praia. Você vai em um braco com fundo de vidro onde já vê alguns peixes, em aprox 20min já chega na parte dos corais que é onde rola o snorkeling. Correnteza forte, depois de um tempo acostuma. Vários barcos ali por perto. Ali você se sente dentro de um aquário, muito peixe, muita variedade, cara que coisa incrível. Ficamos perto de 1 hora ali maravilhados. Depois voltamos para o hotel jantamos por lá menos e tomei umas Phoenix, a cerveja da ilha. Boa também. Dia 9 08/11 Grand Bassin e Chamarel Neste dia como seria o último dia com o carro e amanheceu meio nublado optamos por ir para o lago Grand Bassin e a região do chamarel que é onde tem a montanha de 7 cores e a Fábrica de Rum. O GPS fez o caminho passando por Port Louis o que fez com que chegássemos no Grand Bassin depois de quase 2 horas. A parte dos templos é bem legal e interessante, gostei de conhecer, o lago em si apesar da representação que tem para eles, é um lago normal, cheio de macacos em volta. A montanha do Chamarel que é um morro na verdade, é bonita, mas como não estava sol, as cores não estavam vibrantes, nada espetacular, mas estava lá, fomos rs, ali tem as famosas tartarugas gigantes da ilha, umas 6, 7. Depois almoçamos na Rumeria e fizemos o tour de degustação. Para quem já fez o de vinho, cerveja, é o mesmo esquema, onde o que mais importa é beber o rum no final. Curti e comprei uma garrafa. O Restaurante é bom também, mas tem muita mosca, não achei muito caro, mas é um pouco mais caro que o restante da ilha. Ao logo desse caminho tem várias views para fazer, paradas com cachoeiras e parque nacional black river gorges, uma mais bonita que a outra. Flic en Flac Finalizamos o dia na praia Flic en Flac e vimos o pôr do sol por lá. E para finalizar com chave de ouro vimos o que devia ser 2 ou 3 golfinhos brincando ao fundo, eles não pularam, só deu para ver as barbatanas. Rumo ao hotel, jantamos ali perto de pereybere em um restaurante perto da praia, também não lembro o nome rs, mas por lá tem vários restaurante e todos com preços acessíveis. Antes de ir como não tinha muita informação achei que era um destino muito caro, fora do padrão, mas lá eu percebi que não, é mais barato que muitos lugares, reservei só 4 dias inteiros para lá, mas no final dava pra ficar uma semana de boa. Muita opção e para todos os bolsos, é só fugir do hotéis caros do Sul rs. Dia 10 09/11 Ile aux Cerfs Neste dia já sem carro tínhamos reservado o tour para a famosa Ile aux Cerfs, uma van leva a gente para a região próxima da Blue Bay (viu como a melhor opção é ficar no sul? rs) e de lá você vai de lancha ou catamarã para a ilha. Aprox 20min de lancha (que foi o que escolhemos), catamarã é mais demorado. Chegamos na ilha por volta das 10:00 com saída para as 13:30 pois de lá eles levam pra ver uma cachoeira pequena e vai para outra ilha para almoçar. A ilha é incrível, linda, várias cores. Na parte da manhã a maré está baixa e você atravessa de um lado para o outro a pé, já mais para a tarde a maré sobe, correnteza forte e só atravessa a nado. Entrei nessa parte da correnteza e me deixei levar para ver a força e fui longe rs. De lá também tem vários vendedores oferecendo passeio de parasailing. Dica: Pela internet é mais caro, Dica2: tem vários vendedores, sonde todos, o primeiro me ofereceu o tour a 200,00 reais, o que eu fiz foi 100,00 reais. E todos é o mesmo tour, porque você vai na mesma plataforma que todo mundo. O legal é o visual que você tem da ilha lá de cima. Outro item que eu avalio como imperdível. Mas a anta aqui, ao invés de ficar sentado, fiquei meio em pé, quando subi fiquei completamente em pé e com sensação que ia cair de lá de cima, mas ainda sim deu para curtir. No próximo eu já sei e me porto adequadamente kkkk. 13:30 vai para uma cachoeira do lado de lanche mesmo, que é só para encher linguiça mesmo e partimos para outro lado da mesma ilha que onde os caras já tem as mesas e o churrasco todo montado. Um churrasco muito bom, regado a cerveja, vinho, rum, refrigerante, o que você quiser, mas tem que usar o mesmo copo, se quer rum e cerveja, termina o primeiro para pedir o segundo. Finalizado o almoço ainda ficamos um pouco ali na praia com aquela cor incrível só de boa. Ali achamos umas bolinhas de golfe no mar porque tem um campo de um resort bem ao lado, além de várias Estrelas do Mar, peixes e tudo mais. Essa ilha valeu cada centavo. Port Louis A noite demos uma passada em Port Louis com a facada de 100,00 reais de taxi para ir e 100,00 de taxi para voltar. Fomos no Waterfront que tem um shopping e vários restaurantes. No Shopping as lojas fecham por volta das 17:00 os restaurantes já vão até mais tarde, mas não é Brasil rs, tudo fecha não muito tarde, assim como na África do Sul. Dia 11 10/11 Ile Gabriel e Flat Nesse dia outro tour, também por 120,00 reais por pessoa incluso bebidas e almoço. Essa ilha não estava prevista e não vi nada nas pesquisas, nas fotos eu não achei nada demais, mas minha cunhada viu um vídeo que parecia ser legal e fomos. Sábia decisão. Esse é um dos poucos passeios que sai da parte norte mesmo. O Van nos levou para a Grand Bay do lado de Pereybere. Consegue ser mais bonita que a Ile aux Cerfs. Tem um snorkeling legal também, nada comparado com o da Blue Bay, mas dá pra ver vários peixes. Nessa fomos de catamarã e o mar estava agitada, tivemos pontos de barco viking com uma galera vomitando no saquinho, mas passado isso depois de uns 45 min chegamos na ilha. De um Lado Ilha Gabriel do outro Ilha Flat, você vai de uma para a outra de lancha, os caras passam o tempo todo levando quem quer de uma para outra. Primeira parada Flat que é onde tinha o almoço e um snorkeling com correnteza feroz. Almoço do mesmo esquema da ile aux cerfs, depois de almoçar partimos para a Gabriel que era a parte mais bonita e com um snorkeling mais calmo. Nessa tem muita concha e coral quebrado na água, até cortei meu pé, quem tem aqueles chinelos ou sapatilhas de praia é bem melhor. Nessa ilha tem uma parte de areia que entra no mar e indo mais para o fundo você tem a sensação de estar andando no mar, incrível. Aliás nessa viagem usei muito as palavras surreal e incrível rs. Foi nessa que tive mais uma surpresa em um dos snorkeling vimos uma tartaruga nadando, a danada é rápida na água, mas consegui ir nadando e chegar perto dela, mais uma vez: Incrível rs. Quem viu na verdade foi um dos caras que ficam com as lanchas passando de um lado para o outro, aí fomos atrás dela para ver. Na volta eles não levam no hotel, ficamos lá na região mesmo e fomos ver um bazar que tinha por lá, já que era por volta de 16:00 e voltamos para o hotel para tomar mais Phoenix. Quando estava chegando na Ilha perguntei para o taxista: Qual a melhor praia da Ilha? Ele respondeu que era uma pergunta muito difícil pois todas as praias eram lindas. E realmente foi a conclusão que eu cheguei, não tem praia feia por lá. Cada uma com suas características. Eu particularmente achei a Pereybere a mais bonita, mas encontramos com alguns brasileiros que foram no dia que estava com tempo nublado e acharam feia, questão de gosto e também do dia que vai, o sol faz a diferença em praias. Pra mim Ile Aux Cerfs, Gabriel/Flat e Blue Bay são imperdíveis, que foram as que eu fui rs, se tivesse ido em outras entrariam também na lista de imperdíveis. Não pude ir na Le Morne que dizem ser uma das mais bonitas também. É isso aí. Ilha linda e acessível. O maior problema é claro chegar pois você precisa ir para Joanesburgo e de lá para a Ilha, o que encarece o percurso. ÁFRICA DO SUL - CAPE TOWN Dia 12 11/11 Dia de voltar para Joanesburgo e em seguida partir para Cape Town. Me parece que tem voo direto da Ilha para Cape Town, mas nas minhas pesquisas de preço não encontrei, então peguei a volta para Joanesburgo e de lá direto para cape Town. Eu havia reservado pela Kulula airlines porém saia do aeroporto Lanseria. Não tinha visto isto na compra. Ainda no Brasil percebi isso e no aeroporto ainda no dia 06/11 troquei o voo para sair do O R Tambo. Paguei mais 100,00 reais por isso e fomos de British que deve ser da mesma rede. Chegamos em Cape Town já era por volta das 20:00 pegamos outro corolla que eu havia reservado, desta vez na Hertz e fomos em direção ao hotel. O Hotel era bom e muito bem localizado, mas muito caro, esse deixei para reservar em cima da hora e tomei uma bica. Ficamos no Rockwell All Suite Hotel & Apartments. Dia 13 12/11 Table Mountain Primeiro dia em Cape e já fomos direto pra Table Mountain. Optamos por subir e voltar de Teleférico. Lá em cima é incrível, que visual, chegamos e de um lado nuvens, do outro aberto, era o que eu queria. Fizemos algumas caminhadas, vimos alguns animais, lagartos etc, foto de tudo que é jeito e o tempo foi se abrindo do outro lado também. Que lugar!!!! Kirstenbosch National Botanical Garden Na sequência fomos no jardim botânico de cape. Já fui em alguns jardins botânicos, mas pra mim o de cape é possivelmente o mais bonito (talvez empata com o do Rio, ainda não sei rs), grande, vários animais também, coruja e tudo mais. Finalizamos o dia no Boo-Kaap. Mais um daqueles estamos lá vamos, pra mim nada demais. Dia 14 13/11 Aquarium Cape Esse dia era um dia bem aguardado, em algumas pesquisas na internet eu vi que no aquario de cape town que fica no waterfront é possível fazer uma interação com os pinguins rockhopper (o cabeludindo do filme tá dando onda). Para isso é necessário reservar pela internet, você manda e-mail para eles, e só é possível 2 pessoas por dia, portanto reserve com bastante antecedência. Como estávamos em 3 pessoas, eu reservei duas para dia 13 e uma para dia 14. Cheguei no aquário e perguntei se era possível fazer os 3 no mesmo dia, a menina falou com a guia e ela disse que dava, mas o tempo total era 30 minutos para 2 ou 3 pessoas, para nós era suficiente. Primeiro conhecemos o aquário, eu curto muito aquário então para mim foi bem legal (até hoje o melhor para mim é o de Valência na Espanha) e quando foi 10:45 começa o penguin experience. Você coloca um jaleco porque os bichinhos vão cagar na sua roupa e vai pra área de encontro. Meu maior medo se tornou realidade, na hora de reservar eu pensei será que a gente entra na área que os pinguins ficam para os visitantes verem eles? ou seja, a galera vai ficar me vendo lá dentro pelo vidro? E sim, é isso mesmo, fui pinguim por um dia kkkk. A primeira instrução é: Os pinguins mordem então não puxem o braço, mão, pra não machucar, deixa morder rs, e a guia mostra a marca nos braços dela. Lá dentro a gente senta e ela vai colocando os pinguins no nosso colo, mostrando como passar a mão, onde passar, o que fazer, explicando tudo sobre eles. O primeiro que veio no meu colo, adivinhem? Me mordeu pra caramba rss. Mas não doeu nada. O segundo era um gente boa lá, que esqueci o nome também e ficou de boa no colo de todo mundo. Quando você coloca a mão entre o pescoço dele, ele se treme todo, moh barato. Não entendi o motivo, a guia explicou. Cara valeu a pena também, essa interação com os animais era o que eu procurei nesta viagem, além de vê-los queria interagir. Bem diferente. Waterfront Na sequência dessa experiência incrível ficamos pelo waterfront porque na parte da tarde teríamos Robben Island. Fomos na Roda Gigante, shoppings, eu acabei indo no Springbok Experience que é o museu da seleção de Rugby. Pra quem gosto muito legal apesar de pequeno. Almoçamos no Quai 4, porque com o ingresso do Springbok Experience você ganha um chopp lá. O waterfront é bem legal, grande, com várias lojas, fomos de dia e de noite também para jantar, 3 shoppings e várias coisas para fazer. Robben Island Nosso tour já comprado pela internet saiu as 15:00, dizem que se não comprar pela internet não consegue comprar porque é concorrido, no dia que eu fui dava para comprar na bilheteria de boa. Lá é um tour histórico né? A ilha, Mandela, Apartheid, o guia da prisão é um antigo detento. Depois descobri que tinham vários políticos da Namíbia lá também. Histórico, Imperdível. Dia 15 14/11 Dia de ir até o cabo da Boa Esperança. em torno de 80km +- até lá. No caminho passamos na praia de Muizenberg aquela das "casinhas" coloridas. Realmente muito bonita a praia e as casinhas dão um toque diferente. Aliás para todo lugar que você vai em Cape Town tem uma paisagem incrível. Na sequência fomos para Boulders Beach conhecer a famosa praia dos pinguins. Depois de estacionar e pagar a taxa de entrada você tem 2 passarelas para ir até a praia. Lugar Mágico. Muitos e Muitos pinguins Africanos dando show e valorizando nossas fotos rs. Destino Final Cape Point e Cabo da Boa Esperança. Chegamos por volta das 12:00 lá. Acredito que tenha limite de carros para entrar no parque, porque ficamos mais de 1 hora parados na fila, e a cada carro que saia liberava um. Lá dentro também estava com várias obras na pista então paramos algumas vezes. Em Cape Point estava 100% neblina, 0 visibilidade, só ouvimos o barulho do mar lá embaixo. Almoçamos no restaurante que tem por lá, comida excelente e perguntei para atendente se era sempre assim, ela me disse que com frequência aquele ponto ficava assim, não tinham como prever. Já no Cabo da boa esperança mais abaixo já estava com visibilidade boa. Um dos lugares mais bonitos que tem por lá. Voltamos pela famosa Chapman's Peak Drive, que tem pedágio de 51,00 rands. Uma estrada Cênica, lindíssima. Vários Viewpoint para você parar. No final paramos no Chapman's Peak para ver o pôr do sol. Algumas pessoas levam champagne e tudo mais, mas ficamos só vendo o pôr do sol mesmo num baita frio. Mas foi para fechar o dia com chave de ouro. Não fomos na Lion head e Signal Hill que dizem ter um pôr do sol incrível também. Dia 16 15/11 Centro e Camps Bay Começamos este dia indo conhecer algumas coisas no centro de Cape Town. Primeira parada foi o Companys Garden, bem bonito por sinal. Depois fomos na Igreja e na praça que vende os artesanatos e tal. Nada muito interessante. Finalizado essa parte, o sol já começou a aparecer e ai fomos para Camps Bay, curtir uma praia, aquela praia espetacular com vista para os 12 apóstolos. Pena a água ser congelante. Acho que é mais gelada que de Punta del Este. Hout Bay Depois de passar algumas horas por lá fomos para Hout Bay, primeiro para almoçar e depois para fazer o tour da Seal Island para ver as focas. Almoçamos um fish and chips bem gordurento mas bom ali na Hout Bay mesmo e fomos procurar de onde saia o passeio, por sorte pegamos o último horário as 16:00. O Tour leva 50 min +-, 20 para ir, 20 para voltar e 10 observando as centenas de focas que ficam na ilha. Gostei. A noite foi dia de conhecer no Mama África, 100% turístico rs, na chegada flanelinha para poder guardar o carro, 20,00 rands da vaga e 10,00 para olhar o carro, falei que os 10,00 eu pagava só depois e não paguei até hoje. Mama África Lá no Mama África pedimos mesa para 3 e a atendente falou que tinha que ter reserva que para o dia só tinha mesa para depois de 1 hora, quase falei: Só 1 hora, é porque você nunca foi para São Paulo!!! Demos o nome e fomos para o Bar, tudo meio apertado, mas não deu 20min, a bebida nem tinha chegado ainda e já chamaram para nossa mesa. Experimentei 4 cervejas artesanais de Cape Town e não gostei muito de nenhuma. Para o jantar pedimos uns espetinhos de game que são as carnes variadas deles, e estava razoável, meio sem tempero. Pedi errado Fígado de Moçambique, horrível, não gosto de fígado, errei na tradução rss, e comi também um espetacular bobotie de avestruz. Achei tudo razoável, atendimento bom, comida normal, com exceção do bobotie. Dia 17 16/11 Dia de conhecer a região das vinícolas, para este dia eu preferi reservar um tour pois o objetivo principal era beber muito vinho, claro. Reservei o tour Wine Tours Cape Town 230,00 reais por pessoa incluso: transporte, visita com degustação em 4 vinícolas e almoço. As 08:30 a Van já estava na porta do hotel e seguimos sentido Paarl e Stellenbosch a 1 hora aprox de cape town. Por volta das 18:00 estávamos de volta. Gostei muito do tour, pelo guia, pelas vinícolas escolhidas, almoço e tudo mais. Vou resumir as vinícolas que conhecemos: Fairwiew: A primeira degustação são 6 vinhos e com queijo para acompanhar cada uma delas. Backsberg: Você conhece um pouco do processo de fabricação além de degustar de 5 vinhos e 1 Brandy. O Brandy é espetacular trouxe uma garrafa, os vinhos nem sei, depois do Brandy esqueci o gosto rs. Depois desta fomos almoçar em uma outra que não me recordo o nome. Remhoogte: Essa vincula o legal é o lugar pois na frente tem uma área com vários animais, Zebras, Impalas etc. Baita vista e você degusta de 4 vinhos. Murate: Essa tem como característica ser uma das mais antigas do mundo e na área de degustação eles deixam isso bem a mostra em um lugar com várias teias de aranha milenar rs. Degustamos mais 6 vinhos. Vi que tem agora um trem que faz o esse tour, mas na época que eu pesquisei não tinha nenhuma informação. Dia 18 17/11 Este era o dia de partir para Namíbia, mas ainda tínhamos a parte da manhã livre pois só iriamos a tarde rumo a namíbia onde paramos na cidade de Oskiep a menos de 1 hora da divisa. Na parte da manhã minha esposa queria voltar em Hout Bay para ir em uma loja e comprar uma pantufa para minha sobrinha, e lá do lado tinha o World of Birds and Monkeys, como não tínhamos nada para fazer, sugeri que fossemos lá. Não era um lugar programado mas devia a variedade de pássaros que vimos na África do Sul achei que podia ser interessante. World of Bird and Monkeys and Rats/Mouse/Mice Realmente tem uma variedade muito grande, cada pássaro incrível que nunca tínhamos vistos, lugar grande, só tinha um problema, tinha rato para cacete, e eu tenho pavor de rato. Você entra em uma área que era para observar os pássaros de perto, dentro da gaiola mesmo, e lá estavam os ratos comendo a comida dos pássaros, não eram pequenos, eram gigantes. E o pavor batendo porque estava dentro do cercado. Mas eu já tinha pago, venci esse medo, ainda vi outros grandes, em algumas dessas gaiolas eu via e voltava, não dava para encarar. Foi foda. Mas vi uns pássaros e macacos que não se vê em qualquer lugar. Ainda gostaria de saber porque não matam os ratos para manter um lugar limpo. Vencido mais esta etapa fomos em um shopping na Hout Bay compramos as tais pantufas, voltamos para o hotel check out e partiu Hertz da Long Street. A Saga do Carro Na Hertz nos iriamos trocar o corolla por um 4x4, já explico o motivo do 4x4, e partir para Namíbia. Chegamos lá as 14:00, o cara me perguntou como iriamos para o aeroporto, eu falei que iriamos pegar um 4X4 ali mesmo, o cara me diz que não tem nada reservado, até aí beleza, fui lá falar com ele, o que aconteceu é que eu reservei pela internet para devolver o carro no aeroporto e pegar lá, porque a oferta de 4x4 é pequena, mas no dia que eu retirei o corolla falei para o cara que ia devolver no centro e queria pegar o 4x4 lá também, ele me disse que sem problemas, que ele ia mudar. Mas pelo visto não mudou. Por sorte tinha acabado de chegar um 4x4 e eles iam limpar. Pediu para voltar dali 1 hora. Aproveitamos e fomos almoçar do Addis in Cape, restaurante de comida etíope. Cara que puta experiência. Come com a mão e os caramba, comida bem apimentada, mas saborosa, atendimento excelente. Indico. Voltando na Hertz tudo certo, eis que eu falo para o cara: Precisa de alguma coisa para entregar o carro em Windhoek? Aí bate o desespero nos caras, porque tem toda uma papelada para o cara fazer, ele saiu gritando para outro lá que íamos entregar em Windhoek e vem outro para fazer a papelada. Nesse momento um dos caras da locadora me pergunta: Onde vocês vão dormir hoje? Eu falei: Perto de Springbok. E onde é Springbok? A mais ou menos 6 horas daqui. O cara fez umas contas e incrédulo falou: Mas você vai chegar lá as 21:00. Isso mesmo. Quase falei: Cara a gente mora em SP lá você gasta 4 horas para ir e voltar do trabalho todo dia, o que são 6 horas? Minha esposa falou que quando eu saí para ir no banheiro o cara estava preocupado que eu iria dormir no volante dirigindo 6 horas. kkkk No final do processo outro cara da locadora incrédulo vira e me pergunta: Porque Windhoek???? Eu falei: Cara a Namíbia é cheia de canyons, paisagens, dunas, desertos, por isso. Ele manda: Ahhh no Brasil não tem deserto, só tem o Cristo. kkkk Nesse momento minha cunhada estava consultando o roteiro que eu montei porque estava batendo desespero, ela pensou: Se os caras que estão aqui do lado não conhecem a Namíbia e não sabem o motivo de estarmos indo lá, onde esse cara está me levando??? Rachei o bico, mas confesso fiquei um pouco apreensivo, mas vida que segue. Com aquele caminhão que é o 4x4 nas mãos seguimos até Oskiep onde iriamos dormir. Ficamos em um puta hotel legal, com um bar mais legal ainda, e com um preço melhor ainda. A noite tomei (tudo isso pra relaxar do trampo da locadora): 1 whisky duplo, 2 congnac duplos, 3 cerveja, minha cunhada 2 whiskies duplos e minha esposa 1 drink, deu menos de 70,00 reais. Na companhia de um barman gente boa que diz já ter trabalhado na Amazônia mas não sabia o que era boto cor de rosa, ou pelo menos foi o que eu entendi hauhuahuahu. Do mais a paisagem de cape até Oskiep é sensacional, já valeu a viagem. NAMÍBIA Dia 19 18/11 Esse dia foi o dia de cruzar a fronteira. Antes algumas informações que eu peguei da Namíbia. Na Namíbia tudo que você for fazer tem uma distância mínima de 300km. A Namíbia tem quase o tamanho da Espanha e França juntos, para ter uma ideia estes dois países têm em torno de 100 milhões de habitantes, a Namíbia tem 2 milhões e meio, ou seja, é um país desértico, inclusive de pessoas, chegamos a dirigir 2 horas sem ver uma alma viva, nenhum carro, só uma tonelada de paisagem exuberantes e muitos animais selvagens em seu habitat natural. As estradas são classificadas em B, C, D, onde B: Asfalto, tapete. 😄 Terra, mas de boa, 😧 Somente 4x4. Peguei estradas C que pareciam D e D que pareciam C, rs. Para ficar mais seguro e ir mais rápido também eu preferi alugar o 4x4, já que com um carro comum já vi relatos de gente que conseguiu ir, mas aí tem que preferencialmente fazer a maior parte pelas estradas B, o que amplia muito a distância. Tem umas C e D bem chatas de dirigir, desliza muito mesmo no 4x4 e tem vários "quebra-mola" natural. Mas com o 4x4 vai que vai. Foi bem tranquilo dirigir pela Namíbia e a paisagem vale cada distância que você enfrenta. Na montagem do roteiro tínhamos a opção de ir de avião de Cape para Windoek ou entrar de carro. A maioria dos lugares estão mais próximos da capital. Etosha, Sossusvlei, Sesriem, Walvis Bay, Swakopmund, Skeleton Coast. Todos a aquela distância mínima um do outro 300km rs. Só tem um lugar que está longe de Windoek e mais próximo da África do Sul, o Fish River Canyon, e era um dos lugares que queríamos ir, por isso optamos por entrar de carro de cape. Mais uma vez: Sábia decisão. Posto de gasolina: Abasteça sempre que ver, é realmente raro, ainda mais quando você pega as C e D. Fronteira Cruzamos a fronteira, eles revistaram o carro, e não perdem a oportunidade de perguntar de onde você é, e ficar deslumbrado quando falamos que somos do Brasil. Aliás isso aconteceu na Namíbia inteira, de onde vocês são? Brasil. Aí começa o bate papo, foi realmente muito legal. Na fronteira você preenche o formulário de imigração, paga a taxa do carro (que ninguém te avisa e só te falam quando você tenta passar pelos guardas) e pronto entra na Namíbia. Fish River Canyon e o Deserto mais antigo do Mundo MAPS.ME nos ajudamos e chegamos até o Fish River Canyon. Gigante, Incrível. Não conheço o Grand Canyon, mas esse para o enquanto é o meu preferido. E o lugar me lembrou atacama e Bolívia, sem grade, proteção nem nada, roots, se quiser e conseguir descer, desça problema seu rss. Saindo do Fish River fomos para o nosso hotel no meio do Deserto o mais antigo do mundo. Puta hotel. Valeu cada centavo também. Aproveitamos a tarde na Piscina, vimos um baita por do sol e já com 5 cervejas na mente tentei me aproximar de um Oryx já que é tudo aberto mesmo por lá, por sorte ele foi mais sensato que eu e vazou rss. Ali você se sente literalmente no deserto, no meio da natureza, sem grades, proteção, nem nada. Cobra, Lagarto, Oryx, Dassies e tudo mais. Ficamos no Gondwana Canyon Village Dia 20 19/11 Neste dia tivemos o trecho mais longo da viagem, quase 600km até região de Sesriem/Sossuvlei, eu adicionei uma passada no Giants Playground e Quiver Tree Forest o que aumentou um pouco mais o tempo de viagem, mas valeu a pena, O Quiver Tree Forest é uma floresta com várias das árvores da Namíbia a Quiver, vimos muitas Dassies por lá também, ficamos pouco tempo, na entrada da desse parque tem uma placa, existem animais selvagens, entre por sua conta e risco, mais ou menos isso, lá dentro além das dassies vivas, tem as mortas também rs, vimos carcaças delas, aí vazamos, acho que por causa dos javalis. O Giants Playground são uma série de pedras "empilhadas" que tem um visual bem interessante. Não são lugares imperdíveis, mas vale como uma parada. Na sequência nosso GPS mandou ir por uma estrada C14 ao invés da B1 que parecia ser mais rápido, porém nem lembrava na hora da B ou C e segui o GPS. Valeu GPS. Que paisagem incrível. Aliás isso é uma das coisas legais da Namíbia os caminhos. A vantagem de ir pelas estradas C e D são as paisagens que você encontra pelo caminho. Neste caminho você ainda vai ver vários animais selvagens, zebras, springboks, muitos pássaros, tem até placa de Girafas, mas nós não vimos nenhuma. Cada curva que você faz é uma nova paisagem. Foi em uma dessas que paramos para tirar uma foto no meio da estrada. Parei o carro, tiramos várias fotos, depois resolvemos tirar dos 3, eu tentei ajustar a câmera com pedras, ai achei melhor pegar o tripê, ou seja, mais ou menos uns 40 minutos e nenhum carro passou. Quando ajustei o meu tripê e corri para me posicionar para a foto, me aparece um carro, voltei correndo e peguei o tripê com a câmera rs. A galera que estava no carro viu que descemos e pararam mais para frente para tirar fotos também. Não esqueçam de levar salgadinhos, água etc, porque são pouquíssimos lugares que tem para você parar e comprar alguma coisa, principalmente indo pelas C e D. Chegamos no nosso hotel já era por volta das 17:00. Aliás que lugar, no meio do deserto também, tudo aberto, Oryx rondando, piscina, bar, show. Ficamos no Desert Camp em Sesriem. É uma rede com vários tipos de alojamentos, inclusive um Lodge que fica a 5km do Desert Camp, que é onde eles têm o café da manhã e jantar. Não sei se tem almoço. Jantamos 2 dias lá e tomamos café 1 dia. Café 30,00 reais por pessoa e jantar 70,00 reais. Tudo bem farto. Mas dá para comprar o que você quiser perto da entrada do Sossusvlei, que acredito ser o lugar mais próximo ali da Região. Solitaire está a 65km +- pra ter uma ideia. O jantar no Lodge é bem servido e várias carnes de Caça (Game), Zebra, Springbok, Cervo e mais um monte de outras, além de macarrão e peixes, tudo feito na hora. O legal é o clima, claro, no meio do deserto e tudo com luz de velas. Dia 21 20/11 SOSSUSVLEI - Duna Misteriosa e Dune 45 Dia mais que esperado da viagem toda, dia de Sossusvlei e Dead Vlei. No dia anterior estávamos decidindo se íamos cedo (o parque abria as 06:20 quando eu fui e fechava as 19:20, varia de acordo com a época, no hotel já nos informaram os horários) ou mais tarde. Decidimos descansar um pouco mais e ir por volta das 10:00 para o sossuvlei, o que no final se mostrou uma decisão não muito boa, pois chegamos ao dead vlei por volta das 13:30 em um sol de 35 graus na cabeça, além do fato da baixa humidade do ar da Namíbia e o principia sem água. Na entrada do parque você paga a taxa para entrar e o cara te dá um número. É importante anotar o bendito número, na saída o "porteiro" encheu nosso saco por causa do tal número rs. Depois de entrar no parque você já começa a ver as dunas avermelhadas dos dois lados. O Destino final que é o Dead Vlei fica a 65 km da entrada, e não tem nenhum lugar para comprar nada dentro, portanto água e outras coisas já compre na entrada. Existe uma primeira Duna que paramos e eu acabei subindo que é aparentemente maior que a Dune 45 (que tem este nome por estar no km 45). Essa Duna não tem nome, não encontrei nada na internet, pra subir não é muito simples não, mas no final dá certo. Lá pelo KM 45, chega a tal Dune 45 que é um pouco melhor de subir. Para subir devo ter gastado uns 45 min pelo menos. DEAD VLEI A Saga Final do trecho é o caminho que leva para o Dead Vlei, existe os 4 km finais que somente são acessíveis de 4x4, muita areia, desliza demais. Se você não tiver de 4x4 é só parar e pegar os carros do próprio parque, parece que paga 170,00 Dólares Namibianos (que tem o mesmo valor do Rand Sul-Africano. Inclusive só levamos rand lá e é moeda quase que oficial também, cotação 1x1). Nessa parte sofremos, primeiro que não tínhamos água (pesquisa, pesquisa antes da viagem e comete esse erro, rs), segundo que tem uma placa; Dead Vlei, siga as marcas. Só que tem marca pra tudo que é lado. Tinha 2 casais indo para o lado direito e seguimos (Para ir ao Dead Vlei é só seguir as marcas mas para frente da placa rs) eles, paramos em outros Vleis que tem por lá, muito show, mas nada do Dead VLei, foi quando decidi olhar no GPS e vi que estávamos em paralelo, que a melhor opção era voltar. Resumo da História é que gastamos pelo menos 1 hora até que eu consegui encontrar o Dead Vlei. Que Lugar!!! Que energia!!! Mas foi puxado, sol do caramba na cabeça e cansados, até porque subimos as Dunas, além do horário. Por sorte um pouco antes, quando minha esposa e minha cunhada já estavam desistindo de achar o Dead Vlei (porque eu estava em outro lado procurando o lugar, subindo mais dunas para "cortar" caminho), minha esposa achou uma garrafinha de água e acreditem lacrada, caída perto de onde você para os carros, porque elas voltaram para lá para refazer o caminho. Neste momento eu já havia achado o Dead Vlei e voltei para buscar elas. A água apesar de morna nos deu gás novo para aguentar a caminhada de 20 min(no meu caso a segunda, rs). SESRIEM Finalizado este lugar mágico voltamos os 65km e eu comprei uma garrafa de 2 litros de água para cada um, que eu bebi em poucos minutos. Descansamos um pouco e partimos para o Sesriem. Um canyon diferente, vale a pena também, o legal é que você caminha dentro dele. Já vi gente caminhando com água dentro, no nosso caso estava seco com poucos pontos com água e muita pedra, espinhos e tudo mais. Apesar do calor e da quase falta de água kkkk, foi incrível, aquele lugar é realmente espetacular. Dia 22 21/11 Neste dia acordamos cedo e fomos em direção a Windhoek de onde saia o nosso voo para Joanesburgo, no caminho passamos na famosa Solitarie para tomar café e comer a torta de maça, muito boa por sinal. Mais 250km e estávamos na capital da Namíbia. A aproximadamente 15 km de Windhoek tivemos que parar o carro para uns 20 macacos atravessarem. Cena curiosa por estarmos tão próximo de uma capital rs. Paramos na Igreja central para conhecer e fomos no Museu da Independência. Bem bonito, completo e com cenas bem fortes do que foi o processo de libertação da Namíbia. Como estávamos meio em cima da hora e o aeroporto era a quase 50 min do centro, já fomos embora, a princípio não tem muita coisa para conhecer na capital. Achei bonita e bem organizada. Chegando no aeroporto devolvemos o 4X4 e mais cara de incredulidade por estarmos devolvendo um carro que pegamos em Cape Town. O aeroporto da Namíbia pelo menos no dia que fomos parecia uma rodoviária. Pequeno, ar condicionado quebrado ou desligado e com uma fila gigante para imigração. Demoramos mais de 3 horas entre o processo de despachar bagagens e passar pela esteira e imigração. Não devia ter mais de 100 pessoas na fila. Mas no final tudo deu certo, com muito atraso claro. Dia 23 22/11 Dia de voltar para o Brasil com aquela sensação que podia ter ficado mais tempo, principalmente na Namíbia. Mas o fim de uma viagem é o começo de outra. Bora trabalhar para pagar a próxima. É isso rapaziada, foi possivelmente a melhor viagem que já fiz, finalmente uma que passou ou empatou com Atacama e Bolívia rs. Quem estiver com alguma dúvida que eu possa ajudar pode mandar mensagem que eu respondo assim que puder.
  15. Já pensou em fazer trabalho voluntário na África? A Dani fez, e eu chamei ela pra bater um papo sobre isso. Confira! (Foto disponibilizada pela Dani) Essa é a visão de uma pessoa que passou 3 meses fazendo trabalho voluntário na África, em Moçambique. Um país onde as pessoas vivem com o salário de 60 dólares, pouca infra-estrutura, educação e saúde. Com 20 anos, a Dani foi para o país fazer um trabalho educacional, dando palestras de conscientização sobre problemas sérios que afetam a população de Moçambique, como HIV e violência doméstica. Além disso, também ajudou no desenvolvimento das comunidades de maneiras mais práticas, ensinando o povo a cuidar da terra e cultivar o próprio alimento. Trabalhando no cultivo de alimentos (Foto disponibilizada pela Dani) Entre todas as experiências, Dani teve seu computador furtado, foi assaltada e contraiu malária, a doença que mais mata no país. Tive a oportunidade de bater um papo com a Dani, que falou como foi essa experiência, como vivem as pessoas em Moçambique e como isso mudou a sua perspectiva sobre o mundo. Elefante selvagem (Foto disponibilizada pela Dani) A série 10 Minutos no Sofá Com objetivo de transmitir a essência de sair da zona de conforto, quebrar preconceitos e conhecer novas culturas, surgiu a série 10 Minutos no Sofá. Uma série onde eu chamo uma galera pra bater um papo, pessoas que fizeram viagens transformadoras. Experiências que influenciaram o seu jeito de viver e seus valores. Deixe-se levar pela conversa e inspire-se a Tirar a Bunda do Sofá. 10 Minutos no Sofá com Dani Começamos a série com uma viagem fora do padrão, que vai fazer até você leitor, repensar sobre como vivemos atualmente. Assista ao episódio completo abaixo: Ou se preferir, ouça apenas o áudio através do link abaixo. Você pode inclusive receber o arquivo por email: Trabalho social em Moçambique – Uma experiência para mudar a sua vida Trabalho voluntário na África Confira abaixo os pontos principais desse bate papo incrível com a Dani. Você foi pra Moçambique né? Quando foi isso? Dani: Sim Moçambique. Eu fui em 2013, eu tinha 20 anos na época, tava fazendo faculdade e não tava curtindo. A faculdade entrou em greve e eu resolvi fazer um intercâmbio. Dani com seus colegas intercambistas (Foto disponibilizada pela Dani) Qual foi a reação dos seus pais quando você contou sobre o intercâmbio? Dani: Minha mãe ficou meio desesperada. “Pra que ir tão longe? Por que na África? Não é perigoso?”. E meu pai já foi bem mais tranquilo, disse que se tivesse a mesma idade faria o mesmo. E por que Moçambique? Dani: Justamente porque eu não via motivo em fazer trabalho voluntário em um país desenvolvido e que não falasse português. Um pessoa de baixa renda não vai falar inglês, e ai eu não conseguiria ajudar muito. Safari (Foto disponibilizada pela Dani) O que você fazia lá? Dani: Na verdade eu fui para ajudar numa ONG que faz visitas à comunidades, fazendo um trabalho de conscientização sobre HIV, violência doméstica e outros problemas comuns do país. Trabalho de conscientização (Foto disponibilizada pela Dani) Mas como esse trabalho não era feito todos os dias eu me juntei a outras ONG’s e grupos. Ensinei o povo a cultivar o próprio alimento, fiz visitas à hospitais e acompanhei aulas de danças. E como era a sua hospedagem? Dani: Então, eu fui pega de surpresa, fiquei em um prédio de 12 andares e eu estava no último. Tinha água corrente durante todo o dia apenas em uma torneira do primeiro andar, nos outros era só das 7 as 9 da manhã. Fogão (Foto disponibilizada pela Dani) A gente acordava e levava galões de água pra cima, e o elevador não funcionava. Eu tomava banho de caneca, lavava louça com água de garrafa e dava a descarga com balde. (Foto disponibilizada pela Dani) Teve alguma experiência ruim? Dani: Teve uma situação de assalto, mas foi vacilo nosso, a gente saiu de madrugada em um bairro perigoso. Aconteceria em qualquer lugar do mundo. Tive também meu notebook furtado, mas também foi vacilo. Eu emprestei pra um colega e saí, e ele deixou o notebook dando bobeira e cima da cama. Além desses dois eu ainda tive malária, que é a doença que mais mata no país. Quando fui fazer o exame o enfermeiro quis usar uma agulha usada em mim, e ali bateu o desespero. Conheci muitas pessoas que pegaram AIDS assim. Quais foram as coisas que mais marcaram a sua viagem? Dani: O choque de realidade. Por mais que você saiba como é, entre saber e vivenciar aquela realidade existe uma grande diferença. Ver a realidade e saber como eles encaram isso. Como eu vou falar que a maneira correta de fazer determinada coisa é assim, sendo que a realidade deles é completamente diferente. (Foto disponibilizada pela Dani) Não tem como apontar o dedo e querer julgar, eles fazem o melhor com o que eles tem. Eles não tem estrutura, não tiveram instrução nem capacitação. Olhar de fora é muito fácil. E aprender de fato a viver uma outra cultura. Nós fazíamos aulas de dança no telhado de um lugar, e agora imagina você aprender uma dança de gana com uma música local. Isso é muito legal! (Foto disponibilizada pela Dani) Esse foi o primeiro episódio da série 10 Minutos no Sofá, uma experiência fantástica que transformou a vida da Dani e serve de exemplo para quebrar preconceitos e abrir nossos olhos para a sociedade em que vivemos. A série terá mais episódios, sempre com o mesmo objetivo, mostrar o quão benéfico e transformador pode ser fazer uma viagem de imersão cultural.
  16. Confira destinos incríveis na Garden Route na África do Sul (além da Cidade do Cabo): The Crags, Franschhoek, Storms River e Oudtshoorn. Tudo que você precisa saber sobre esses lugares como atrações, acomodação, onde comer, como chegar lá, etc….imperdível se você está explorando a costa da África do Sul! A África do Sul é um país conhecido por sua beleza, paisagens, animais, safári…e pela Cidade do Cabo. Mas aqui que está o detalhe. É também um país cheio de recantos escondidos, vilarejos que pareciam parados no tempo e outras inacreditáveis naturezas intocadas além das cidades grandes e conhecidas. E depois de uma incrível viagem de 28 dias por lá, acabei em alguns desses lugares pouco conhecidos. Eles foram o destaque da minha viagem, e por isso eu queria compartilhar uma palavrinha com você para que você também possa visitá-los. Continue lendo: 4 Cidades Pouco Conhecidas (mas Impressionantes!) na África do Sul para Você Visitar The Crags, Franschhoek, Storms River e Oudtshoorn
  17. Quer visitar a Espanha na África…..visitar a Grã-Bretanha na Espanha….e fazer alguns passeios de barco pelo caminho? Leia como nesse emocionante itinerário de Ceuta, Gibraltar e Málaga. Encontre tudo o que você precisa saber, incluindo atrações, acomodações baratas, o que fazer, cruzando o Estreito de Gibraltar, etc… Você está pronto para um roteiro europeu e aventureiro, onde você vai visitar algumas das situações geopolíticas mais estranhas da Europa ao explorar 4 “cidades”, 2 “países” e 2 “continentes”… Em apenas 6 dias? Deixe eu me explicar. Se você seguir nosso roteiro abaixo, você visitará: Ceuta: um enclave espanhol autônomo, localizado no continente africano, rodeado por 3 lados pelo Mar Mediterrâneo e, pelo 4º lado, pelo Marrocos. Gibraltar: um rico território britânico que não compartilha fronteiras com o resto do Reino Unido (mas compartilha fronteira com a Espanha), está a alguns quilômetros de distância do continente africano, e é conhecido por seus macacos. Continue lendo: Roteiro de 6 dias para Málaga, Ceuta e Gibraltar (2018 ATUALIZADO)
  18. Vou compartilhar este relato, pois quando resolvi fazer este roteiro não encontrei muitas informações sobre a parte de Zanzibar. Então, Senta aqui, que agora vou contar o causo de quando meus amigos decidiram ir pra África e me convenceram que seria uma boa ideia. Vamos lá. Eu havia voltado de um intercâmbio/ano sabático na Itália em setembro, sofrendo por não ter conseguido bolsa de estudos pra cursar o mestrado que eu queria, sem rumo na vida. Eis que aparece aquela promoção louca na Black Friday: São Paulo — Johanesburgo por 700,00 (mais taxas, claro). Qual o melhor jeito de esquecer uma viagem? é fazendo outra viagem. Entrei nessa com meus dois amigos de escola, o menino Rafael e o menino Matheus. Decidindo o Roteiro Compramos a promoção que era para 15 dias, saindo de São Paulo com uma conexão em Angola. Moramos próximo a Porto Alegre, e queríamos que o primeiro destino fosse Windhoeck, Namíbia. Só nessa brincadeira seriam 4 vôos e um dia perdido em conexões. Tudo bem até ai, não fosse o pequeno deslize de termos errado na planilha o horário saída do último voo (Johanes- Windhoeck) que nos deixou com uma conexão de 45 minutos em vez de 3 horas. Nunca na história desta indústria vital corremos tanto para pegar um avião! Cruzamos o aeroporto de Johanesburgo em 10 minutos, passamos pela imigração, que estava totalmente vazia, e chegamos 3 minutos antes de encerrar o embarque. Namíbia — Sossusvlei, Deadvlei, Sesriem Optamos por alugar um carro na capital, e sair cedinho até o deserto para pegar o nascer do sol e ver a coloração das dunas nesse horário. Conseguimos? Não. O que você precisa saber sobre Windhoeck, é que mesmo sendo uma cidade grande e bem desenvolvida, suas lojas, restaurantes, shoppings fecham as 17:00. Nós nos atrasamos porque ficamos brincando na wifi do hostel e não conseguimos trocar dinheiro e nem comprar comida para passar o dia no deserto. Por sorte encontramos uma loja de conveniência aberta, onde compramos água, pão e manteiga de amendoim, que foi nossa comida por muitos dias. Saímos as 3:00 da manhã de Windhoeck em direção a Sossusvlei, as estradas são bem asfaltadas e sinalizadas até a metade do caminho, depois começam os trechos de estrada de terra, mas nada muito complicado. Nosso plano era chegar até o parque, e lá você pode pagar por um transfer, uma 4x4 estilo safári com um motora mais louco que o Marco Véio que te leva pro Deadvlei. Até lá, não é preciso alugar um carro 4x4. Pelo caminho encontramos, corujas desconfiadas, um moço pedindo carona no meio do nada, zebras, muitas zebras, gnus, oryx (esse bicho é um amor), babuínos, veados e mais zebras. Primeira parada: Solitaire Uma cidade fantasma que deve ser onde o Eustácio a Muriel e o Coragem devem morar. É o único ponto no caminho até o deserto com posto de gasolina, então é parada obrigatória. Aqui começaram os perrengues, nosso carro deu problema, o porta-malas resolveu que não ia mais fechar. Um senhor muito simpático que trabalhava na oficina ali perto do posto consertou para nós, sem cobrar nada. Segunda parada: Deadvlei Tão incrível ao vivo quanto as fotos que tínhamos visto na internet. Mas haja caminhada até as bonitas das arvores. O guia nos deixou na estrada e era uma caminhada de 20 minutos em linha reta até o vale, só que no sol do meio dia do mês de fevereiro parecia nunca terminar. Ultima Parada; Canyon Sesriem Me senti dentro das filmagens de Mad Max (inclusive acho que algumas cenas foram realmente gravadas aqui). Dormimos em Rietoog, num camping onde não tem nada para visitar por perto, mas tinha o céu mais estrelado que eu já vi na vida! Devolvemos o carro no dia seguinte de volta a capital e pegamos um voo para Cape Town. O trajeto até lá já foi maravilhoso pois vimos o contraste das cores do fim do dia e a Table Mountain pela janela do avião. Nosso plano aqui era conhecer Cape Town e novamente de carro, fazermos a Gardens Route, uma das rotas mais bonitas da África do Sul. Cape Town me surpreendeu demais! A cidade é bem organizada e as estradas são de dar inveja a qualquer outro país, muito bem cuidadas e sinalizadas. Reservamos dois dias para conhecer o básico da cidade, o que foi pouco tempo em minha opinião, mas quem tem que voltar pro Brasil pra trabalhar as vezes tem que cortar um pouco do roteiro. Visitamos apenas o básico, começando pela Boulders Beach, a famosa prainha dos pinguins simpáticos. Passamos pelo Cabo da Boa esperança que tem uma vista linda da baía, e aproveitamos uma praia de Água cristalina e geladíssima, a Scaraborough Beach. O dia seguinte foi reservado para subir a Table Mountain e conhecer um pouco do centro da cidade. Na manhã seguinte, acordamos cedinho e fomos para a Gardens Route. Neste post do meu blog, tem todas as informações de como fazer este percurso e quais são as principais paradas, mas vou listar aqui algumas delas: Agora é hora da pérola da viagem, pegar um voo em Port Elizabeth até Dar el Salaam, na Tanzânia para seguir até Zanzibar. Infelizmente não deu para conhecer todas as belezas da Tanzânia e nos limitamos apenas a cidade que seria nossa conexão com aquele paraíso de praias quase desconhecidas. O voo é num "teco teco" minusculo e leva apenas 30 minutos até a ilha, só havia eu e meus dois amigos de turistas naquele voo, acredito que a maioria opta por ir de Ferry, para aproveitar a vista. Zanzibar: Stone Town - Nungwi - Kendwa e Uroa Stone Town é a cidade principal, onde tem o pequeno aeroporto, e muitos mas muitos mercados de temperos! A vibração do local com as cores é demais! As mulheres usam roupas extremamente coloridas, influência do hinduísmo pelo que li. Causamos total espanto ao pegarmos um "dala-dala" o transporte público da ilha, que consiste numa jardineira ATOCHADA de gente, carregando desde baldes leite, cachos de banana a até pilhas de casca de arvore secas. Pouquíssimas pessoas falam inglês, mas um rapaz que consegui conversar me explicou que nenhum turista vai para as praias no transporte público, eles optam por pagar até 50 dolars por um motorista particular. Mal sabem eles que perdem uma experiência por puro preconceito. Gostaram tanto de nós naquele dala-dala que uma senhora simplesmente jogou a filha dela em nossos braços para fazer uma foto. Primeira parada: Nungwi Beach Pelas ruas você desfruta da companhia das crianças curiosas e de muitas cabras e galinhas soltas. O motorista do dala-dala ainda chocado com nossa presença, foi chamar o sobrinho que arranhava o inglês para nos guiar até o hostel. O dono do hostel é uma celebridade local, e aquele garoto estava tão contente de praticar o inglês dele que dava gosto até de falar sobre futebol. Nungwi não é uma praia turística, então os resorts ainda não se apoderaram da praia. Fizemos um passeio de barco e snorkel em alto mar por preços muito baixos, algo em torno de 15 dolars, graças aos contatinhos do dono do hostel. Kendwa é linda, mas já é bem turística. Depois de 3 dias neste pequeno paraíso partimos para Uroa Beach. Uroa tem hospedagens muito baratas por não ser uma área propícia para mergulho, devido a quantidade de algas na praia. E quando a maré baixa, você pode caminhar quilômetros a dentro do mar, e ver os locais colhendo as algas para vender. Cuidado com a maré! Ela sobe em questão de minutos, é muito normal ouvir historias de pessoas que ficaram ilhadas. Fiquei 5 dias na ilha, mas meu conselho é: reserve uns 10 dias, para conhecer a parte sul da ilha, onde ela muito boa para esportes aquáticos. Converse com os locais, eles amam o Brasil e são muito simpáticos. Ah, e não esqueça, você vai ouvir muito a famosa fala do Rei Leão "Hakuna Matata", saudação local que significa "sem problemas". Realmente, quem vai encontrar problemas aqui? Ao todo foram 16 dias 2 só de ida e volta 3 dias na Namíbia 2 dia em Cape Town 2 dias na Gardens Route 1 dia em Dar el Salaam 4 dias em Zanzibar Mais informações sobre as hospedagens que eu fiquei neste roteiro, e mais curiosidades sobre a ilha, você pode ver aqui: Momentos de Mochila Meu Instagram: @momentosdemochila
  19. Estivemos na maior queda d'água do mundo e contamos os detalhes aqui. Confira o que fazer em Victoria Falls e veja todas as dicas de viagem pra esse destino incrível. Saiba mais sobre Victoria Falls Victoria Falls é considerada o coração da África. Sua formação fica bem na fronteira entre Zimbabwe e Zâmbia. É a maior queda d’água do mundo, e ainda foi listada entre as 7 Maravilhas Naturais do mundo. As Victoria Falls fazem parte tanto do Parque Nacional Mosi-oa-Tunya (na Zâmbia) como do Parque Nacional Victoria Falls (no Zimbábue). As cataratas foram consideradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1989. As quedas d’água podem chegar a mais de 120 metros de altura! Zambia ou Zimbábue: para onde ir? Dá pra chegar nas cataratas tanto pelo Parque Nacional Victoria Falls (Zimbábue) quanto pelo Parque Nacional Mosi-oa-Tunya (Zâmbia). Para as melhores vistas das quedas d'água, o melhor é visitar o lado do Zimbábue. Para chegar bem pertinho da água, é do lado da Zâmbia que você deve ir. É bom levar em consideração a estação do ano para fazer essa escolha. Para mais dicas sobre Victoria Falls, acesse o post na íntegra: https://emalgumlugardomundo.com.br/victoria-falls/
  20. Cortamos a Namíbia de norte a sul e mostramos aqui o que ver e fazer no país. Um país único, com atrações incríveis e paisagens surreais! Veja aqui tudo que você precisa antes de embarcar numa viagem pela Namíbia: O que fazer na Namíbia: atrações imperdíveis Orange River O mais longo rio da África do Sul, que faz fronteira com a Namíbia. Se você pretende entrar na Namíbia por terra, vindo da África do Sul, dê uma passada por esse rio, que é ótimo para canoagem. Fish River Canyon O Fish River Canyon é o maior cânion do hemisfério sul, localizado ao sul da Namíbia. Ele é o segundo maior cânion do mundo, perdendo apenas pro Grand Canyon, no Arizona. São 160km de comprimento, alcançando 27km de largura e 550m de profundidade em alguns pontos. Toda essa paisagem rochosa se divide em uma série de falésias, por onde passa o rio Fish River. Sossusvlei – deserto da Namíbia O deserto da Namíbia é tido como o mais antigo do mundo, aproximadamente 43 milhões de anos. Formado por planícies e dunas que se estendem ao longo de toda a costa. É na parte central do deserto que fica o Namib-Naukluft National Park, o maior "game park" da África. O Namib-Naukluft se divide em quatro seções, ei a mais conhecida delas é Sossusvlei. Essa é sem dúvidas uma das principais atrações turísticas da região. Diversas dunas formam esse cenário surreal - a chamada “Big Daddy” é a maior das dunas, com 380m de altura. Dead Vlei Dead Vlei é uma região plana, seca e estéril, onde a vida se extinguiu após a seca total da área. A região foi bloqueada pelas dunas e se transformou nesse vale morto e esbranquiçado, rodeado de dunas vermelhas. É impressionante o contraste de cores! Spitzkoppe Spitzkoppe é um conjunto de montanhas bem no meio de uma planície no deserto. O cenário é quase inacreditável. Spitzkope tem mais de 700 milhões de anos e atinge até 1784m (acima do nível do mar). Spitzkoppe, Namíbia Etosha O Etosha ocupa mais de 20 mil km2 e abriga uma variedade enorme de animais, sendo uma das maiores reservas naturais da África. São mais de 100 espécies de mamíferos, 340 de aves e 16 de répteis habitando o Etosha. Para ver mais destinos imperdíveis e todas as dicas úteis de viagem sobre a Namíbia, confira o post completo: https://emalgumlugardomundo.com.br/o-que-fazer-na-namibia/
  21. Confira nossas dicas de viagem para Moçambique: o que fazer, principais pontos turísticos, as melhores praias. Tudo que você precisa saber pra conhecer esse lindo país da África Principais pontos turísticos de Moçambique Maputo Capital desde 1898, Maputo é normalmente a primeira parada dos viajantes em Moçambique. Fica ao sul do mapa e é o destino ideal pra se conhecer mais sobre a cultura do país. A estadia em Maputo costuma ser bem curta, pois turista quer mesmo é saber de praia. Tem outro agravante dos preços de hotéis serem mais altos em Maputo do que nos outros destinos. Inhambane Inhambane fica a 470km de Maputo. Fiz uma rápida visita a Inhambane, tempo suficiente pra conhecer as principais atrações como a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, o Mercado Central, o bairro antigo e o Porto. Tofo Tofo fica na Província de Inhambane. A Praia de Tofo virou um destino muito procurado por jovens. Com um clima bem descontraído e praias perfeitas pra amantes de surfe e kitesurfe. A atração principal aqui fica debaixo d'água: Tofo é conhecida por ser um ótimo ponto de mergulho para ver raias manta, baleias jubarte e tubarões baleia. Ilha de Bazaruto Essa é a maior ilha do arquipélago de Bazaruto, considerado a maior reserva marinha da África. Destino perfeito para o mergulho, com água transparente e vida marinha em abundância. É fácil encontrar tartarugas, raias manta, baleias jubarte, tubarões baleia e muitos corais. Para ver a lista completa com os principais destinos de Moçambique, além de todas as informações úteis como: Como chegar e circular em Moçambique Vistos Melhor época para visitar É só conferir o post na íntegra: https://emalgumlugardomundo.com.br/turismo-em-mocambique/
  22. Botswana tem deserto, delta, savana e muito mais! Um dos destinos mais populares do interior da África, é beleza que não se acaba mais. Não sabe pra onde ir nem por onde começar? Confira aqui todas as dicas e informações pra planejar sua viagem pra Botswana: Botswana: tudo que você precisa saber Principais destinos Okavango Delta Destino mais visitado de Botswana e uma das principais regiões para safari na África. Imperdível fazer o safari em um “Mokoro”, uma canoa fina que leva até dois passageiros, sendo possível alcançar áreas que os barcos maiores não chegam, como a “Hippo Pools”, uma pequena área habitada por muitos hipopótamos. Chobe National Park Uma das maiores concentrações de vida selvagem de toda a África. Cerca de 120 mil elefantes estão espalhados pelo parque, além de inúmeros búfalos e leões. O safari por lá é feito por barco ou por terra, em veículos 4x4. Kalahari O Kalahari ocupa mais de 50.000 km2, sendo que a maior parte dessa área é inacessível. Há pouco tempo a região era fechada ao público, que começa aos poucos a chegar na região. No Lá se encontra uma boa diversidade de animais, incluindo guepardos, gnus, girafas e leões. Ali ao norte também fica o deserto de sal, com mais de 65 milhões de anos. Para mais dicas sobre: Quando ir Quanto tempo ficar Passaportes e vistos Saúde, segurança e precauções Acesse o post e confira as informações completas: https://emalgumlugardomundo.com.br/turismo-em-botswana/
  23. Pensando em fazer um safari na África mas não sabe por onde começar? Confira dicas para organizar melhor sua viagem e fazer do seu safari uma experiência inesquecível! Quer fazer um safari na África? Veja por onde começar Planejamento São diferentes possibilidades e preços, além de vários destinos pra escolher. Então quanto antes começar a desenhar seu roteiro, melhor. Prepare-se para as dificuldades com locomoção e infra estrutura. Escolhendo o destino O que você quer ver em um safari na África? Você já tem um objetivo definido? Que tal leões passeando livres pela natureza? Ou ainda a exuberante queda d’água em Victoria Falls? Ou será que seu sonho é encontrar gorilas no meio da floresta? Veja as particularidades de cada destino: pesquise e veja o que mais te agrada. Não faltam opções, já que o continente africano tem 54 países! Safari na África: para onde ir Sul da África Destinos populares como Namíbia, Zimbábue, Botsuana e África do Sul. Leste da África Gorilas em Uganda, vida selvagem no Quênia, praias incríveis em Moçambique, expedições pelo Kilimanjaro na Tanzânia... Oeste da África Mali, Senegal e Gana são destinos menos procurados mas que têm muito a oferecer. A vida do turista aqui é mais complicado e viajar por essas bandas exige ainda mais planejamento, mas não abra mão desses destinos caso queira conhecê-los. Para mais dicas como: Quando ir Dinheiro Transporte Passaporte e vistos Cuidados com a saúde é só acessar o post e conferir as informações completas: https://emalgumlugardomundo.com.br/safari-na-africa/
  24. Depois de passar 1 ano e meio sem viagens internacionais finalmente consegui tirar meu período de férias e viajar pelo Sul da África. Para essa viagem poder dar certo eu juntei o feriado da Semana Santa com o mês de férias e no final consegui 35 dias de folga. Essa viagem não teve um planejamento detalhado, mas foi um sucesso. Isso foi legal por que o roteiro era flexível e muita coisa eu realmente só decidi na hora, quando já estava lá. Em tão pouco tempo não posso dizer que conheço todos estes países, para mim o importante é que visitei os locais que queria, que considero highlights do Sul da África, e interagi com o povo. Segue o mapa da rota realizada:
  25. Li no 1000 lugares pra conhecer antes de morrer sobre um trekking no Alto Atlas, alguém já ouviu falar ou tem mais informações? To pensando em fazer isso no final de janeiro de 2013..
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